Como está o ensino de quem ensina?

Ao avaliar o ensino superior no país o MEC está fazendo o que é de fato sua obrigação, mesmo porque, dentre as diversas competências está é de fundamental importância para a sociedade, uma vez que avaliar e regular as instituições de ensino superior do país, tanto pública como privada, são ações obrigatórias legalmente, e servem também, para delinear Políticas Públicas Educacionais que possam atender as demandas sociais emergentes e necessárias para o universitário brasileiro, este, que acredita estar fazendo um ensino superior de qualidade.

Para avaliar e regular as instituições formadoras o Ministério precisa ser mais rigoroso no momento de autorizar e regulamentar os cursos, em especial as licenciaturas, considerando que é o próprio órgão que concede a liberação para funcionamento.

Os cursos de licenciaturas, habilitação para docentes, estes, não estão mais respondendo às inovações do campo educacional, os acadêmicos saem das universidades com dificuldade de articular teoria e prática, com dificuldade de transformar os conceitos científicos em saberes pedagógicos, com carência de conteúdos escolares específico de sua disciplina, ou seja, se o estudante faz licenciatura em física, cujo componente curricular é um conjunto de disciplinas focadas para o bacharelado em física, assim sendo, o  tempo para as disciplinas pedagógicas fica reduzido para cumprir uma matriz curricular para 4 anos e ou 3 anos.

Quando esse licenciado  chega à escola da rede estadual de ensino, o mesmo, não recebe nenhuma formação continuada para conhecer o sistema estadual de ensino, a política educacional, as orientações curriculares, como também, não sabe em que etapa ou modalidade de ensino vai trabalhar , vai para o enfrentamento da gigantesca estrutura escolar, da sala de aula, da comunidade escolar, da convivência conjunta com seus pares, e ainda , com a responsabilidade de lida com competência no seus  afazeres pedagógicos.

Entendo que a Avaliação Institucional é necessária, mas, há necessidade de mais orientação, assessoramento técnico  por parte do Ministério, para não deixar chegar ao ponto de ser suspenso o curso e causar riscos de investimento para o estudante, sem garantias, no caso das privadas, eles são refens da qualidade do ensino. 

Só para citar um exemplo, no Estado/MT temos instituições de ensino superior que colocam 100 (cem) alunos em uma sala de aula, isso é inviável, a aprendizagem fica a desejar, com certeza.

Sabemos que com esse elevado número de alunos na sala de aula, o professor tem dificuldade de ministrar sua aula, por outro lado ele fica apreensivo com a avaliação de desempenho, uma vez sendo insuficiente o seu trabalho, a perda do cargo com certeza vai acontecer.

Por outro lado, as instituições formadoras recebem alunos que chegam do Ensino Médio e trazem em sua bagagem de saberes, dificuldades em relação aos conhecimentos necessários para acompanhar esse novo nível de ensino, o superior, chegam com déficit de conteúdo e de aprendizagem, alguns, ou seja, muitos, não conseguem interpretar um texto, lêem com muita dificuldade.

Não podemos culpar apenas as instituições formadoras, as deficiências da escolarização estão em todas as etapas e níveis de ensino. Só tem um detalhe, essa ainda é a nossa mais pura realidade.

Com diz Dr. Gabriel Novis, ex-secretário de educação "a educação é uma tragédia", estamos constantemente procurando culpados, onde estão as deficiências, porém pouco estamos resolvendo os problemas educacionais, apesar dos hercúleos empenho dos gestores da educação.