Coisa de quem não pensa.

 

Não tinha que escrever nada.

Não tinha obrigação.

Então não escrevi.

Coisa de quem não pensa.

Ou de quem pensa.

O mundo é essa sintonia.

Para quê escrever.

Pergunto.

Para quem gosta de ler.

 

Mas poucos gostam de ler.

Então não deve escrever.

Essa é a função.

O mundo é assim mesmo.

Quem escreve, não escreve.

No dia a dia é assim.

O mundo encanta.

Fecha-se como destinação.

 

Nunca pensei em fazer outras coisas.

Apenas em sonhar com a noite.

 Ver o céu cheio de estrelas.

 O vento soprar de madrugada.

Tudo passa.

Como se fosse normal.

Repete-se uma coisa.

Perde-se outra.

Ganha também.

O mundo é assim.

Não tem como ser.

Diferente.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.