Prof: Moises Monteiro

Aluna: Giseide  Maria ferreira dos Santos

 

   Caranguejo não é peixe

                 O movimento mangueabeat que traz da cantiga popular,  Caranguejo não é peixe. Caranguejo peixe é. Caranguejo só é peixe. Na enchente da maré. Mudando a história do caranguejo do mangue em conhecimento.  Morin (2011) diz  o conhecimento do conhecimento, que comporta a integração conhecedor em seu conhecimento, deve ser para a educação, um principio e uma necessidade permanentes (MORIN, 2011, p. 29).

                  Sabendo que o mangue, era o ecossistema biologicamente mais rico do planeta, o manguebeat precisava formar uma cena musical tão rica e diversificada como os manguezais. Na década de 90, em Recife, o movimento manguebeat surgiu da mistura do rock, maracatu, coco-de-Roda, hip-hop e música eletrônica. Esse estilo tem como representante o músico Chico Science

                          Para Campos (2013), o Manguebeat foi um movimento musical, e cultural por extensão, sendo resultado de uma série de eventos que começaram ainda no final da década de 1970 e início da década de 1980, com o relaxamento da censura no Brasil por parte do Governo Militar.

Relaxamento este que possibilitou a entrada de produtos culturais oriundos da Europa e dos Estados Unidos, como a literatura beatnik e as bandas do pós-punk, o que permitiu, segundo Galinsky (1999, p. 53) um tímido renascimento da cultura pop no Brasil, trazendo novas perspectivas às necessidades da cidade do Recife e tirando a cultura popular da marginalização (CAMPOS, 2013). 

               Desse modo, junto com o frevo, maracatu e a fusão de ritmos do manguebeat, a diversidade da cultura teve sua origem no encontro do branco europeu com os nativos da terra, o índio, que foi a primeira  raça encontrada pelos portugueses, tendo o inicio da mistura cultural que é a nossa realidade na diversidade cultural colonial e do império onde não existia a igualdade e sim a desigualdade entre os brancos com o negro e o índio.

                 Nesse propósito, afirma Mc Laren, a igualdade implica tanto a similaridade quanto a diferença e exige que cada uma delas seja definida de maneira a incluir outra pessoa. As pessoas deveriam ser tratadas da mesma forma, mas essa "igualdade" deve levar em conta as suas diferenças... (MC LAREN, 2000, p.294). Se as etnias,  tem hoje sua diversidade, seus costumes e hábitos que prevalecem até os dias atuais, é que sua identidade cultural predomina na sociedade.

              Esse gênero de cultura se manifesta na nossa realidade cultural e folclórica, no caso do carnaval, que é uma festividade popular com grande participação da população dançando ao som de orquestras, batuques, fanfarra numa mistura de cores e ritmos, contribui para essa diversidade cultural: a cultura indígena que preserva seus valores e costumes integram nossa cultura; a cultura negra com seus cultos ao adotar os orixás e nagôs, conceberam axé, uma força espiritual contida em vários elementos dos reinos animal, vegetal e mineral, que torna a vida possível.

               Trindade fala, a ideia cultura, se limita ao que está presente nos momentos do passado, é o que está presente nos arquivos, é o que permitiu [...] a formação de riquezas...Isso também é cultura (TRINDADE, 2002, p.18) Para MORIN (2011) as ideias existem pelo homem e para ele (p.28),  cita a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão.

                  Neste contexto Barbosa conceitua a educação como um processo de aprender como inventar nós mesmo.

Paulo Freire, menos confiantes em nossas invenções pessoais, ensinou que a educação é um processo de ver a nós mesmos e ao mundo a volta de nós. Para ambos a educação é mediatizada pelo mundo em que se vive, formatada pela cultura, influenciada por linguagens, impactada por crenças, clarificada pela necessidade, afetada por valores e moderada pela individualidade (BARBOSA, 2005, p.12).

Referência

BARBOSA, Ana Mae. (org). Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.

CAMPOS, Cynthia.  Manguebeat. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em. http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar. Acesso em 08/06/2017..

MC, Peter. Multiculturalismo revoluvionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: Artes Médica , 2000.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasilia, DF: Unesco, 2011.

CARANGUEJO. Palavra Cantada.Disponível em : https://www.letras.mus.br/  Acesso em 08/09/2017.
TRINDADE, Azoilda Loretto da, Rafael dos Santos.(orgs) . Multiculturalismo: mil e uma faces da escola. 3ª ed. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2002.