Era uma vez um homem que vivia em uma civilização, isolada em uma ilha, onde o costume, a tradição e a crença do povo local determinavam que a partir da idade adulta, até a morte, os seus habitantes eram obrigados a carregar, diuturnamente, uma cruz em suas costas. Aquele que não cumpri-se essa determinação era castigado e expulso da ilha; entregue aos perigos do mar.

Ocorre que esse homem especificamente, vivia lamentando-se do peso da sua cruz, constantemente. Estava sempre comparando o tamanho e o peso da cruz que era obrigado a carregar com a cruz das demais pessoas e sempre reclamando que a sua era a mais pesada. Nada fazia e nada fez durante a sua vida inteira, em seu próprio benefício, nem tampouco em benefício do próximo, pois a sua grande preocupação em vida, sempre foi o peso da sua cruz.

O tempo foi passando e o homem teve uma idéia. Dia após dia ele começou a retirar pequenas lascas da cruz, de forma a reduzir o seu tamanho e torná-la mais leve. Como retirava pequenas lascas, praticamente imperceptíveis, a redução do peso da sua cruz não era notada pelos demais habitantes da ilha e conseqüentemente ele nunca foi castigado.
Ao longo da sua vida ele retirou tantas e tantas pequenas lascas que o tamanho da sua cruz reduziu-se quase pela metade.
Ocorre que chegou o dia de sua morte e como era a crença da civilização local, os mortos deveriam carregar e apresentar as suas cruzes no céu.
Deparando-se com as portas do céu o homem avistou um anjo que guardava a entrada e foi logo dizendo a ele: "carreguei essa cruz durante toda a minha vida, como determinam os mandamentos e, portanto mereço entrar ai.?.
Em resposta o anjo disse: "correto meu irmão, você pode entrar.?.
Ocorre que havia um grande vale entre o local que o homem se encontrava e a porta de acesso ao céu. Desta forma perguntou o homem ao anjo: "não tenho asas como você, como posso então entrar tendo esse enorme buraco na minha frente??.
O anjo prontamente respondeu: "ah isso é fácil; basta você apoiar a sua cruz no chão, alcançando as duas beiradas do vale e atravessá-lo, caminhando calmamente sobre ela." ?.
Qual não foi então a surpresa do homem quando ao tentar apoiar a sua cruz, esta se demonstrou muito curta e despencou vale abaixo!
Nesse instante o anjo disse ao homem: "Infelizmente, nada posso fazer; lamentavelmente, você perdeu a sua oportunidade. Desça o vale, resgate sua cruz e retorne para a sua civilização para carregá-la novamente de forma a realizar tudo o que não fez.?.
Muito bem....
Ensinou-nos Jesus que: "Meu julgo é leve e o meu caminho é suave." Que caminho é esse que Jesus se referia que torna os nossos jugos leves? O caminho da caridade, o caminho do bem, o caminho do amor. O amor a tudo perdoa nunca se magoa. O amor a tudo ilumina, a tudo
envolve, a tudo constrói. É ele que nos ensina que não basta somente carregarmos as nossas cruzes com resignação e com fé na vida futura, mas que também é necessário auxiliar os
nossos irmãos a carregarem as suas cruzes. É ele, o antídoto dos pais de todos os nossos males, quais sejam o orgulho e o egoísmo.
É o caminho da felicidade e da paz que o Cristo nos ensinou. Pratiquemos, com fé e determinação, o amor; o amor de Jesus por nós!