Terras Escuras

O Reino de Hammurábi

SAMPAIO, Thiago Macedo. Goiânia, Go. 2007

"Provérbios 10:22 –" Filhos são bênçãos e benção enriquece e não acrescenta dores."

Terras Escuras

O Reino de Hammurábi

[1]SAMPAIO, Thiago Macedo. Goiânia, Go. 2007

DEDICATÓRIA


Entre as literaturas que criei, acredito que esta foi o marco de minha ousadia, mas não serei hipócrita ao ponto de me esquecer das pessoas que mais contribuíram desde o surgimento da idéia até o suporte material e intelectual compartilhado ou utilizado.
Com o imenso prazer, dedico esta obra para minha mãe Mércia Verbena Macedo Sampaio e para a Professora Margareth, docente da disciplina História do Direito no UniAnhanguera em Goiânia.

SUMÁRIO


1. Introdução
2. Capítulo I – Quebra de Paradigmas
3. Capítulo II – Reino babilônico
4. Capítulo III – A infância e os amigos da Babilônia
5. Capítulo IV – 1787 a.C.: A personalidade de Manu
6. Capítulo V – 1786 a.C.: Hammurábi ameaça união de Manu com Babel
7. Capítulo VI – As faces de Hammurábi
8. Capítulo VII – Awilum vai embora da Babilônia
9. Capítulo VIII – 1780a.C.: Transição no Assíria
10. Capítulo IX - Confusão nos quinze anos de Manu
11. Capítulo X – 1775a.C.: O castigo de Manu
12. Capítulo XI – Dez anos depois Manu reencontra Awilum
13. Capítulo XII – Hammurábi rejeita o pedido de casamento de Awilum
14. Capítulo XIII – Awilum sonda a Babilônia e reúne tropas
15. Capítulo XIV – Manu falsifica documentos em prol dos escravos
16. Capítulo XV – Babel descobri que Manu está grávida de Awilum
17. Capítulo XVI – Manu vai para a Assíria
18. Capítulo XVII – 1774a.C.: Manu tem uma linda menina
19. Capítulo VIII – Manu e Babel voltam a Babilônia
20. Capítulo XIX – Manu mata um soldado sumério para salvar Babel
21. Capítulo XX – 1772a.C.: Manu é julgada
22. Capítulo XXI – Hammurábi estupra Babel
23. Capítulo XXII – Babel descobri que está grávida de Hammurábi
24. Capítulo XXIII – Manu é enforcada e Babel foge para a Assíria
25. Capítulo XXIV – Awilum casa-se com Babel
26. Capítulo XXV – As tropas assírias atacam a Babilônia
27. Capítulo XXVI – Hammurábi seqüestra o filho e a neta
28. Capítulo XXVII – Awilum descobre que é da família real da Suméria
29. Capítulo XXVIII – Awilum vence a guerra e liberta a Babilônia
30. Capítulo XXIX – Os novos reinos
31. Biografia

1. INTRODUÇÃO
Após meses de estudo histórico, social, político e econômico a cerca da compreensão da formação dos institutos jurídicos a luz das atuais formas de governo e regimentos jurídicos existentes, despertou-me o interesse de confeccionar algo sobre determinado período cronológico pouco abordado por romancistas contemporâneos.
Dentro da programação de estudos muitos detalhes foram analisados, povos e suas culturas, diferentes épocas, dados geográficos, fenômenos climáticos e biológicos. Sendo que, ao analisar peculiaridades cronológicas e escassez de material didático com linguajar acessível, construí "Terras Escuras" frisando o período chamado de "Idade Média", destacando os povos babilônicos como Anfitriões dos fatos ligados aos personagens principais, tendo ainda, na Assíria e a Suméria, outras importantes coadjuvantes.
E foi assim, que tendo por objetivo ousar-me na produção de uma nova referência nacional, que trouxe numa clara e precisa estrutura literária, elementos que permitem a qualquer um, do mais leigo ao mais sábio, retirarem os ensinamentos destas dezenas de páginas, de forma a aplicarem com facilidade na melhoria de suas relações com as outras pessoais tanto quanto consigo próprio.

2. Capítulo I – Quebra de ParadigmasAntes que eu lhes comece a narrar a linda e trágica história de amor entre Manu e Awilum, sob seus diversos impedimentos morais e classistas, se faz necessário combater na massacrante maioria dos leitores o pré-julgamento que acarrete na incompreensão desta obra.
Fiquem tranqüilos que o discurso não é grande, apenas relembremos o conceito de duas coisas - cultura e etnocentrismo. Cultura segundo um fragmentado e comum senso antropológica, é toda a informação assimilada e/ou repassada entre os seres humanos ao decorrer do tempo, se bem que cientistas e tribunais já até estendem este conceito aos animais, por julgarem que o DNA de alguns seres irracionais, é semelhante ao do homem. Etnocentrismo vem a ser o julgamento das outras culturas a partir de nossos particulares valores e princípios.
Mas onde isso nos será útil? Se entendermos que nossa cultura sofre influências do tempo e do meio onde vivemos, enxergaremos com nosso espírito que não há cultura superior a outra e reconquistaremos o respeito para com o próximo.
Após prévio preparo, aconselho que prepare uma jarra e água ou suco e algum lanche para que não disperse sua concentração nesta emocionante ficção.

3. Capítulo II – Reino babilônicoHá um lugar no mundo onde quase tudo que consideramos "civilizado" nasceu, num período cronológico entre a invenção da escrita em cerca de 4000 a.C. e a fundação de Roma em aproximadamente 753 a.C., tempos descritos por historiadores como Idade Antiga, este lugar é conhecido como o Crescente Fértil, onde hoje está o Iraque, uma parte do Irã e uma parte da Turquia. Tendo este nome por causa da fertilidade que os rios Tigres e Eufrates dão a uma região que é semelhante a uma lua crescente de cabeça para baixo. Região compreendida entre o nordeste da África e a Mesopotâmia, nascente da Palestina, Fenícia e Egito.
Nesta região o homem primeiro dividiu as horas, os minutos e os segundos em sessenta, fez tijolos e erigiu grandes construções com eles, criou (para a felicidade dos olhos e da alma) a jardinagem, inventou a cerveja...
Mas, a mais grandiosa invenção dessa gente da Mesopotâmia foi passar para uma superfície de símbolos que expressavam idéias; a isso chamamos de escrita. O tipo de escrita que inventaram foi a cuneiforme.
Embora a Babilônia mais famosa seja a do rei Nabucodonosor (séc. V a.C.) por causa da participação deste na História dos Sumérios contada na Bíblia, a História da Babilônia remonta o segundo milênio da era pré-cristã, quando um grupo nômade (arcadiano) fixou-se em uma localidade chamada Babila ou Bab Ilim (Babilônia ou Babel – porta de deus), às margens do rio Eufrates.
O líder deste grupo arcadiano, Sumuabum (1894 – 1881 a.C.), começou a expansão territorial da babilônia, mas foi seu sucessor, Sumula´el (1880 -1845 a.C.), que, com vitórias sucessivas sobre os vizinhos, consolidou a independência da cidade.
Os reis posteriores incorporaram a cultura Suméria e somaram-na à cultura arcádica; entretanto, em termos de expansão territorial somente em 1792 a.C. com a ascensão ao poder de Hammurábi, a Babilônia cresceu em soberania. Este rei, com imensa habilidade em política de alianças, mais que dobrou o território que seu pai havia deixado.
O rei Hammurábi construiu um grande império, assumindo o título de "Rei do Universo", mas devido ao seu desconhecimento arquitetônico típico dos reis da época, cometera os mesmo erros dos outros, construindo a Babilônia num terreno plano, o que facilitava os constantes ataques feitos pelos povos nômades da região. Por isso, após perceberem a falha estratégica, erguiam-se fortes muralhas em torno de suas cidades.
Em seu território existiam vários povos diferentes, de línguas, raças, culturas diversas. O acádio tornou-se língua oficial, o panteão de seus deuses fixou-se, e todos seguiam as normas do código de Hammurábi como regra suprema. A sociedade era dividida em: homem livre; escravos – geralmente prisioneiros de guerra; e de uma classe intermediária entre homem livre e escravo. A economia era basicamente agrícola e a maior parte das terras era de propriedade do Palácio, ou seja, do governo. Como não era auto-suficiente em termo de produção, por isso mantinha relações com os reinos da Assíria e da Suméria para comprar ouro e prata.
No cotidiano da Babilônia, as mulheres com seus vestidos compridos até o tornozelo e um véu cobrindo-lhes o rosto, eram consideradas senhoritas de respeito, mas inevitavelmente cruzavam-se com outras de rosto descoberto que denunciava seu estado de escrava, criada ou prostituta.
Quanto aos homens, era fácil diferenciar os livres dos escravos, pois os livres sempre usavam saias curtas confeccionadas em lã ou algodão, enquanto os escravos vestiam-se com simples peças de tecido que amarravam a cintura, além de serem obrigados a manter uma parte dos cabelos permanentemente raspados, para deixar mais evidente a sua condição inferior.
Crianças e jovens também circulavam pelas cidades, geralmente dirigindo-se a escola, onde, sentados em incômodos bancos feitos de argila e sob a direção de algum sacerdote, aprendiam a arte da escrita.
Nas praças durante o dia, uma espécie de feira atraía a atenção dos visitantes, meio à algazarra das ofertas, era exposta uma grande variedade de produtos – peixes, cereais, legumes, frutas, carneiros, vasos cerâmicos, asnos e jóias de valor.

