EPÍSTOLA OS HEBREUS

 

Reinaldo Bui


I  PARTE 

  

A PREEMINÊNCIA DE CRISTO SOBRE TODOS

 

 

Hebreus 1:1 a 4 - DEUS FALA AO HOMEM

 

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.”

 

Deus se revelou ao homem no decorrer da história de diferentes formas.

 

O autor da epístola aos Hebreus inicia sua carta trazendo à mente do seu destinatário alvo (o judeu convertido) as formas pela qual Deus se revelara no Antigo Testamento. O povo judeu, que estava muito bem familiarizado com o panorama veterotestamentário, não tinha dificuldade nenhuma de assimilar ou entender o que o autor queria mostrar: "YHWH falou com o seu povo no decorrer da história" - fazendo menção de uma época, uma dispensação passada. Porém, nos dias de hoje, ele completa, assistimos uma nova dispensação em que YHWH passou a se revelar de forma extraordinária: agora Ele não só falou, mas "falou por meio de" Seu Filho (Jesus).

 

A.  No Passado, Deus se revelou aos pais

  • ·O escritor de Hebreus inicia sua carta tentando trazer à mente do judeu as "muitas vezes" que Deus se revelou ao seu povo.

 

1. Deus se revelou muitas vezes

a. No dilúvio

b. Na chamada de Abraão

c. A Jacó

d. No êxodo e no deserto com Moisés

e. Na entrada de Canaã com Josué

f. A Samuel, Natã e profetas

g. etc...

 

2. Deus se revelou de muitas maneiras

  • ·Do mesmo modo, ele lembra as várias maneiras que Deus usava para se manifestar...

a. Pela boca de homens

b. Por anjos (mensageiros)

c. Por visões

d. Por sonhos

e. Por urim e tumim

f. Na coluna de nuvem e fogo

g. Pelas coisas criadas

h. etc...

 

B.  Hoje, Deus se revela a nós através de seu Filho Jesus.

  • ·O escritor da carta está dizendo que a maneira que Deus usa para se comunicar com o seu povo hoje, é muito superior às outras, ou seja, através de seu próprio Filho: Jesus.

 

1. Deus se revelou como o Verbo Encarnado

2. Deus se revela pelos testemunhos dos cristãos.

 

C.  A excelência da pessoa de Jesus Cristo é confirmada pelo escritor de Hebreus.

  • ·Ele termina sua introdução apresentando nada menos do que os qualificativos de Jesus.

 

1. Jesus é o herdeiro de todas as coisas,

2. Jesus é o criador do universo.

3. Jesus é o resplendor da glória de Deus.

4. Jesus é a expressão exata de Deus.

5. Jesus é o que sustenta tudo pela sua Palavra.

6. Jesus é o que purificou todos os pecados.

7. Jesus é o que está assentado à direita de Deus.

 

Desta forma, o autor introduz o assunto de que esta revelação de Deus na pessoa de Jesus, é muito mais superior do que aquela feita por intermédio de anjos, pois o próprio Nome de Jesus é superior a eles. Baseando-se no VT, o autor passa a defender sua afirmação nos versículos seguintes.

 

Hebreus 1:5 a 14 - JESUS É O FILHO DE DEUS.

 

“Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?  E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.  Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino.  Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.  Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.  Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?  Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?”

 

A comparação entre Cristo e os anjos é um argumento para provar a preeminência de Jesus.

 

Sempre apontando para a supremacia de Cristo, o autor emprega muitos argumentos em prol desta defesa. Alguns dos textos parecem ser de difícil entendimento, como por exemplo: "Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo". Portanto, ao invés de queimarmos muitos neurônios com apologias e malabarismos teológicos para tentar defender  as supostas interpretações originais, pois creio que não era esta a intenção do autor, devemos atentar para o recado que ele quis frisar.

Devemos notar como ele usa distintamente os verbos fazer (Aquele que aos seus anjos faz...) e enviar (... enviados para serviço...)  do verbo ser (Tu és meu filho...; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é...; os céus são obras das tuas mãos) para distinguir bem os anjos de Jesus.

