UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

ESCOLA DE GESTÃO E NEGÓCIOS

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 

 

 

 

 

 

 

KAYO ROBERTO MENDONÇA DO NASCIMENTO

RAYSSA MARIA LOPES DE PONTES

 

 

 

 

 

 

 

CIBERCULTURA E DIPLOMACIA: Novas perspectivas para o futuro Diplomata.

 

 

 

 

 

 

NATAL

2013

 

KAYO ROBERTO MENDONÇA DO NASCIMENTO

RAYSSA MARIA LOPES DE PONTES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CIBERCULTURA E DIPLOMACIA: Novas perspectivas para o futuro diplomata.

 

 

 

 

                                                               

Artigo Científico apresentado à Universidade Potiguar como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais.

 

 

  ORIENTADOR:  Profª Drª Laís Barreto

 

 

 

 

 

Natal

2013


 

 

 

KAYO ROBERTO MENDONÇA DO NASCIMENTO

RAYSSA MARIA LOPES DE PONTES

 

 

 

CIBERCULTURA E DIPLOMACIA: Novas perspectivas para o futuro diplomata.

 

 

 

Aprovado em:____/____/_____ 

 

Nota: _____

                                                    

 

BANCA EXAMINADORA

 

 

 

_____________________________________________________

Nome do(a) professor(a) Orientador

Universidade Potiguar – UnP

 

 

____________________________________________________

Nome do(a) professor(a)

Coordenação de TCC

Universidade Potiguar – UnP

 

____________________________________________________

Nome do(a) professor(a)

Universidade Potiguar - UnP

 

CIBERCULTURA E DIPLOMACIA: Novas perspectivas para o futuro diplomata[1]

 

Kayo Roberto Mendonça do Nascimento[2]

Rayssa Maria Lopes de Pontes[3]

Profª .Drª. Laís Barreto4

 

RESUMO 

            Atualmente estamos vivendo uma evolução, na qual a informação é preciosa e que muitas vezes precisa ser guardada de maneira muito rígida. Com a evolução dos tipos de comunicação, a internet tem sido utilizada de diversas maneiras no nosso meio pessoal, trabalhista e comercial. Mas não somente nesse segmento. A política, e mais especificamente a diplomacia em um nível mundial entrou nesse meio tecnológico, onde essas informações são movimentadas em uma velocidade muito maior que possamos muitas vezes acompanhar. Nesse novo padrão de velocidade, o diplomata precisa se enquadrar e acompanhar essa evolução, o cuidado que tem que ter, as estratégias para utilização da informação, as prevenções do que se pode publicar no meio social digital para não gerar escândalos e prejudicar sua carreira ou até mesmo uma missão. O novo modelo de como um diplomata pode se comportar perante os novos padrões de comunicação trata de como ele pode ter e fazer novas estratégias em meio à cibercultura.

Palavras-Chaves: Diplomacia. Comunicação. Evolução. Cibercultura.

 

 

 

 

Sumário

 

 

 

1.INTRODUÇÃO.. 6

  1.  REFERENCIAL TEÓRICO. 7

2.1. O Começo de um novo tipo de movimento da Comunicação. 7

2.1.1 Surgimento da Internet: Breve histórico. 8

2.2 A Diplomacia e Sua Origem.. 10

2.2.1 Carreira Diplomática. 11

2.3.2 A Diplomacia no Brasil 15

2.3 Cibercultura e o Papel Do Novo Diplomata. 18

2.3.1 Cibercultura e o Ciberativismo. 20

2.3.2 Ciberativismos em casos diplomáticos. 22

  1.  METODOLOGIA. 24
  2.  CONCLUSÃO.. 25

 


 

1.INTRODUÇÃO

Relatos atuais, pesquisas e até observações sobre o novo sistema da mídia apontam um novo modelo de comunicação nacional e internacional entre pessoas, empresas, instituições estatais e não estatais, cujo objetivo principal é fazer a informação - onde se tem o foco principal no mundo - se fazer presente a todo momento, para que as pessoas estejam inteiramente ligadas a ela e saibam em tempo real o que está acontecendo ao seu redor sem nenhuma barreira ou veto das informações no âmbito mundial.

Serão vistas, no decorrer do trabalho, opiniões e relatos entre autoridades dentro do cenário internacional, que expõem como as mídias sociais estão sendo utilizadas de forma mais assídua em relação a comunicação mundial, tanto em relação pessoal, empresarial ou diplomática.

Assuntos como as grandes relações que estão sendo formadas a partir das informações transmitidas entre as mídias sociais se fazem mais fortes a cada momento, bem como a discussão entre a diplomacia inserida no contexto do cyber espaço, o qual torna a comunicação mais rápida e mais prática nos dias atuais.

Durante o desenvolvimento foram abordadas questões relativas ao surgimento da internet, abordando a sua importância no cenário internacional, especificando sua influência na diplomacia, mais conhecida como ‘’diplomacia digital’’. Além disso será feito um breve histórico sobre a Origem da Diplomacia e a carreira diplomática, além de questões como escândalos diplomáticos e espionagem.

Objetiva-se refletir acerca da influência da internet na diplomacia. Para orientar essa reflexão, fazemos o seguinte questionamento: Como a diplomacia pode atuar para resolver conflitos digitais, como espionagem e escândalos em geral?

Tal questionamento será feito baseando-se no papel do novo diplomata, como as informações e a propaganda interferem nesse cenário, e a importância da mídia para o atual momento do mundo nesse jogo de publicidade e exposição de fatos. Como as informações estão sempre disponíveis, no cyber espaço podemos ver muitas rivalidades, pois a informação é algo bem importante. Alguns casos como Wikileaks e o caso de Eduard Snowden, ex-agente da CIA, têm um papel nesse contexto de diplomacia digital, fazendo menção assim aos cyber ataques e questões de espionagem.