4. Capítulo III – A infância e os amigos da Babilônia
E foi em meados da Idade Antiga, aproximadamente no ano de 1794 a.C. que, nasceu na Cidade-Estado Babilônia, uma criança destinada a marcar época com novas ideologias humanísticas, como os próprios escravos costumavam falar, "era a reencarnação de uma deusa sob a mesma forma imortalizada que mantinha nos céus e portando o mesmo nome – Manu -, suave e frágil a disfarçar a força e persistência de seu caráter, uma estrela que por mais que assuma um único e verdadeiro amor jamais pertenceria um único céu, pois amava os irmão de espírito mais do que a si próprio".
Ela era a menina mais linda daquela etnia, tinha olhos azuis que aparentavam águas oceânicas, sua pele além de branca como o mais puro leite, era macia e suave como uma pétala de rosa, seus cabelos eram encaracolados e loiros como os raios de sol que nos acordam com a impressão de termos sidos convidados a presenciar a maravilha que é a natureza, tão linda que foi apelidada de Luz pouco antes do último suspiro de sua mãe logo após o dificultoso parto.
Manu ocupava uma posição privilegiada na sociedade em que nascera, pois era filha de Hammurábi, líder da Dinastia Babilônica e autor do Código de Hammurábi que era a norma vigente daquela Cidade-Estado, ele era um homem rude e altamente ambicioso, seu governo era marcado pela exploração do trabalho escravo de seus servos, e carregava consigo uma trajetória de guerras nas quais destruía reinos inteiros para roubar suas riquezas utilizadas para o sustento Babilônico na época da construção.
Três anos se passaram, e era percebível a afinidade de Manu pelos servos do castelo. E contra a vontade de seu pai, sua amizade pura e carinhosa foi voltando-se para Babel que era filha de uma das serviçais, e para Awilum que era um órfão trazido por Hammurábi para o reino após a conquista de alguns territórios.
Babel apesar de ser filha da empregada do reino com um dos guerreiros assírios, teve a pedido da mãe de Manu, uma educação de nobres, para que um dia pudesse ter a oportunidade de estar numa melhor situação social, e abandonasse as tarefas de limpeza do castelo, tarefas as quais já aprendia para ajudar sua mãe. Também foi a mãe de Manu quem escolheu seu nome, por se tratar de um sinônimo do nome Babilônia. Babel era branca como Manu, porém seu corpo apresentava sarnas comuns em sua ascendência, tinha olhos cor de mel e cabelos com diferentes tonalidades de castanho semelhantes às chamas de uma fogueira de lenhas extremamente secas, comparação também adequada para a textura de sua mãos, tão ressecadas e calejadas, fruto de uma vida dura na classe desfavorecida da Babilônia.
Awilum era dois anos mais velho que as meninas, por estar só no mundo sentia-se carente, e logo cedo percebeu que o seu sentimento por Manu era diferente do seu sentimento para com Babel, colhendo flores todas as semanas nos bosques ribeirinhos para presentear sua diva Manu. Sua etnia era diferente das encontradas no reino, com uma pele morena clara e olhos cor de mel, sem dúvida era o mais belo menino do reino, os traços de seu rosto eram únicos, e seu comportamento equiparado com a postura de um príncipe, apesar de viver rodeado de cavalos. Recebera este nome do próprio Hammurábi, que contratou a libertação do garoto ao completar a maioridade, pois Awilum era uma palavra sinônima da expressão homem livre.

5. Capítulo IV – 1787 a.C.: A personalidade de Manu
Desde seus primeiros anos de vida, Manu demonstrava sua tristeza para com o sofrimento alheio. Certa vez, enquanto visitava com seu pai uma das plantações de legumes, observou um senhor de nome Muskênum ferido detrás de uma árvore, e para que seu pai não o visse e o maltratasse, ela convenceu o pai de que não se sentia bem e que desejava ir para casa, o pai autorizou que o cocheiro a levasse na charrete, e sem autorização do pai ela colocou o senhor na carroça levando-o e cuidando de seus ferimentos, tinha apenas cinco anos, porém um coração imenso que geravam consideráveis resultados que ela só entenderia no futuro.
Em outra ocasião, Awilum por acidente esqueceu de fechar a cancela do curral no qual encontravam-se os cavalos do reino, e Manu que era boa com hipismo foi com o garoto buscar os animais que haviam fugido para uma região de Mata fechada, apesar de conseguir recuperar os cavalos desaparecidos, Manu voltou com muitos ferimentos provocados pela vegetação encontrada na Mata, e como era de se prever, recebeu reclamações de seu pai, afinal, enfiar-se numa mata fechada aos sete anos e na companhia de outra criança com apenas nove anos é inadmissível até mesmo para os pais mais toleráveis.
Manu sempre foi assim, teimosa, determinada, e extremamente alegre. Sua vida ocorria em razão dos outros, tinha sempre Awilum e Babel como cúmplices, e todos os servos do rei como seus ajudantes de travessuras.

6. Capítulo V – 1786 a.C.: Hammurábi ameaça união de Manu com Babel
Numa cerimônia no castelo em comemoração ao aniversário de oito anos de Manu, Hammurábi demonstra sua insatisfação com a presença de Babel no evento dos nobres, sua filha parece gostar tanto da filha da cozinheira que nem dá atenção aos filhos dos reis de outros povos que comparecem no evento, seus risos são explicitamente direcionados aos amigos Awilum e Babel.
Quando acabou o evento e quase todos foram dormir, Hammurábi aproximou de Babel que limpava a sujeira da cerimônia e ameaçou que se ela não se afastasse de Manu, expulsaria-na do reino junto com a mãe.
Durante três meses Babel fugia de Manu quando ela se aproximava, mas numa tarde de domingo enquanto Hammurábi havia saído para galopar ela chamou Manu para brincar, porém, Hammurábi voltou para pegar sua arma que havia esquecido e encontrou as garotas juntas. Friamente, enquanto Manu dormia na segunda-feira, Hammurábi exigiu que Babel e sua mãe fossem embora do castelo antes de Manu acordar.
Awilum que passava frente ao quarto de Babel na hora, correu para o quarto de Manu para contar o acontecido. Meio sonolenta Manu planeja mudar a decisão do pai, e pede para que Awilum diga a seu pai que ela vai se suicidar caso ele não reconsidere a decisão. Enquanto Manu sobe no telhado do castelo, Awilum vai contar o drama para Hammurábi. O pai tenta convencer a filha a descer, mas ela só desce depois de fazê-lo jurar pelos Deuses que voltou atrás da decisão e vai deixar Babel e sua mãe ficarem, isso porquê a palavra de um rei naquele tempo era mais válida do que qualquer contrato, Babel fica no castelo.