Sabendo que os leitores desta carta já estavam muito bem familiarizados com a Torah, o autor não poupa referências e citações dos livros sagrados para comparar a superioridade do nome de Jesus em relação aos anjos. Não creio que se tratava de uma tentativa de combater algum tipo de heresia que estava se infiltrando na Igreja. Apesar da existência de algumas correntes gnósticas serem realidade naquele tempo, não vemos o autor preocupado em guerrear contra tais distorções. Gerada dentro do mais puro paganismo filosófico grego, era repúdio para o judeu, mesmo havendo alguns helenistas em seu meio. Ainda que um gentio pudesse se encantar com estas idéias, um judeu dificilmente aceitaria. Além do mais, o próprio povo judeu tinha suas opiniões e doutrinas desenvolvidas sobre os anjos. Creio sim que, uma vez que o autor vem desenvolvendo um pensamento sobre os tipos de revelação divina, ele faz esta comparação com Cristo porque os anjos haviam sido uma das maneiras que Deus usara para falar com os pais e profetas da antigüidade.

 

A. Deus nos revelou verdades sobre Cristo através das Escrituras.

  • ·Neste segundo parágrafo, o escritor começa a argumentar a favor da superioridade de Jesus embasado nos escritos do Velho Testamento, mostrando como Deus já o anunciara nas escrituras.

 

1. Jesus é o Filho de Deus, gerado de Deus.   REFERÊNCIAS

2. Entre Deus e Jesus há um relacionamento Pai/Filho.

3. Os anjos de Deus adoram a Jesus.

4. Jesus é Deus, tem um trono eterno e um cetro de justiça é o ícone do  Seu Reino.

5. Jesus foi ungido por causa da Sua justiça.

6. Jesus é o criador dos céus e da Terra.

7. Jesus é eterno.

8. Jesus está assentado à direita de Deus.

 

B. Deus nos revelou verdades sobre os anjos através das Escrituras.

  • ·Da mesma forma, também os anjos são conhecidos pela revelação escrita.

 

1. Os anjos são criaturas de Deus.

2. Os anjos são servos de Deus.

     a. Deus os faz vento.

     b. Deus os faz labaredas de fogo.

     c. Servem a Deus em favor dos crentes.

 

 

Hebreus 2:1 a 4 - DEUS CUMPRE O QUE DIZ.

 

 “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.  Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo,  como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;  dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.”

 

 

Hebreus mostra as razões pelas quais devemos estar atentos às revelações de Deus.

 

Talvez soasse melhor se o início deste parágrafo estivesse no plural: "por estas razões". Mas podemos dizer que todos os argumentos lançados anteriormente dizem respeito a um único tema: Jesus é superior aos anjos. Jesus é o autor da nossa salvação e os anjos foram enviados pelo Senhor a Seu serviço a favor dos salvos.

Dando continuidade aos seus argumentos, o autor exorta que os leitores apeguem-se com mais firmeza à Palavra ouvida, e o motivo que ele expõe agora é fortíssimo, pois se o que foi dito por intermédio dos anjos foi cumprido, principalmente no que tangia à justiça e o juízo dos desobedientes, o que dizer então desta Palavra dita diretamente da boca do Senhor? Esta Palavra que foi anunciada por Jesus, confirmada pelos santos, por Deus e pelo Espírito Santo é A Verdade. Esta mesma Palavra tem poder para salvar, mas também para condenar.

 

A. Devemos estar atentos à Palavra para não nos desviarmos da Verdade.

  • ·Como esta epístola é uma exortação, logo aqui no começo já encontramos uma advertência do escritor para não nos desviarmos da verdade.

 

1. Por temor: A palavra de justiça anunciada por anjos foi cumprida.

2. Por tremor: Aqueles que se desviaram receberam castigo.

 

B.  Devemos estar atentos à Palavra para nos apegarmos com mais firmesa às suas verdades:

  • ·Esta exortação constitui não só um alerta para não nos desviarmos, mas ainda para nos apegarmos com mais firmeza à verdade conhecida.

 

1. Por temor: a Palavra que temos em mãos não deve ser desconsiderada

     a. Foi anunciada pelo Senhor.

     b. Foi testemunhada pelos apóstolos.

     c. Foi confirmada por sinais, prodígios e milagres.

     d. Foi confirmada pelo poder do Espírito Santo.

