Artigo de opinião 29/06/2010
A matemática pode ser considerada a rainha das ciências por solucionar problemas em várias áreas do conhecimento humano, desde as antiguíssimas pirâmides egípcias aos modernos aparelhos de ressonância magnética.
É comum, por exemplo, observar a construção de um portão de madeira quadrado ou retangular com uma trava diagonal, inspirado no Teorema de Pitágoras concomitantemente com a rigidez de uma figura plana tão conhecida e presente, em telhados, cúpulas de igrejas, estruturas metálicas, o triângulo.
Túneis que estão abaixo de rodovias movidas por um fluxo intenso de veículos, inspirados em seu formato "oval" que também oferecem maior resistência.
Se a matemática inspira a humanidade com as próprias formas naturais, então porque não a entender?
O grande desafio nesse novo milênio é como mediar o conhecimento matemático aos estudantes do ensino fundamental até a conclusão do ensino médio.
Não se pode desprezar a criatividade de um jovem estudante no aprendizado da tão temida e mistificada disciplina.
Assim, quando um jovem estudante ao invés de somar uma quantidade de parcelas iguais prontamente apresenta o produto de uma multiplicação, isso é motivo para desprezar o seu raciocínio?
Um dos grandes gargalos de um aprendizado sólido dos conhecimentos matemáticos pode estar na formação básica que envolve as operações elementares tais como adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.
O conceito de somar é oposto do resto, o da parcela é o oposto do quociente. Então, qual a dificuldade?
As avaliações externas aplicadas nas escolas públicas no Brasil vêm mostrando as maiores dificuldades dos estudantes com a incapacidade de interpretar corretamente o enunciado de uma questão matemática nessa modalidade de ensino.
A leitura de uma situação cotidiana corriqueira muitas vezes leva o estudante a ter uma dúvida cruel de interpretação. Devo somar ou subtrair?Multiplicar ou dividir?
Quando um conteúdo da matemática é proposto com uma boa conceituação à construção do conhecimento é facilitada para um bom entendimento de sua aplicação. Talvez uma leitura compassada de cada oração ou texto de um problema matemático proposto pelo mediador do conhecimento facilite o processo, grifando as palavras chaves fazendo com que o aluno perceba alguns dados importantes na resolução da situação e o questionamento que está atrelado a essa. O ato de saber fazer mecanicamente um algoritmo matemático não garante uma aplicação eficaz na resolução de um problema.
Onde está à garantia que um estudante que saiba resolver mais de cinqüenta equações de 2° grau numa lista de exercício bimestral e saiba calcular as dimensões de um retângulo de dimensões (x+3)m por (x+2)m com área de 28 m2?
O hábito da leitura deve ser desenvolvido a partir do momento em que uma criança passa a ser alfabetizada facilitando em todo seu percurso escolar uma busca constante para o entendimento das situações que requer uma aplicação simples ampliando a mais complexas.
Um grande dilema na compreensão textual matemático está claramente exposto pelo não hábito de ler, o querer fazer mecanicamente sem ter o prazer de ler desde uma única vez a quatro vezes ou mais, sendo necessária a real compreensão.
A idéia de juntar é paradoxal a idéia de completar! Então, onde está a dificuldade?