Nosso objetivo também é mostrar a facilidade com que a informação é transmitida por essa ferramenta chamada Internet, que pode ser tanto benéfica quando maléfica para o “novo diplomata” e seu papel de mediador, fazendo com que os cuidados e a segurança sejam de suma importância nesse meio político digital.

 

2. REFERENCIAL TEÓRICO.

2.1. O Começo de um novo tipo de Movimento Da Comunicação.

 

Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática, de acordo com Pierre Levy (1998). Visivelmente vemos a sociedade evoluindo seu tipo de comunicação e tecnologia que, juntamente com a internet, são fundamentais para tal progresso. Manuel Castells (1999) afirma que tecnologia é a sociedade. Ou seja, sem suas tecnologias, uma sociedade não pode ser compreendida, que há milhões de anos tem feito parte de teias de significado (Geertz, 2008) que a humanidade criou ao longo de sua evolução cultural. Pierre Levy (1998) diz que as relações entre o homem, o trabalho e sua inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos que se pode entender. Percebemos essa evolução que a tecnologia da informação sofreu até chegar nos dias atuais.

A comunicação sofre diversos tipos de evoluções, e nos diversos setores, tanto empresariais, privado ou público, e tende a acompanhar essas mudanças em categorias e se tornar cada vez mais digital, como dada a opinião de Altenfelder (2005), onde ele diz que “A comunicação vai deixando de ser escrita e passa a utilizar modernos instrumentos, como vídeos, sítios na internet e nas intranets, boletins eletrônicos e multimídias. A internet revolucionará a publicidade”.

A internet possui a grande capacidade de disseminar conhecimentos e informações, possibilitando às pessoas tomarem ciência do que acontece no mundo. Desse modo, focando-se na ótica política, a internet está ligada, em alguns casos, à implementação direta da democracia. Onde, 

 

“[...] diante dos meios de comunicação de massa tradicionais, a sociedade civil reivindicava espaços a partir da aprovação de leis democráticas, visando a sustentação legal de seu acesso e de suas experiências de comunicação, o surgimento da INTERNET vem possibilitar uma ampla gama de recursos para a manifestação de pessoas, grupos e comunidades mais diversas.” (CABRAL[4], 2000)

 

Isso mostra que, com o passar do tempo, as pessoas vêm usando a internet de uma maneira mais aberta e consistente, revelando que esse sistema de comunicação tem se mostrado mais eficaz a cada dia em que ela está no ar.  Por essa razão precisamos entender o que é a internet.

 

 

 

2.1.1 Surgimento da Internet: Breve histórico

 

O surgimento da Internet se deu no auge da Guerra Fria, em resposta ao Projeto Sputnik desenvolvido pela ex-União Soviética e “está diretamente relacionado ao trabalho de peritos militares norte-americanos que desenvolveram a ARPANET, rede da Agência de Investigação de Projetos Avançados dos Estados Unidos, durante a disputa do poder mundial com a URSS.” (ABREU, 2009, p.2)

Segundo Turner e Muñoz apud Abreu (2009, p. 2), o exército estadunidense encomendou em 1962 “um estudo para avaliar como suas linhas de comunicação poderiam ser estruturadas de forma que permanecessem intactas ou pudessem ser recuperadas em caso de um ataque nuclear”. Foi por meio desses estudos financiados pelo governo que, em 1968, uma rede de sistema de informação foi implantada. Essa rede tornou possível a ligação da Net[5] a qualquer computador, independente de sua localização e ainda a troca de ‘pacotes’ contendo ‘fatias’ de informações. Essa tecnologia, disponível para aproximadamente dois mil usuários, permitiu que professores e pesquisadores a utilizassem de modo livre, fazendo com que as universidades percebessem que difundir informação e compartilha-las era possível. (ABREU, 2009).

Em 1979, passa-se a ter consciência de comércio utilizando a Net nos Estados Unidos, através da CompuServe que, associado ao Grupo Time/Warner, foi o provedor on-line de serviços comerciais, sendo nos anos seguintes imitado por diversos outros grupos que viram futuro nesse novo tipo de negócio. (ABREU, 2009)

Mais tarde, em 1989, Tim Berners-Lee, um pesquisador inglês, imaginou o ‘World Wide Web’ e transformou “um sistema de comunicações poderoso que somente a elite poderia usar (...) em um meio de comunicação de massa”. (Revista Time apud Abreu, 2009, p.4) Foi a partir daí que a internet de fato ganhou o mundo, passando a ser um veículo comunicativo bastante versátil e de grande alcance, pois descentralizou o conhecimento e disseminou informações fazendo uso de seus serviços e recursos, como:

 

“WWW (World Wide Web), correio eletrônico, salas de bate-papo, fóruns, etc, transformando o mundo contemporâneo em uma verdadeira “aldeia global”. Se antes a internet era tão somente uma rede que disponibilizava textos para serem lidos, hoje é um canal onde se pode gerar e compartilhar os próprios textos, fotos, vídeos e outros tipos de conteúdo.” (RUFINO, TABOSA & NUNES, 2010, p.1)

 

Ao longo dos anos, a evolução da comunicação via internet passou por grandes avanços principalmente quando nos referimos à interatividade. A Web[6], como era antes chamada, passou a ser Web 2.0. Sobre essa mudança, Silva diz que:

    

“Seu grande diferencial é a ativa participação do usuário. A possibilidade de alguém comum passar a gerir conteúdo. Ou seja, o usuário deixa de ser um receptor passivo, e torna-se um agente de disseminação de informações através de ferramentas como Blogs, Chats, Fóruns, Microbloggings, Sites de relacionamento, etc, Uma nova comunicação interativa entre os usuários ou entre usuários e sistemas ou entre usuários e as próprias informações que circulam na Web.” (SILVA, 2011, p.15)

 

É a partir da interação e colaboração que a internet proporciona aos seus usuários que se torna possível uma maior participação dos mesmos no cenário político, seja participando da agenda dos políticos e dos debates públicos, até mesmo a um nível internacional de uma maneira mais rápida de  troca de informação, exercendo assim forte pressão.

