CLIMA E AGRICULTURA NO CEARÁ

Odaci Lima

Com a chegada da indústria, o perfil econômico do Nordeste mudou. O setor primário não é mais o carro-chefe da economia regional, tendo sido substituído pelo secundário, menos sujeito às crise climáticas. Até mesmo no Ceará, um dos primos pobres dos incentivos fiscais administrados pela SUDENE, a indústria representa, em 2006, 23,6% do PIB estadual. Mas este resultado não consegue gerar emprego suficiente. Como agravante, o ciclo das secas, ainda imprevisível, é fator de uma agricultura de alto risco. No Ceará, único Estado onde todas as secas incidiram, outras dificuldades limitam a agricultura: solos fracamente permeáveis e rasos, ausência de rios perenes, e desertificação acentuada. Este fator, o mais acentuado, já comprometendo 17% da superfície do Estado, e no município de Irauçuba, 50% da área está em fase irreversível de degradação. Em função do que temos uma agricultura de alto risco, limitada ao uso de implementos agrícolas, leves. Por outro lado, o clima, garantindo ausência de geadas e chuvas de granizo, além de baixa velocidade dos ventos e maior incidência de sol, proporciona melhor produtividade da lavoura.