Como Ensinar a Pratica da Leitura

O grande desafio lançado aos professores, de estimular e desenvolver o habito da leitura em seus alunos, sempre envolveu um conjunto de obstáculos que vai além do simples ato de apresentar aos alunos uma lista de livros a serem lidos. Por muitos anos, os projetos de leitura tiveram como atividade principal a elaboração de listagens de livros, cuja leitura era obrigatória pelos alunos durante o ano letivo. Assim em muitas escolas permaneceu até hoje, esquecendo-se de acompanhar as próprias evoluções da língua. Esta é encarada pelos alunos como obrigação. A dimensão de entretenimento atribuída à leitura é pouco trabalhada e não percebida como tal, principalmente pelos jovens em período escolar. A formação de leitores autônomos dotados de capacidade de enfrentar os obstáculos propostos pelos diferentes tipos de texto de forma inteligente é tarefa da escola. Os alunos deverão ser capazes de realizar leituras de assuntos diversos, características textuais diferentes, níveis de complexidade textual variada, ora simples ora complexa, múltiplas temáticas, objetivos e, ate mesmo, textos mal escritos.

Solé afirma que:

“Formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender a partir de textos. Para isso, quem lê deve ser capaz de interrogar-se sobre sua própria compreensão, estabelecer relações entre o que lê e o que faz parte do acervo pessoal, questionar seu conhecimento e modifica-lo, estabelecer generalização que permitam transferir o que foi aprendido para outros contextos diferentes [...].”

Para isso os PCNs recomendam que a escola deva dispor de uma biblioteca e que esteja a disposição dos alunos, com textos de gêneros variados, materiais de consulta nas diversas áreas do conhecimento. As salas de aula devem ter acervos de livros e de outros materiais de leitura, materiais diversificados que proporcionem uma melhor leitura por parte dos alunos. Livros que por suas características e usos, favoreçam a reflexão crítica e o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas.

O professor deve planejar atividades regulares de leitura, assegurando que tenha a mesma importância dada às demais. O professor deve permitir que também os alunos escolham suas leituras. É preciso trabalhar o componente livre de leitura. A seleção de textos a serem trabalhados em sala de aula como noticias editoriais, cartas argumentativas, artigos científicos, contos, romances entre outros, que são alguns exemplos significativos, por representarem melhor a realidade social e o cotidiano escolar. A escola deve organizar - se em torno de uma politica de formação de leitores, envolvendo toda a comunidade escolar, é fundamental um projeto coerente de todo o trabalho escolar em torno da leitura. Todo professor, não apenas o de Língua Portuguesa, é também professor de leitura.

Sabemos que infelizmente, em muitas realidades escolares, estamos bastante distante do ideal, de uma condição favorável para o desenvolvimento de projetos que promovam a leitura como pratica efetiva de exercício da cidadania. Portanto cabe a equipe pedagógica e corpo docente estabelecer um dialogo permanente com toda a comunidade escolar, pais e alunos, com o intuito de estimular uma postura coletiva a fim de buscar colaboradores para realização dos projetos de leitura.

 REFERENCIAS:

SOLÈ, Isabel. Estratégias de leituras. Porto Alegre: 1998

 

Eleonora Osana Moreira da Rosa, Professora, Graduada em Letras com Pós em Psicopedagogia.