CIVILIZAÇÃO MICÊNICA

Os Micênios de Lord William Taylour


 1. INTRODUÇÃO

O presente texto trata da Pré-História da Grécia, se referindo a civilização micénica. A ênfase do desenvolvimento dá-se na descrição da cronologia, arquitetura e da arte micénica. Utiliza-se aqui como base em todo o aporte teórico a obra Os Micénios, de  Lord William Taylour, publicado em 1970, cuja publicação faz parte da Coleção História Mundi (coleção da época que traz a história de inúmeras civilizações).

A Pré-História grega chega em forma de poemas, e uma das fontes dessas lendas era Micenas, antiga capital da Grécia e ‘’terra’’ de Agamémnon. Felizmente em 1876 a lenda tornou-se uma ‘’verdade’’, na altura que Heinrich Schliemann partiu em busca de Agamémnon, numa série de escavações no território então de Micénas. A priori a campanha deu bons resultados, tendo em vista os vários achados. O problema foi que Schliemann não achara Agamémnon e seus guerreiros, mas, sim uma civilização que viveu cerca de 300 mil anos antes.

Schliemann achou ter encontrado Agamémnon e outros sepultados, pois, baseou-se em um relatório feito por Pausânias (este visitou Micénas e viu os túmulos). Dizia-se que haviam sido sepultados dentro do perímetro da cidadela, enquanto Clitemnestra e Egisto (seu amante) ficaram fora das muralhas por não serem dignos de serem sepultados dentro da cidadela. Bem, o fato é que Schliemann encontrou uma civilização esquecida, e que recebeu então o nome da cidade em que foi descoberta. Posteriormente descobriu-se que esta civilização penetrara desde continente greco até as ilhas egéias, e nas regiões que cercam a zona central e oriental do Mediterrâneo.

A civilização micênica é uma cultura grega sofisticada e desenvolveu-se entre 1600 e 1050 a.C. (aproximado). As características principais eram a influência econômica-cultural sobre a maioria dos povos mediterrânicos orientais, guerreiros aristocratas, e o idioma grego micênico (grego muito antigo) com uma forma de ‘’escrita’’ (entre aspas) conhecido como ‘’linear B’’, ainda, como tema deste texto, destaca-se a arte e arquitetura micênica, que, por sua vez, demostrou evoluções com o passar do tempo.

 

 2. MICÊNICOS

2.1.        Conologia

Estabelecer uma cronologia há tempos recuados é um trabalho dificultoso, pois, no que se refere a civilizações egipcias e mesopotâmicas deparam-se com problemas. Um destes problemas (talvez o principal) é que não há uma data ‘’fixa’’ para determinado acontecimento. Os métodos de cálculos por vezes são falhos, nesse quesito, os trabalhos eruditos conferiram uma certa ordem, ainda assim com margem de erros aceites entre 20 e 30 anos. O método via rádio carbono admite ‘’erros’’ de até 150 anos para mais ou para menos. Bem, uma saída encontrada para resolver essa problemático foi verificar se houve algum contato entre mmicênicos e egípcios ou babilônicos, pois, para os egípiciose babilónicos já haviam métodos seguros de estabelecer uma cronologia. O contato entre o micênios e estas duas civilizações existiu, mas, em poucos casos puderam-se atribuir uma datação aproximada (que oscile entre 20 e 30 anos).

A caráter explicativo, o termo ‘’cronologia relativa’’ aparece pela nescessidade, pois na altura (tempo) não havia como estabelecer uma cronologia absoluta para europa antes do período clássico, deste modo, a cronologia relativa baseia-se na suscessão dos vários materiais básicos da história da humanidade (ex. Pedra, bronze e ferro), criando as várias ‘’idades’’ para referir-se a espaços temporais (ex. Idade da Pedra, Idade do Bronze, entre outros). Nestes termos, estamos a nos referir neste trabalho a Idade do Bronze.

A cerâmica é um indicador valioso da passagem do tempo porque é resistente em vários pontos de vistas, e foi critério adotado para definir  e ou diferenciar a Idade do Bronze da Grécia Peninsular ou Heláde (Hélade como por denominação grega). Neste sentido a Idade do Bronze ou Heládica (nome dado em algumas regiões) pode ser dividida em três períodos baseados em ‘’estilos de cerâmica’’: Bronze antigo ou Heládico antigo; Bronze médio ou Heládico médio; e Bronze recente, Heládico recente ou ainda micênico. É importante ressaltar que o período Clássico coincide com a Idade do Ferro, sendo precedido por um período denominado Período Geométrico (‘’estilo cerâmico’’) identificando o início da Idade do Ferro a grosso modo com o Período Protogeométrico, mesmo que ainda usassem algum ferro no final da Idade do Bronze.

A riqueza em termos de material arqueológico é consideravelmente maior se comparado o Heládico recente aos outros dois períodos Heládicos anteriores. A distinção da cerâmica possibilitou a divisão do Período Heládico recente em outros três subperíodos: Heládico recente I ou Micênico I; Heládico recente II ou Micênico II; e Heládico recente III ou Micênico III. Também abraviados em HR I, HR II e HR III. O ultimo período dessas subdivisões, devido a abundância de materias arqueológicos ainda pode ser divido em HR III A, HR III B, e HR III C. Elaborou-se também um sistema semelhante de cronologia relativa para regiões litorâneas continentais a leste e a sul principalmente de Creta e do arquipélago de Cíclades, cujas a Idade do Bronze destas áreas dá-se o nome de Minóico (rei de Minos) e Cicládico. Este também é dividido em 3 períodos contemporâneos ao da Grécia continental: Minóico recente I (MR I); MR II; e MR III. Sendo correspondentes aos denominados Heládico recente I (HR I), HR II e ao HR III.

