CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DE CARNE SUÍNA “IN NATURA” DA CIDADE DE GUARABIRA-PB

Gomes da Silva, L. P1.; Silva, J. P.2*; Oliveira, M. F.3; Souza, J. F.3; Oliveira, A. S.3; Avelino, A. S.3; Pereira, W. E.1; Martins, T. D. D.4

1Professores do CCA/UFPB/Campus II. CEP: 58397-000 – Areia, PB. email: [email protected]

2Aluno PROBEX-DZ/CCA/UFPB/Campus II. CEP: 58397-000 – Areia, PB. email: [email protected]

3Alunos da graduação em Zootecnia CCA/UFPB

4Professora CFT/UFPB.

 

INTRODUÇÃO

A China é o país que mais produz e consome carne suína no mundo, estimado em (48.500 mil tons) e (48.140 mil tons), respectivamente. O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de carne suína com uma produção estimada em 485.7 mil tons. O consumo per capita no ano passado foi de 12,7 kg/hab/ano, enquanto que em Hong Kong foi de 55,8 kg/hab/ano, (1). Em decorrência de um maior acesso a informações, o consumidor está mais exigente quanto à qualidade do produto final no qual o marketing é uma forte ferramenta para persuadir a população em estar consciente e preocupado com o bem-estar animal e com abate humanitário. Diante disto, objetivo-se com este trabalho caracterizar o perfil do consumidor de carne suína “in natura” na cidade de Guarabira-PB, contribuindo para a cadeia produtiva de suínos, desmistificando os preconceitos relacionados à carne, na tentativa de melhorar o seu consumo e aceitabilidade. De acordo com Cavalcante (2), o consumo de carne suína pode ser aumentada através de investimentos em “marketing” , pois muitas pessoas não a consomem por não terem conhecimento do seu valor nutritivo e ainda estão presos a mitos errôneos sobre este produto.

PALAVRAS CHAVES: mercado, perfil do consumidor, suinocultura.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na cidade de Guarabira localizada no brejo paraibano, com uma população estimada em 53.090 habitantes (4). O trabalho foi realizado de 14 de maio a 20 de junho de 2007, através da aplicação de questionários estruturados no qual continha informações sobre: principais carnes consumidas, suas características e predileção,e também o poder aquisitivo dos entrevistados. Antes da aplicação dos questionários realizaram-se algumas adaptações necessárias. Foram entrevistadas 80 pessoas escolhidas de forma aleatória com o intuito de obter uma distribuição heterogênea da população quanto ao perfil sócio-econômico do consumidor, gênero e idade, baseado no modelo de Matar (5), perfazendo um total de 37 perguntas. Os dados foram analisados e expressos em percentuais, utilizando o programa Microsoft Excel.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante dos dados obtidos observou-se que: em relação ao consumo de carne, em primeiro lugar está á bovina em segundo a carne de aves, em terceiro a de peixe e a suína está em quarto lugar. O sabor é o principal fator determinante do consumo da carne bovina. De acordo com o consumo da carne suína, 61% consomem: a maioria dos que não consomem acha que a carne faz mal a saúde. Segundo Faria (3), a população não está suficientemente esclarecida sobre a composição, valor nutricional e qualidade da carne suína produzida atualmente. Com relação aos cortes mais apreciados, a bisteca é o corte mais apreciado na opinião dos consumidores. Foi visto que, 98% preocupavam-se com as características organolépticas da carne no momento da compra. De acordo com a freqüência de consumo da carne suína; 34% dizem consumir a carne algumas vezes por semana; 20% raramente. Outro questionamento foi sobre onde ás pessoas costumam adquirir o produto: 78% compram no supermercado, 5% nas feiras livres, 15% supermercados e feiras livres, 2% diretamente do produtor. No momento da compra a maioria dos consumidores (58%), consome produtos fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), 31% não sabe se são inspecionados, 9% afirmam consumir produtos não inspecionados e 2% não liga se é fiscalizado ou não. De acordo com o preço da carne de suíno, 62% acham o preço acessível, 20% cara e apenas 18% acha barata. Quando se perguntou se as pessoas consumiriam carne suína após submetidos à cirurgia, 74% não comeriam e 26% comeriam. Estes dados mostram o preconceito errôneo sobre as características da carne. Perguntou-se se pagariam mais por um produto rastreado, 79% afirmaram que sim e 21% não pagariam mais. Quanto ao conhecimento sobre cisticercose, 40% já ouviram falar, mas não sabiam explicar, 39% afirmaram não conhecer e 21% afirmaram ter conhecimento suficiente. A maioria (91%) dos entrevistados nunca viu alguma propaganda de “marketing” incentivando a consumir a carne suína. Sobre sistema de criação dos suínos foi perguntado como acha que os animais eram criados e 54% afirmaram em péssimas condições de higiene, 29% razoáveis condições de higiene, 13% não souberam responder e 4% em ótimas condições de higiene. O maior obstáculo no aumento do consumo de carne suína “in natura” está relacionado com a sanidade, onde 38% dos entrevistados acham ser o principal fator determinante. Esses dados comprovam que a falta de informação sobre as qualidades nutricionais do produto limita o seu consumo, sendo necessária adoção de estratégias de mercado que quebrem esses mitos. Os consumidores citaram que em suas refeições fora de casa 62% costumam encontrar pratos que contenham carne suína e 38% afirmaram que não.    

 

CONCLUSÃO

O consumidor de carne suína do município de Guarabira não tem a carne suína como sua principal opção de consumo. As características da carne são muito importantes no momento da compra. O principal entrave no consumo da carne pode estar atrelado à falta de investimento em marketing, pois a maior parte das pessoas não tem conhecimento sobre a qualidade nutricional desse produto.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1.Associação Brasileira Indústria Produtora e Exportadora de carne suína (ABIPECS). Disponível em: HTTP://www.abipesc.org.br. Acesso em 11 jul. 07. 2.CAVALCANTE NETO, A. Perfil do Consumidor e do Mercado da Carne Suína na Microrregião do Brejo Paraibano. Revista Intercursos, MG, v.3, n. 2, p. 128-134, jul./dez. 2004. 3.FARIA, I.G.; FERREIRA, J.M; GARCIA, S.K. Mercado consumidor de carne suína e derivados em Belo Horizonte. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, n. 2, p. 251-256, abr. 2006. Disponível em: <http:/www.scielo.php?script=0102-0935&ing=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 jul. 2007. 4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acesso em 10 jul. 2007. 5. MATAR, F.N. Novo modelo de estratificação socioeconômica para marketing. In: SEMINARIO DE ADMINISTRAÇÃO, 2. São Paulo, 1997. ANAIS... SÃO PAULO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1997. P. 243-256. 

 

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