 

2. Por tremor: Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação?

 

 

Hebreus 2:5 a 9 - JESUS É SOBERANO.

 

“Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando;  antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites?  Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras das tuas mãos.  Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas;  vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem.

 

Todas as coisas existem para Deus e por meio dele.

 

Na seqüência o autor emprega o verbo aperfeiçoar (gr. Teleioo), para esclarecer a distinção entre Cristo, o Sumo Sacerdote aperfeiçoada através do sofrimento e eternamente perfeito, e os sacerdotes da antiga aliança que eram homens sujeitos a fraquezas, e cujos sacrifícios não podiam aperfeiçoar as suas consciências. Somente Cristo pode aperfeiçoar Seu povo mediante um único sacrifício. Assim, Ele foi capaz de ser a fonte da salvação para Seu povo. Como Deus, Cristo é eterno e perfeito, mas como sacrifício, Ele foi aperfeiçoado, pois "...é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados". (Hb 10:4)

 

A. Jesus é o autor da nossa salvação.

  • ·Uma vez que Jesus submeteu-se à vontade do Pai, Deus o aperfeiçoou por meio dos sofrimentos da morte, pois só assim o Filho poderia salvar-nos : experimentando a morte por todos os homens.

 

1.  Aperfeiçoado por meio dos sofrimentos.

2. Declara-nos irmãos.

3. Conduz-nos a Deus.

 

B. Deus é o que aperfeiçoou o Autor da nossa salvação.

Porém, foi Deus, o próprio Pai, que aperfeiçoou Jesus. Sabemos que nem todas as coisas estão sujeitas ao Filho (ainda), mas "quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos."(I Co 15:28)

 

1. Tudo existe por Ele e para Ele.

2. Tudo vem dEle.

3. Todo louvor deve ser a Ele.

4. Toda confiança deve ser posta nEle.

5. Tudo é dado por Ele.

 

 

Hebreus 2:14 a 18 - JESUS É O NOSSO LIBERTADOR.

 

“Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo,  e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.  Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão.  Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.  Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”

 

O autor demonstra neste parágrafo a importância da participação de Cristo na natureza humana, isto é, fazer parte ou tomar parte da carne e do sangue, para viver como homem (as mesmas fraquezas) e poder morrer como homem.

 

A. Cristo participou da natureza humana.

  • ·Não foi em vão que Cristo participou desta natureza: havia um propósito maior, um plano para salvar o homem da prisão em que este se encontrava.

 

1.Cristo viveu e morreu como homem para aniquilar o diabo.

2.Cristo viveu e morreu como homem para livrar-nos da morte.

 

B. Cristo se tornou semelhante a nós em muitos aspectos.

  • ·Além de um propósito maior, haviam algumas necessidades (para nós) a serem satisfeitas, para que o homem possa manter comunhão com Deus Pai.

 

1. Cristo viveu e morreu como homem para ser nosso sumo sacerdote.

2. Cristo viveu e morreu como homem para fazer propiciação pelos nossos pecados.

3. Cristo viveu e morreu como homem para socorrer os que são tentados.

 

 

Hebreus 3:1 a 6 - JESUS É FIEL AO PAI.

 

“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus,  o qual é fiel àquele que o constituiu, como também o era Moisés em toda a casa de Deus.

Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu.  Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus.  E Moisés era fiel, em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas;  Cristo, porém, como Filho, em sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança.”

 

Devemos olhar para Jesus e considerar como Ele foi fiel e honrou ao Pai.

 

O autor começa este parágrafo afirmando que os seus leitores sãos seus "irmãos" por serem participantes da mesma vocação celestial (chamados) para ser habitação de Deus, "se guardarem (considerarem) até o fim a ousadia e a exultação da esperança".

 

A. Devemos considerar que Jesus foi fiel como Moisés.

  • ·Se os judeus tinham Moisés como um modelo de fidelidade quanto às coisas concernentes a Deus, quanto mais Jesus Cristo, confessado como Apóstolo e Sumo Sacerdote dos que crêem.

 

1.Moisés foi fiel como um servo.

