CHICO XAVIER  E  UBALDI: REENCARNAÇÕES

                                                                                          

 

De fato, somos de uma estrutura cognitiva extremamente criativa, conquanto de uma tolice e de uma esperteza assombrosas, ao ponto de provocarmos risos e porque não dizer: verdadeiros insultos às inteligências mais avançadas, seja do nosso meio ou fora dele.

 

Ora, sabemos bem que Jesus Cristo está “reencarnado” no Brasil!

 

E, neste mesmo País, quantos Espíritos de Allan Kardec, simultaneamente, estiveram por aqui na condição de “reencarnados”?

 

Todavia, sabemos bem que o Espírito, em realizando certas conquistas evolutivas, ele não mais pode retroceder, isto é, voltar a uma posição inferior em níveis de equilíbrio, de bom senso, de sabedoria ou dotes de inteligência e moralidade. O Espírito, pois, de um modo geral, não retrocede; pode até, por vias da reencarnação, embotar ou deixar de exercer certas faculdades que permaneceriam latentes, em função de outras em franco desenvolvimento. Mas não pode jamais perder suas qualidades, sobretudo quando já estão permanentemente assimiladas em  sua integralidade espirítica, e, portanto, já plenamente consolidadas pelas inumeráveis experiências onde fora constrangido pela Divina Lei a aprender, enriquecer-se e progredir sempre, pois que tal é a Lei de todos os mundos, de todas as formas físicas, conscienciais e espirituais.

 

Assim sendo, salvo melhor juízo, é bem provável que Osvaldo Polidoro e suas pretensões divinistas e de superação das obras codificadas, não fora a reencarnação de Kardec; e tampouco, a célebre figura de Alziro Zarur e seus arroubos religiosos, estando ambos, por suas formas mentais bem distintas - e, em que pese o respeito que lhes devemos - um tanto aquém do caráter científico e das profundidades filosóficas brilhantes do notável codificador. 

 

Mas, uma das últimas propostas de alguns espiritistas é a de que o excelente médium, Francisco Cândido Xavier, seria, ou é, seguramente, a reencarnação do mestre codificador: Allan Kardec!

 

E hoje, depois de tantas discussões, conversas e desconversas sobre tal, amigos meus vem até a mim e afirmam categóricos: Chico é Kardec! E, outros, mais céticos asseguram: Não, ele não pode ser; ele, portanto, não é! E a mídia espiritista, como se sabe, se pronunciara dos mais diversos pontos do território nacional, com prós e contras, favoráveis e desfavoráveis. O que pode ser até saudável. De uma boa discussão pode até nascer a verdade. Mas fora dito: boa discussão, e não esta série de ofensas, de posições extremadas, onde a arrogância e o falso saber estão acima da lógica, do bom senso e da razão.

 

Hoje, sabemos, o Chico é considerado o mais importante brasileiro de todos os tempos! Uma unanimidade nacional. Mas logo mais se verá que tal situação servirá de pretexto para se alçá-lo, mais uma vez, à condição de um Kardec.

 

Do meu ponto de vista, e, sem precipitação, penso que deveríamos aguardar o desenrolar de mais essa polêmica que assolara e assola o meio espiritista, repleto, como já citei, de idéias confusas, descabidas e de argumentações pouco filosóficas, nada científicas. Alguns chegaram a dizer que, pelo fato do Chico ter gostado de usar paletó, então ele é o Kardec que, também, gostava de usar paletó (???). Neste caso, um disparate; não é por aí que se comprovará a tese doutrinária de que um é o outro, e, de que o outro (Kardec), hoje é o um (Chico), ou, fora o um, pois que o amável Chico também já partira para buscar os louros de suas conquistas vitoriosas neste mundo provacional.

 

E os Espíritos errantes também se pronunciam. Aquele mesmo elemento que nos taxara de “macaco-espírita”, que dissera que somos: “quase um mico de circo” (Vide: na internet o artigo: “Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores”, ou então em meu blog), também se mostra favorável a tal idéia: Chico, para ele, é Kardec; mas tal Espírito errante anda meio desacreditado em nosso meio por sua postura arrogante, contraditória e de princípios filosóficos que ferem a lógica, o bom senso, ao afirmar também, por exemplo, a possibilidade da “reencarnação no mundo espiritual” e outras tolices próprias de um Espírito bastante necessitado de doutrinação.

 

 

Mas uma tese bastante interessante é a de Weimar de Oliveira enfeixada no livro: “A Volta de Allan Kardec” (Feego) lançado em 2007. Mas não devo ficar recomendando esta ou aquela tese, este ou aquele livro, apológico ou detrator, e sim, que se deve ler de tudo para tirar suas próprias conclusões, se é que podemos ou devemos tirá-las, e deduzir pelo sim, ou, pelo não. No meu caso, particularmente, procuro aguardar em silêncio, sem afirmativas categóricas de que ele teria ou não teria sido, pois que a vida nos mostra, todos os dias, o quanto podemos estar certos ou equivocados quanto a isso e quanto àquilo, e que podemos, igualmente, como nesta questão do Chico, estar certos ou errados, sobretudo quando não se tem ainda uma posição doutrinária definitivamente correta e precisa. Só temos opiniões e opiniões e não fatos suficientes, de bases sólidas, positivas, e já confirmadas, também, pela CUEE ou Consenso Universal no Ensino dos Espíritos.