 

2.2 A Diplomacia e Sua Origem

 

     A diplomacia, segundo Mirian Mota[7], trata da prática de saber negociar, isto é, saber conversar e compreender pessoas de culturas e costumes diferentes dos mais diversos países. Por existirem países que não são próximos geograficamente, essa arte de negociar, a diplomacia, tem justamente a função de fazer esses países se unirem. Considerada a carreira mais antiga que existe, a diplomacia vem juntamente com o surgimento dos primeiros Estados.

     E Mirian afirma:

‘’Desde os tempos da Antiga Babilônia, milênios antes de Cristo, já há relatos de profissionais de diplomacia que eram enviados entre os reinos em busca de negociação. Como ainda não existia a carreira diplomática nesta época, no Mundo Antigo, muitas vezes os próprios Reis e Príncipes usavam o seu status para agir como diplomatas, realizando negociações, acordos de paz e também declarando guerras. A história registra que os primeiros diplomatas de carreira, aqueles formados especificamente para atuar na carreira diplomática, foram profissionais treinados pela Igreja Católica.’’

 

No tocante à historicidade da Diplomacia mundial, Maria Thereza[8], afirma que:

“No plano das relações internacionais, o ocaso do século XIX é geralmente caracterizado pela historiografia como o do crescimento continuado das tensões entre as potencias europeias, especialmente na disputa pelo domínio de colônias e mercados, que vão gradativamente se acirrando até a primeira Grande Guerra de 1914-1918. Os historiadores coincidem também quanto ao principal elemento que contribuiu para o rompimento do equilíbrio de poder na Europa: a unificação da Alemanha sob liderança da Prússia e do Chanceler Otto von Bismarck. Chegando relativamente tarde ai tabuleiro do xadrez imperialista, a Alemanha rapidamente ascendeu à condição de potência industrial e militar, forçando uma redefinição nos contornos da divisão de poder no Velho Mundo. Bismarck conduzira com habilidade diplomática uma política de alianças que permitirá à Alemanha aproximar-se do Império Austro-húngaro e da Rússia, mantendo a França isolada, sem provocar a hostilidade britânica.”

 

 

Dessa forma, o Portal Brasil Profissões[9] fala que, nessa época, os diplomatas eram enviados em missões com objetivos bem específicos. Com isso só voltariam dessa missão quando tivessem uma conclusão. Existem registros de que as relações diplomáticas são apocrisiaros; isso quer dizer que eram enviados funcionários pelo Papa ou pela igreja católica com o intuito de negociar com o bizâncio. Lembrando que os representantes dos soberanos europeus também eram considerados diplomatas.

               E indaga:

‘’A diplomacia moderna teve sua origem nos Estados da Itália setentrional, na época do Renascimento, com as primeiras missões diplomáticas no séc XIII. A partir daí a diplomacia começou a crescer e ganhar força no mundo conhecido, até que em 1815, no Congresso de Viena, criou-se um sistema de precedência diplomática, que após anos de discussões, foi regulado pelo art 16 da CVRD, no século XX.’’

 

Siracusa[10] ao falar sobre diplomacia moderna diz:

‘’Modern diplomacy began with the Peace of Westphalia in 1648, which ended hostilities in the Thirty Years War. The creation of diplomatic relations between states, foreign ministries, legations, embassies, and the Havana Convention are described. The difference between official and public diplomacy is defined and the making of treaties and conventions discussed. International law, the Vienna Convention on the Law of Treaties, and the United Nations Charter are all considered’’. (Siracura,2010).

 

 

 

 

2.2.1 Carreira Diplomática

 

     De acordo com o Instituto Rio Branco (IRBR)[11] a diplomacia é a carreira do momento, isto é, ela está tendo uma grande procura no mercado. Assim, afirma que: 

‘’O mercado de trabalho para o profissional da diplomacia é grande e tem se ampliado cada vez mais, com a maior inserção do Brasil no cenário mundial. As mudanças nas relações internacionais estão ocorrendo de forma cada vez mais acelerada e intensa, por isso costuma-se dizer que a diplomacia é uma carreira bem atual, por tratar sempre com as relações internacionais atuais, inseridas no contexto histórico.’’

 

O site oficial do Instituto Rio Branco[12] nos ensina que o diplomata tem que estar apto a poder representar o seu país diante de outros governos. Sua função principal é representar, negociar e informar a respeito de sua nação. A primeira delas é a representação do estado brasileiro ante a uma comunidade internacional.  A segunda significar que, juntamente com a comunidade, tem por objetivo defender os interesses do Brasil, e a última função diz respeito aos temas de interesse do Brasil no mundo. Vale salientar que essas informações devem ser passadas para a Secretaria do Estado.  Para isso, o diplomata tem o objetivo de administrar as discursões ou negociações internacionais no âmbito das relações exteriores. (IRBR)

     A pessoa que está ingressando na carreira de diplomata tem que estar totalmente preparada para conseguir discutir e tratar de assuntos variados, que vai de assuntos de caráter comum.

     O Secretário César Bonamigo[13] fala sobre o papel do diplomata e afirma:

 

‘’É tarefa essencial do diplomata buscar identificar o “interesse nacional”. Em negociações internacionais, a diplomacia frequentemente precisa arbitrar entre interesses de diferentes setores da sociedade, não raro divergentes, e ponderar entre objetivos econômicos, políticos e estratégicos, com vistas a identificar os interesses maiores do Estado brasileiro.’’

 

          O Instituto Rio Branco continua afirmando que, para dar início a uma carreira diplomática, é necessário ser brasileiro nato de acordo com o Art. 12, § 3.º, inciso V, da Constituição Federa que diz:

“São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa.”  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

 

Diante disso, para exercer a carreira diplomática faz-se necessário, segundo o IRB: estar em pleno gozo de seus direitos políticos, estar em dia com obrigações do serviço militar (para o caso dos homens), estar em dia com as obrigações eleitorais, apresentar diploma de conclusão de curso superior, ter idade mínima de 18 anos e apresentar aptidão física e mental para exercer a profissão. Esse teste de aptidão vai de encontro ao art. 14, parágrafo único da lei n° 8.112[14] , que diz que ‘’A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único.  Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.’’

