Ciência dogmátia e fé racional.

O relato da criação é a mais antiga explicação para o surgimento do universo. Por ser o homem um ser religioso por natureza,  esta foi, por milênios, a única e amplamente aceitável explicação: “No princípio Deus criou os céus e a Terra.”  Apesar de simples, esta frase está carregada de profundos significados.

No princípio, sugere que o tempo passou a existir em um dado momento. 

Deus criou: sugere a mente inteligente por trás de um universo complexo e inteligente.

Os céus e a terra: é matéria para explorar que não acaba mais! Da física quântica ao mais complexo sistema intergaláctico, há uma maestria fenomenal regendo tudo o que nos cerca – sejam visíveis ou invisíveis.

Porém, por muito tempo a fé fora o único requisito para aceitar isso tudo. Dogmática, porém não imposta. Amplamente aceitável, apenas.

A coisa só ficou feia na idade média, quando algumas minúcias desta criação foram alvo de controvérsia. Era inadmissível pensar de maneira diferente da interpretação  católica das Escrituras, principalmente no que diz respeito ao nosso universo.

Mesmo que, muitas vezes evidencias apontavam o contrário, era inadmissível discordar da explicação/interpretação tradicionalista.

A reforma protestante rompeu com esta prisão e proporcionou campo para as ciências e o livre pensamento se expandirem. Cadeias abertas, rapidinho passamos de um extremo a outro: logo surgiu o Iluminismo, ... o humanismo, ...

Até que a teoria de Charles Darwin caiu como uma luva

Era tudo o que o homem queria ouvir. Não demorou nada para anunciarem que não precisamos mais de Deus para explicar a existência de vida na terra

Durante muitos anos, a briga para datação do surgimento de vida na terra vem se arrastando.

Bilhões de anos são necessários para explicar o evolucionismo

De outro lado, criacionistas não cedem um dia sequer.

Acusações mútuas:

- Irracionais, burros, estúpidos que inventam deuses para não admitirem que Deus não existe.

- Irracionais, burros, estúpidos que inventam teorias e mais teorias sobre o surgimento da vida e evolução das espécies para não admitirem que Deus existe.

Nova geração: crescendo, convivendo e aprendendo juntas.

Porém convicções diferentes...

3 tipos básicos

1. Fé e nada mais.

     a. Continuam interpretando as Escrituras literalmente (medo de ceder um dia? Qual é o problema?)

     b. O zelo pela preservação leva a um medo de pensar diferente

     c. Guardiões do criacionismo anti-evidências

2. Ciência e nada mais. Se recusam a admitir ou considerar (sequer) a possibilidade de uma mente criadora... (Qual é o problema? Medo de voltar à idade média?)

     a.  Ciências sociais: fenomenologia da religião.

     b. A validade ou benefício da dúvida. Recusam-se a responder: E se você estiver errado? (ver resposta de RD abaixo)

     c. Evidencias científicas que apontam para um criador (design) inteligente

     d. São tão dogmáticos quanto aqueles que mais criticam

O que é dogma:  ponto fundamental de uma doutrina, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar

O avanço da genética provaria o evolucionismo (que até então fora totalmente desenvolvido na morfologia), mas como isto não aconteceu, continuam pregando uma teoria como se fosse a única e absoluta verdade. Isto é dogmatismo. Evolucionismo ainda não saiu do patamar teórico.

Dogmatismo: qualquer pensamento ou atitude que se norteia por uma adesão irrestrita a princípios tidos como incontestáveis

Temos os dois casos:

1. Os guardiões da consciência de Deus,

2. Os que se propõe a ser os destruidores aniquiladores desta consciência. A troco de que?

Se aqueles que se preocupam com Deus ainda sustentam a preservação de valores morais, sem os quais uma sociedade não sobrevive, por que querer destruir isto?

3. Fé e evidências científicas se completam. (atenção que não falei teorias, mas evidências)

     a. A Bíblia não é nem nunca se propôs ser um tratado científico

     b. Duas verdades não se anulam, mas se complementam

     c. Arqueologia (uma ciência) tem provado verdades bíblicas e ajudado entender outras passagens bíblicas

    Nós precisamos dos dois para viver.


Resposta de Richard Dawkins a uma aluna que perguntou: "...mas e se você estiver errado?"

Num vídeo feito numa palestra em certa universidade, quando questionado por uma aluna sobre a possibilidade de estar errado, Richard Dawkins recusou-se a responder utilizando um recurso no mínimo covarde: ele ridicularizou a menina perante um público de centenas de alunos.

Mas qual foi mesmo o motivo da sua pergunta?

E se ela pensasse como ele e no fundo trouxesse algum dilema em sua alma sobre esta possibilidade? Ou seja, estamos negando a existência de Deus, mas e se Ele existir?

Penso que sua pergunta era válida. Como em qualquer situação científica ou filosófica séria, esta pergunta deveria - no mínimo - ser considerada.

E se você estiver errado???

Lembro-me da resposta de um filósofo ateu, ao ser questionado sobre qual era a pergunta mais difícil que a filosofia tinha para responder.

Ele respondeu: A pergunta mais difícil - e fundamental - é se Deus existe...

E completou: ...porque se Deus existe, muda tudo!

Mas o RD recusou-se a responder, julgando e sentenciando cruelmente aquela garota.

Bem, como eu acredito que Deus existe, peço que Ele honre a coragem daquela aluna!

Por outro lado, Richard Dawkins inventou um deus que nem os populações mais primevas da terra puderam conceber: um monstro de espaguete voador. Ok, naquela época não existia espaguete... mas existia vaca!

Bem, mas se cada um reflete a imagem daquele que adora, é evidente que seu deus é algo que deve caber em seu próprio ventre.