Classificação de Software Educacionais (SE)

Cássia Martins1, Eliane Ezidio1, Ewerton Maia 1, Priscilla Batista1

1Licenciatura em  Informática – Universidade Estado do Amazonas (UEA)

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Abstract. The software destined to education have to be related with the considerations of the educational order used in their development and organization of  structured and effective code. This article describes how is done the classification of the educational software, unlike other types of software on the market, the educational software requires a special care in their classification, because it involves educational issues related.

Resumo. Os softwares destinados à demanda educacional devem está relacionados às considerações de ordem pedagógica usadas em seu desenvolvimento e a organização de códigos estruturados e eficazes. Este artigo descreve como é realizada  a classificação de um software educativo, diferentemente dos outros tipos de softwares existentes no mercado, o software educativo requer um cuidado especial quanto sua classificação, pois envolve questões pedagógicas relacionadas.

1. Introdução

A informática não é apresentada somente como um simples objeto de manipulação para execução de determinadas atividades, mas como uma onda emergente que abrange todos os setores da sociedade, pois qualquer indivíduo de forma perceptível ou não, utiliza serviços que são embasados por recursos tecnológicos.

Com o advento da tecnologia da informação, surgiu a necessidade da inclusão de tecnologias também no âmbito educacional. Uma dessas tecnologias foi o desenvolvimento de softwares voltados para esse tipo de ambiente, tornando mais interativo o processo de ensino-aprendizagem. O uso de softwares no contexto educacional visa a motivação dos alunos para adquirir conhecimento de forma dinâmica e contextualizada.

O uso de softwares pelo professor em sala de aula é sempre estimulante para o aluno, porém deve ser cuidadosamente analisado o contexto em que o aluno está inserido, a metodologia que será desenvolvida pelo docente, além do conteúdo específico que o software se propõe a expor.

 

2.Objetivo

Este artigo tem como objetivo apresentar como é realizada a classificação de um software educacional, diferentemente dos softwares comuns, os SE se diferem desde a sua criação até a sua implementação.

Na sua implementação é necessário ter conhecimento dos métodos pedagógicos  para o desenvolvimento correto do software para que ele consiga atingir o seu objetivo. O professor deve também ser incluído nesse processo de inclusão de recursos tecnológicos, devendo conhecer estratégicas para a sua utilização.

A utilização desses recursos só será eficaz aliadas a união dos componentes educacionais (professor, aluno e escola), o professor deve reconhecer as ferramentas como auxílio ao suas aulas, desenvolver técnicas pedagógicas para motivação do uso pelo alunos, que consigam atender as necessidades do professor  e aluno no processo de ensino-aprendizagem.

A escola deve ser participante fundamental desse processo, capacitação

 

3. Justificativa

A muito vem se pensando em métodos e formas de assistir e aprimorar os métodos de ensino. Com o avanço em tecnologia é comum encontrar software para todos os seguimentos. Porém, quando se trata de educação, trabalha-se com critérios além dos já utilizados para atingir as métricas de garantia de qualidade de software comuns.

Software Educativos comportam-se de forma peculiar a cada proposta pedagógica, não se cria um software educativo de forma aleatória apenas tendo em mãos os conteúdos de determinada disciplina. A política de construção destas ferramentas inclui elementos também da pedagogia, logo trata-se de software especialista.

Os requisitos pedagógicos devem ser seriamente observados, pois, o computador no âmbito educacional, segundo Knezek et al (1988) apud Rocha e Campos (1993), devem visar três objetivos principais, a geração de conhecimento, a disseminação de conhecimento e o gerenciamento de informação, este artigo apresenta a classificação dos software educacionais, que aspiram suprir os três requisitos apresentados por estes autores.

A computação como ferramenta educacional já está presente a algum tempo nas escolas, porém o uso correto de recursos tecnológicos vem sendo discutido a muito, pois, deixam a dúvida se realmente são confiáveis e eficientes, com a classificação de software educacional fica claro mais um critério de qualidade a ser atendido. Os projetistas de sistemas que se especializarem nesta área devem observar todos os requisitos, principalmente os não funcionais, que incorporam todos os critérios pedagógicos, incluindo a classificação se é Tutor, Tutelado ou Ferramenta.