2.Jesus foi fiel como um servo.

 

B. Devemos considerar que Jesus merece mais glória que Moisés.

  • ·Da mesma forma, Moisés foi um exemplo de serviço no que se refere à guarda da casa de Deus. Porém, revela-nos o escritor, muito mais glória deve receber Jesus, pois foi ele que estabeleceu esta casa.

 

1. Moisés guardou a casa de Deus.

2. Jesus estabeleceu a casa de Deus.

a. Moisés foi fiel para com a casa de Israel.

b. Jesus é o dono da casa de Israel.

 

Hebreus 3:7 a 15 - DEUS INDIGNOU-SE COM O POVO NO DESERTO.

 

“Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz,  não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto,  onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos.  Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos.  Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso.  Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;  pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.  Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos.  Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação.”

 

As comparações do Êxodo com a incredulidade dos hebreus.

 

A da experiência do Êxodo sempre esteve presente na história do povo judeu. Faz parte da sua memória. O escritor da carta aos hebreus sabia disto e explora esta idéia muito bem, resgatando a lembrança dos erros decorridos ontem e transportando para o mundo de "Hoje..."

 

A. Devemos observar o que aconteceu no deserto.

"O autor termina este parágrafo repetindo a forma como ele iniciou: exortando o povo a não endurecer o coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto.

 

1. Os pais endureceram o coração.

2. Os pais tentaram a Deus.

3. Deus indignou-se com esta geração:

a. "eles sempre erram..."

b. "não conhecem os meus caminhos..."

c. "Jurei: não entrarão no meu descanso."

 

B. Devemos aprender com o que aconteceu no deserto.

  • ·Encontramos algumas passagens na Palavra, onde Deus faz questão de reprisar uma advertência. Creio que quando isso acontece, devemos tomar atenção dobrada. Portanto Hoje, se ouvirdes a sua voz, ouça...

 

1. Para que não se endureça o coração.

2. Para que não haja incredulidade que nos afaste de Deus.

3. Para que ninguém seja endurecido pelo engano do pecado.

4. Para que exortemo-nos mutuamente.

5. Para que guardemos firme a nossa confiança.

 

Hebreus 3:16 a 19 - DEUS CUMPRIU SUA PALAVRA NO DESERTO.

 

“Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?  E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?  E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?  Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade.”

 

Deus barrou a entrada do povo ao seu descanso por causa da incredulidade.

 

Continuando os argumentos do parágrafo anterior, o escritor encerra apelando ainda a um dos acontecimentos mais marcantes da história do povo de Israel: o Êxodo. Ele usa três palavras chaves para aguçar a memória dos judeus: Egito, Moisés e deserto. Geração após geração, os judeus vêm lembrando deste acontecimento, e agora Deus está usando um recurso didático para animá-los a não desistir: Não permitam que este erro aconteça novamente.

 

A. A palavra relata a atitude do povo para com Deus.

"O Egito pré figurava a escravidão do pecado. Somos salvos pela Palavra de Deus. Ora, se nos rebelarmos contra Ele, o que a nossa incredulidade causará?

 

1. Os que saíram do Egito foram os que ouviram a voz de Deus.

2. Os que saíram do Egito se rebelaram contra Deus.

3. Os que saíram do Egito caíram no deserto por causa da

   incredulidade.

 

B. A palavra relata a resposta de Deus ante a atitude do povo.

"O deserto serviu de exemplo para o povo de Israel. Deus queria que eles relembrassem aquela experiência todos os anos, para que aquele mesmo erro não acontecesse novamente.

 

1. Deus se indignou com o povo por quarenta anos.

2. Deus Jurou que não entrariam no seu descanso.

 

C. A Palavra relata a principal causa do povo não poder entrar no seu descanso.

  • ·Moisés era o grande líder espiritual daquele povo. Porém vemos que mesmo levando-os às portas da terra prometida (figura do descanso), não quiseram entrar por causa da incredulidade deles.

 

1. A incredulidade foi a causa da rebelião dos que saíram do Egito.

2. A incredulidade foi a causa da indignação de Deus contra os que

     pecaram.