O concurso para a carreira diplomática[15] é formado por quatro fases, sendo elas:

- Primeira Fase: Prova Objetiva, de caráter eliminatório, constituída de questões objetivas de Português, de História do Brasil, de História Mundial, de Geografia, de Política Internacional, de Inglês, de Noções de Economia e de Noções de Direito e Direito Internacional Público;

Segunda Fase: Prova escrita de Português, de caráter eliminatório e classificatório.

- Terceira Fase: Provas escritas de História do Brasil, de Geografia, de Política Internacional, de Inglês, de Noções de Economia e de Noções de Direito e Direito Internacional Público.

- Quarta Fase: Provas escritas, de caráter exclusivamente classificatório, de Espanhol e de Francês.

 O concurso é realizado pelo próprio Instituto Rio Branco, órgão encarregado da seleção e do treinamento dos diplomatas. Caso aprovado nas quatro fases apresentadas, o candidato começa como Terceiro Secretário. Os cargos subsequentes a esse são: Segundo Secretário, Primeiro Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de primeira Classe (Embaixador).

Para esclarecer sobre o processo seletivo e o treinamento, o IRBR[16] enfatiza:

‘’Todos os diplomatas têm de ser aprovados no Concurso de Admissão. O treinamento durante a carreira é intenso e contínuo. Afinal, o diplomata tem de ser capaz, entre outros, de bem representar o Brasil perante a comunidade de nações; colher as informações necessárias à formulação de nossa política externa; participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil; assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade; proteger seus compatriotas; e promover a cultura e os valores de nosso povo. ‘’

 

O candidato estará apto para tratar de assuntos que vão de paz e segurança, normas de comércio, relações econômicas e financeiras até os direitos humanos, meio ambiente, tráfico de drogas e fluxos migratórios, fazendo, assim, com que as ligações entre as nações com o Brasil sejam fortalecidas, criando um vínculo de amizade.  (IRBR)[17]

 

     O Portal Brasil Profissões[18] acrescenta :

 

‘’Para ser um diplomata é preciso que o profissional seja muito instruído, conheça a cultura dos outros países, bem como da situação das relações internacionais. Nessa carreira, o inglês é imprescindível. O domínio sobre outros idiomas também é muito é recomendável. Outras características interessantes são: responsabilidade, disciplina, capacidade de persuasão, habilidade para lidar com as pessoas, agilidade, raciocínio rápido, facilidade de expor situações, capacidade de concentração, capacidade de organização, amabilidade, carisma.’’

E enfatizando ainda mais o trabalho do diplomata, o IRBR[19] preconiza:

“O diplomata é, antes de tudo, um servidor público federal, funcionário do Itamaraty, órgão da administração pública federal incumbido de auxiliar o Presidente da República na formulação e execução da política externa. Comércio exterior, relações políticas e econômicas, cooperação internacional, divulgação cultural, assistência consular - todas essas são áreas da política externa de atuação do funcionário diplomático. Ao longo de sua carreira, o diplomata irá necessariamente trabalhar no Brasil (em Brasília e/ou nos escritórios de representação regional) e no exterior (em embaixadas, consulados e/ou missões junto a organizações internacionais), nas mais diversas áreas. O diplomata atua, assim, onde quer que o interesse nacional tenha expressão internacional.’’

 

          Os diplomatas gozam de vários privilégios que vão além de um alto salário, tais como carro, plano de saúde internacional, auxílio moradia quando mudam de seu estado natal para Brasília ou mudam de país quando estão em missão, subsidio toga e imunidade diplomática. Quanto a ascensão de cargo, ela ocorre por antiguidade, isto é, a quem está há mais tempo no cargo, e também por serviço no exterior. (ALMEIDA,2010)[20].

 

2.3.2 A Diplomacia no Brasil

        As relações diplomáticas ainda são um assunto escasso no meio das discussões e preocupações da população brasileira. Nesse seguimento, o Ex-Ministro das Relações Exteriores, Ramiro Saraiva Guerreiro[21], afirmou:

 

“(Somos) um país com uma vida interna difícil, dinâmica e complexa, que nos leva a estarmos muito voltados para dentro, para nossos assuntos. Vemos o mundo externo como um palco, onde se representam estranhos espetáculos.”

 

Com a finalidade de inserir o Brasil no âmbito internacional de forma eficaz e permanente, iniciou-se uma luta pela defesa dos interesses brasileiros. Inicialmente a responsabilidade das relações diplomáticas foi deixada nas mãos de uma geração de diplomatas comprometidos com o desenvolvimento nacional.

Santana nos aclara que:

 

“A política externa do Governo Lula, por sua vez, tem buscado retomar o universalismo da diplomacia brasileira, princípio tão caro à tradição diplomática do País quanto a defesa irrestrita do multilateralismo nas relações internacionais. O caráter universal da gestão Lula faz lembrar a política externa dos Governos militares durante os anos setenta, quando “pragmatismo” e “universalismo” tornaram-se palavras de ordem durante o Governo Geisel.

 

Com objetivo de transformar a América do Sul em um continente rentável, sustentável, unido e etc., começou a restituição do MERCOSUL com o intuito de trazer uma nova identidade para o Brasil.

Celso Lafer[22], em seu livro A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro, nos ensina:

 

“No caso brasileiro, entre estes fatores cabe destacar o dado geográfico da América do Sul; o relacionamento com os muitos países vizinhos; a unidade linguística; a maior proximidade, desde a independência em 1822, dos focos de tensão presentes no centro do cenário internacional; o tema da estratificação mundial e o desafio do desenvolvimento. Estes fatores de persistência contribuem para explicar traços importantes da identidade internacional do Brasil, ou seja, o conjunto de circunstâncias e predicados que diferenciam a sua visão e os seus interesses, como ator no sistema mundial, dos que caracterizam os demais países.”