7. Capítulo VI – As faces de Hammurábi
Hammurábi dava a impressão segundo uma visão contemporânea, de ser uma pessoa extremamente cruel e irreal, pois suas ações não eram coerentes com a figura do pai de família que temos, porém o sistema sócio-cultural daquela época era embasado na normalização, desenvolvimento e soberania absoluta em prol da organização monárquica mais confortável para os governantes.
Como o pai dele foi um homem muito ambicioso, ele também se tornou rigoroso e ambicioso, fato explicado como maldição hereditária pelas igrejas evangélicas contemporâneas. Hammurábi não conseguia esconder que culpava Manu pela morte da sua esposa. Já era contra por ter gerado uma criança do sexo feminino, atitude machista da época e que prevalece até hoje. Apesar de suas freqüentes crises para com as travessuras de sua filha, o instinto paterno, até então conservado, cedia aos caprichos da garota.
Seus maiores defeitos eram relacionados a problemas não solucionados na infância, enquanto seu pai partia para guerra durante anos, Hammurábi assumia a responsabilidade de conduzir a administração familiar, precisando jejuar durante dias para guardar alimentos para sua mãe e seus avós, em tempos de seca e escassez dos suprimentos. Todos estes fatores o fizeram ficar adulto saltando as fases da infância e adolescência. Também, é importante ressaltar que sua primeira e eterna paixão, uma moça suméria, cujo nome era Luma, a abandonou fugindo com nômades, destruindo e amargurando seu coração irreversivelmente.
Portanto, a vida fez de Hammurábi, um homem frio, ambicioso, egoísta, amargurado e cruel. Conclui-se que nascemos como uma folha de papel em branco, e os acontecimentos de nossa vida são os escritores do nosso caráter, considerando esta afirmação, notamos constantes borrões nas páginas do livro da vida de Hammurábi.

8. Capítulo VII – Awilum vai embora da BabilôniaComo era de costume, Assur rei da Assíria, foi à Babilônia numa visita de negócios, já que era ofertante de ouro e prata para o reino de Hammurábi. Com sessenta anos e sem descendente, Assur encantava-se com toda criança que encontrava. E enquanto Hammurábi se preparava para recebê-lo, Awilum sugeriu um passeio de cavalo para apresentar a cidade babilônia ao nobre rei assírio, que conhecendo a fama do ótimo sistema de criação e treinamento dos animais babilônicos, não hesitou em aceitar a proposta.
Chegando no curral, Assur admirava tudo que Awilum falava, a inteligência, postura, beleza, educação e criatividade, eram anormais para um garoto considerado quase como escravo. Na realidade, Assur não podia ter filhos, e vivia em busca de um herdeiro para dar sucessão a sua Dinastia, mas precisava ser alguém íntegro, solidário, honesto e puro, qualidades as quais vislumbrava em Awilum.
Voltando para o castelo, propôs a Hammurábi que deixasse o menino ir com ele, porém mas com base nos costumes da época, o rei Babilônico julgou falta de cidadania do órfão, sendo inaceitável a vontade de Awilum de abandonar a Dinastia que o acolheu. Assur discutiu com Hammurábi resultando no rompimento das relações comerciais entre os reinos. Revoltado, Hammurábi ordenou que os guardas do castelo jogassem Awilum na prisão por tal crime, ele que tinha apenas doze anos.
O que Hammurábi não esperava é que Manu estivesse observando a confusão. Seguindo os guardas até o calabouço, Manu enganou os guardas e libertou Awilum, apesar da difícil realidade de uma despedida, ela sabia que a partida de Awilum seria melhor para o futuro dos dois. Awilum saiu do castelo com ajuda da amiga e encontrou Assur na estrada que ligava Babilônia com a Assíria. Com um profundo respirar, Awilum partiu com lágrimas nos olhos.

9. Capítulo VIII – 1780 a.C.: Transição no Assíria
Adotado por Assur, Awilum vivia rodeado de conforto na Assíria, sua adolescência só não era melhor, devido à saudade da amiga Babel e sua amada Manu, como é comum na adolescência, o garoto era inseguro e questionava-se sobre os sentimentos da garota por ele. Será que o tempo e a distância não seriam fatores responsáveis pelo esquecimento de um amor? Ele preferia acreditar que não, pensava que o contato espiritual era superior do que físico, sendo que às vezes matava a saudade dela usando uma técnica de desdobramento ensinada por sacerdotes do reino.
Awilum interessava-se pelos assuntos relacionados à administração do reino, fato importante já que depois de uma epidemia desconhecida, Assur falece. Com dezessete anos de idade, Awilum tornava-se o novo rei da Assíria, e como seu padrasto, iniciava uma administração justa, que objetivava priorizar valores humanísticos, tais quais eram aprovados por todos os membros daquela sociedade.
Entre suas ações como rei da Dinastia Assíria, destacava-se o desenvolvimento de um projeto de acolhimento de cidadãos sumérios. Esta sociedade ajudada pela Assíria seguia a visão de que seus governantes eram os próprios Deuses ou escolhidos por eles e seus descendentes também, ou seja, nascido de um servo tinha por destino servir, nascido de um rei, tinha por destino reinar, tal como os povos hindus de hoje em dia. Os escravos trabalhavam sem receber nada, era propriedade, bem alienável dos governantes, ou seja, algo que pode ser comprado, vendido, alugado, dado, eliminado... Escravo é, portanto, coisa. A escravidão era determinada: por guerras – quando o indivíduo era, após a derrota de seu grupo, pego pelos vencedores; por dívidas – quando o indivíduo penhorava o próprio corpo ou de um membro da família, como garantia de pagamentos e não o fazia; e por nascimento.
Assim, com algumas resistências a essa estrutura ideológica, camponeses imigravam para outros territórios. Logo, a Assíria havia tornado-se uma Cidade-Estado sólida, com uma diversidade cultural enriquecedora para os estudiosos da época.

10. Capítulo IX - Confusão nos quinze anos de Manu
Com a aproximação do aniversário de quinze anos de Manu, Hammurábi mandou preparar um grande baile e convidar os líderes e filhos dos mais ricos reinos, excluindo apenas a Assíria.
Para o evento, Hammurábi forçou o aumento do trabalho dos seus escravos que viravam madrugadas organizando os preparativos e ainda trabalhavam na agricultura durante o dia. Vendo a situação, Manu resolve estragar os planos do pai, que era de fazer alianças políticas em cima da aparência de seu governo justo e equilibrado.
No dia do baile, todos inclusive Hammurábi, esperam Manu descer pelas escadas, para que os jovens príncipes presentes admirassem sua beleza. Para espanto dos convidados e de Hammurábi, Manu aparece vestida com a roupa de uma das empregadas e com seu corpo todo sujo de terra.
O escândalo é inevitável, Hammurábi manda a garota para o quarto, porém antes ela revela a todos da cerimônia que todo o evento é derivado da exploração do trabalho escravo dos povos do reino. Revoltado, Hammurábi arrasta Manu pelos cabelos até o quarto e retorna à sala para declarar o cancelamento do evento.
Trancada no quarto, Manu ainda lança pela janela todos seus vestidos enquanto os convidados saem comentando a atitude da garota como inadequada ao padrão de conduta social daquela época. Mas, será que o inadequado para a sociedade é tudo que contraria o padrão mesquinho e medíocre do sistema representativo de imposição da civilização?

