O presente estudo justifica-se pela necessidade de trabalhar-se no ensino Médio, onde conta na base curricular o período ditatorial no Brasil e onde os alunos têm um conhecimento maior sobre o referido período, com as músicas de Chico Buarque, no período compreendido entre 1964 e 1985.

            A Música Popular Brasileira teve um papel relevante de contestação nos governos militares brasileiros. Entre os anos de 1964 a 1985, qualquer forma de protesto era considerada subversiva, portanto, deveriam sofrer por parte dos órgãos ditatoriais censuras: prisões, tortura, deportação, exílio e até a morte. Neste contexto, muitos artistas foram perseguidos em nome da “ordem nacional”. Os festivais virarão palco de “contestações”; e, foi nestes palcos que o Brasil viu surgir Chico Buarque de Hollanda, dono de uma linguagem metafórica brilhante e um belo compositor e cantor.

            Chico Buarque tornou-se o artista das metáforas; e, conseguia fazer com que suas letras, mesmo sofrendo cortes, ecoassem mensagens de repúdio ao sistema político instalado no Brasil. Seu brilhantismo era tamanho que, duas de suas composições atingiram, diretamente, dois presidentes Médice, com a música “Apesar de você” e Figueiredo com “Vai Passar. Mas, será com Roda Viva, uma canção de protesto contra os militares que, Chico entrará para o cenário dos grandes compositores, intérpretes e cantores da Música Popular Brasileira; e, será com a música Cálice que, evidenciará a sua intimidade com as metáforas.

            A relevância de Chico Buarque ultrapassa o campo da música. Na literatura, Chico já se mostra outro gênio com os livros: Estorvo, Benjamin e Budapeste, Leite Derramado e o Irmão Alemão. Chico é um homem multifacetado: compositor, cantor, dramaturgo, escritor e ator. Por sua genialidade inigualável e seu comprometimento político com o Brasil, é necessário que, os alunos de Ensino Médio, se apropriem da sua obra, para que possam compreender a Ditadura Militar no Brasil e o processo de Redemocratização do país, através das metáforas de Francisco Buarque de Hollanda.