A população do planeta cresce, e com ela, a frota de veículos automotores. As pessoas precisam se locomover, o transporte rodoviário se faz necessário e os veículos equipados com motores a combustão, movidos, principalmente, a gasolina e diesel são os mais comuns para atender a uma demanda por locomoção crescente.

A população do planeta beira os 7 bilhões de pessoas e a frota mundial de veículos automotores supera 1bilhão e continua crescendo, pois a cada ano são mais 70 milhões de veículos produzidos. O transporte rodoviário mundial, segundo levantamento da OICA - Internacional Organization of Motor Vehicle Manufacturers (Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automotores) é responsável por 16% das emissões de CO2. Não podemos dizer que os veículos são os maiores poluidores do planeta, porque ainda não são, mas se levarmos em conta a vida nos grandes centros urbanos, a situação é preocupante.

As metrópoles estão, a cada dia mais sufocadas, respirando ar carregado pela poluição dos motores. A qualidade de vida piora nos grandes centros, onde as doenças respiratórias e alérgicas crescem, e com ela, a taxa de mortalidade fruto das emissões de CO2. É verdade que este não é um problema que afeta apenas o Brasil, mas o mundo todo. O que fazer para impedir que o problema se agrave?

Governos buscam alternativas ora com políticas públicas, ora com incentivo a diversidade da produção. No Brasil, o carro flex (Etanol-Gasolina e Gás) domina o mercado. Em outras partes do planeta, a exemplo, de Estados Unidos, Canadá, Japão, China, França, Alemanha, Israel e Austrália o governo e a iniciativa privada trabalham juntos para desenvolver carros elétricos eficientes.

Essa semana que passou, por exemplo, a Mahindra anunciou que comprará 55,2% da fabricante de carros elétricos Reva, para oferecer mobilidade sustentável. A Daimler e BYD criaram uma empresa para a produção de carros elétricos na China. A Nissan constrói, nos Estados Unidos, fábrica capaz de fornecer baterias para 200 mil carros elétricos por ano. Das grandes montadoras globais, quase todas trabalham para reduzir as emissões de carbono vinculadas ao aquecimento global.

No Brasil, ainda não há nenhuma iniciativa clara, mas o país foi escolhido para sediar um dos mais importantes eventos, com foco em obter soluções para mobilidade mais limpa. Trata-se da 10ª edição do Challenge Bibendum, que será realizado no Rio de Janeiro, de 30 de maio a 3 de junho de 2010. Também, apesar de acanhada, há iniciativa do governo para estudar o tema. Na última semana, uma tentativa para reunir em Brasília os ministros Guido Mantega (Fazenda), Miguel Jorge (Indústria e Comércio Exterior), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), empresários e representantes do setor automobilístico nacional, foi frustrada, com o presidente Lula cancelando (ou adiando) o evento momentos antes dele ocorrer.

Que o Brasil tem outras prioridades, como o Proalcool (Programa Nacional do Álcool) e o pré-sal, isso é claro e notório, mas o que não dá é ficar de fora de um movimento tão importante para a saúde do planeta, como é o projeto do carro elétrico.


Evaldo Costa
Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Escritor, consultor, conferencista e professor.
Autor dos livros: "Alavancando resultados através da gestão da qualidade", "Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia" e co-autor do livro "Gigantes das Vendas"
Site: www.evaldocosta.com
Blog: http://evaldocosta.blogspot.com
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