Como entender o modo de Pensar de Schopenhauer.

O mundo como vontade e representação, o que significa isso na prática para o filósofo Schopenhauer,  o mundo é  o que penso dele, a ideologia que faço do mundo, esse é o grande sentido da existência dele, o que significa a mesma coisa, o mundo ser a nossa  interpretação, o nosso modo de entender errado.

 Tudo que pensamos é a percepçao da imaginação.  O objeto do entendimento jamais pode ser a realidade do objeto.  O mundo é o que é,  porque o sujeito não  consegue chegar ao conhecimento, a verdadeira razão de ser das coisas, são ser percebidas parcialmente e representadas na mesma lógica da práxis.

  Então  o que é o certo ou errado, a nao ser a formulação de uma convenção,  o mundo é a  ilusão dessa convenção, com essa elaboração, Shopenhauer procurou destruir o idealismo da dialética de Hegel,  aplicado ao mundo da política e das Ciências em geral, tendo a Filosofia como fundamento.  

 o mundo é o nosso modo de perceber, essa é a tese básica, por um simples motivo, o mundo pode ser apenas percebido,  não entendido, isso porque o objeto não consegue manifestar na sua totalidade ao sujeito.  

Que o objeto  apresenta é quase sempre o que  entende o sujeito.  Com efeito, o erro não resulta apenas por uma questão metodológica, erros de paradigmas, mas também pela  sua própria  impossibilidade de manifestar corretamente.  O mundo não se consegue manifestar certo, por ser ele um objeto.

O objeto é uma ideologia do sujeito, como perceber o mundo, se não conseguimos entender o mesmo, com efeito, a percepção, é uma deturpação do mundo, podemos dizer do mesmo modo, a interpretação deturpa a realidade, de forma não real.

  Quando  imaginamos uma coisa, essa coisa imaginada não é ela mesma, se imaginamos Deus, o Deus percebido não é ele mesmo, mas apenas a percepção dele ou seja uma ideologia.

Por que o mundo é apenas dado como percepção ao seu significado representativo, isso significa que o mundo é puro fenômeno.

 O centro do mundo, ele nao tem centro, nada é possivel ser analisado a partir de outra referência,  isso é  na sua essência, a única essencialidade é não ter essência,  o mundo movimenta se por falta de objetividade.

  Entao cada centro é analisado nele mesmo, isso não significa nessa relatividade que não tenha  uma relação interdisciplinar entre as coisas, mas essa relação não vai além da percepção da deturpação. 

Isso significa que o mundo não está no mundo, muito menos pode ser a sua natureza   o que faz o mundo ser o seu aspecto exterior, aquilo que Kant denomina da coisa em si.

 O que é uma coisa como centro, tudo aquilo que não é apresentado ao sujeito, apesar do mundo  estar representado na razão de tudo no mundo, a inferência, é apenas um deslocamento, para criar  uma falsa  atitude da unificação das coisas que percebemos.

 Schopenhauer denomina como  vontade, o desejo indelével da percepção, entao o mundo como representação é a subjetidade da vontade formulada como  objeto  submetido a lógica   formal do conhecimento ou seja ao princípio da razão.

 Mas  a mesma no seu fundamento essencial é de certo modo uma antirazão, uma vez que não tem nela mesma a verdade, porque o objeto não se consegue manistar ao sujeito, então tudo passa ser apenas uma perspectiva relativa do entendimento.

Ele foi um gênio em pensar o mundo dessa forma, criou as bases epistemológicas para elaboração do novo Iluminismo, não ao anterior aquele que superou em parte uma visão de mundo teocêntrico.

 Mas  o que resultou dele, o homocentrismo, também uma doutrina falha, elaborado por certas ideologias ou sejam os modos falsos de entender o mundo.

O mundo caminha na perspectiva do subjetivo, em diferentes graus de análises, evoluindo por forças da natureza, numa visão de mundo parcialmente orgânico,  indo da vida primitiva até chegar ao grau mais perfeito da subjetidade, conhecida hoje pelo ser humano.

