UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS









DERIK ARAUJO DA SILVA










COMO DESENVOLVER ESPÍRITO EMPREENDEDOR EM ALUNOS DE CONTABILIDADE DA UNDB
























São Luís
2010
DERIK ARAUJO DA SILVA




















COMO DESENVOLVER ESPÍRITO EMPREENDEDOR EM ALUNOS DE CONTABILIDADE DA UNDB




Paper apresentado à disciplina de empreendedorismo do curso de Ciências Contábeis da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco para obtenção de nota.

Profº. Orientador: Ernesto Friederichs Mandelli.
















São Luís
2010
Resumo

Discute-se a importância de se desenvolver um espírito empreendedor em estudantes de contabilidade, em especial aos da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco. Nesse sentido será abordado, logo de início, o conceito de Empreendedorismo, sem qual não se pode ter o entendimento profundo do que se pretende nesse trabalho: "Como Desenvolver Espírito Empreendedor em Alunos de Ciências Contábeis da UNDB". Partindo então desse pressuposto é que se fará toda uma análise da contabilidade e do empreendedorismo como dois ramos do conhecimento que podem perfeitamente andar juntas na pessoa de seus acadêmicos. Será também discutido o perfil dos estudantes de contabilidade, bem como os pontos positivos e as dificuldades de se tornar um empreendedor de sucesso após a formação acadêmica.


Palavras chave: Importância; espírito empreendedor; contabilidade; UNDB.


























COMO DESENVOLVER ESPÍRITO EMPREENDEDOR EM ALUNOS DE CONTABILIDADE DA UNDB


Derik Araújo da Silva


1. INTRODUÇÃO

Cada dia que passa senti-se a necessidade que pessoas se disponibilizem a ser um empreendedor em sua área de atuação. No Brasil, por exemplo, o percentual de pessoas que terminam uma graduação e logo após se matriculam em uma escola de cursinho para concurso é cada vez maior. Por que isso acontece? Como desenvolver um espírito empreendedor nessas pessoas? Isso é um desafio muito grande, considerando que no Brasil tem-se uma das maiores carga tributário do mundo, isso sem falar nas altas taxas de juros vigentes no País.
Mas o empreendedor nunca desiste de seu objetivo, essa é uma de suas característica. Tem-se a ilusão que todo empreendedor nasceu empreendedor, mas esse espírito pode ser desenvolvido. Varias pessoas têm boas idéias, mas não colocam estas em prática, talvez se tivesse um auxilio de um profissional, essas idéias se transformassem em um grande empreendimento. Às vezes o que falta não é uma idéia ou coragem, falta simplesmente preparação técnicas, e isso pode perfeitamente ser adquirido com estudo.

2. Noções de empreendedorismo.


Todo empreendedor antes mesmo de pensar propriamente no que, por que e para quê realizar determinada tarefa muitas vezes difícil e trabalhosa em função da viabilidade da criação de seu próprio negócio, precisa somar conhecimentos e experiências para elaborar um documento ainda de pouca utilização entre as pequenas e microempresas [1], o plano de negócio. Avaliado como um material de extrema relevância para o sucesso de quem almeja a notoriedade do seu negócio. Conforme afirma, Chiavenato (2006, p. 127):


Para ser bem-sucedido, o empreendedor precisa planejar o seu negócio. Improvisar jamais. Saltar no escuro não é exatamente uma boa pedida. Planejar significa estudar antecipadamente a ação que será realizada ou colocada em prática e quais os objetivos que se pretende alcançar.


Tudo bem, mais afinal de contas o que é ser um empreendedor? Melhor, o que é empreendedorismo? Segundo Dolabela (2006) "empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde sempre, desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem com os outros e com a natureza". É necessário que haja pessoas empreendedoras para o surgimento de qualquer ramo de iniciativa empresarial, pois para que haja relação humana é necessário haver motivação de pessoas empreendedoras e para isso se faz justificável o desenvolvimento de um espírito empreendedor em individuo com potencial para tal. Nesse sentido pode-se dizer que o primeiro passo para se identificar o empreendedorismo é observar a disposição que pessoas têm párea o novo ou para inovar algo que já existe.
O potencial para o inovador está latente em algumas pessoas. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ? SEBRAE (2009) o empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldade e insucesso, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, mesma existindo muitas dificuldades.
Considerando as características acima citadas é que podemos afirmar que empreendedorismo é o ato de aproveitar oportunidades, fazer algo novo, planejar, arriscar, se empenhar, nunca desistir do objetivo, acreditar na idéia e transformar em realidade, e essa atitude pode ser aplicado em calque área da vida do ser humano, seja em um novo negócio, seja um novo processo ou um novo produto, uma nova forma de trabalhar, tanto faz.

