CARTA AO POLÍTICO

 

* Heráclito Ney Suiter

 

 

            Não se deve contemplar de forma superficial e irrefletida as forças dominantes, deve-se contempla-las em conjunto e buscar a sua compreensão. Um homem público não pode relacionar tudo a si mesmo. Ao olhar de dentro para fora, como se estivesse em uma sala observando por uma fresta da porta, estará contemplando o panorama de forma subjetiva e limitada. Para um político, este modo limitado e egoísta de ver as coisas (um juízo específico moldado apenas na sua esfera de pertinência) é inevitavelmente nefasto.

 

            Só há duas explicações para atitudes demasiadamente subjetivas, aí se apresenta a temeridade ou a astúcia. Deve-se levar mão da sinceridade ao se deparar com uma situação difícil, e assim encontrar o significado da situação. Isso ocorre quando se consegue dominar interiormente um problema, tudo deve ser feito de forma meticulosa, deve-se usar o perigo a seu favor como medida de precaução, utilizando-o como defesa de ataques externos e tumultos internos. È o que chamo de ‘momento de reflexão extrema’, o que conduz a sagrada precaução do pior que poderá vir.

 

            O bem deve se tornar um atributo consolidado do caráter e não somente uma ocorrência ocasional e isolada, e o político não está isento a essa regra se quiser ter sucesso em sua carreira. Outro ponto importante é considerar com serenidade as circunstâncias do momento, contentar-se com pequenos sucessos, pois são eles que abrirão espaços para conquistas de grandes feitos.

 

            Na vida e na política, em momentos de perigo deve-se abandonar formalidades convencionais, o que conta nestes momentos é a sinceridade. A regra é simples: aquele que aspira um cargo superior deve primeiro, levar “oferendas” e recomendações de forma pessoal, e essa ação não é vergonhosa, desde que seja sincera a intenção de prestar uma ajuda mútua em momento de perigo. Outra dica é lembrar-se de que quando se quer esclarecer alguém em momentos difíceis, deve-se começar pelo que é mais evidente e claro, e só daí prosseguir para algo mais complexo.

 

            Buscar o caminho correto, resolver o emaranhado de erros ao qual se envolveu é muito importante, sob pena de cair nas garras do esquecimento. Como diz o velho ditado: “oportunidades vem à cavalo e galopando, ou você se agarra a elas no momento certo ou vai ficar andando a pé”...

 

 

  

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