Querida, amor da minha vida, Quero que saibas que estou partindo para a guerra com as tropas amanhã. A propósito, quanto tempo faz que não nos vemos? Acho que umas três semanas; da última vez tu me falaste coisas bonitas e tudo que eu queria agora era ouvir palavras bonitas saindo desses teus lábios carnudos, mas sei que é impossível dada a distância que nos separa. Espero que esta carta pelo menos te chegue como um consolo para minha dor e nosso infeliz amor que, até o momento de termos nossas tropas escaladas para essa maldita guerra, havia sido um amor dos mais felizes. Desconfio de que guardas um segredo importante de mim. Teu ciclo de menstruação foi interrompido nos últimos tempos e eu o notei muito bem. Mas se ele tiver de vir, que venha. Logo após o fim dessa maldita guerra, espero poder te abraçar e beijar e dizer-te o quanto te amo e que quero viver contigo o resto de nossas vidas. Amo-te. Teu querido Roberto, 6 de maio de 1942.