Eu acho que num futuro próximo, é bastante provável que os casamentos venham a ser “por tempo determinado”: por três, quatro ou mais anos e que, embora com a possibilidade de renovação para os casais que assim o desejarem, devam também tornar-se automàticamente nulos para os demais, que poderão então experimentar outros casamentos, até que encontrem o seu cônjuge certo, possibilidade que já começa a se vislumbrar diante dos crescentes problemas existenciais modernos.

A tradução de Mateus, 19:6 -“Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem”- é bastante diferente do seu original grego que, ao pé-da-letra, nos diz que “o que Deus uniu, o homem não separa ” e, portanto, se separou, é prova mais do que suficiente de que não foi Deus que uniu e sim, que eles se casaram fora da vontade de Deus ! ... 

E quando a Bíblia nos fala também a respeito do que “Deus uniu”, isso deveria ser entendido sempre em termos espirituais, afetivos, ou emocionais e não, necessàriamente, em termos carnais, pelo que, assim, o casamento por tempo determinado”seria uma boa maneira de se confirmar a verdadeira vontade de Deus  pois, se foi mesmo Deus quem uniu o casal, jamais os cônjuges se separarão em definitivo, pois esta sim é que seria “prova” de que não foi Deus quem os uniu ! ... 

Além do mais, por essa visão, evitar-se-iam ou, pelo menos, diminuir-se-iam, uma série de problemas decorrentes dos casamentos convencionais como, por exemplo, separações litigiosas, pensões, desquites e divórcios, com todas as suas consequências: sociais, familiares, jurídicas e emocionais ... 

Quanto aos filhos, se houverem – menores ou não – êles deveriam ter liberdade de escolha para a opção de ficarem com o pai ou com a mãe e, assim, todos teriam maior liberdade e uma convivência psicològicamente mais madura : pais, filhos e irmãos, do mesmo casamento ou de casamentos diversos...