 

A identidade internacional do Brasil foi reconstruída sem perder os princípios básicos das nossas relações internacionais já existentes nos antigos governos.

O Brasil passou a ter uma nova cara, uma nova roupagem mundial; a mudança da Política Externa, como dito anteriormente, acarretou ao Brasil muitos benefícios. O governo Lula ficou conhecido como o propulsor, o restaurador da Diplomacia do Brasil, mesmo diante de tantas críticas.

O Ex-Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim[23], afirmou:

 

“A diplomacia brasileira pauta-se pelo princípio da não ingerência em assuntos internos, consagrado em nossa Carta. O governo do presidente Lula tem associado a esse princípio básico uma atitude que descrevemos como a não indiferença. Temos prestado nosso apoio e solidariedade ativos em situações de crise, sempre que somos solicitados e consideramos ter um papel positivo.”

 

 

Quando se trata das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos, pode-se afirmar que elas são fortes, dinâmicas e crescentes. O site de Missões Diplomáticas dos Estados Unidos no Brasil[24] fala que:

 

“Está em cooperação com o Brasil em uma ampla gama de temas. Estamos cooperando para promover o crescimento econômico e a prosperidade e estamos investindo em maior acesso à educação, tecnologia e emprego para todos os brasileiros. Também estamos trabalhando juntos para tratar dos desafios mundiais ambientais e de saúde, fortalecer a aplicação da lei e da justiça e promover a segurança energética e a estabilidade regional e mundial.”

      

 

De acordo com o diretor do Departamento da América do Norte do Itamaraty Carlos Henrique Moojen de Abreu e Silva, em entrevista ao programa Brasilianas.org[25] da TV Brasil, a relação entre Brasil e Estados Unidos vem mudando ao decorrer do tempo, e está totalmente diferente de antes. Pois os EUA são principal polo, mas precisam ouvir os outros polos.  E ainda, por fim, afirma que ‘’As relações entre Brasil e Estados Unidos estão, atualmente, sendo pautadas em uma reforma no regime migratório, a base de segurança cidadã, que inclui os aspectos sociais, culturais e econômicos.’’

Para Carlor Henrique os Estados Unidos começaram a ver não só o Brasil, mas a América Latina como fatores de estabilidade e progresso como um todo durante a visita da presidente Dilma Rouseff e, juntamente com o presidente Bush, lançaram um projeto que é ‘’ A construção da parceria Brasil – Estados Unidos para o século 21’’. Dessa forma, deram um primeiro passo para alargar ainda mais essas relações.

 

 

2.3 Cibercultura e o Papel Do Novo Diplomata

 

     Com os benefícios da troca de informações disponibilizadas pela internet, a diplomacia também sofre suas imerções dentro da cibercultura, o que podemos chamar de diplomacia digital. Em entrevista no dia mundial da liberdade de Imprensa, no dia 03/11/2011, o então ministro das relações exteriores Antonio Patriota disse que a diplomacia brasileira e mundial vivem um novo momento. É a era das novas mídias em que várias informações são transmitidas à sociedade por meio das redes sociais, como o Twitter, o Facebook e o YouTube. Segundo ele, o desafio está nas mãos da imprensa. “[Em meio às novas mídias] a imprensa tem de reinventar”, afirmou em entrevista para o Agência Brasil, quem escreve é a repórter Renata Giraldi (2011). Patriota ainda descreve o momento como “a diplomacia digital” classificou, lembrando que os blogs e noticiários online também contribuem para o novo momento da diplomacia.

O diretor do Instituto Rio Branco, embaixador Georges Lamazière, disse que o objetivo da nova diplomacia é manter o diálogo do Itamaraty com a imprensa. “Isso se dá não só nas grandes questões internacionais, como também quando o brasileiro se vê em uma situação difícil. Hoje é fundamental abrir cada vez mais esse canal de diálogo.” Renata Giraldi (2011).

Já era de se esperar tal progresso no meio político e diplomatico a nível mundial. Essas mudanças nas relações internacionais sempre foram bem visíveis, e percebemos como foram afetadas pelas novas tecnologias. No ano de 1920, com o surgimento do rádio, “fez com que vários governos adentrassem na cena da radiodifusão de língua estrangeira” (Nye, 2004). Essa diplomacia digital ou a e-diplomacy, como também é chamada, está inserida nesse novo contexto de cibercultura, e é um mundo virtual que pode ser anexado ao mundo real como diz Pierre Levy :

 

“O Gênero canônico da cibercultura é o mundo virtual. Não devemos entender esse termo no sentido estrito da simulação computacional de um universo tridimenssional explorado por um capacete estereoscópio e uma datagloves... O mundo virtual funciona, então, como um depósito de mensagens, contexto dinamico acessível a todos e memória comunitária coletiva alimentada em tempo real. (LEVY, 1999, 145, 146 p)

 

Esse mundo virtual que pode funcionar como um depósito vitalício de informação trabalha como uma maré onde informação vai e vem. A cibercultura fez uma grande mudança com a ajuda da internet. Para entender um pouco de cibercultura o Dr. Lemos (2003) explica em detalhes:

”A cibercultura é a cultura contemporânea marcada pelas tecnologias digitais. Vivemos já a cibercultura. Ela não é o futuro que vai chegar mas o nosso presente (home banking, cartões inteligentes, celulares, palms, pages, voto eletrônico, imposto de renda via rede, entre outros)”. (LEMOS, 2003, 11 – 23p)

 

O novo diplomata está inserido nesse contexto, fazendo parte de uma evolução que ja se faz presente. A cibercultura, assim como por nós, virou uma cultura praticada por todos, e temos de sustentar a ideia de que, na diplomacia, não é e não será diferente. Vejamos a diplomacia tradicional para tentar entender esse ponto, um trecho do texto de Magalhães (1996) diz o seguinte sobre o que é a diplomacia: “Consiste num instrumento de política externa para o estabelecimento e desenvolvimento de contactos pacíficos entre os governos de diferentes Estados, pelo emprego de intermediários, mutuamente reconhecidos pelas respectivas partes”. Essa seria a forma tradicional da diplomacia e como os diplomatas se comportariam sem a cibercultura inserida nesse contexto. A renomada revista Economist publicou um artigo falando o que seria essa diplomacia digital, ou E-diplomacy, o novo conceito de diplomacia que estaria sendo implementado no cenário internacional.