11. Capítulo X – 1775 a.C.: O castigo de ManuCom freqüentes conflitos entre Manu e o pai, tornava-se insuportável à persistência da harmonia no castelo da Babilônia. Visando uma solução permanente e considerando que os vinte anos de Manu era uma idade adequada, Hammurábi decide encontrar um noivo para a filha.
Mesmo contra a vontade de Manu, Hammurábi divulga aos reinos vizinhos que daria a mão de sua filha em casamento. Logo, um jovem rei chamado Zigurati, líder dos povos Sumérios, conquista a confiança de Hammurábi e recebe o consentimento para cortejar Manu.
No reino sumério os líderes eram nomeados segundo a "escolha de Deuses", estes eram considerados titulares do privilégio do diálogo direto para com a divindade, tal como os hebreus, povos que tiveram muitas de suas regras registradas nos livros da bíblia; êxodo, levítico, números e deuteronômio. Apesar de suas leis terem caráter humanístico, suas penalidades poderiam ser fatais.
Num jantar de noivado, dado por Hammurábi, tudo estava impecável, as bebidas e as comidas haviam sido feitas por serviçais de vários reinos no intuito de diversificar o cardápio, a louça toda em prata e com detalhes em ouro contrastava com as jóias e vestes dos nobres que sentavam-se a mesa. A noite tinha tudo para ser maravilhosa ao padrão Hammurábi, até que em berros, Manu afirmou perante todos que preferia a morte do que casar com Zigurati, saindo correndo logo em seguida, e partindo estrada a fora em uma das charretes do reino.

12. Capítulo XI – Dez anos depois Manu reencontra AwilumNo ato da fulga, a charrete que Manu conduz perde uma das rodas e sem controle da direção, se solta do cavalo capotando e lançando a jovem contra uma árvore que a faz desmaiar.
Awilum, agora rei da Assíria, estava alto, delgado e com hábitos extremamente viris, cruzava as terras Babilônicas como atalho enquanto voltava de algumas formalidades no reino Hindu, e por ser sempre atento percebeu uma jovem desmaiada debruço ao lado de uma árvore, quando foi socorrê-la, surpreendeu-se ao ver que era sua amada Manu, preocupou-se muito com a moça, e cuidou dela por toda a madrugada na beira de um riacho, próximo da nascente do rio Eufrates.
O moço lembrava dos momentos que viveu enquanto criança com Manu, se recordava dos humildes selinhos que trocaram escondidos e das inúmeras qualidades que Manu tinha dez anos atrás. Mas, será que ela continuava a mesma? Será que ela ainda lembrava dele? Emergiam muitos paradoxos ao admirar a moça desacordada.
Logo que acordou, Manu assustou-se por estar nos braços de um homem, com as vistas ainda meio embaçadas, ordenava que o até então desconhecido se afastasse. Mas assim que recuperou a nítida visão, reconheceu Awilum e ficou muito contente, abraçando-o bem forte, como a tanto tempo sonhara. Ela lembrou também de muitas aventuras que viveram juntos durante a infância, mas acima de todas, o dia em que o ajudou a partir. Awilum, ao lado de Manu, ficou um tempo calado, olhava ao redor a quantidade de pilhas de pedra simbolizando mortos. Que horror de terras! Pensava. Que tristeza! E lembrava da alegria dos povos Assírios. Ah! Se lá estivessem! Mas ao reparar que passeava a beira do rio Eufrates com Manu, satisfazia-se novamente; o perfil fino da moça; o vestido delicado que prendia bem a curva do seu peito; e havia no seu andar uma lassidão que lhe quebrava a linha da cinta de um modo lânguido e prometedor. Eles colheram frutas nas árvores beirando o rio Eufrates, conversaram sobre os problemas da Babilônia, sobre a herança monárquica de Awilum no Assíria, e recordaram travessuras da infância.
Ao anoitecer, foram surpreendidos por uma tempestade e precisaram abrigassem numa pequena caverna. Não agüentando mais, Awilum segurou Manu pela mão e puxou-a dando um profundo beijo, que foi correspondido resultando numa romântica noite de amor.
Quando amanheceu, Awilum convenceu Manu a voltar para o reino do pai, pois ele a pediria em casamento para Hammurábi, ela aceitou e juntos voltaram para enfrentar o rei Babilônico.

13. Capítulo XII – Hammurábi rejeita o pedido de casamento de Awilum
Voltando a Assíria, Awilum não esconde sua paixão, e seus amigos e súditos percebem facilmente, devido ao brilho em seu olhar, às suas descrições sobre a beleza dos pássaros, do sol e do céu daquele dia, o mais puro e sincero amor passivo de transparecer nas paredes do corpo e nas ações do comportamento.
Na Babilônia, Manu também suspirava pelos cantos do castelo, estava mais ansiosa porque no dia seguinte Awilum iria ao castelo pedir a Hammurábi permissão para cortejá-la. Naquela noite, Manu quase não conseguiu dormir, pois ficou por horas conversando com Babel sobre seus sentimentos, sabia que havia sido destinada a viver com Awilum para sempre.
Quando se despediu de Babel, ficou proporcionando o deslizar de sua suavidade pelo castelo, os seus olhos iam-se demorando, com uma ternura, naqueles móveis íntimos do castelo, que eram do tempo da sua mãe. Chamava-se Madalena: uma senhora alta, de nariz afilado, muito apreensiva; só jantava bebendo algo; e ao voltar um dia de um passeio a cavalo na beira do rio Eufrates onde curtia sua gestação, morrera rapidamente após dar a luz a Manu.
Fisicamente, Manu se parecia muito com ela. Fora sempre robusta, de hábitos variáveis, pois não conseguia seguir uma rotina. Da mãe herdara apenas a beleza, já que seu gênio forte era semelhante com o do pai.
Ao meio dia do dia seguinte, pontualmente como havia sido marcado, Awilum chegou à Babilônia onde Hammurábi já o aguardava. Manu ficou no salão principal do castelo, enquanto Awilum e Hammurábi conversavam numa salinha particular. A moça fechou as janelas, ascendeu às velas, começou a passear pela sala, esfregando devagar as mãos. Caminhava depressa para um lado e para o outro, contando sua ansiedade para Babel que tentava acalmá-la oferecendo chá. Vale ressaltar que Babel também já tinha vinte anos, e sua beleza era tão grande que os homens do reino diziam dela com olhos em alvo: é uma estátua, é uma Vênus!
Na sala e de portas fechadas, o jovem Awilum declarou seus sentimentos enquanto o pai de Manu ouvia em silêncio. Quando terminou de expor suas razões, Hammurábi disse que não iria dar a mão da filha dele para um traidor e em seguida expulsou Awilum do castelo. Aos berros falava que só permitiu que o garoto fosse até lá para olhar diretamente nos olhos daquele que o virou as costas e para proibir o romance como vingança pelo passado.
Quem vê a proibição por uma visão comum de nossa realidade contemporânea, vai considerar Hammurábi um monstro e completamente errado em sua decisão. Mas, lembremos que a traição em nossa sociedade é um crime moral e não legal, enquanto naquela época era punido com a morte, segundo o código criado por estudiosos e militares da própria dinastia de Hammurábi.
Assim estava a situação do casal, Manu proibida pelo seu pai de ver Awilum e praticamente numa prisão domiciliar. Com isso, os conflitos entre Manu e seus pai crescem, e escondida, ela pede para Babel levar um recado para Awilum de que deseja vê-lo. Babel cumpri o pedido da amiga e volta da Assíria com o recado de Awilum de que voltará para buscar Manu.