 

Enquanto isso, que tal seguirmos a “regra dos quatro s”: sejamos simples, suaves e serenos. A arrogância e a pretensa sabedoria nunca foram boas conselheiras da razão; e tampouco, a ingenuidade propalada por alguns pares.

 

Será que aquele sábio organizador doutrinário do pretérito, não se vestiu, ou, não teria se vestido, hoje, da mais humilde “roupagem cultural” (quarto ano primário) para vivenciar o Evangelho em ação, quando, na paralela, cuidava de ampliar e de desenvolver seus labores de outrora? Pois que: ingênuo e abobado, nunca se poderá dizer de um Chico Xavier: trabalhador e estudioso, honesto e caridoso, amável e detentor de uma simplicidade extrema, próprios dos sábios que já passaram por aqui. Será que o Chico, fora, de fato, a reencarnação de Allan Kardec?

 

Óbvio e evidente está que seus perfis psicológicos não se encaixam, nos parecem claramente distintos, mas devemos nos precipitar com afirmativas categóricas de um sim, ou, de um não, quando quase tudo ignoramos dos intrincados mecanismos da Lei de Causa e Efeito no decurso dos milênios, e, portanto, dos problemas palingenésicos atinentes ao Espírito imortal, das potencialidades ou faculdades espirituais que podem e devem ficar ocultas (vasta intelectualidade) em favor do desenvolvimento de outras (amor e sabedoria)?

 

Até porque, o fato do Chico “ser ou não ser” talvez não seja o mais relevante; mas sim: a sua obra. Esta sim importaria e importa muito: um trabalho espiritual gigantesco e de desenvolvimento doutrinário nos aspectos: científico, filosófico e da mais relevante moral: a cristã, de vivência comprovada na prática diária, do amor em ação.

 

Portanto, no resumo dos fatos, e, relativamente à reencarnação do espírito de Allan Kardec no século vinte (20) para completar sua missão na pessoa de Chico Xavier, temos a mais farta e mais conturbada discussão.

 

E quanto a Pietro Ubaldi, outro renomado cristão, autor de uma obra científica e teológica da mais alta expressão? Seria ele a reencarnação de Pedro, o apóstolo de Jesus nos primeiros tempos do Cristianismo?

 

Para retirar nossas dúvidas, recomendo duas obras excelentíssimas:

 

-“Comentários”, (Fundapu) de Pietro Ubaldi mesmo, mostrando as mais diversas comunicações mediúnicas constatando a realidade do fato; e

 

-“Pietro Ubaldi e o Terceiro Milênio”, (Fundapu) de Jose Amaral.

 

Sendo que esta segunda citada, mais especificamente, vai tratar da:

 

-Vida; da

-Obra; e das

-Reencarnações de Pietro Ubaldi.

 

Citando alguns trechos da mesma:

 

“As revelações das reencarnações dele chegaram de diversos países, desde 1932: de sua pátria (Roma, Milão, Turim, Livorno, Verona, etc), da Inglaterra (Londres), do Brasil (Rio de Janeiro), da Argentina (Buenos Aires) e de outros lugares. Em 1951, o famoso médium Francisco Cândido Xavier fez chegar ao conhecimento de alguns amigos íntimos, inclusive Clóvis Tavares, que Pietro Ubaldi era a reencarnação de Simão Pedro”.

 

“Entretanto, Ubaldi não as divulgou para que não servisse de pretexto a difusão do seu nome ou da Obra descida ao mundo por seu intermédio. Mais de uma vez, conversando conosco sobre esse assunto tão importante, ele nos disse: ‘depois que eu partir toda a verdade a meu respeito, inclusive as reencarnações, poderá ser divulgada e ser útil a alguém’. Por isto, tornamos público o que é do conhecimento de muitos, e pode ser encontrado, veladamente, em alguns livros seus, sobretudo: “História de Um Homem” e “Comentários”.

 

“O primeiro biógrafo de Pietro Ubaldi, Clóvis Tavares, sempre considerou o biografado a reencarnação de um dos doze apóstolos de Cristo, o mesmo que assumiu a direção do Colégio Apostólico após a Paixão do Cordeiro de Deus”. (Vide: “Pietro Ubaldi e o Terceiro Milênio” – Jose Amaral – Fundapu).

 

Portanto, neste segundo caso, as provas são abundantes, indiscutíveis, um verdadeiro Consenso Universal; além de muitas outras encarnações intermediárias, pode-se dizer, seguramente, que:

 

-Pietro Ubaldi é a reencarnação de Pedro, apóstolo de Jesus nos tempos passados e apóstolo de Jesus nos presentes tempos de modernidade.

 

 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

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