3. Contabilidade e empreendedorismo o maranhão.

A contabilidade vem evoluindo adjunto à globalização e as constantes inovações tecnológicas. Hoje é uma peça fundamental em qualquer negócio, é uma habilidade técnica que é bastante requisitada, e ser um empreendedor contabilista é usar a contabilidade de maneira inovadora tendo perspectiva de um enfoque gerencial.
Desde os primórdios da humanidade já existia a necessidade da contabilidade à medida que o homem aumentava sua produção, surgia também à necessidade de registrar e controlar os seus bens mesmo que de uma forma rudimentar, antes mesmo da escrita. Onde ela se divide em quatro períodos:
Contabilidade do mundo antigo (1202). Já tinha o patrimônio como objeto de estudo mesmo que empiricamente representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. O período da mais simples memória rudimentar da riqueza.
Contabilidade medieval (1202 até 1494). É lançado o ?Tratactus de Computis ET Script uris? (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo publicado em 1494. Preocupava-se com a causa e o efeito dos fenômenos da riqueza.
Contabilidade científica (1494 até 1840). Aparecimento da obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa. Formação do período da literatura contábil. Surge a teoria contábil do débito e do crédito e o processo teórico de classificação de fatos patrimoniais em contas do proprietário.
Por fim a contabilidade do mundo Atual. Foi o inicio da fase científica da Contabilidade. Fábio Bésta demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem definiu patrimônio como objeto da Contabilidade, e chamou atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro, é um instrumento básico de gestão.
O sucesso de qualquer profissional contábil depende das qualidades e das qualificações que ele coloca no mercado. O contador do século XXI tem que estar pronto para se adaptar às mudanças repentinas, modificações de normas, leis, e até mesmo a crises econômicas.
Já é percebido o aumento da competitividade e as alterações na legislação brasileira, porém, questiona-se até que ponto os contabilistas buscam adequar-se à nova realidade do mundo contemporâneo. Sabe-se que os pressupostos e finalidades da ciência contábil não estão claros para o empresariado e até mesmo para os contabilistas. Os motivos que apontam para esse conceito são a má formação, pouca procura de capacitação e despropósitos na atuação profissional.
O contador maranhense vem se deparando com essas mudanças, pois o mercado empresarial vem se expandindo no estado com perspectivas de crescimento para os próximos anos e junto com esse crescimento um desafio para a classe contábil. O de ser um contador empreendedor, o de estar preparado para qualquer situação.
O contador empreendedor é aquele que buscar soluções e toma iniciativa, é pró-ativo. Devem ser capaz de usar sua experiência, e um conjunto de métodos, conceitos, instrumentos e práticas para obter o sucesso que se espera. Algumas pessoas já nascem com o dom do empreendedorismo, com um talento nato, já outros aprendem com as experiências.
Reforçando MORAIS (2000), nos diz que, alguns nascem empreendedores, outros têm que se esforçar, mas nem todos os que se esforçam conseguem chegar lá.
Atualmente o mercado de trabalho para o contabilista é amplo, e a contabilidade é fonte de informação indispensável para que o empreendimento cresça seguro, para fornecer informações sobre custos, capital de giro e dos encargos e tributos. O reconhecimento do mercado implica também no contato pessoal e a confiança, acrescidos de uma visão estratégica do negócio.
Quase metades das empresas fecham suas portas em até dois anos, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). A principal razão é a falta de habilidades gerenciais, capacidade empreendedora e logística operacional.
Na cidade de São Luís há, de fato, um predomínio de micro-empresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), a saber: 74,41% do total enquadram-se nestas duas categorias. Isso, por si só, dá ao contabilista grandes oportunidades de atuação profissional, no entanto, os serviços atualmente buscados por estas empresas têm contribuído, em grande medida, para a preservação do perfil retrógrado do profissional contábil.