14. Capítulo XIII – Awilum sonda a Babilônia e reúne tropasAwilum revoltado com o rancor de Hammurábi, passa a enviar "espiões" para sondar a Babilônia. Nesta sondagem, são descobertas as mais duras e desumanas explorações de súditos já visto, causando um revolto ainda maior no jovem rei Assírio, que resolve reunir tropas tanto para resgatar Manu quanto para derrubar a tirania de Hammurábi.
Numa visita ao território de guerreiros bárbaros nômades, ele consegue mil guerreiros, ainda um número pequeno comparado com os doze mil do exército de Hammurábi. Para conseguir mais oito mil, ele assina um acordo onde obriga-se a prestar alimentos e água potável por um certo período, obtendo a filiação de guerreiros que viviam num território onde futuramente seria fixado o Egito. Com nove mil guerreiros, Awilum inicia os treinamentos para a batalha.
Awilum pede para que um mensageiro avise Manu da batalha e dos motivos, solicitando que ela proteja as pessoas mais íntimas dela no reino. Mas, ela pede para ele aguardar um pouco mais, pois tentaria reunir provas da má administração e ditadora soberania do pai, visando iniciar uma revolução menos destrutiva.
Ao remeter a resposta para a Assíria, Manu consegue de Awilum mais um tempo, apesar do rei assírio não interromper os treinamentos.

15. Capítulo XIV – Manu falsifica documentos em prol dos escravosTentando prevenir uma guerra entre o Assíria e a Babilônia, a rotina de Manu passa a ser de investigação nos documentos do pai. Ela busca encontrar algo que cause tamanha revolta nos súditos babilônicos, que suspenda a acomodação, reascendendo o espírito de cidadania, transformando aquela situação política insuportável mediante resoluções.
Certo dia, numa de suas buscas, ela encontra documentos de decretos leis apenas assinados, responsáveis pela criação de novas normas sociais. Após pensar em como poderia aproveitar aqueles documentos, Manu escreve neles leis mais brandas e de revogação às normas anteriores. Acreditando que seu pai não iria perceber, guardou os documentos no mesmo lugar.
Mesmo não sendo de costume freqüente, Hammurábi pega seus documentos para publicar novas leis e percebe a falsificação. Sabendo que poucos no reino tem conhecimento da escrita, reúne estes no intuito de descobrir o responsável pelo crime. O senso de ética de Manu era amplo, assim, frente a pessoas de todo o reino, ela confessa o crime e os motivos.
Como o código de Hammurábi era claro ao ressaltar que tal ato é passível de punição, Hammurábi sob pressão de sus jurisconsultos, define como pena a amputação das mãos de Manu. No mesmo dia da sentença, em praça pública, sob um sol quente, foi cumprida a pena, um capataz que portava uma machadinha de guerra lançou-a contra os membros de Manu.

16. Capítulo XV – Babel descobri que Manu está grávida de Awilum
À noite, após a amputação das mãos de Manu, a garota apresenta quadro grave de hemorragia, sendo atendida e acompanhada pelos melhores "médicos" do reino, tal como pela amiga. Um dos especialistas chama Babel em particular e pergunta se antes do corte Manu sentia enjôos e tonturas, quando ela confirma o "médico" afirma que Manu deve estar com uns dois meses de gravidez. Babel pede para que o "médico" guarde segredo temendo uma reação cruel de Hammurábi.
Dias seguintes ao fato, a hemorragia gera uma anemia profunda, e considerando que os sinais da gravidez já começam a aparecer através dos vestidos, elas conseguem convencer Hammurábi de que o melhor para Manu é fazer um tratamento com "médicos" e curadores de territórios estrangeiros, e apesar do chauvinismo de Hammurábi, ele permite que elas possam, ir ao exterior passar alguns meses.

17. Capítulo XVI – Manu vai para a AssíriaCombinadas com o condutor da carroça, Manu e Babel modificam o curso proposto por Hammurábi e seguem para o Assíria. Lá chegando Awilum revolta-se com a crueldade de Hammurábi para com a filha. Em seguida, Awilum descobri que Manu está grávida e não se pode medir a felicidade do rapaz, pois o fato de ser órfão sempre despertou nele à vontade de ser pai.
Os meses passam e Manu recupera-se da anemia, o casal passa a curtir a gravidez valorizando cada dia que passavam juntos como se fosse o último. Esta atitude deveria ser usada com freqüência em nossa sociedade insaciável.
Mas, um fato não era normal, uma das imigrantes da Suméria acolhida pelo reino assírio não saia de perto de Manu, dando-lhe atenção o tempo todo. Ela era Luma, o primeiro amor de Hammurábi na juventude, Luma cuidava de Manu porque encontrava na jovem as virtudes que tanto esperou e nunca revelou-se no pai, apesar de sua forte e admirável personalidade.
Manu estava mais linda do que nunca, passava o dia à beira do mar vermelho vislumbrando as crianças do reino que brincavam no local, à noite ficavam até tarde admirando as estrelas e a lua.

18. Capítulo XVII – 1774 a.C.: Manu tem uma linda meninaCom oito meses de gravidez, Manu observava constantemente Awilum instruindo os cocheiros que destravam os cavalos do reino, e foi, em um destes dias, dois animais pegaram um confronto assustando Manu que estava sentada sobre o curral e que caiu de costa batendo a barriga na quina de uma pequena pedra usada para manter a cancela fechada.
Awilum e Manu estavam juntos a meses, eram felizes. Manu, para contentamento de Awilum, saiu-se muito boa dona de casa, modificando freqüentemente a posição dos móveis; tinha cuidados simpáticos nos seus arranjos, alegre como um passarinho. Mas, agora aquele inesperado acidente colocava sua felicidade em risco.
A lesão acelerou a dilatação da moça que começou a sentir fortes contrações e a perder muito líquido amniótico. Ela foi carregada às pressas ao castelo assírio e contou o tempo todo com o apoio de Awilum. Com muita dificuldade e sem parteira por perto, Awilum e Manu decidem que Babel faria o parto. As horas se passam, cai à noite e o desespero aumenta, pois o fato dela já ter sofrido uma grave hemorragia quando teve sua mão amputada, tornou seu organismo mais vulnerável, gerando outra profunda hemorragia. Até que, ao marcar das vinte e duas horas, Manu consegue dar a luz a uma linda menina de pele morena clara como a do pai e boca vermelha como sangue semelhante à de sua mãe. Após o parto, tanto a menina quanto Manu ficam em observação por um período de um mês.
Passado o repouso, a menina é batizada com o nome de Morgana numa linda cerimônia à beira do rio Nilo. Manu convenceu Awilum de que pode tentar fazer seu pai mudar visando evitar a guerra, alega persuadi-lo com a novidade da neta Morgana, e Awilum permiti a volta dela para Babilônia. Os dois ficam preocupados com a imprevisível reação de Hammurábi, resolvem deixar a criança sob os cuidados de Awilum na Assíria. Para adiantar, Manu manda um mensageiro avisar Hammurábi de sua chegada a Babilônia.
Chegando o dia da partida, Manu tem constantes intuições negativas que fere feito flecha seu coração. No dia marcado para sua viagem, a manhã parecia mais negra como nunca visou, o rio Nilo avermelhado devido ao reflexo do nascer do sol de verão parecia sangue. Manu arrumou suas coisas passando precauções às servas do reino sobre a maneira de cuidar de sua amada filha, depois desceu a escadaria do castelo onde Awilum a aguardava portando flores. Eles se beijaram profundamente enquanto Babel segurava Morgana no colo, e Manu sussurrou baixinho ao ouvido de Awilum: "saiba que aconteça o que acontecer sempre te amei e amarei, portanto cuide bem de nossa filha e toda vez que sentir minha falta observe ela que verá meu reflexo". Estavam de pé, frente ao castelo assírio e Awilum disse com os olhos profundos portando uma suplicação doce convertida em lágrimas: "Não te vás! Manu!". Awilum, com um movimento brusco passou-lhe o braço sobre os ombros, prendeu-lhe a cabeça, e beijou-a novamente, acariciando-a nos olhos, no cabelo e nas costas vorazmente. Ela soltou-se a tremer, escarlate, mas Awilum tomou-lhe as mãos com domínio e sussurrou: "hás de me ouvir, desde o primeiro dia que te tornei a ver estou doido por ti, como dantes". Manu escutava-o imóvel, a cabeça baixa, olhar esquecido. Ela, recuperando os domínios da situação, voltou-lhe o rosto para a filha Morgana, detendo-a no colo, ressaltou: "talvez você não lembre, mas o meu amor por você é tão grande que será como um escudo em prol de sua proteção". Assim, entrou na condução e partiu rumo a Babilônia.