 O que deve ser entendido entre  o objeto e a vontade, existe uma lógica  mediativa, intermediária, a qual Schopenhauer identifica como ideia contemplativa, uma certa volta ao mundo platônico.  A representação da vontade fora do mundo real.

A ideia da  objetivação adequada da vontade,  que passa necessariamente pela subjetidade dela mesma. em cada  grau relativo da objetivação, como afirmação da lógica da análise, numa relação de complexidade, objetivando a subjetividade da vontade, representando a mesma pelo mecanismo da percepção.  

Mas  o que é  a  totalidade do mundo como representação,  se é possível ou não essa complexidade, uma vez que o objeto movimenta  pelo distanciamento do sujeito,  à aproximação é uma indução de certo modo falsa, porque ela  não consegue compreender a realização da ação do movimento.

  Por isso que no fundo o mundo é a intuição do indesejado, não mais na forma da consciência plena. Foi o maior  ataque que se pode dar a filosofia hegeliana, ao  jeito de Hegel  entender a epistemologia, ao seu fundamento da análise científica por meio da Filosofia.  Genialidade pura da sua grande obra. O mundo como vontade e representação.

Qual  é o ideal da vontade  que  manifesta-se  apenas  na  concomitância  das  reciprocidades de diferentes ideias, as quais disputam  formas da  matéria diminuida para o entendimento das suas possibilidades objetivas.

 Esse  é o caminho tortuoso da epistemologia, por não serem   possíveis as manifestaçoes absolutas do entendimennto, o conhecimento desejamos ou não,  ele aparece subjetivamente na forma do seu parcelamento.

Com efeito,  o mundo é apenas o nosso entendimento, o desejo desse entendimento representado pela nossa vontade imperfeita,  esse desejo é a ideologização do mundo, pelo mecanismo da assimilação das formas, que subjugam a esse mecanismo pela ação da dominação.

 O mundo é a dominação das ideologias subjetivas, apresentadas pela nossa representação como se fossem objetivas, o caminho de uma possível objetividade é a negação formulada da relação objeto sujeito, por intermédio da linguagem.

A representação  das  ideias,  entre  as  diversas formas de vida e forças da natureza, desenvolvem-se por  um movimento permanente, uma incessante luta, os objetos dessa proposição manifestam a natureza dos fundamentos.

As formas das ideias  imperfeitas,  desenvolvendo certo travamento a realidade, mas sempre adequando a vontade como representação do mundo.

  Essa vontade é a manifestação da imperfeição. O mundo é a realização dela, no seu modo anti dialético.  Negando o fundamento do movimento hegeliano.

Schopenhauer usa da etimologia  representação (Vorstellung)   que em alemão significa a ideia para  mostrar a imagem mental dos objetos vivenciados como exposição  externo  à mente. Aproximação da vontade com a forma do entendimento, permite a formulação da representação.

 

Então  o que seria o conhecimento, nada mais que o distanciar da realidade do objeto, levando ainda em consideração que muitos objetos têm neles mesmos uma uma imaginação meramente metafísica.

 

 Apenas  uma realidade criada da imaginação e voltada a mente, como realização da verdade, quando seus pressupostos são da própria ação da não realidade da mente.

 

 Quando essa epistemologia  volta a mente como verdade, desenvolve se uma falsa aproximação do sujeito ao objeto, isso porque não existe na prática o objeto, nesse caso,  como apresentação total da realidade ao sujeito,  do mesmo modo, a imaginação da realidade da ideia.

 

 A ideia da representação da vontade aqui nessa análise é duplamente falsa, devido as duas não existências do  objeto e  do sujeito,  nesse caso em específico, o desenvolvimento da análise é uma fraude.

 

O que poderá acontecer tanto  nas Ciências em geral e particularmente na metafísica, resta a Filosofia crítica não fundamentar essa ideologização da representação da imaginação, como desejo da vontade.   

 

 

Edjar  Dias de Vasconcelos.