Como é possível mudar o hábito de preocupar-se por uma maneira positiva de conduzir os problemas

Preocupações podem ser comparadas a um vício do pensamento. Geralmente nossos pensamentos são inicialmente negativos, nossas preocupações vêem em primeiro lugar, senão vejamos: "... e se não der certo?", "... e se acontecer algo ruim?..." e assim por diante pensamos de forma negativa.

A demora da filha em chegar da festa pode significar um grave acidente de automóvel, ou um assalto. Um cheque devolvido é motivo suficiente pra lhe tirar o sono? O acúmulo de algumas dívidas é o princípio do fim? O passeio transforma-se em um pesadelo causado por pensamentos como: "... será que tranquei bem a porta?"

Se você se identifica em algo com os exemplos acima, que tal rever suas atitudes e pensamentos?

Embora o texto possa servir de orientação àqueles que, de algum modo, se observam em algumas das situações expostas, o presente artigo não tem intenção de análise, terapia ou coisa que o valha, tampouco discorrer sobre transtornos psicológicos.

Em meu trabalho de consultoria organizacional comportamental, especificamente no que se refere á Qualidade de Vida tenho observado em inúmeras empresas de vários seguimentos, colaboradores, gestores bem como cidadãos e donas-de-casa mergulhados em mares de preocupações as quais nem sempre são insolúveis, entretanto, absorvem tempo e energias desnecessárias.

Os temores, a insegurança, o pessimismo, o costume errôneo desvia nosso processo ao pensamento sadio, o que ocasiona falta de solução prática para os problemas. Muitas pessoas cuja existência transcorre em uma espécie de "preocupação permanente" lhes parecem natural e inevitável preocupar-se. Dificilmente acreditam que poderiam substituir aflições por idéias muito mais estimulantes, com as quais, certamente seriam mais felizes.

Uma preocupação sempre tem início com uma situação diante da qual não nos sentimos confortáveis. Somada com a interferência dos temores, a preocupação desvia nossa concentração impedindo assim de continuarmos a seqüência normal do pensamento reflexivo que nada mais é do que: identificar o problema, idealizar diferentes possibilidades de soluções, escolher a melhor solução, agir. Uma das características do "pensamento do preocupado" é imaginar, quase sempre, todo o mal e levar ao extremo os perigos e as situações negativas que possam ocorrer.

É comum que o hábito de nos preocuparmos tenha sido aprendido, praticado e até fortalecido ao longo do tempo. Portanto, não pode ser simplesmente ser modificado pela simples força de vontade.

É necessário formar novos hábitos que o substituam. Costumo aplicar a seguinte teoria: mude o foco temporariamente e encontrarás a solução! Acredito não estar dizendo nada de novo, entretanto, a maioria das pessoas não utilizam esse método, debruçam-se sobre o problema e ficam horas, dias, buscando resolvê-lo. Dessa maneira as idéias, os pensamentos tornam-se recorrentes, ou seja, formam uma espécie de "círculo vicioso", pensamos o que já havíamos pensado.

O antídoto para combater a preocupação não é a despreocupação. Normalmente temos em conta que, ser despreocupado significa ser "irresponsável" o que é um enorme equívoco.

Para chegarmos ao caminho do pensamento construtivo é necessário saber identificar quando se está "perdido", em que momento se desviou e seguiu um rumo equivocado. É preciso ficar atento ao que ocorre em sua mente quando "surge um problema". Se perceber que há um desvio para pensamentos que levam á possíveis preocupações, não permita que esse pensamento siga esse curso, busque identificar possibilidades positivas. Obviamente estou falando de acontecimentos do nosso dia-a-dia, corriqueiro.

A melhor e mais fácil maneira de procurar uma solução é ser o mais claro possível, explore todas as possibilidades. Se analisarmos mais detalhadamente nossas preocupações triviais perceberemos que as respostas serão sempre as mais simples.

Classifique seus problemas, nem todos os problemas merecem ser tratados com o mesmo peso e valor, portanto é necessário que sua importância real seja determinada.

Chamo de "preocupação trivial simples" aquele cuja causa, uma vez transformada em realidade não altera substancialmente sua vida, mesmo que lhe cause incômodo, insatisfação. Um bom exemplo é o seguinte: imagine que você receberá convidados para um jantar em sua casa. Antecipadamente se preocupa com suposições como:...e se a comida não estiver boa?...E se não for do agrado de meus convidados? Se isso ocorrer quais seriam as piores conseqüências? Os convidados não apreciarem a comida!

Solução prática: recorra a um restaurante para solicitar o envio da refeição.

Ao analisarmos com mais frieza as preocupações triviais perceberemos que estamos diante de um tipo de temos que poderá ser denominado mais precisamente de "inquietação inútil".

Quanto mais significativa for sua preocupação mais importante é o fato de realizar algo efetivo. Se encararmos tudo de outro modo e lembrarmos que sempre há algo possível de mudança em nossas atitudes, em nosso enfoque, tudo será diferente, mas ao invés disso, muitos de nós escolhemos o caminho da espera "para ver o que acontece" ou ainda "deixamos assim para ver como é que fica". Enquanto isso sofremos.

Agir é a única alternativa que realmente leva á solução.

Hamilton Chelegon

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