4. Perfil do acadêmico de contabilidade.

Atualmente, na cidade de São Luís, para ser um bom profissional contábil basta entender de impostos, de folha de pagamento e lançamentos. Entretanto, em um futuro bem próximo, o contabilista ludovicense deverá conhecer a empresa como um todo. Deverá entender a essência das transações. Necessitará ter um conhecimento holístico, enfim terá que viver o dia a dia das empresas. Isso significa que não poderá possuir uma carteira de dezenas de clientes, cobrando pouco de cada um, para obter um ganho razoável. Ele doravante terá que atender a todas as demandas gerenciais, o que exigirá tempo. Deverá, então, possuir poucos e cobrar o que é justo.
Com isso, a profissão se tornará mais nobre, porém impende que o profissional tenha consciência da dimensão de sua tarefa. Em outros termos, aquele que ainda se vê no comodismo da contabilidade estritamente fiscal, terá que se adaptar aos novos padrões exigidos.
Em decorrência das alterações constatadas no ambiente empresarial, tais como, aumento da competitividade e da globalização, as competências exigidas pelas empresas ao profissional contábil têm se intensificado de forma decisiva. Assim, surge um questionamento: o contabilista tem se adequado aos moldes pleiteados pelas empresas?
Não é nada difícil visualizar a relação da contabilidade para com os empresários, uma vez que esta se responsabiliza pelo estudo do patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações. A ciência contábil, um instrumento para as tomadas de decisões, funciona como uma espécie de "mão-na-roda" para as atividades do empresário, já que estas se distanciam da intuitividade.
Porém, evidencia-se na cidade de São Luís um verdadeiro despropósito. O contabilista, em verdade, tem sido visto como um mal-necessário, embora sejam latentes suas contribuições.
Conforme elucida PITELA (p. 1, 2000):

Ora, se cabe ao empresário ou administrador a responsabilidade pela condução dos negócios, é necessário que ele se utilize de instrumentos que lhe permitam comunicar-se com todos os setores, dentro ou fora da empresa. Esses instrumentos são traduzidos por números extraídos dos relatórios contábeis. Além disso, ele precisa da informação contábil porque ela lhe proporciona uma visão global da situação econômico-financeira da empresa, servindo-lhe de base para a formulação de projetos e planos de realização futura.

Portanto, cabe a toda classe contábil disseminar a necessidade e importância da contabilidade para as empresas como ferramenta de gestão, dados os subsídios fornecidos pela ciência no relevante processo de gestão dos negócios.
Observando a linha do tempo, percebem-se as variações sofridas no ambiente empresarial ao longo das décadas. Juntamente, o contador, como partícipe das empresas, passou por transformações. Inicialmente suas funções restringiam-se às atividades operacionais, tais como: apuração de impostos, elaboração de folha de pagamentos, etc.
No cenário atual, por outro lado, é requerida deste profissional uma atuação mais presente nas tomadas de decisões. Dito de outra forma, percebe-se cada vez mais, a presença da contabilidade gerencial como fator preponderante para os contadores.
Segundo DORNELAS (2005), nos ensina que:

O momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distancias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade.