19. Capítulo VIII – Manu e Babel voltam a BabilôniaDepois de chorar e questionar sua atitude durante todo o percurso retornando para Babilônia, Manu começa avistar os córregos do rio Eufrates e parte do castelo. Chegando na Babilônia após dez meses na Assíria, onde havia vivido os melhores dias de sua vida ao lado de Awilum e Morgana.
Logo ao entrar, Manu e Babel são recepcionadas por Zigurati II, novo princípe sumério, sucessor por primogenitura de Zigurati I, que no passado havia sido escolhido por Hammurábi para que se casasse com a jovem, isso porque o antigo príncipe havia morrido num conflito territorial dando origem a sucessão testamentária e moral, ou seja, herdara também o direito do outro de cortejar a moça. O cansaço da viagem e seu vulnerável estado emocional devido a um turbulento parto e difícil resguardo levam Manu perder os sentidos e desmaiar.
Com a vista meio embaçada, Manu vai recuperando a consciência e percebe que já está no seu quarto, onde seu pai impõe decisões, resultando numa discussão que altera os nervos de ambos. Hammurábi sai do quarto e deixa para Manu a ordem de que ela desça ao salão principal do castelo para fazer corte ao príncipe.
Ao descer, Hammurábi ouve o príncipe Hebreu fazendo piadas com seus soldados sobre a falta dos braços de Manu, mas visando não criar mais conflitos, omite as palavras ouvidas.
Manu também sai do quarto e passeia pelos corredores do castelo para relaxar e por as idéias no lugar. Escondida, ela pôs-se a olhar muito para o pretendente que seu pai escolheu, comparava-o com Awilum, e sentia-se orgulhosa do seu amado. Awilum era o seu tudo, a sua força, o seu fim, o seu destino, a sua religião, o seu homem. Imaginava o que sucederia se casasse com o príncipe sumério, de certo seria infeliz para o resto da vida.

20. Capítulo XIX – Manu mata um soldado sumério para salvar BabelManu continua andando pelo castelo e não percebe que o príncipe sumério e seus soldados subiram por um corredor. Agora ela procurava Hammurábi para revelar sobre Awilum e Morgana, pois não agüentava mais aquela aflição.
De longe ela ouve gritos de alguém que pede socorro, em seguida avista o príncipe sumério observar um de seus soldados tentando estuprar Babel ao lado das vidraças do castelo. Babel já estava com a parte de cima do seu corpo despida e de roupa de baixo arrancadas, e enquanto o soldado preparava-se para a penetração ela chorava e sangrava devido as lesões da violência.
Um ódio incontrolável invadiu o coração de Manu, que partiu em direção do estuprador e o empurrou por entre as janelas e vidraças do castelo. Dentre os cortes do vidro e o impacto da queda, registraram cinco segundos para a morte do soldado, uma rápida ação que produziria uma triste conseqüência.
Ao empurrar o soldado sumério, Manu cometeu um conjunto de crimes, mas para o ordenamento jurídico babilônico, no caso de concurso de crimes aplicava-se a pena apenas ao fato mais grave, o que tipificou a ação da jovem no principal texto legal do reino, a chamada lei de Talião, genericamente entendida como "olho por olho, dente por dente", tendo por principal trechos no antigo código de Hammurábi: "se um homem cegou o olho de um homem livre, o seu próprio será cego"; e " se um homem livre tiver arrancado os dentes a um homem livre da sua categoria, os seus próprios dentes serão arrancados". O descritos textos, abriam margem para interpretações análogos, ou seja, seu entendimento foi estendido ao caso concreto de Manu no que concerne a necessidade se executar uma vingança, afim de minimizar o sofrimento dos familiares do falecido e de manter o repúdio do castigo para quem desrespeitasse as normas locais.
Assustado, o príncipe sumério gritou pelos guardas do castelo para que prendessem Manu, e assim foi feito, observada por sua amiga que tentava explicar o acontecido e pelo pai que a olhava com desprezo, Manu foi jogada na masmorra do castelo.

21. Capítulo XX – 1772 a.C.: Manu é julgada
Passado um mês desde a tragédia do reino babilônico, Manu continuava presa no calabouço do castelo. Líderes políticos da Babilônia e de outros reinos, tais como filósofos e sacerdotes compareceram ao julgamento de Manu que teria início as quatorze horas em praça pública.
Na defesa de Manu, os sacerdotes defendiam o fato por uma perspectiva de força maior ou legítima defesa, baseando-se na analogia de alguns artigos do Código de Hammurábi. Os filósofos confundiam ainda mais as opiniões, pois argumentavam que o ódio da alma seria tão abstrato quanto a natureza. Os defensores de Manu também acusavam o falecido por tentativa de estupro, com base no art. 130: "Se alguém viola a mulher que ainda não conheceu homem e vive na casa paterna e tem contato com ela e é surpreendido, este homem deverá ser morto, a mulher irá livre". A defesa queria fazer o júri acreditar que se a morte seria a punição para tal crime Manu não havia cometido crime algum.
Primeiro a acusação iniciou argumentando que além do crime de homicídio Manu havia analogicamente perante as leis babilônicas, cometido o crime de traição, pois Hammurábi havia dito que os sumérios poderiam ficar à vontade no reino devido a segurança do castelo. Em seguida ressaltou que o estupro poderia não ter ocorrido, e mesmo que tivesse ocorrido era cabível apenas aos tribunais julgar e punir. Encerrou seu discurso alegando que se a moça não fosse punida como a lei designa, os povos sumérios travariam uma guerra para massacrar os babilônicos.
Era visível o nervosismo de Hammurábi que não ousava olhar nos olhos da filha, pensava onde poderia ter errado e se a soberania que portava não era o fator responsável por tanta infelicidade em sua vida, arrependia-se por não ter desistido de tudo enquanto podia, mas naquele momento já era tarde.
Manu como sempre havia sido corajosa não temia o resultado do julgamento, só lamentava por sua filha que cresceria sem mãe e pensava numa forma de minimizar a falta da figura materna no crescimento de sua filha.
Analisando as partes e temendo uma guerra, os magistrados condenaram Manu por unanimidade à pena de morte por enforcamento em praça pública, no prazo de um ano. Devido à cumplicidade no crime, Babel recebeu como pena a proibição de sair do castelo durante este mesmo período. Para completar, a mãe de Babel proibi ela de tentar avisar Awilum sobre os acontecimentos da Babilônia.

22. Capítulo XXI – Hammurábi estupra Babel
Após o julgamento de Manu, Hammurábi passou a demonstrar cada vez mais ódio por Babel, aquela menina que ele já não suportava enquanto criança estava intolerante aos vinte e dois anos. Quando seus olhares se cruzavam ele desejava matá-la, crendo que a moça teria sido a culpada pelo que acontecieu à sua única herdeira.
Certo dia, depois de discutir com Manu no calabouço do castelo, Hammurábi encontrou Babel limpando seu quarto. Ódio, desprezo e sentimento de vingança excluíram sua capacidade de discernir o justo do injusto, o certo do errado, e numa intensa crise de selvagerismo bateu em Babel e a despiu, depois a estuprou como penitência a uma possível culpa da condenação de Manu. E enquanto a moça estava desmaiada devido ao excesso de agressões, executou outros atos libidinosos diversos da conjunção carnal.
À noite Hammurábi foi ao calabouço para contar a Manu o que havia feito, como se exemplificasse os limites de sua soberania. Manu que já sofria por não ter mãos devido à uma ordem de amputação provinda de seu próprio pai, de estar longe de Awilum e de sua filha, de aguardar a pena de morte num calabouço triste como aquele, sofreu ainda mais por saber que sua amiga virgem foi estuprada por seu pai, condenava-se de uma forma que se tivesse a oportunidade daria fim a sua própria vida antes que outro a fizesse.

