O pecuarista pode e deve admirar o rebanho no pasto.

Mas não é só o olho do dono que engorda o boi. Para ter sucesso na hora de vender o animal sadio e bonito, alimentação e manejo andam juntos.

Uma alimentação adequada e água em abundância são essenciais, dizem os zootecnistas.

Em média, um boi consome 14 quilos de comida e até 60 litros de água por dia. Mas para engordá-lo, um nutricionista deve fazer a supervisão do cardápio, sempre balanceado com fibras, proteínas, fonte de energia, minerais e vitaminas. O milho e o farelo completam o cenário.

São na verdade, como arroz e feijão para o “dono do boi”.

Para resumir: são dois ingredientes que não faltam no cocho. Por sorte, as expectativas para a safrinha de milho são boas para este ano, ou seja, quem aposta na criação, pode encontrar preços mais interessantes.

Já para quem produz o milho, o momento é de cautela e especulação, já que a venda antecipada do grão está lenta. Quem planta, aguarda melhores preços.

É simples entender o porquê da oferta. Este ano, muitas áreas plantadas receberam chuva farta no mês de março, situação diferente da do ano passado, quando os produtores enfrentaram uma forte estiagem, que acabou provocando uma quebra na safra.

Mato Grosso é o maior produtor de milho do Brasil e deve ter boa recuperação da produtividade das lavouras. O crescimento estimado é de 30% em relação à safra anterior.

De acordo com o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), o Estado deve colher uma média de 96,6 sacas em cada um dos 4,5 milhões de hectares plantados, cerca de 40% a mais do que na temporada 2015/2016.

Quando se fala em dados nacionais; a produção, somando a primeira e segunda safra, deve ser de 91,46 milhões de toneladas, conforme estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Se os números se confirmarem, o aumento será de 37,5% em relação ao período anterior. Tudo leva a esta expectativa numeral expressiva, apesar deste cenário de baixa para os preços futuros do cereal.


Diminui gastos na alimentação do rebanho

Uma coisa é fato: Com essa queda do preço do milho e farelo de soja, o Imea afirmou numa pesquisa que o valor médio da diária do confinamento em Mato Grosso caiu 13,1% em relação aos R$ 5,90/cabeça/dia de 2016.

Ainda de acordo com o Instituto, apesar das incertezas na hora de vender o boi gordo, e as previsões serem de expectativas, é fato que essa diminuição de custos na hora do confinamento tem ajudado e incentivado muito os pecuaristas.

Hoje, o Estado de Mato Grosso continua sendo destaque no rebanho brasileiro, com cerca de 30 milhões de cabeças. Segundo o Imea, o número de animais confinados pode subir este ano em 14%.

O pecuarista Diogo de Oliveira Naves tem duas fazendas e afirma que, além dos preços mais baixos desses ingredientes para alimentar o gado, a tecnologia tem sido sua aliada no dia a dia.

“Hoje usamos um tipo de cocho sustentável nas fazendas. Ele é feito de bag, reciclável. Posso garantir que o sistema é pelo menos três vezes mais barato do que o cocho de tambor e cerca de seis vezes mais barato do que o cocho convencional de cimento”, afirma.

O pecuarista diz que conheceu o cocho bag no confinamento e, hoje em dia, utiliza também no semiconfinamento. “Sempre buscamos reduzir custos e com o cocho bag, nós utilizamos aqueles materiais que já temos na fazenda, na hora da instalação, como arame e madeira, o que gera comodidade e versatilidade”, diz Diogo.