2.2.        Arquitetura

Das construções micênicas, pelo apanhado retirado da obra refência para este trabalho, parece tratar-se de arqueitetura ‘’monumental’’ e ‘’megalítica’’. Com estruturas como cidadelas possuindo palácios e grandes muralhas (ciclópicas). A planta dos palácios micênicos ‘’parecem’’ serem mais organizadas que a dos palácios cretenses, possuiam uma sala principal, grande, e decorada com cores vivas. Estruturas que também chamam a atenção são as estruturas funerárias (‘’Tholoi’’), por exemplo, a Tumba do Leão, Túmulo de Climnestra, Tesouro de Atreu. Também estruturas revestidas com pedras, e a câmara circular coberta (antropicamente) com terra (‘’Odromos’’ e ‘’Tholos’’).

Em torno dos palácios micênicos haviam casas, geralmente retangulares, apresentavam certa tecnologia de tijólos de barro e com escoras de madeira, a fundação por vezes eram de pedra, ou cascalho, e o teto poderia ser de madeira recoberto com algum material di tipo barro ou terra. Geralmente não havia ordenamento para construção das casas, e eram bem próximas umas das outras. Nota-se (bibliograficamente) que em algumas casas havia alguns detalhes também encontrados nos palácios, por exemplo, colunas de madeira, dois andares, outro pátio, e provavelmente pertenciam a cidfadões com maior poder, pois, os mais pobres habitavam cabanas fora dos limites das muralhas. As cabanas eram também de tijolos, ou por vezes totalmente de madeira, o assoalho era de terra socada, e o telhado geralmente coberto com palha.

No que se refere a Arquiterura, verificou-se evoluções evoluções a partir de ruínas, de modo geral constata-se susseções no tempo, como prova concrete disso ve-se em testemunho arqueológico-arquitetônico um edifício construído sobre as ruínas de outro edifício.

2.3.        Arte

A arte micênica é re-contada através dos achados arqueológicos por meio de louças, recipientes de armazenamento, cerâmica, e um pouco sabe-se da vida cotidiana de maneira indireta, como, por exemplo, cenas representadas em vasos, trabalhos de metal, marfim, e recentemente tabuinhas. Um estrato de uma tabuinha diz o seguinte: ‘’um escabelo de ébano’’ com figuras de marfim de homens e leões (...) um escabelo de marfim de um homem, um cavalo, um polvo e uma palmeira (?) (...). Fragmentos de marfim encontrados poderiam igualmente ter decorados o mobiliário micênico. Elementos como roseta, folha de hera, lírio, conhca de múrice, golfinho – todos os motivos que também aparecem na cerâmica – podiam adaptar-se a qualquer dos fins. Encontra-se também ‘’bancos rebocados’’ característicos de palácios, e por algumas vezes encontrado em residências.

As populações micênicas eram grandes tecelões, e pode-se crer que dominassem a arte de estofar, a arte da tapeçaria e a arte manuseio de peles, pois, eram facilmente encontrados estes elementos de arte nas comunidades civilizadas e também em comunidades primitivas. Os achados funerários comprovam que não houve modificações relevantes na maneira de se vestir. Também encontravam-se muitas vezes lâminas de ouro com uma ou mais perfurações para serem anexadas as roupas. As jóias eram geralmente de ouro ou de vidro coalhado colorido, anteriormente (micênico primitivo) também poderiam ser de ametista, cornalina, âmbar e ouro. Claro que de fato vestimentas ‘’melhores’’ e as jóias eram utilizadas por grupos seletos, e não por toda a população micênica em geral. Os anéis de sinete eram usados por homens quanto por mulheres de elevada posição, geralmente de ouro e de prata, raramente de bronze.

Os modos de fazer arte nos anéis, as gemas (...) foram aprendida possivelmente com os minóicos. Há presença de alguns exemplares de trabalhos em pedrae escultura de figuras isoladas, a exemplo, cita-se aqui figuras de leões (na verdade leõas) em relevo em uma porta – porta dos leões, e outra conhecida como tesouro de Átreu, em que as maiorias das formas são em espirais esculpidas somada a dois fragmentos em baixo relevo e pertencente ao tido como ‘’salto do touro’’. Embora seja complicado generalizar, parece que a escultura de peças isoladas se caracterizam por figuras pequenas. As ferramentas usadas para escultura em pedras eram a verruma tubular, a serra e o cinzel.

Na altura em que as realizações micênicas recebiam influência de cultura minóica, e com a segurança de que absorvera tudo que Creta poderia oferecer, iniciou-se um processo para receber e adaptarem-se a idéias de outras regiões, assim, partiram-se para a Síria (sendo provavelmente a maior fonte dematéria prima).

A arte da pintura está disposta nos frescos e na cerâmica. Utilizavam as mesmas técnicas decorativas para o chão e para a paredes. A arte micênica foi herdade dos minóicos e pouco sofreu alterações quando transportada para Grécia continental. A vasta distribuição da cerâmica é um testemunho do poderio e da fama dos micênicos.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em dados momentos as populações micênicas receberam influência em realizações artísticas de populações minóicas. Nota-se uma grande disseminação artística. O sistema político era centrado na figura de um rei, e forte presença militar, guerreiros por excelência, e utilizavam-se de armas de bronze e ferro. Escravos, trabalhadores e comerciantes faziam parte da classe social mais baixa. As figuras apareciam como imagens horizontais (geralmente), e com cores fortes (vivas). Os micênicos desapareceram, a causa do desaparecimento ainda é discutida por vários autores, mas, há quem defenda que a invasão dória tenha sido a causa principal.

 

4. REFERÊNCIA

TAYLOUR, Lord William. (1970). Os Micénios. Colecção História do Mundi. Editorial Verbo.