Os planos de saúde surgiram da necessidade humana de controlar os riscos de doenças, acidentes e eventos naturais que estão expostos e que podem causar danos tanto reversíveis quanto irreversíveis ao corpo. 

Baseados no princípio do mutualismo, um grupo de pessoas colabora financeiramente para uma empresa de plano de saúde, também chamada de seguro saúde ou convênio médico, onde garantem o atendimento médico em caso de necessidade. É feito um pagamento mínimo, que não é capaz de cobrir despesas eventuais, mas em conjunto formam uma reserva suficiente para suprir as necessidades de quem está precisando. 

Como surgiram os planos de saúde

Não há uma data definida para a implantação dos planos de saúde no Brasil, mas é recorrente a indicação do ano de 1923, por ser a data da Lei Eloy Chaves. Ela indicava a necessidade de uma caixa de fundos para funcionários, financiado pelos empregadores, para garantir a aposentadoria e pensão, mas também serviços médicos e hospitalares quando houvesse necessidade, tanto para os empregados quanto seus dependentes diretos. 

Baseados nesse princípio, o Banco do Brasil, em 1994 criou o Cassi, considerado o primeiro plano de saúde do Brasil e que ainda está em operação. Em seguida começaram a surgir no ABC paulista outros planos de saúde comerciais e abertos ao público, como coletivos empresariais. Mas o surgimento e desenvolvimento dos outros planos foram decorrentes da própria evolução da previdência social brasileira, sendo hoje o setor privado um dos maiores sistemas de saúde do mundo. 

A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) é um órgão ligado ao Ministério da Saúde, criado em 28 de janeiro de 2000 para acompanhar os planos de saúde. Como é o elo entre as empresas e o Governo, suas regras e o consumidor, seu papel fundamental é o de fiscalização, orientando para suas atribuições e controlando o rigor de seu funcionamento. 

Dentre as ferramentas usadas para identificar erros e acertos, a ANS criou um Programa de Qualificação de Operadoras a fim de identificar a atuação das empresas no mercado, com os indicativos de reclamações, percentual de finalização assistencial e abertura de processos administrativos.

Pela Constituição de 1988, foi consolidado o SUS (Sistema Único de Saúde), onde está vinculada a saúde complementar, a qual legitimou a saúde como um bem público e de responsabilidade do governo federal, seja ela privada ou não. 

Tipos de planos de saúde

Existem alguns tipos de planos de saúde, os quais são criados para se adequar a necessidade e a realidade financeira de cada grupo de pessoas. De planos individuais, familiares e empresariais, há ainda os básicos, intermediários e executivos, que disponibilizam uma série de recursos cada vez mais aprimorados e incrementados pela concorrência. 

Os planos individuais são aqueles onde só o contratante é beneficiado. Os familiares englobam pessoas interligadas que formam um grupo que permite um melhor desconto nas mensalidades. Já os empresariais são específicos para empresas com CNPJ, onde há variações com número mínimo de associados, assim como os benefícios proporcionados. 

O plano de saúde básico tem abrangência regional, ou seja, atende apenas na cidade ou Estado do contratante, e suas acomodações em caso de internação são em quartos coletivos, também chamados de enfermarias. A cobertura engloba ainda tratamentos básicos, como exames laboratoriais e consultas médicas, internação de urgência e casos emergência.

O plano de saúde intermediário pode ter abrangência regional ou nacional, o que varia de acordo com a operadora e acomodação em quarto individual simples. Sua cobertura é bem maior, com cerca de 70% dos laboratórios e médicos credenciados, exames mais elaborados e atendimento de fisioterapia, quimioterapia e outros serviços que variam de acordo com a operadora. 

Já o plano de saúde executivo é o mais completo, com cobertura regional, nacional e internacional, em caso de internação o paciente tem direito a quarto individual executivo, acesso à toda a rede credenciada, inclusive a grandes laboratórios, especialidades médicas, clínicas e hospitais, resgate de ambulância e até helicóptero de acordo com a operadora entre outros benefícios. 

As empresas estão cada vez mais buscando a tecnologia, clinicas e hospitais de ponta e novas especialidades médicas para sair na frente da concorrência, que é intensa. Só no Brasil há 1061 operadoras de plano de saúde credenciadas na ANS e que detém mais de 45 milhões de associados. 

Dessa forma, na hora de escolher a melhor operadora, busque informações na ANS e quais os tipos de reclamações recorrentes que existem sobre ela. Além disso, avalie o custo x benefício que elas proporcionam, além da região e sua necessidade real sobre os serviços disponíveis, para evitar pagar mais caro por um plano de abrangência internacional, quando não há intenção de viajar para fora do país, por exemplo.