CHICO-EMMANUEL: ALÉM DA FÍSICA (parte 2) 

Assim, concluí com a proposta da conjunção mediúnica: Chico-Emmanuel, que num plano mais alto de nossas perspectivas, de referenciais Absolutos na Eternidade, a objetividade do Tempo e do Espaço se transmuda para um modelo quase inacreditável às nossas mundanas percepções. 

Tempo e Espaço, incompreensivelmente: deixam de existir! 

Porém, num “incompreensível” de alguma compreensão, pois creio ter sido razoavelmente inteligível e claro na explanação que me sobreviera por intuição, que fora corrigida e trabalhada com operações formais e espirituais de mais dilatada razão, que buscava alhures, e, em mim mesmo, formulações, conceituações filosóficas e científicas para a solução do grande problema que, afinal, ficara quase que todo ele equacionado, mas não de todo resolvido, na primeira parte desta modesta exposição. 

E, de fato, inexiste Tempo, inexiste Espaço ao âmbito de Deus, e dir-se-ia, ao âmbito do Espírito-filho, pois que este fora concebido e criado à imagem e semelhança do Pai; e, para tais confirmações, no tocante a Deus e no que concerne ao filho, vimos na primeira parte do referido texto que: 

“Se a Forma Mental de Deus É Absoluta, É também Infinita, que, estando no centro, também está na periferia, tal como pontos de uma esfera infinita onde Deus ocuparia todos os pontos internos - e externos, no infinito - de tal objeto geométrico imaginário. E, se assim pudermos conceber e imaginar, tal como Einstein apelava para a imaginação, veremos que a dupla Chico-Emmanuel está certa, pois que Deus, sendo Absoluto, e Infinito, Ele Está Por Toda Parte, não Lhe sendo necessário, pois, percorrer qualquer Espaço, pois que Ele ocupa todos os Espaços”. (Artigo cit. – parte 1).

 

 

 

E seqüenciei que:

 

“Por aí, pois: Deus é Tudo, está em Tudo: em Qualquer Parte, em Qualquer Lugar. Por tal questiono: Cadê o Espaço? Onde está o Espaço se ele próprio confunde-se com a Forma Transcendente de Deus, Forma Infinita de Ser e de se Estar em Toda Parte, no Todo, em Qualquer Lugar?”. (Artigo Citado – parte 1).

 

Se consultar-se uma importante obra da Codificação Espírita: “A Gênese, os Milagres e as Predições” (Allan Kardec – 1868 – Ide), Capítulo Dois, Item 29, ver-se-á que o mestre lyonês alude algo a respeito desta questão, de que Deus não precisaria de se transportar e de percorrer espaços, pois que o Espaço não existe para Deus. Senão vejamos:

 

“Deus, preenchendo o Universo, poder-se-ia, ainda, admitir, a título de hipótese, que esse foco (divino) não tem necessidade de se transportar (sublinhado deste articulista) e que se forma sobre todos os pontos, onde a soberana vontade julgue a propósito produzir-se,...”. (Opus Cit.).

 

De tal se conclui, pelo menos como hipótese kardequiana, que Deus não se transportaria pelo Espaço; pois que sendo Infinito, Deus permaneceria, senão em pessoa, mas pelo menos em essência que, fundamentalmente estaria e está em Tudo, se manifestando aqui e acolá, onde sua Soberana Vontade assim o Pretender, assim o Desejar.

 

Buscando uma visualização do fenômeno, veja-se o nosso Orbe planetário: ele forma um conjunto uníssono, e perfeitamente ordenado, do núcleo às regiões atmosféricas, passando, evidentemente, pelas camadas do manto e da crosta, e, creio eu, indo mais além, muito mais além...

 

 

 

 

Ou seja: de tais regiões atmosféricas aos Espaços siderais que circundam e materializam os demais mundos do Sistema Solar; e, prosseguindo adiante, muito mais adiante, compondo, uníssono e perfeitamente ordenado ainda, com os demais sistemas, com a via láctea, com as demais galáxias e nebulosas, um conjunto astronômico extremamente complexo, porém, unitário, fundamentalmente monista, estando Deus manifestando-se, e guiando, desde a porção minimizada de uma abstração quântica aos orbes mais distantes do infinito sideral, sem que tal Potência se transporte para tanto, pois que está Onipresente a Tudo, não ocorrendo Tempo e Espaço para o Eterno e Soberano Criador.

 

E desde que o Espírito-filho é talhado e esculpido como imagem e semelhança do Espírito-Pai, e, mesmo não se representando e nunca poder representar-se tal como o Pai, ou, com as Suas Qualidades e Potencialidades, não se pode descartar, às luzes da correta interpretação da Filosofia Cristã, os ensinos d’Aquele que se dizia “Uno com o Pai”, do que se presumiria que Jesus desfrutava de poderes que, associados aos do Pai, o tornaria capaz de ilimitado poder, de se estar aqui e acolá, comigo e contigo, com a sombra e com a luz, sem dividir-se ou multiplicar-se, mas sim, pela ubiqüidade de manifestar-se instantaneamente em qualquer parte, em qualquer lugar, pois que está Uno com a Onipresença Divina: Onisciente, Onipotente.

 

Sendo Uno com Deus, compreendamos: “Sois Deuses”!

 

Sois capazes, pois, como filhos imortais, e, estando, por vasta evolução, na Unidade com Deus Absoluto e Eterno, de suprimir espaços incomensuráveis por vossa presença finita na Infinita Presencialidade Divina que Tudo Pode, facultando ao filho, por Amor, Suas Mesmas e Tão Altas Virtudes, nos compensando o que não nos fora dado na infinidade de tantos filhos.

 

 

 

Significando expressar, em nossa amesquinhada situação humana, e fundamentados na novíssima Física Transcendental de Chico Xavier e Emmanuel, que o Tempo, bem como o Espaço, não seriam e não são capazes de se expressar como coisas objetivas no Mais Além, sendo que, em nossa presente forma mental, se representariam apenas e tão somente como formas viciosas do nosso intelecto, que delas necessitam para a compreensão e o controle dos fenômenos que envolvem.

 

E completaria o famoso conúbio Chico-Emmanuel que:

 

“As figuras, em cada plano de aperfeiçoamento da vida, são correspondentes à organização através da qual o Espírito se manifesta”. (Vide: “Emmanuel” – Francisco Cândido Xavier – 1937 – Feb).

 

Noutros termos, estamos encarcerados, e, por justa causa, à condicionalidade física do mundo; mas um dia seremos livres, leves e soltos na “imensidade” que tornar-se-á “pequenina forma quântica” ante nossas tão altas e tão divinas potencialidades.

 

(final da parte 2)

 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

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