Assim sendo, no cenário empresarial atual acentuadamente competitivo, a simplória contabilidade de cunho fiscal não mais orbita como prioritária. Pelo contrário, o profissional que não se inserir na contabilidade dos negócios, que não adotar um espírito empreendedor, certamente não passará pelo crivo das grandes empresas. Isto porque as tomadas de decisões, mais que apuração de tributos, figura como peças-chaves no sucesso destas corporações. O que significa dizer que o contador atuando como subsidiador destas tomadas de decisões poderá fornecer ao gestor plenas condições para boas escolhas, sem intuitividade, ou seja, fornecerá aquilo que a empresa mais busca: resultados positivos.
Nesse sentido, é possível ver algumas expectativas pleiteadas pelos administradores de empresas, tais como: informações contábeis claras e confiáveis. Primeiramente claras, pois necessitam de objetividade elucidativa, sem excessivas divagações técnicas. Seguidamente confiáveis, uma vez que decisões tomadas a partir de fontes suspeitas produzem resultados desastrosos. Assim, o profissional deve, necessariamente, conhecer técnicas de contabilidade gerencial, a fim de que atenda estas novas demandas.
Embora se enfatize tais características, cabe salientar, entretanto, que diversos contadores resistem às mudanças impostas pelo novo cenário do século XXI. Muitos destes vinculados as formações acadêmicas que tiveram.
As empresas atualmente exigem alto nível de competência profissional dos contadores. Essa competência deve ser formada pela intersecção dos conjuntos conhecimentos, habilidade e atitudes.
O futuro será de quem souber criar estrategicamente, ou seja, daqueles que souberem utilizar-se das informações para agregar maior valor ao patrimônio constituído. Logo o ponto central para o sucesso nesse novo século deve ser o conhecimento e não a informação. O conhecimento deve ter primazia sobre a informação.
Com a globalização, surge ainda, um novo perfil de profissional, o qual devera ser mais flexível, estudioso e preparado para conhecer as minúcias de sua profissão, não mais apenas em nível nacional, mas também internacional. Surgindo assim a necessidade de um profissional capaz de se adaptar aos diversos aspectos exigidos pelas empresas.
ARRUDA (2007, p.17), nos diz que:

O profissional ideal é aquele que potencializa a comunicação, a interpretação de dados, a flexibilização, a integração funcional e a geração, absorção e troca de conhecimento. Deve ser capaz de operacionalizar seu conhecimento profissional de modo integrado as suas aptidões e vivencias socioculturais, agindo pro - ativamente como agente do processo de inovação.

Alem dessa gama de competência, também é exigido ao profissional a capacidade de desenvolver varias tarefas polivalentemente tornando-se um trabalhador multifuncional, com responsabilidades sobre o trabalho, atuando em equipes de acordo com as estratégias organizacional na qual esta inserido, inovação e criatividade.
Nesse contexto o contabilista precisa compreender muito bem que ele não lida somente com números, e sim com pessoas. É importante que tenha uma visão contábil ampla, enxergando se muito alem dos números apresentados em balanços, já que os clientes esperam que o profissional contábil seja capaz de orientá-los sobre o melhor procedimento

5. Desenvolvendo espírito empreendedor em alunos de contabilidade da UNDB.

Vive-se hoje em uma era em que os profissionais devem ter algo mais a oferecer do que o conhecimento, a experiência e a atitude, o profissional do terceiro milênio, além de ser generalista, multicultural e multifuncional, precisa de algo que o eleve, que o diferencie. Algo que existe em potencial no interior de cada um: o espírito empreendedor.
Numa visão mais simples, pode-se entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que tem autonomia, que vê o que ninguém vê que tem autoconfiança, otimismo, necessidade de realização, sabe fixar metas, é aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para ação.
Para DOLABELA (1999, p. 31)

Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos.