 

“…e-diplomacy is an easy and cheap tool for other purposes, too: responding to disasters, gathering information and managing relationships. Some diplomats also use Twitter to communicate among themselves (many don’t read their own e-mail).” (BEIRUT, 2002, The Economist)

 

     

Vendo por esse lado, não só o novo diplomata, mas qualquer um hoje em dia tem facilidade de compartilhar informação e muitas vezes até ler um email fica mais difícil do que usar um meio de comunicação mais rápido como o twitter ou o facebook. É algo que a cibercultura mostrou ser mais benéfica para essa velocidade em tempo real.  André (2010) ainda conclui um pensamento sobre a diplomacia digital dizendo:

 

“Diplomacia Digital, portanto, deve ser entendida como um esforço de comunicação integrada, que deve ser levado à cabo por meio de uma linguagem simples e direta, uma vez que se destina a todos os públicos. Ressalte-se, porém, nomeadamente para aqueles que se julgam mais céticos, que a Diplomacia Digital é um meio, e não o fim. O papel das “novas tecnologias” e do diplomata não se misturam, sendo o último imprescindível e de relevância incomensurável.” (André 2010, artigo, sp)

 

Entende-se que, para o trabalho da dipomacia, não se depende diretamente de um uso obrigatório das comunicações sociais perante a cibercultura, mas que é um meio importante para que as informações sejam repassadas e analisadas entre um meio social maior e mais amplo. O diplomata terá uma ferramenta eficaz, se souber usar.

 

2.3.1 Cibercultura e o Ciberativismo

 

O novo diplomata deve estar atento à velocidade da informação no meio da cibercultura. Nesse novo meio cultural temos muitas formas de expressão, então, como afirma Silveira (2010) numa breve definição:

 

“Por ciberativismo podemos denominar um conjunto de práticas em defesa de causas políticas, socioambientais, sociotecnológicas e culturais, realizadas nas redes cibernéticas, principalmente na Internet. O ciberativismo se confunde com a própria expansão da rede mundial de computadores. Ele influenciou decisivamente grande parte da dinâmica e das definições sobre os principais protocolos de comunicação utilizados na conformação da Internet.” (SILVEIRA, 2010. N.86, pag. 28-39)

 

É possível ver muitos tipos de ciberativismo na internet; houve uma grande explosão e cada vez vem criando mais adeptos, e tem tido grande caráter afetivo pelo mundo. Em um meio onde as atitudes muitas vezes são escondidas e protegidas, vemos a cibercultura criando novos caminhos, e assim Silveira (2010) ainda diz:

 

”Para o pesquisador Stefan Wray, quando os ciber-historiadores olharem para a última década do século XX encontrarão, em 1998, o surgimento de duas importantes expressões do ciberativismo e das guerras via navegadores (the browser wars): a desobediência civil eletrônica e o “hacktivismo”.” (SILVEIRA, 2010. N.86, pag. 28-39)

 

 

Com a evolução e o crescimento da desobediência civil eletrônica, governos e entidades passam por situações em que suas informações pessoais estão mais vulneráveis. Acredita-se que o maior agente presente nesse meio é o hacktivismo, como afirma Alexandra Whitney Samuel (2004, p. 2), onde em uma tese de doutorado, diz que o hacktivismo é “o uso não violento, legal ou ilegal, de ferramentas digitais para perseguir finalidades políticas”.[26] No entendimento sobre hacktivismo, grupos na web também utilizam dessa ferramenta, Wray (s.d) explica que, em pesquisas aprofundadas, encontra origens do hacktivismo já na pré-história da web por volta de 1980, e ainda faz menção de que a primeira versão do PeaceNet foi aparecer no início de 1986 como um grupo de ativistas políticos que usavam uma lista de emails e sites Gopher para se comunicar através das fronteiras internacionais.

Para esclarecer pontos substanciais sobre o hacktivismo, Silveira (2010) ainda explica que:

 

“O hacktivismo agigantou-se nos primeiros dez anos do século XXI e podem ser encontradas desde ações em favor de se obter maior transparência dos dados públicos, como no caso do Transparência HackDay ocorrido em outubro de 2009, em São Paulo[27], até a criação de machinimas políticos.” (SILVEIRA, 2010. N.86, pag. 28-39)

 

E ainda comenta a respeito de Machinimas políticos, onde explica que “Machinima” é a junção das palavras inglesas “Machine” e “Animation”, fazendo assim uma correlação a uma das práticas recombinantes que caracterizam a cibercultura. Em um breve trecho, Shao & Kuo (2010) explicam um pouco em um exemplo sobre o que são os Machina na prática:

 

”Um machinima político chamado War of Internet Addiction[28] produzido em um quarto no interior da China se tornou um enorme sucesso, com mais de 10 milhões de visualizações em apenas uma semana. O filme, gravado no ambiente do RPG online World of Warcraft, é uma sátira às tentativas das autoridades chinesas de monitorar e controlar o uso da Internet. Dirigido por alguém que se autodenomina “Corndog” ( Xinggan Yumi, literalmente, “Sexy Corn”) e apoiado por mais de vinte gamers voluntários, teve sua produção realizada em apenas três meses, sendo lançado no dia 21 de janeiro de 2010 (Shao & Kuo, 2010).”

 

 

Seguindo esse pensamento, o método utilizado para propagação do pensamento tomou rumos em que muitas vezes não se sabe por onde tem sido dinfudido. O padrão de investigação e as práticas de defesa da informação são cada vez menos trabalhados contra a cultura ativista na web que está se aperfeiçoando. 

