Eduardo Veronese da Silva

Sabe-se que muitos fatores podem levar pessoas a ingressarem na marginalidade. No entanto, muitas delas são inclinadas a prática de atos de violência ou para a criminalidade, devido aos exemplos e reflexos da criação ou educação que recebem no ambiente familiar, ou, ainda, nos lugares em que passam maior parte de suas vidas. Assim, esse meio de convivência humana passa a influenciar o modo de vida desses seres em pleno desenvolvimento e formação da personalidade.
Num passado não muito distante, alguns pesquisadores e estudiosos defendiam que o ser humano era produto do meio, além de preguiçoso e com grande tendência para ingressar na marginalidade. Outra corrente assegurava que o ser humano já nascia com o gene predominante para a prática da criminalidade. Assim, um desses pesquisadores começou a traçar o perfil do criminoso através do estudo da sua formação craniana. Recentemente, a polícia de Houston, no Estado do Texas, nos Estados Unidos, publicou um artigo intitulado: "Dez Regras Fáceis de Como Criar um Delinqüente".

Registra-se a seguir, tais regras para nossa reflexão, e, quem sabe, aprendizado:

1ª. Comece desde a infância a dar tudo que seu filho quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem a obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja.

2ª. Quando ele xingar nomes feios ou mostrar-se irritado, ache graça e chame as pessoas para verem esta façanha. Isso o fará considerar-se muito importante.

3ª. Nunca lhe dê qualquer orientação moral ou religiosa. Espere até que ele chegue a maioridade para que aprenda ou decida por si mesmo.

4ª. Apanhe tudo o que ele deixar jogado dentro de casa, livros, sapatos, toalhas, roupas etc. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sua responsabilidade sobre outras pessoas.

5ª. Brigue e discuta com o cônjuge (marido ou mulher) freqüentemente na presença dele ou de outras pessoas. Nesse caso, não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6ª. Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser.

7ª. Satisfaça todos os seus desejos e vontades, principalmente em relação a comida, bebida e conforto. Negar poderá acarretar frustrações e problemas psicológicos prejudiciais no futuro.

8ª. Tome sempre partido a favor dele, mesmo sabendo que ele está errado contra outras crianças, vizinhos, professores, policiais. Aliás, todos implicam e têm má vontade para com o seu filho.

9ª. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: nunca consegui dominá-lo.

10ª. Prepare-se para sofrer dissabores e ter uma vida de desgosto em relação ao futuro de seu filho.
Essas regras são muito importantes, haja vista que comprovam algo que já é de nosso conhecimento, mas, infelizmente, acabamos por esquecer na primeira pirraça feita em público para que compremos (pais) alguma coisa que ele (a) quer. Agindo assim, evita-se passar por constrangimentos públicos, mas, ao mesmo tempo, demonstra sua total impotência e domínio ante aos caprichos e desejos de seus filhos.
Muitos de nossos adolescentes encontram-se na delinqüência, devido não ter limites e correções que poderiam ser aplicados pelos pais desde a fase infantil, pois segundo Sigmund Freud, médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise, tudo que é ensinado à criança na primeira infância (de 0 a 5 anos), ela levará até o fim de sua vida, seja o ensinamento correto ou o errado.
Sem dúvida alguma, fica cada vez mais claro que o aumento da delinqüência infanto-juvenil é diretamente proporcional à destruição dos lares e das famílias. É muito fácil verificar que, na maioria dos casos, o jovem tido ou tachado como problema ("aborrecente"), tem por trás de si "pais problemas".

EDUARDO VERONESE DA SILVA
Licenciatura em Educação Física ? UFES
Bacharel em Direito ? FABAVI/ES
Pós-graduando em Direito Militar ? UCB/RJ
Instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas - PROERD
Subtenente da PMES
Email: [email protected]