2. Classificação de Software Educacional

Segundo Taylor (1980), o software educacional pode ser dividido nas seguintes categorias: Tutor, Ferramenta  e Tutelado.

 

2.1. Tutor

Na categoria de tutor, o software se relaciona com o aluno como um professor, mediando o processo de aprendizagem através do software.  Esse tipo de software foi desenvolvido através das características da Instrução Programada, nesta mesma categoria nasceu o CAI( Computer Aidded Instruction) que é uma instrução assistida por computador.  Tem como característica uma apresentação sequencial ao aluno, onde ele pode optar  a informação que desejar, podendo ser um livro eletrônico ou um vídeo interativo, mas essa perspectiva está mudando como mostra os sistemas de tutores inteligentes, onde muda a concepção de aprendizado linear, tornando um sistema  que se preocupa com as características cognitivas individuais de cada aluno.

Dentro dessa categoria de tutor, temos a seguinte subdivisão:

 

a) Software de Apresentação: sua aparência é de um livro eletrônico, apresentando para o aluno todo o contéudo a ser abordado, essa abordagem é bastante interativa, fazendo o uso de diversas mídias (animações, sons, imagens e textos). Esse tipo de abordagem proporciona ao aluno uma aprendizagem mais dinâmica, não tornando monótona o seu percurso pelos conteúdos apresentados.

 

b) Software de exercício e prática: de simples desenvolvimento, ajuda o aluno com problemas de memorização, fixação e verificação do conhecimento. Esses softwares podem conter exercícios expostos em sala de aula, mas de uma maneira mais interativa, despertando o  interesse dos alunos.

 

c) Tutoriais: Essa modalidade de software proporciona o ensino e controle do aprendizado, o aluno sente-se mais motivado quando existe um recurso onde ele possa aprender de forma individualizada. Diferentemente de uma sala de aula comum onde o professor tem que dar atenção a muitos alunos, podendo às vezes não dar a devida atenção a todos, sendo que o uso desses softwares pode auxiliar o professor nesse aspecto.

 

d) Sistemas de Tutor Inteligente:  Mesclados com as técnicas de IA, os tutores inteligentes possibilitam ao aluno uma nova abordagem, baseando-se no fato de que cada aluno possui características cognitivas diferentes, ele se modela de acordo com as capacidades de cada aluno. Os sistemas de tutores inteligentes mostram-se uma grande ferramenta de auxílio no processo de ensino- aprendizagem, pois eles propiciam um aprendizado individualizado ao aluno, possibilitando uma flexibilidade no processo ensino-aprendizagem, modelando-se de acordo com as características de cada aluno. Ele possui quatro modelos: tutor, aluno, domínio e interface, através desses modelos ele é capaz de determinar o progresso de cada aluno.

 

e) Simulações: uma ótima ferramenta para demonstrar fenômenos (visuais e auditivos), possibilitando ao aluno a demonstrações, procedimentos e avaliações que geralmente não são possíveis em sala de aula. Sendo mais dinâmico, interativo e seguro pois possibilita o aluno a fazer experiências sem risco nenhum ao contrário da realizadas em um laboratório por exemplo. É criado um ambiente de acordo com a simulação, onde o aluno é colocado num ambiente, onde ele poderá desenvolver hipóteses, realizar testes e  obter resultados. Existem vários tipos de simuladores, por exemplo: manipulação de materiais e substâncias, na qual o aluno não corre o risco de contaminação ou outro tipo de problema.

 

f) Jogos Educacionais: apresentam um grande potencial para o aprendizado, “a interatividade”. O jogo educacional possibilita ao aluno, o aprendizado e o desenvolvimento do raciocínio. É necessário que ele seja muito bem elaborado, para que o aluno não seja somente envolvido pela competição. É importante que este tipo de software alcance seu objetivo principal, que é unir interatividade com conhecimento.



