"Também escolheu a Davi, seu servo, e o tomou dos redis das ovelhas, tirou-o do cuidado das ovelhas e suas crias, para ser o pastor de Jacó, seu povo, e de Israel, sua herança. E ele os apascentou consuante a integridade do seu coração, os dirigiu com a perícia de suas mãos" Salmo 78:70-72


"Deus escolheu a Davi, seu servo": Quem vai ser escolhido para pastorear, cuidar das coisas de Deus, para administrar seus bens? Quem vai ser o mordomo fiel? O que Deus tem de maior valor é o seu povo. O povo escolhido. Homens e mulheres que Deus tem santificado para ser luz para o mundo. Deus investe tempo, recursos, sacrifícios, de uma forma especial a um povo que ama muito, mas precisa de um mediador fiel para cuidar desse povo. No texto também encontramos Deus falando desse povo como sua "herança". Deus aplica uma ilustração para entendermos com mais profundidade o valor desse povo. Herança, algo de muito valor, algo que esperamos com muita expectativa e nos dar uma alegria muito grande quando a alcançamos. É essa herança que Deus quer colocar nas mãos de um servo fiel. Um pastor. No verso 71, Davi já é qualificado como "servo". Ele não vai ser servo quando for escolhido, mas já o é na simplicidade do pastoreio de ovelhas. Efraim foi rejeitado, e Judá, escolhido por causa da disposição do coração, por causa da obediência. E este povo, que Deus ama muito, tem que ser pastoreado por Deus sim, mas através de um homem. Neste Salmo, fala-se do cuidado de Deus com este povo na saída do Egito, do pastor que foi levantado por Deus, Moisés, e a forma que Efraim, de José, desobedeceu e como Judá perseverou e foi escolhida. É Judá que Deus escolhe e quer entregar nas mãos do pastor Davi. Hoje, Judá, é a Igreja do Deus vivo, a noiva de Cristo, a quem Deus quer nos entregar como mordomos fieis.

"Um homem segundo o coração de Deus". Davi é conhecido desta forma na palavra de Deus. Quando Deus o escolhe, "do cuidado das ovelhas...", Deus já o ver dentro de seu critério. Um homem dando o melhor de si em algo que não seria de muita relevância social; cuidar de simples ovelhas, enquanto que seus irmãos, capacitados em guerra, eram os tais a vista do Rei, do seu pai, e de todo o povo. A palavra em Mt 25:21 nos indica: "sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei". Há pequenas coisas, pequenas portas, que sendo bem valorizadas, nos levam a lugares de abundância. Antes de um grande salto há sempre um pequeno recuo. Ter consciência que estamos no centro da vontade de Deus, e perseverá na obediência, mesmo estando em um lugar simples, ou de "pouca relevância", Deus nos dará paz. A seu tempo determinado, ele vai nos aprovar em sua escola de capacitação e caráter. Não devemos nunca desprezar os pequenos começos, as "pequenas portas" que nos são abertas, os "cinco pães e dois peixinhos", o local solitário, isolado e acompanhado só de simples ovelhas e do anonimato. É lá que Deus vai ter a liberdade, o tempo, as condições, de nos ensinar valores eternos. Temos que guardar o coração para o simples, o não popular, para o que não te dar status. Assim foi com José na injúria de uma cova, na dor da escravidão, nas várias traições, e em uma masmorra. Assim foi com Moisés, num deserto de desaprendizado Egípcio. Assim foi com Paulo com um deserto de "Despatentear de Deus". Assim foi com João Batista em um deserto de escassez de tudo, menos de Deus, que é tudo. Deus quer trocar um coração de pedra por um coração de carne, um coração humilde, um coração de criança. Esta troca não se dá, comos muitos pensam, como por uma varinha mágica. Deus não é "mágico". Ele é sim inteligente e nos conquista com laços de amor. Ter e manter um coração simples é requisito indispensável para o obreiro de Deus.

"Guiou-os segundo a perícia das suas mãos". Demonstrar cuidado pelo simples rebanho, arriscar a própria vida pelas ovelhas, fez em Davi a capacitaçãos de vir a ser o pastor de Israel. Pastor de um pequeno rebanho a rei de Israel. Certa vez, estava parado na frente de um banco, e algém que não conhecia, brincando, me perguntou: "Você está aonde você quer estar?" Este foi o eslogan que estava escrito na porta, atrás de mim, nesse banco onde estava, e tinha uma foto dos Alpes Suíços. Status social financeiro, ter muitas posses, uma conta bem abastada, poder viajar para vários lugares no mundo e por trás ter um grande suporte financeiro é a insinuação desta propaganda. Tem também o desafio do status sócio cultural: muito conhecimento, diplomas, anéis, etc. Nada de errado em ter patrimônio e cultura, que é o que a sociedade mais exige. Mas diante de Deus, o que realmente prevalece é a capacitação em sua escola. Conhecimento e experiências que vem do alto, ministradas em um deserto cheio de oportunidades.

Há desertos que estamos pelos nossos próprios erros, pelo egoísmo, ou até mesmo por pecado. Há desertos que o próprio Espírito nos leva, como foi com Jesus. Uma coisa é certa, de uma forma ou de outra, o deserto é um lugar de encontro com Deus. Peniel. Nós somos o seu povo e Ele o Senhor nosso, aonde estivermos, Ele está no controle. Dois textos que se ligam nesse momento: "Em tudo daí graças" 1 Tss 5:18; "Tudo copera" Rm 8:28. Vale a pena perseverar nas piores circunstâncias da vida. Não cai uma folha de uma árvore que não seja pela vontade soberana de Deus. Temos, no cuidado de Deus, sempre uma grande oportunidade de crescermos na graça e no conhecimento de seu Filho. Não há capacitação e aprovação na escola de Deus sem o superar de obstáculos, o amadurecimento. Cresçamos no Senhor e alcancemos a coroa!