 

2.3.2 Ciberativismos em casos diplomáticos

     

Fazendo referência aos casos de vazamentos de informações, estamos vendo frequentemente nos dias atuais casos que infligem a diplomacia de outros estados, segredos nacionais e documentos confidenciais. Como conta Carole (2012) a respeito de um caso famoso sobre a fundação chamada Wikileaks:

 

“Em WikiLeaks: a guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado (2011, 336 p.), os repórteres investigativos do jornal The Guardian, David Leigh e Luke Harding, contam os bastidores do maior vazamento da história, que revelou ao mundo detalhes obscuros da diplomacia mundial e das guerras do Afeganistão e do Iraque O feito sem precedentes é uma combinação de jornalismo investigativo e ciberativismo em defesa da transparência - algo só comparável à revelação de arquivos sigilosos sobre a Guerra do Vietnã em 1971, conhecida como Papéis do Pentágono..” (Carole 2012, artigo, sp)

 

O caso Wikileaks mostrou uma grande questão ao mundo, ao ser o pioneiro ao tratar de informações diplomáticas fazendo uma utilização das ferramentas digitais para conseguir documentos e repassa-los. Assim Carole (2012) ainda diz que o caso Wikileaks se apoiou na ideia de liberdade de informação e conhecimentos avançados sobre informática e criptografia. Carole (2012) ainda explica que:

 

(…) Foi pioneira no uso da tecnologia digital para desafiar, inicialmente, estados autoritários e corruptos e, mais recentemente, o poder estabelecido dos governos, grandes corporações e instituições envolvidas em práticas antiéticas e comprometedoras.

 

 

A entidade foi criada em 2006, liderada por Julian Assange, hacker, criptógrafo e ativista. Mas somente em 2010 se tornou uma plataforma de notícia e revelação online conhecida internacionalmente. (Carole, 2012).

Wikileaks chamou a atenção do mundo todo por tratar de documentos e informacões diplomáticas que dizem respeito a inúmeros países. Com isso causou desentendimentos e incitou discussões em diversas áreas do conhecimento. Assim, com tal atitude, vemos que exerceu grande influência sobre as Relações Internacionais e sobre a comunicação.

Recentemente um caso parecido com espionagem e vazamento de informação atentou o cenário internacional com um caso de privacidade onde os Estados Unidos da América andou fazendo vigilância de alguns líderes mundiais e empresas estatais. Um dos casos em questão é referente a Edward Snowden, ex-consultor técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos (EUA). (Eva 2013, El Pais). Em notícia do jornal Espanhol El Pais:

 

“Edward Snowden, de 29, antiguo asistente técnico de la CIA y que en la actualidad trabaja para una empresa subcontratada por la Agencia de Seguridad Nacional (NSA), reconoció ser el autor de las filtraciones y asegura que facilitó la información porque no le parecían correctas las prácticas de la Administración y quería que los ciudadanos supieran cómo se atentaba contra su privacidad. Snowden dio a conocer su nombre un día después de que el máximo responsable de la inteligencia nacional, James Clapper, anunciara que iba a pedir al Departamento de Justicia una investigación criminal sobre el responsable de las filtraciones.” (Eva, El Pais, 2013)

 

Com informações expostas por Swoden, o governo brasileiro viu que também estava na lista de espionagem feita pelos Estados Unidos, fazendo assim com que a diplomacia brasileira tivesse que pedir explicações sobre tais vigilâncias. Foi criado em um documento, com reunião junto aos governos do mercosul em Montevidél, um tópico no documento que diz: “Decisão Sobre O Repúdio À Espionagem Por Parte Dos Estados Unidos Da América Nos Países Da Região” (Itamaraty, Montevidél, 2013)

 

 

3. METODOLOGIA

 

Essa pesquisa científica tem como objetivo refletir sobre as mídias sociais no cenário internacional e a influência na diplomacia. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que consiste na leitura, análise e levantamento de todas as informações necessárias relacionadas à pesquisa, que possa ser generalizada para situações semelhantes. (SEVERINO, 2007)

Partindo da ideia de que um artigo científico destina-se:

 

          (...) especificamente a serem publicados em revistas e periódicos científicos, os artigos científicos tem por finalidade registrar e divulgar, para público especializado, resultados de novos estudos e pesquisas sobre aspectos ainda não devidamente explorados ou expressando novos esclarecimentos sobre questões em discussão no meio científico. (SEVERINO, 2007, p. 208)

 

Foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva e com pesquisa bibliográfica em livros, artigos, dissertações e teses de mestrado, bem como em periódicos de base cientifica-acadêmica.

Segundo Gil (1999, pág. 43) “a pesquisa exploratória visa proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. O estudo de caso é diferenciado pelo estudo intenso de um ou de raros objetos. Para Cervo (2007, p. 61): A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Desta forma, a pesquisa descritiva trabalha com fatos ou informações retiradas diretamente do grupo ou ambiente estudado.

Pelo fato de o objeto de estudo ser recente, o principal veículo de pesquisa utilizado será a internet, utilizando as bibliotecas virtuais da própria universidade, sites considerados seguros e trabalhos científicos recentes, além de livros que considerarmos pertinentes sobre cibercultura e comunicação.

 

4. CONCLUSÃO

 

     Com a evolução do advento tecnológico e as novas maneiras de comunicação no mundo, os governos, empresas e política não poderiam ficar de fora de um acompanhamento de tal progresso. Assim sendo, a comunicação de uma maneira mais específica mudou o jeito de atuação do novo diplomata no cenário da cibercultura, colocando assim novos métodos de utilização dessas novas ferramentas, o cuidado e as medidas de cuidados que ele tem que ter para que suas informações e seu trabalho possam ter o resultado esperado.