2.2. Ferramenta

 

Neste tipo de software educacional, o objetivo é fazer com que o aluno use o computador e os seus recursos para manipular informações e adquirir conhecimento através deste processo. A Ferramentas são descritas nas seguintes categorias:

 

a) Processadores de texto, Banco de Dados, Planilhas Eletrônicas, Editores Gráficos, Editores de Música: que não foram criados especificamente para fins educacionais, priscilla.bmas podem ser utilizados para auxiliar o professor. Mas, para que o uso ocorra de forma eficiente, o docente deve ter conhecimento e criatividade para utilizar essas ferramentas com propósito educacional. Um exemplo é o uso de planilhas eletrônicas para a aprendizado de matemática, utilizando cálculos (operações) disponíveis pela ferramenta, onde o aluno visualizará as respostas e aprender as operações básicas e a ordem de prioridades de cada operação em uma expressão numérica.

 

b) Sistemas de Autoria: tem como principal finalidade o desenvolvimento do aspecto da criatividade do aluno envolvido no processo. Permite ao usuário criar programas que apresentarão gráficos, sons, vídeos, imagens, animações, etc. O computador, neste caso, é utilizado como ferramenta para trabalhar os aspectos de instrução (exposição do conteúdo) e construção do conhecimento. Um exemplo de ferramenta que pode ser utilizada é o visual class. Este software consite num programa com a finalidade de criar Multimídia. Sua interface é intuitiva e permite aos usuários criar e/ou enriquecer suas publicações. A vantagem desta ferramenta é que não é necessário o usuário conhecer uma linguagem de programação para que se monte um sistema ou enriqueça seus trabalhos.  

 

c) Sistemas de rede: a Internet é o melhor exemplo. Neste caso, não se trata de um software e sim da rede mundial de computadores. Nela são exploradas diversas mídias, como por exemplo, o hipertexto. Além disso, temos a possibilidade da exploração de comunidades virtuais, hoje tão presentes na vida de todos. As redes sociais na educação devem ser utilizadas como recurso de forma responsável, visando proteger a segurança dos usuários, promovendo assim, o conhecimento através de comunidades de aprendizagem.  



2.3. Tutelado

 

Este software é baseado na teoria  construcionista,  ou seja, o computador é usado como um mediador para que o aluno construa o conhecimento, de forma a fazê-lo pensar sobre o que está fazendo, podendo criar, buscar soluções, sendo um sujeito ativo da construção do conhecimento.

Os softwares de linguagem de programação abrangem esta abordagem, pois servem para que possamos nos comunicar com o computador.

Um exemplo é O Logo, que é uma linguagem que possui, como todas, seus aspectos computacionais, e neste caso, o aspecto da metodologia para explorar o processo de aprendizagem. Seguem suas características:

- É uma Linguagem procedimental, ou seja é muito fácil criar novos termos ou procedimentos em LOGO; Comandos primitivos, que já vem implementados na linguagem, e escritos pelo usuário que, uma vez na memória, são executados como se fossem comandos primitivos.

- Possui comandos para manipular palavras e listas, com os quais é possível “ensinar” a tartaruga a produzir uma frase, criar histórias, integrar a parte gráfica com a manipulação de palavras para fazer animações, ou ainda explorar conceitos de Ciências, Física, Química e Biologia.

3. Classificação do Software TempºCal

 

De acordo com Giraffa e Vicarri (1998), um software educacional visa atender as necessidades pedagógicas. Dentro dessa proposta foi criado o Objeto de Aprendizagem (OA) Temp° Cal. Desenvolvido para auxiliar o professor da disciplina de Física, no contexto de termometria, que visa auxiliar tanto aluno como professor no processo de ensino-aprendizagem.

O Temp °Cal pode ser classificado de acordo com as categorias descritas nesse artigo, como um software de ferramenta, especificamente ferramenta de multimídia pois ele é composto de vários recursos de multímidia (imagens, animações e etc), possui também um feedback ao aluno em relação aos exercícios e conteúdos.

Os tópicos a serem explorados pelos discentes no uso do software são: Diferença entre temperatura e calor, apresentação de escalas termométricas (Celsius, Fahrenheit e Kelvin) e suas conversões baseadas em seus padrões. O Temp°Cal disponibilizará a possibilidade de praticar os conceitos apresentados com a  resolução de exercícios propostos (Mala de viagem e a conversão de escalas termométricas).  