23. Capítulo XXII – Babel descobri que está grávida de HammurábiDois meses após o estupro, Babel ainda tem constantes pesadelos, me temendo Hammurábi até mesmo de forma fantasiosa. Para aumentar os problemas, ela passa a sentir muitos enjôos e a observar mudanças em seu corpo, para temor seu e de sua mãe tudo levava a crer que ela realmente estava grávida do ditador.
Não sabendo o que fazer, Babel vai até o calabouço contrariando as ordens de sua mãe para pedir conselhos a Manu. Babel não acreditava ou não aceitava no plano que Manu sugeriu, pois a filha de Hammurábi pede para a amiga fugir para a Assíria no dia de seu enforcamento, e para casar-se com Awilum para que juntos criassem as crianças.
Depois de Manu persuadir Babel de diversas formas, ela concordou com a proposta visando o melhor para seu filho e para a filha de Manu, começando a planejar a fuga. Mas, Babel sofri por questionar se não estava sendo egoísta com aquela atitude, pois viveria decorrente de uma fuga às custas da morte da amiga, ao mesmo tempo tinha que pensar mais uma vez nas crianças.
A mãe de Babel descobri da gravidez da filha e apóia a proposta que Manu fez para Babel de recomeçar uma nova vida em outro lugar, a mãe dela também descobri da filha que Manu teve com Awilum e que vive na Assíria sob os cuidados do pai.

24. Capítulo XXIII – Manu é enforcada e Babel foge para a AssíriaEra um dia de domingo, o sol enfraqueceu-se como se tivesse sido tomado por um ideal de vergonha daqueles aos quais eram iluminados por sua luz, não ventilava e nem chovia, o ambiente parecia chorar a ação que estava preste a ocorrer.
Pouco antes da hora marcada para a execução de Manu, estranhos rituais de despedida foram realizados por várias partes. Manu rezou pedindo a proteção dos deuses nos quais acreditava, Hammurábi orou pedindo perdão aos mesmos deuses aos quais Manu havia orado, e Babel apenas chorava ao acariciar sua barriga contando ao seu filho sobre a pessoa maravilhosa que Manu representava.
Em praça pública, o ritual de execução é iniciado, guardas encapuzados colocam o laço de corda no pescoço de Manu, enquanto isso Babel segue o plano e foge da Babilônia observando de longe a execução da sentença de Manu, a todo tempo ela recordava tudo que já havia vivido com a breve finada Manu.
As lágrimas transcorrem os olhos de Hammurábi ao ordenar o cumprimento da sentença condenatória de sua própria filha. Manu apenas olha para o céu pedindo aos deuses de sua crença proteção para sua filha, mas antes que termine suas orações tem a cadeira na qual sustentava-se em pé arrancada, felizmente, devido as circunstâncias em que se encontrava, numa rápida queda tem seu pescoço quebrado, morrendo imediatamente sem muita dor.
Por todos os reinos corriam a notícia do ocorrido na Babilônia, de que Hammurábi havia sido capaz de executar sua própria filha em prol da conservação de sua soberania, mas os filósofos aproveitaram o fato para questionar até onde os homens poderiam ir para conquistar ou manter o poder. O fato é que tamanha crueldade repercutiu de forma impressionante na Babilônia, pois os crimes reduziram-se em quase noventa e por cento, isso porque todos temiam o tirano Hammurábi.

25. Capítulo XXIV – Awilum casa-se com BabelNa Assíria, Awilum assusta-se com a chegada de Babel, ele percebe que algo de errado ocorreu na Babilônia, porém ainda em lágrimas, Babel pede um tempo para se recompor a fim de contar tudo que aconteceu. Awilum aguarda ansioso no salão principal do castelo e segura Morgana no colo, Babel ainda meio decomposta começar a contar o que aconteceu, Awilum fica banhado em lágrimas e após entregar sua filha para Babel segurar, sai a galopar pelos bosques ribeirinhos do Nilo, lembrando dos momentos bons que ele e Manu tiveram naqueles lugares.
Apesar da dor de perder a pessoa que ele amava e visando a intensidade do amor vivido, Awilum cumpri o pedido de Manu e casa-se com Babel adotando Nino, filho de Babel com Hammurábi, ainda irmão de sua amada celestial. Nino passa a ser herdeiro do trono assírio junto a Morgana.
A morte de Manu aumenta a indignação de Awilum que recomeça a treinar um exército para lutar contra Hammurábi visando elidir a tirania aparentemente invencível. Estabeleceu então o prazo de um mês para o início da ofensiva, momento que coincidia com festejos religiosos na Babilônia.
Awilum e Babel tinham um casamento convencional onde as relações restringiam-se às obrigações patriarcais, pois sexualmente ambos haviam perdido o instinto erótico, um porque havia perdido a única pessoa que o despertou desejo, a outra porque acreditava que o sexo era algo triste e doloroso visando à forma como havia perdido sua virgindade.

26. Capítulo XXV – As tropas assírias atacam a BabilôniaJunto aos guerreiros bárbaros e do futuro Egito, considerados como grandes potências de guerra, as tropas da Assíria traçam uma estratégia ofensiva e ataca a Babilônia que apesar da surpresa revida com uma sólida defesa. Hammurábi percebe que há um risco eminente de ameaça a segurança do reino e encaminha um mensageiro para solicitar guerreiros sumérios para a execução de uma ofensiva.
Nas batalhas a cerca do castelo Babilônico, muitos homens são mortos, inclusive o rei da Suméria, Zigurati II, responsável indireto pelo tragédia com Manu, o estranho era que Hammurábi não sabia de onde eram os guerreiros atacando a Babilônia, não sabendo também qual era o motivo da guerra. Assim, a mãe de Babel conta ao tirano Babilônico que se tratava de uma vingança de Awilum, contando-lhe também sobre os seus dois descendentes que estavam na Assíria, o filho homem que tanto sonhou e a neta.
Ainda assustado com a descoberta da existência de seus dois descendentes, Hammurábi resolve recuperá-los. Quando as tropas Babilônicas incorporam-se aos guerreiros sumérios, o exército assírio perde força e recua. Aproveitando a defensiva dos assírios, Hammurábi junta-se a um grupo de mil guerreiros e parte para o Assíria em busca de seus descendentes.

27. Capítulo XXVI – Hammurábi seqüestra o filho e a neta
Sem defesa na Assíria, Hammurábi invade o castelo de Awilum e seqüestra os descendentes – filho e neta -, causando pânico em Babel que consegue fugir do castelo montando num dos cavalos do reino, em busca de Awilum para contar o ocorrido.
Desequilibrado, Hammurábi passa a maltratar as crianças prendendo-as na jaula de uma carroça que fica no centro das tropas Babilônicas. Apesar do árduo treinamento dos guerreiros, muitos não resistiam a pureza das crianças e atendiam a alguns de seus pedidos, de certo que muitos foram mortos ao terem suas ações descobertas por Hammurábi.
Após dias galopando, Babel chega até as tropas da Assíria e conta para Awilum tudo que aconteceu. Revoltado, ele decide ir até territórios sumérios, visando reverter o lado ao qual os sumérios direcionavam apoio, acreditava que como os sumérios haviam perdido seu líder Zigurati II, poderia contratar o recebimento de benefícios em troca de compor o grupo assírio, unindo-se numa quantidade de guerreiros jamais vista antes e derrubando de uma vez por todas o exército Babilônico.