Em uma época em que ser empreendedor é quase um imperativo, é muito importante lembrar que por trás das novas idéias que vêm revolucionando a sociedade, existe muito mais do que visão de futuro e talento individual. Análise, planejamento estratégico-operacional e capacidade de implementação são elementos essenciais no sucesso de empreendimentos inovadores.
Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.
Um empreendedor de sucesso tem varias qualidades especiais, tem características definidas que determinam esse perfil empreendedor, evidenciaremos a seguir algumas com base nos pensamento de CHIAVENATO, 2006 p.16 como:
Capacidade para enxergar rapidamente uma boa oportunidade de investimento. - O contador deve ficar sempre atento e percebe as oportunidades que o mercado oferece, reunindo condições necessárias para fazer um bom negócio e calcular detalhadamente as chances do empreendimento ser bem-sucedido.
Pode-se evidenciar o crescimento empresarial de São Luis, que se expande a cada dia possibilitando novos desafios e oportunidades. O mercado torna-se acentuadamente competitivo e as empresas, paulatinamente, assemelham-se umas às outras. Com efeito, a concorrência acirrada demonstra que a existência de qualidade figura como essencial para a sobrevivência dos negócios. As ME estão inseridas nesse contexto, sendo necessária a implementação de modelos gerenciais e ferramentas de gestão empresarial
Por meio da contabilidade é possível prevenir riscos, identificar oportunidades, resolver problemas, atingir metas. Dito de outra forma, o gestor que traz a sua empresa o eficaz instrumento da ciência contábil tem em suas mãos um poderoso mecanismo gerencial que lhe subsidia nas tomadas de decisões. Portanto, a contabilidade consubstancia-se em um processo agregador de valores que tão-somente beneficia as empresas.
Aceitar correr riscos. ? Esta é uma das principais qualidades do verdadeiro empreendedor, é atitude de coragem, de superar o medo, de trilhar caminhos incertos, enfrentar desafios e buscar os melhores caminhos, é ter autoconfiança e determinação. Para os contadores maranhenses há vários desafios lançados e pouco conhecidos conforme PEREZ (2007) ensina, como por exemplo:
A contabilidade ambiental - É um ramo de conhecimento recente que busca inserir a contabilidade dentro do âmbito da gestão de empresas preocupada com a questão ambiental.
Para FERREIRA (2003), a contabilidade ambiental é definida como um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, ações de uma entidade que modifiquem seu patrimônio. A autora ainda destaca que a contabilidade ambiental não representa uma nova modalidade de contabilidade, mas um destaque dado às informações contidas nos registros contábeis devidamente evidenciados.
Como a contabilidade é responsável pelo registro de todos os fatos econômicos que interferem sobre o patrimônio das empresas, a contabilidade ambiental surge como uma ferramenta gerencial relevante e imprescindível para a mensuração dos ônus decorrentes de impactos no meio ambiente decorrentes das atividades econômicas, bem como para a avaliação de alternativas operacionais e tecnológicas voltadas para o desenvolvimento sustentável.
Outro elemento é a Nota Fiscal eletrônica - Tendo como objetivo a implantação de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico que venha substituir a sistemática atual de emissão do documento fiscal em papel, com validade jurídica garantida pela assinatura digital do remetente, simplificando as obrigações acessórias dos contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo Fisco.
Existe também a Certidão Digital - Que é um arquivo eletrônico que identifica quem é o seu titular, pessoa física ou jurídica, ou seja, é um Documento Eletrônico de Identidade. A Certificação Digital, utilizada nas transações eletrônicas garante: Privacidade nas transações, Integridade das mensagens, Autenticidade, Assinatura Digital e Não-repúdio não poderá ser negada pela parte que a utilizou.
Por fim a Normatização Internacional - Nos últimos anos, a Comissão de Valores Monetários (CMV) junto com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e outras instituições pressionaram os legisladores por mudanças na contabilidade brasileira de forma que pudesse se harmonizar aos padrões internacionais. Tais padrões modificam todo o aparato contábil brasileiro, uma vez que este deixará de se voltar exclusivamente para o fisco e credores e se direcionará aos investidores.
Percebe-se que estes são assuntos e ferramentas ainda muito restritos e que pouco se ouve falar na área da contabilidade, mas que depois de adotados vão trazer muitos benefícios para a classe, simplificando e facilitando o trabalho dos contadores maranhenses.
Recolher informações. ? Informação é poder. Não é possível tomar nenhuma decisão relevante com base no achismo. Portanto o contador deve se esforça continuadamente para aumentar seus conhecimentos sob todas as formas possíveis, devem ter profundo conhecimento daquilo que quer e daquilo que faz. Deve buscar sempre novas informações e aprender tudo o que for relacionado com o seu negócio (clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes, colaboradores, etc.).
Nesse aspecto, CONSENZA (p. 61, 2001) enfatiza que:

Aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado e só conhecem, exclusivamente, a contabilidade, em termos de "partidas dobradas", debitando e creditando sem agregar nenhum valor à empresa, estarão com seus dias contados.