 

4. Conclusão

É notório a expansão dos recursos computacionais entre as diversas áreas do conhecimento, é claro que a inserção desses recursos no âmbito educacional já é realidade. Um desses recursos são os softwares educacionais (SE). Nesse artigo apresentamos os tipos de classificação de um software educacional, que difere dos demais pois é modelado de acordo com princípios pedagógicos direcionados a uma problemática (disciplina/ assunto).

Dentro desse contexto cresce o número de tecnologias (softwares) voltadas para a aprendizagem, mas é necessário a correta elaboração dessas, incorporando as técnicas psicopedagógicas, conseguindo transmitir todo o conhecimento proposto ao aluno através do software.

Não se deve pensar que uma simples exibição de contéudo através do computador, possa instigar o aluno, construindo assim de acordo com essa concepção softwares ineficientes, que não contribuam para o processo de ensino-aprendizagem.

É necessário implementar esses softwares, realizando testes para que sejam realizadas as correções necessárias.  

O professor deve ter conhecimento de como utilizar a ferramenta, pois sem um devido preparo a ferramenta se torna  inútil.  De acordo com Prieto:

    As atividades digitais multimídias na sua maioria acabam encantando pelo layout com cores vibrantes, som e movimento e fascinando até o professor que muitas vezes tem um conhecimento limitado de computação e se impressiona com a interface colorida, o áudio e os vídeos, principalmente nos produtos direcionados às crianças (PRIETO et al., 2005, p. 06).

 

Com essa visão de proporcionar ao aluno a interatividade,   numa disciplina que geralmente é tido pelos alunos como uma disciplina de difícil abstração, sendo assim o aluno tende a conseguir êxito nessa disciplina  a memorização de fórmulas e conceitos, dentro desse contexto foi desenvolvido o Tempº Cal  para auxiliar o professor da disciplina de física,, buscando aliar conteúdo com questionamentos, proporcionando ao aluno uma maior interatividade com o software, pois criar um ambiente “amigavél” ao aluno e disponibilizando  multmídias diversas como animações e hiperlinks que possibilita ao aluno a  construção  seu   próprio conhecimento  através do percurso pelo software. O professor deverá ter explanado todo assunto e a ferramenta só irá auxiliar a fixação desse contéudo.




5. Referências

 

GEROSA, Luiz M., CURY, D. Uma Abordagem Construcionista no Uso de Jogos Eletrônicos na Educação, 2007,Espirito Santo; Disponível em:

<http://www.inf.unisinos.br/~sbgames/anais/shortpapers/35470.pdf> Acesso em: 13/12/2011

 

GIRAFFA, L. M., VICARRI R. M.. (1998) Estratégias  de Ensino em Sistemas Tutores Inteligentes modelados através da tecnologia de agentes. In: IX  SBIE Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 1998, Fortaleza: UFCE/SBC. v.1. p.260-269.

 

PRIETO, Lilian Medianeira et al. Uso das Tecnologias Digitais em Atividades

Didáticas nas Séries Iniciais. Revista novas tecnologias na educação, Porto

Alegre, v. 3,n.1,p.1-11,maio 2005. Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/renote/maio2005/artigos/a6_seriesiniciais_revisado.pdf>.

Acesso em: 17/12/2011.

 

ROCHA, Ana Regina, CAMPOS, Gilda H. Bernardino. Avaliação da Qualidade de Software Educacional, 1993, Brasília DF; Disponível em <http://www2.dc.uel.br/~rafael/ie/AASW/IE_09_Avalia%C3%A7%C3%A3o/Artigos/Avaliacao_da_qualidade_de_software.pdf> Acesso em: 14/12/201.

 

TAYLOR, R.P.. The Computer in the School: Tutor, Tool, Tutee. Theachers College Press, New York, 1980.

 

Classificação de software Educativo <http://joanacardoso.blogspot.com/2005/02/classificao-do-software-educativo.html> Acesso em: 16/12/2011.

 

Sistemas de Autoria. Disponível em: <http://www.slidefinder.net/s/sistemas_autoria/11098470> Acesso em: 16/12/2011

 

Tipos de Softwares Educativos. Disponível em:<http://educar.no.sapo.pt/ciber2.htm>. Acesso em: 17/12/2011.