Hoje, dia 12-04-2011
li um artigo no jornal Correio de minha cidade. Nesse mesmo artigo, um colunista que afirma ser contra a lei das cotas e da isenção de estacionamento, meia entrada para deficientes, idosos e outras pessoas com necessidades especiais, traz argumentos, que segundo seu ponto de vista, correspondem à opiniões pessoais mais do que verdades comprovadas na prática. Chega a comentar que as leis de benefício contribuem para uma segregação ainda maior com relação às classes desfavorecidas.
As instiuições estatais criam leis com o intuito de garantir que necessidades, interesses, direitos básicos entre outras garantias sejam oferecidas a aqueles a que a vida não ofereceu oportunidades. Como deficente, sinto "na pele" o preconceito e não cumprimento das leis de acessibilidade. Há lugares que não consigo vagas para estacionamento. Mesmo havendo leis, não há garantias totais. Isso tanto é verdade quando vou ao shopping e tenho que pagar por uma vaga especial que nunca está desocupada. Essas situações desestruturam o nosso psiquismo, nos frustram e angustiam e nos fazem sentir impotência diante de uma sociedade global, capitalista, segregacionista e estigmatizadora. O que nos resta é buscar mecanismos legais que impelem, de alguma forma, o cumprimento dessas garantias. Afinal, somos cidadãos, pagamos impostos e consumimos!!!!
Sou a favor das leis de cotas, insenção e de meia entrada, mesmo com as falhas, mas como meio de termos nossas garantias enquanto sujeitos de direitos. O que pretendo expor aqui é a seguinte questão: Se não há um acordo e consenso diante da criação e implementação de mecanismos legais, o que poderia ser feito em termos palpáveis por aqueles que lutam por direitos?
Não precisa responder, mas pensar a respeito desse tema é importante. A vida já não é tranquila para os deficientes e outras minorias, retirar o que mantém um pouco de tranquilidade para nós é uma opção correta?
Somos sujeitos históricos, situados no mundo, cumpridores de deveres e que os direitos básicos devem ser garantidos. Somos construtores de nossa história, cultura e sociedade, ou seja, todos somos e deveríamos ser tratados com igualdade de oportunidades. Na prática não é bem assim. O preconceito é antigo na realidade humana, apesar dos avanços ainda é forte e está presente não apenas em aspectos físicos, mas também no campo afetivo,emocional e relacional(atitudes, comportamentos e ações). O que devemos entender é que se não há outro meio de mudar nossa sociedade, que seja pela aplicação das leis e dos mecanismos estatais.