3. A incredulidade foi a causa da morte deles.

4. A incredulidade foi a causa do impedimento deles.

 

 

Hebreus 4:1 a 10 - DEUS RENOVA SUAS PROMESSAS.

 

“Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado.  Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.  Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo.  Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera.  E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso.  Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas,  de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.  Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia.  Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.  Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.”

 

O autor ressalta as promessas de descanso ante a incredulidade dos hebreus.

 

"Hoje..." . Esta é uma palavra de exortação tão atual quanto foi para os destinatários originais da carta. Sempre através de exemplos contidos no Velho Testamento, o autor não cansa de citá-los para que os hebreus atentem para esta exortação: "Se ouvirem a voz de Deus, não endureçam os vossos corações!". 

 

A. A promessa de entrar no descanso foi dada aos judeus.

  • ·O autor mostra, pelos exemplos de Josué e Davi, que as promessas do descanso feitas no AT ainda não foram cumpridas, porque senão nem Deus e nem os pais teriam dito a respeito de um descanso futuro.

 

1. Devemos nos apropriar desta promessa para entrar neste descanso.

a. Esta promessa foi acompanhada das boas novas.

b. Desfrutara do descanso aquele que crê na promessa.

c. A promessa de descanso feita aos patriarcas ainda não foi

    cumprida.

 

2. Sabemos que alguns não entrarão neste descanso.

  • ·Mesmo tendo a promessa feita por Deus, confirmada pelos pais e pelos profetas, muitos não se mantiveram fieis, foram desobedientes à Palavra, endureceram os seus corações e não creram. Por isso Deus diz: "Não entrarão  no meu descanso!".

a. Aqueles cujo Deus já havia determinado.

b. Aqueles cuja Palavra não foi acompanhada de fé.

c. Aqueles que endureceram os corações.

 

 

Hebreus 4:11 a 13 - DEUS VÊ OS PROPÓSITOS DO CORAÇÃO.

 

“Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência.  Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.  E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”

 

Devemos buscar diligentemente o descanso, pois nada está encoberto aos olhos de Deus.

 

Não nos deixemos enganar. Tudo o que semearmos, isto colheremos. Todas as coisas estão descobertas e patentes aso olhos de Deus. Ele nos examina, sonda os nossos corações e discerne os propósitos deste, através da Sua Palavra. Por isto, diz o escritor, não devemos nos desanimar, não podemos nos desviar, pois senão jamais entraremos no Descanso do Senhor.

 

A. Devemos nos esforçar para entrar no descanso de Deus.

  • ·De que maneira podemos estar desprendendo esforços que nos conduza ao descanso prometido? Não se trata de ações humanas ou obras meritórias, mas passa pelas seguintes idéias:

 

1. Esforçar-se significa ter em mente a idéia de urgência da obra.

2. Esforçar-se significa concentrar energias na obtenção de um alvo.

 

B. Não devemos ser desobedientes para não cair.

  • ·O autor faz com que constantemente seus leitores se lembrem dos exemplos de desobediência  dos seus antepassados, e como isto afetou a nação como um todo.

 

1.A desobediência nasce do coração humano (pensamentos e propósitos).

2.Toda desobediência é rebeldia contra Deus.

 

C. Devemos ter a consciência de que a Palavra é viva e eficaz.

  • ·Por que ele teria introduzido este comentário sobre a Palavra de Deus no Centro desta exortação? Creio que o motivo é manter sempre consciente que esta mesma Palavra que exorta, também tem poder para julgar todos os nossos propósitos e intenções, pois “todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos de Deus”. A Palavra de Deus tem toda autoridade para isso.

 

1.A Palavra e Deus é viva.

a. A consciência de que Deus conhece os nossos pensamentos.

b. A consciência de que Deus conhece os nossos propósitos.

c. A consciência de que Deus conhece o nosso coração.

d. A consciência de que não há criatura escondida para Deus.

e. A consciência de que todas as coisas estão nuas e descobertas aos olhos de Deus.

f. A consciência de que teremos que prestar contas a Deus.

 

2.A Palavra de Deus é eficaz.

a.A consciência de que esta Palavra penetra.

b.A consciência de que esta Palavra divide.

c.A consciência de que esta Palavra discerne.