COMENTÁRIO SOBRE CARNAVAL 2009

Apesar de ser suspeito para falar da Vai Vai, mesmo assim, resolvi escrever pois sei que se não o fizer, talvez ninguém o faça. A muitos anos eu estou esperando este comentário de algum jornalista ou critico de música que prestou atenção na bateria da escola de samba Vai Vai do bairro da Bela Vista em São Paulo. Como jornalista é distraido e não entende de musica e os criticos musicais são na sua grande maioria músicos frustrados e mesmo que prestem atenção ao ritmo das baterias das escolas de samba, as suas frustações os impedem de perceber que a semelhança dos arranjos de musicas clássicas e a bateria da Vai Vai, tem uma semelhança tão latente que é em muitos casos superior musicalmente. Superior me desculpem porque bateria é percussão e percussão de bateria não se escreve em pautas e os percussionistas tocam. Todos eles criam seu próprio estilo, sua maneira de tocar e são lapidados pelo mestre de bateria neste caso, o Mestre Tadeu que está a mais de 34 anos a frente desta bateria. Ou orquestra de percussão? Prestem atenção na introdução dos últimos anos dos enredos da Vai Vai. Depois no restante dos arranjos que o Mestre Tadeu, e nesses casos, além de mestre é também, maestro, arranjador e é claro regente, destes músicos que além da disciplina musical, teem, a humildade de levar por todos estes anos a tradição de tocarem estes arranjos espetaculares na maior bateria de todo o mundo a qual não se compara nenhuma outra do planeta.
Será que nenhum critico notou os surdos de 1ª – 2ª – o de corte ( sabem o que é isso? ) a inversão das batidas que nenhuma outra agremiação é capaz de ter um arranjador como este mestre que a cada ano consegue fazer um "desenho" diferente e super original como se os surdos fossem os timpanos deste magnífico e incomparável ritmo que é o samba. As divisões dos tamborins que sempre foram um perigo de choque ( musical ) com o som das caixas, tarols e ganzás, que em outras escolas se ouvem os choques entre os sons , na bateria do Vai Vai não se ouve isso. Parece uma orquestra sinfonica ou será que a orquestra sinfonica se parece com ela? Não importa.
Infelizmente tenho que dar os nomes dos que não entendem de determinadas coisas nos comentários das escolas de samba paulista. A Leci Brandão por exemplo, comenta sobre tudo no carnaval paulista na Rede Globo. Das fantasias até a bateria. Como se ela soubesse alguma coisa de bateria. Eu sei que ela só está nessa porque alguém a colocou lá. Fala de todas como fosse especialista em tudo de escola de samba e ainda por cima de São Paulo. Ela está acostumada com o ritmo de marcha das escolas do Rio de Janeiro ( salvo por coincidência a Mangueira que é sua escola) faz sempre os comentários comparando os dois estados mas sempre como se o carnaval fosse só lá no Rio e dando a idéia de que ela está aqui para ajudar a melhorar a qualidade das escola de São Paulo. Quem precisa dela para melhorar alguma coisa? Aqui não! Os outros comentarista, Chico Pinheiro que tenho certeza que nunca foi a uma quadra e nem sabe por que foi escalado para este evento. Maurício Kubrusli que só fala das peladonas como se fosse seu prato preferido sem ligar ou perceber que está lá é para disser "o que não sabe" da capacidade dos sambista. A Renata Ceribeli então... é só lendo o que os tais redatores escrevem pobremente sobre este espetáculo que é para nos paulistanos um acontecimento de muita honra para esta cidade que tem os maiores batuqueiros do mundo com certeza. Olha pessoal, aqui em São Paulo se toca samba e não marcha. Aqui se faz carnaval na raça e no pé. Nos créditos das escolas, aparecem o nome presidente da agremiação, o carnavalesco a quantidade de alas o numero de compontes mas não aparece o autor do enredo nem muito menos os compositores. Não dão créditos aos principais repousáveis pelo carnaval de cada ano das escolas. Assim não dá! Aqui tem que se ter respeito e não ficar "comentando" o que não sabem , o que lêem no papel . Para comentar o carnaval paulista, tem que freqüentar as escolas durante todo o ano, ser do meio artístico paulistano, de preferência ter participado de alguma dessas escolas para na sua área, falar das fantasias , das alegorias , de harmonia, do conjunto da escola e principalmente das baterias. Ser do ramo entendem ?
Se isso não mudar, vou continuar dormindo mais cedo e depois eu vejo o que gravei sem esses "comentários" "fabricados em cima das planilhas que as escolas mandam para a imprensa" e lidas por pessoas que foram escaladas para trabalhar nestes dias. Tenho certeza que elas estão lá por obrigação e não gostariam de estar trabalhando no carnaval.
Por: Theo da Cuica
(42 anos de samba)
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