Portanto, embora o profissional contábil da cidade de São Luís atue maciçamente na esfera das micro e pequenas empresas, nada lhe exime da busca por uma contabilidade que agregue valor aos seus clientes, uma vez que a tendência contemporânea aponta para isso. Em outras palavras, aquele profissional que se encontra na zona de conforto da contabilidade meramente fiscal, terá que se adequar aos novos moldes exigidos tanto pelo competitivo mercado, quanto pela nova legislação, sob pena de ficar à margem dos padrões pleiteados por parte das empresas.
Liderança. ? É ser capaz de motivar e influenciar pessoas, ser alguém em que todos confiam, é saber delegar tarefas, e definir objetivos conduzindo as pessoas em direção as suas idéias ou soluções de problemas. Hoje o contador não é mais um mero preenchedor de notas, de DARF, ele vem ganhando espaço sendo visto como contador gestor.
Pois a necessidade das organizações prestarem satisfação de seus atos é cada vez mais uma exigência da sociedade. Como consequência, o contador precisa assumir uma atitude pró-ativa nessa transformação. Precisa, enfim, atuar como um líder, adotar postura empreendedora. Sendo assim, nunca antes se apresentou para a contabilidade oportunidades tão marcantes de valorização, seja nas empresas, nos órgãos públicos, nas firmas de auditoria e de serviços contábeis, derivadas da convergência às normas internacionais, governança corporativa e gestão de riscos.

Estabelecimento de metas. ? O empreendedor tem necessidade de realização e para concretizar essa realização deve-se estabelecer o que se deseja, não adianta sonhar se você não consegue estabelecer, quantificar e verificar o resultado dos seus sonhos. Deve-se saber fixar as metas, lutar contra os padrões impostos, e ter capacidade de ocupar um espaço não ocupado ainda por outros no mercado, Quem não tem metas e objetivos não sabe aonde quer chegar, está à deriva.
CUNHA E FERLA (2007), postulam que esse profissional define suas próprias metas, chegando por vezes a obstinação em persegui-las, e que essa característica pode ser aprendida ao longo das experiências, ou seja o empreendedor é formado dentro do mercado de trabalho.
A característica mais marcante das pessoas que realmente conseguem resultados efetivos é o estabelecimento de metas. Estas pessoas têm claro onde querem chegar. Seus objetivos de curto prazo são mensuráveis e os de longo prazo são claros e específicos.
Sabe-se que, para o contador ou qualquer outro profissional alcançar o sucesso, a realização pessoal e profissional é preciso ter um planejamento de metas, registrado de forma clara, com datas, prazos, ações e especificações detalhadas para tudo o que se deseja alcançar. O sucesso é decorrência de um planejamento, um documento escrito, detalhado, palpável e possível de ser visualizado, idealizado e vislumbrado.
Busca obter feedback. ? É a forma de o contador obter respostas sobre o seu comportamento e utilizar tais informações para o seu aprimoramento, é um habito essencial para poder aprender com os erros e lidar com o inesperado.
O feedback recebido indicará se o que você esta fazendo é eficaz, é parte fundamental do processo que orienta as pessoas a apresentarem comportamento e desempenho apropriados a uma determinada situação, fazendo com que saibam como estão sendo vistas no mercado ou no ambiente de trabalho.
A falta do feedback pode deixar o profissional sem saber qual direção seguir. Pode-se considerá-lo como sendo uma bússola, que dá a direção que deve-se tomar, para atingir o objetivo e satisfação do cliente. A forma pela qual o feedback é dado e recebido contribui para o processo de aprendizagem.
Visionário. ? É ter varias alternativas para vencer, é criar novos caminhos, novos horizontes, cultivar a imaginação e enxerga aquilo que os outros não conseguem visualizar. O contador tem que ser capaz de aliar a visão à competência, prevê tendência e antecipar as mudanças, principalmente as crises financeiras que afetam os negócios.
Nos dias atuais, com excessiva competição, torna-se de fundamental importância conhecer e compreender as necessidades dos clientes e ser, além de um empreendedor, um líder visionário, líder este, focado no futuro, possuidor de uma visão micro e macro do negócio e do mercado, capaz de discernir e prever se antevendo ao futuro.
Um profissional visionário é altamente comprometido, tem visão estratégica intensa, o que constitui uma vantagem competitiva e contribui para que esse profissional seja diferenciado e decole no mercado por um período mais longo de tempo.
Diante de tantas características elencadas podemos perceber que não basta para um contador ter apenas boas idéias, força de vontade e determinação, é preciso muito mais, é preciso uma visão mais holística do mercado, saber buscar soluções, possibilidades, inovações, confiança, responsabilidades agregando mais valor aos seus produtos e serviços.
Ser um empreendedor contabilista é ter habilidades técnicas, pessoais e gerenciais, para levar o seu próprio negócio ao sucesso desejado.
Se o contador maranhense adotar essas características, tiver as aptidões mais comuns encontradas nos empreendedores, mais chances terão de ser bem sucedido. Pensar de forma criativa, não pensar igual aos demais, é um diferencial para se chegar ao sucesso.
Portanto a contabilidade e o empreendedorismo não podem ser tratados como temas distintos, pois um complementa o outro e ambos, tanto os contadores quanto os empreendedores são "tomadores" de decisões.
Um contador formado sem características de um empreendedor, provavelmente não será um profissional de sucesso, da mesma forma, um empreendedor que monta o próprio negocio e que não usa dos conceitos básicos de contabilidade, provavelmente não obterá sucesso em seu empreendimento.
O ideal é unir as características de um bom profissional da contabilidade juntamente com as de um bom empreendedor, formando assim uma mistura que formará um profissional de sucesso.