28. Capítulo XXVII – Awilum descobre que é da família real da SumériaDesesperado com o seqüestro dos "filhos", Awilum enfrenta o risco e busca um acordo com os povos sumérios e marca um encontro no Assíria. No dia e na hora marcada, todos aguardavam Awilum no salão principal do castelo Assíria e ao chegar no salão ele não escondia seu nervosismo e preocupação. Usava um colar feito com um grande diamante contornado com uma borda de pedra polida dado por seus pais, era a única lembrança que tinha deles, usando apenas quando enfrentava algum problema muito sério para sentir-se seguro e protegido.
Quando se apresentou na Suméria, notou que Luma, a mulher que tanto admirava Manu em seu reino estava com eles e muito inquieta, parecia que queria falar algo. Awilum por sua vez, esquece a percepção e segue a exposição dos assuntos da reunião. Depois de Awilum explicar toda a situação que enfrentava e pedir reforço para a guerra, não mais agüentando, Luma pedi a atenção de todos e diz ter uma bombástica revelação a fazer, ela aproxima-se de Awilum e retira de debaixo da blusa do rapaz o colar que ganhara dos pais enquanto criança, revelando para todos que os antigos reis da Suméria foram assassinados por Hammurábi e que Awilum é filho deles, portanto herdeiro do trono.
Todos olhavam Awilum com grande espanto e começaram a reverenciá-lo, foi quando Luma, ao conter as lágrimas de Awilum, diz não ter contado antes por saber que aquela revelação causaria a morte de Hammurábi, mas já não podia ser cúmplice tamanhas eram as atrocidades que seu amado vinha cometendo. Por fim, pediu que Awilum desse um fim não muito doloroso a Hammurábi e que o rapaz não se tornasse como o sanguinário ditador.
Ao ouvir aquelas palavras Awilum chorou por alguns instantes, e finalmente, pode compreender as lembranças que portara daquele lugar, desde os detalhes do castelo até a fisionomia dos criados.
Após se recompor do susto, Awilum partiu para a Assíria e retornou ao território sumério a fim de assumir o trono. Com o encerramento da cerimônia religiosa de posse, Awilum declarou guerra contra a Babilônia, somando um número incrível de quinze mil guerreiros prontos para vencer o exército que agora contava apenas com cinco mil guerreiros Babilônicos.
Para os sumérios e suas exacerbadas crenças religiosas, uma guerra entre duas cidades significava uma luta entre seus deuses protetores. Seu poder baseava-se na força militar e na religião.

29. Capítulo XXVIII – Awilum vence a guerra e liberta a Babilônia
Após um ano de guerra, as tropas assírias e sumérias cercam o território Babilônico. Visando evitar mais morte, Awilum envia um mensageiro para negociar com os guerreiros babilônicos a entrega de Hammurábi, argumentando baseado nas lembranças das boas ações de Manu para com todos do reino, propondo uma espécie de compromisso dos babilônicos para com a memória de Manu. Depois de pensarem muito, eles entregaram o local onde o ditador estava escondido com as crianças, local este que foi invadido, porém ninguém foi encontrado.
Awilum percebe marcas de carroça ao lado do antigo esconderijo de Hammurábi e as seguem de cavalo frente a uma frota de cem homens. De longe ele avista a carroça de Hammurábi e começa a perseguição às margens do rio Eufrates. Hammurábi percebe que não vai conseguir escapar e lança as crianças da carroça, que para a sorte de todos, caem encima de uma superfície macia tomada por capim.
Hammurábi era orgulhoso e não aceitaria entregar-se vivo, por isso, mesmo sem saber nadar, libertou os cavalos, montou no mais esbelto e lançou-se em direção ao rio Eufrates, sendo arrastado pela águas e afundando até esgotarem suas forças e suspiros.
Voltando a Babilônia, Awilum revela a morte de Hammurábi e assume o trono por ser pai dos únicos herdeiros legítimos. Todos demonstraram a esperança de uma vida melhor junto ao pequeno príncipe Nino e a linda princesa Morgana.

30. Capítulo XXIX – Os novos reinos
Com apoio de filósofos atenienses que defendiam a igualdade entre os povos, e de posse dos reinos da Babilônia, Assíria e Suméria, Awilum criou leis de caráter humanístico, onde todos viveram em harmonia como Manu sonhava.
A saudade que Awilum sentia de sua amada era amenizada no rosto de sua filha, tal como Manu havia pedido, até porquê a menina era muito semelhante a mãe. Quando não era suficiente, bastava observar o irmão de Manu que também tinha uma personalidade forte e ativa, traços que herdara do seu pai Hammurábi.
Nesta época, Nino tinha três anos e Morgana tinha quatro anos. No decorrer dos anos, tanto Awilum quanto Babel perceberam que a solidão é a pior arma contra a felicidade, e embora casados, não mantinham uma relação de casal, mas após seis anos de convívio apaixonaram-se e tiveram mais dois filhos.
Porém, é importante observar a diferença entre paixão e amor para que não gere dúvidas sobre o sentimento de Awilum para com Manu, o único amor da vida dele. Portanto, muitos no reino os consideravam traidores da linda história de amor, mas outros os elogiavam pela excelente decisão de serem felizes e fazerem seus filhos felizes depois de tanta infelicidade e sofrimento. Como as coisas nem sempre acontecem como planejamos, só nos resta acreditar que as conseqüências decorrem de nossas próprias ações, ou seja, aquele que planta o bem colherá muita prosperidade e felicidade, ocorrendo o contrário para quem planta o mau, que de certo renderá frutos estragados e muitos remorsos.
Após a morte de seus progenitores, já crescidos, os quatro herdeiros do trono governaram juntos harmonicamente, objetivando o bem comum ao priorizarem a felicidade interna e a paz de espírito sobre os interesses econômicos.
Após a morte de Hammurábi a dinastia manteve-se por aproximadamente cento e cinquenta anos, mas em 1594 a.C. os Hititas invadiram e incendiaram a Babilônia, abandonando-a em seguida. A queda da dinastia de Hammurábi fez ascender os Cassitas que iniciaram um novo período da História Babilônica.

Biografia

Nasci em 09 de outubro de 1986 na cidade de Itaberaba no interior da Bahia, onde conclui o Ensino Médio no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães. Abandonei os cursos de Administração de Empresas e Letras Vernácula na UNEB para cursar Direito em Goiânia, morei em Buenos Aires (Argentina) e em La Paz (Bolívia), estagiei e participei de Congressos, Cursos e Seminários em Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Vitória, Santos e São Paulo. Próximo de concluir a graduação, transferi o curso para a Universidade Jorge Amado em Salvador, onde pretendo fazer a especialização em Docência Universitária. Publiquei vários artigos científicos, palestrei em vários eventos, tal como já fiz muitas outras comunicações orais científicas, além de ter em descanso mais de 10 (dez) obras escritas, entre peças, contos e romances, e aguardo o momento certo para publicá-las. Tenho artigos selecionados nos maiores eventos científicos do país, como no IIº Colóquio de Filosofia, Direito e Constituição e no IVº Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologia e Educação - INTERCULTE, selecionado ainda para Juiz no IIIº Simulado das Nações Unidas.



[1]Graduando em Direito pelo Uni Jorge. Livros escritos e não publicados: "Terras Escuras – O reino de Hammurábi"; "Pele de cordeiro e olhos de lobo"; "Mistérios I – Por que morrer?"; "A caçada I – 12 suspeitos, 10 álibis, 1 vítima e 1 assassino"; "Mente assassina I – Assassino a solta"; "Maracangalha: A maldição que vem do céu". Associado à Associação dos Estudantes de Itaberaba (AEI) e residente da Casa de Estudante de Itaberaba (CEI). Administrador dos blogs Tms Produções Literárias e Associação dos Pensadores UniJorge, e Associação dos Pensadores de Itaberaba. Projetos futuros: Almeja se tornar professor universitário, iniciando a especialização em Docência em janeiro de 2010. Tendo seus livros e artigos exibidos em seu blog pessoal: WWW.thiagomacedosampaio.blogspot.com