     Os escândalos e os casos de espionagem e informações vazadas por conta da cibercultura, bem como o ciberativismo em meio ao hacktivismo, só tende a crescer; grupos espalhados por todo o mundo querendo fazer justiça que não veem nos seus governos, trazendo à tona informações que abalam a diplomacia de inúmeros países e que só irão aparecer mais. É aí que o novo diplomata tem que saber atuar para ajudar nesses assuntos delicados de investigação. Com isso vemos que o estilo de atuação, de exposição desse novo diplomata tem que ser algo mais precavido, mais acompanhado e posto em segurança, para que a seriedade de suas ações possam ser tiradas como exemplos para futuras negociações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CYBERCULTURE AND DIPLOMACY: New perspectives for the future diplomat.

 

ABSTRACT

 

Currently we are experiencing an evolution , where information is precious, which often need to be stored in a very rigid way . With the evolution of the type of communication the internet has been used in various ways in our personnel, labour and trade. But not only this segment . Policy , and more specifically diplomacy, This new standard for speed, the diplomat itself has to fit and follow this evolution, the care that has to have the strategies for use of the information, the preventions that can be published in digital social environment not to generate scandals and harm his career and even a mission. The new model as a diplomat can behave towards new patterns of communication are ways on how he can have and make new strategies amid cyberculture.

 

Key Words: Diplomacy. Communication. Evolution. Cyberculture.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

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[1] Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais.

[2] Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Potiguar – [email protected].

[3] Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Potiguar – [email protected].

4  Orientadora e professora da Universidade Potiguar – [email protected].

 

 

[4] Referência retirada de artigo da internet, sem paginação.

[5] Termo utilizado pelos autores Briggs e Burke apud Abreu (2009) para se referir à ARPANET (rede criada por militares norte-americanos.

[6] Simplificação de World Wibe Web, segundo Silva (2011, p.14).

[7] Atualmente é consultora independente de educação, focada em reposicionamento profissional oportunidades no mercado de trabalho. É colaboradora ativa no Guia da Carreira. Referência retirada de artigo da internet, sem paginação

[8] FORSTER, Maria Thereza Diniz. Oliveira Lima e as relações exteriores do Brasil: O legado de um pioneiro e sua relevância para a diplomacia brasileira. Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 2001.

[9] O Portal Brasil Profissões agrupa informações sobre as mais variadas atividades profissionais e conecta pessoas a ofícios, por meio de uma plataforma que entende as necessidades individuais, educacionais e empresariais de cada um. Os usuários podem conferir o guia das universidades e dos cursos técnicos profissionalizantes, descrição de empregos técnicos, públicos e acadêmicos, além de abastecer-se com informações dos bastidores das profissões e do empreendedorismo.

[10] Siracusa, Joseph M. "Evolution of diplomacy." In Diplomacy: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2010. VSIs Online, 2013. doi: 10.1093/actrade/9780199588503.003.0001.

[11] O Instituto Rio Branco (IRBR) foi fundado em 1945 e é responsável pela seleção e treinamento dos diplomatas brasileiros, em processo contínuo de formação: o Curso de Formação, na etapa inicial da carreira; o Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas (CAD), para Segundos Secretários e o Curso de Altos Estudos (CAE) para Conselheiros. - http://www.institutoriobranco.mre.gov.br

[12] INTERNET - http://www.institutoriobranco.mre.gov.br

[13] CÉSAR AUGUSTO VERMIGLIO BONAMIGO - Diplomata. Engenheiro Eletrônico formado pela UNICAMP. Pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP. Programa de Formação e Aperfeiçoamento - I (PROFA - I) do Instituto Rio Branco, 2000/2002. No Ministério das Relações Exteriores atuou no DIC - Divisão de Informação Comercial (DIC), 2002; no DNI - Departamento de Negociações Internacionais, 2003 e trabalha no DUEX - Divisão de União Européia e Negociações Extra-Regionais

[14] BRASIL. lei n° 8.112/ 11 de Dezembro, 1990. Lei do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8112cons.htm. Acessado em: 12 de novembro de 2013

[15] INTERNET- http://www.institutoriobranco.mre.gov.br

[16] INTERNET- http://www.institutoriobranco.mre.gov.br acesso em 6 de outubro ás 15:40 h.

[17] INTERNET- http://www.institutoriobranco.mre.gov.br acesso em 6 de outubro ás 15:50 h.

[18]  O Portal Brasil Profissões agrupa informações sobre as mais variadas atividades profissionais e conecta pessoas a ofícios, por meio de uma plataforma que entende as necessidades individuais, educacionais e empresariais de cada um. Os usuários podem conferir o guia das universidades e dos cursos técnicos profissionalizantes, descrição de empregos técnicos, públicos e acadêmicos, além de abastecer-se com informações dos bastidores das profissões e do empreendedorismo.

[19] INTERNET- http://www.institutoriobranco.mre.gov.br

[20] Bacharel e licenciado em Ciências Sociais, pela Universidade de Bruxelas (1975), Mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia (1977) e Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984); Curso de Altos Estudos, do Instituto Rio Branco do MRE (1997).

[21] GUERREIRO, Ramiro Saraiva. Lembranças de um empregado do Itamaraty. São Paulo: Siciliano, 1992.

[22] LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro. São Paulo: Perspectiva, 2004.

[23] AMORIM, Celso L. N. “Uma Diplomacia Voltada Para o Desenvolvimento e a Democracia”. In: JÚNIOR, Gelson Fonseca e CASTRO, Sergio Henrique Nabuco de. Temas da Política Externa Brasileira II. Vol. 1. Brasília: FUNAG, Paz e Terra, IPRI, 1997.

[24] INTERNET - http://portuguese.brazil.usembassy.gov/pt/topic-of-interest.html

[25] INTERNET - http://www.ebc.com.br/infantil/para-educadores/galeria/videos/2012/11/a-relacao-entre-brasil-e-estados-unidos

[26] tradução livre de: the nonviolentuse of illegal or legally ambiguous digital tools in pursuit of political ends”.

[27] Ver http://trac.meuparlamento.org/wiki/TransparenciaHackDay.

[28] Ver http://www.youtube.com/watch?v=zHjg65mQJkw