Conclusão

Como rápidas mudanças estão ocorrendo em vários setores, econômicos, políticos, financeiros e culturais, o trabalho dos profissionais estão sendo diferenciados. Nesse contexto de crescente globalização e competitividade, os contadores maranhenses precisam buscar meios concretos e objetivos para se adaptar a essas transformações, onde os contadores necessitam de uma formação técnica e científica para desenvolver atividades específicas da prática contábil, com capacidade de externar valores de responsabilidade social, justiça e ética, precisam ter competência para compreender ações, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações.
Num mundo globalizado é crescente a necessidade de competência, atitudes espírito empreendedor e profissionalismo, somente um profissional capacitado e qualificado pode oferecer um serviço de qualidade.
Nesse novo tempo, o conhecimento torna se o bem mais importante para um contador gestor, porém conhecimento só não basta, é preciso por em pratica e fazer. Isso decorre muitas vezes do espírito empreendedor.
Para Dornellas (2001 apud THIMMONS 1985, p. 38), "O empreendedorismo é o uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX. O empreendedor possui características que o diferencia e está sempre empenhado em aperfeiçoá-las. É a pessoa que quer aprender, busca o autoconhecimento e atualização em relação ao meio em que atua.
Para o profissional contábil maranhense se manter no mercado hoje, e atender o novo perfil das empresas ele deve adotar as características de um empreendedor para ter um diferencial, quebrar paradigmas e se colocar diante de melhores condições para enfrentar o mercado de trabalho. O caminho de um empreendedor é um processo permanente de aprendizagens em relação às constantes mudanças que o ambiente empresarial proporciona.
Com tudo o contador deve possuir uma formação humanística, uma visão global que o habilita a compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está inserido, tomando decisões em um mundo diversificado e interdependente
Sendo assim, ao contador moderno aquele que olhar o futuro como se este já estivesse a sua frente, com todos os seus desafios, novos paradigmas, nova visão e novas perspectivas, lhe caberá cada vez mais a difícil tarefa de gerir os destinos de uma ou varias organizações empresariais, decidindo com base nas informações que capta, processa e interpreta, suporte mais que indispensável para o processo decisório empresarial e para a sobrevivência principalmente das micros e pequenas empresas.
O aprendizado continuado e a amplificação dos conhecimentos são assim os requisitos indispensáveis para que o contador moderno possa efetivamente ocupar seu lugar de destaque no mercado empresarial, como provedor e analista das bases informativas e estratégicas que movem um negócio. Sem estes requisitos, por outro lado, o profissional contábil jamais alcançara este novo patamar hierárquico, permanecendo como meros guardadores de livros, preenchedores de notas ou um simples escriturário efetuando lançamentos, atrás de uma mesa cheia de papéis.
Pelo exposto, é perfeitamente possível concluir que não há mais lugar no mercado de trabalho para o contador possuidor do perfil tradicional, isto é, aquele profissional que passa a maior parte do tempo dentro da sua sala ou escritório, limitando-se a efetuar lançamentos a débitos e a créditos, posteriormente emitindo balancetes de verificação, omitindo-se de assumir riscos de qualquer natureza.
O mercado exige profissionais empreendedores, dispostos a assumir riscos calculados, bons tecnicamente, ávidos em adquirir novos conhecimentos, que queiram trabalhar em equipes e saibam motivar seus subordinados. O contador empreendedor é aquele profissional que conhece um pouco de todos os setores de uma empresa, pelo menos as noções e conceitos básicos.























REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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