Apóstolo Paulo:

Características marcantes: Zelo e Autenticidade.

 Nasceu na Cidade de Tarso, na Cilicia (Atos 9.11;21.39;22.3) foi conhecido como Saulo de Tarso. Filho de família hebraica tradicional e religiosa pais hebreus e pertencentes a tribo de benjamim (2˚ Timóteo 1.3; Fp. 3.5)

 Aos 13 anos, quando deveria tornar-se filho da lei, transferiu-se para Jerusalém onde residia sua irmã e ali estudou com Gamaliel, um dos mais respeitados rabinos da época. Gamaliel destacava-se como grande e tolerante, tinha um padrão de educação mais liberal que as demais escolas rabínicas, seu espírito tolerante talvez tenha influenciado uma comissão de fariseus que interrogaram Jesus, e mais tarde também, os apóstolos. (Atos 22.3; 5.34)

 Saulo, era mais conhecido pelo seu nome romano: Paulo, condição que lhe valeu muito quando era perseguido. (Atos13.9) Foi um perseguidor dos Cristãos. Converteu-se á caminho da cidade de Damasco, justamente quando perseguia cristãos.

 Era extremamente religioso, seguidor de princípios religiosos e ritos e orgulhoso de sua condição familiar rica e intelectual, formado no mais puro farisaísmo da época. Saulo viveu na mesma época que Jesus, durante o ministério de Jesus ele provavelmente acabara de concluir o estudo com Gamaliel e provavelmente, teve a oportunidade de ver e ouvir Jesus.

 Mas o conhecimento que Paulo tinha dos ensinos de Jesus era segundo a carne e isto não lhe inspirou qualquer interesse de salvação. Saulo era contrário ás idéias de Jesus, pois temia que Jesus destruísse todo sistema de crença farisaico. Sendo fariseu dos fariseus, ele considerava Cristo como inimigo do farisaísmo e é claro seu também. (I coríntios 9.11; II coríntios5.16)

 Era extremamente zeloso e preocupado com as mulheres que ensinavam praticas supersticiosas na Igreja. (1˚ Tm. 4.7;5.11;12.2; 2˚ Tm. 2.12). No Judaísmo, as mulheres não podiam receber ensino, já no cristianismo, Paulo teve a preocupação de ensiná-las (1˚ Tm. 2.11)

 Paulo valorizou as mulheres que o auxiliava (1˚ Tm.1.5; Rm. 16.1-7; 12.15; Fp. 4.2,3; Atos 18.18) Paulo era preocupado com os jovens obreiros (2˚ Tm. 2.1-8,15,16,22,23; 3.14; 4.2,5,6,11). Preocupado com a ordem na Igreja (Tito 1.5-14).

 Preocupado com as vítimas de um naufrágio (Atos 27.34,36). Era Autentico na sua conduta – Caminhava segundo o que Deus lhe falava e segundo aquilo que acreditava

 Era um homem de palavra, falava o que vivia – tinha um caráter forte, sofria o próprio dano em nome de Cristo. Era homem sem cobiça, vaidade ou interesses próprios. (1˚ Ts.2.5,6). Era consciente de suas limitações e fraquezas (2˚ Co. 2.1,5; 1˚ Co. 12.7,10)

 Reconhecia suas limitações. Reconhecia a autoridade de Deus. Reconhecia a autoridade apostólica. Era autentico naquilo que cria, em suas convicções – repreendeu duramente a Pedro por ocasião da indiferença deste aos Judaizantes. (Gálatas 2.7-14) (Pedro havia recebido uma visão de Deus acerca de não fazer acepção de pessoas, mesmo assim fez por isso, Paulo o repreendeu). Era obediente ao seu chamado – podia ter desistido, mas não o fez. Defendeu o evangelho, quando os valores do evangelho foram desprezados.

 Uma  opinião sobre o apóstolo Paulo.

 Paulo foi um homem com um alto censo de dignidade e valor pessoal. Contudo, não chegou a ser arrogante nem insolente. Quando se fala em orgulho na pessoa de Paulo, devemos entender que este orgulho existia apenas no sentido de que Paulo defendia muito bem seus direitos e privilégios de cidadão e cristão.

 Paulo quanto ao seu próprio apostolado, não se sentia inferior aos demais apóstolos pois ele recebeu em revelação sua comissão pelo próprio Cristo. Reconhecia ser diferente dos demais apóstolos e procurava fazer com que eles reconhecessem, não só seu ministério, mas também a diferença política, econômica e intelectual existente entre eles.

 Paulo era moralmente disciplinado como poucos no seu tempo foram, sustentava-se sozinho para não prejudicar o crescimento da Igreja, deu sempre mais do que podia em prol da obra de Deus. Como homem e cristão era arrojado e sabia sempre em que direção seguir.

 Esta, era sempre a direção que Deus lhe indicava. Paulo nunca se preocupou em criar grupos para si, mas preocupava e muito em arrebanhar pessoas para o reino de Deus. Paulo demonstrava um alto grau de gratidão a Deus pela remissão de seus pecados e a sua regeneração humana e espiritual.

 Paulo, mesmo podendo, jamais chamou para si honra alguma. Pelo contrário, dava sempre honra á Deus. Jesus em sua vida e ministério, foi o maior exemplo seguido por Paulo, ele tomou para si o exemplo de humildade de Cristo e não somente o seguiu mas também o praticou enquanto viveu.

 Quando nós nos sentimos fortes, temos a tendência de menosprezar a força, a capacidade e a astúcia do inimigo. Por isso, Paulo buscava sempre se fortalecer naquele que tem todo o poder nos céus e na terra.

 A medida em que Paulo vislumbrava o poder de Cristo, ele conseguia enxergar a própria fraqueza. Isto, porque Cristo estava acima dele em poder e força. Paulo buscava sua força em Deus pois estava sempre querendo superar a si mesmo usando o Senhor Jesus Cristo como exemplo. Neste aspecto, é que encontramos justificativa para a frase de Paulo que diz: “Quando eu estou fraco, aí é que estou forte.”

 Paulo se policiava constantemente e era extremamente exigente consigo. Só se sentia satisfeito fazendo o melhor de si. Era um perfeccionista, comportamento típico do homem de temperamento melancólico.

 Paulo reconhecia suas fraquezas e derrotas mas nunca se dava por vencido, sabia como ninguém, levantar-se e recomeçar tudo de novo. Era um homem determinado, um visionário acerca do reino de Deus e um perseguidor de ideais. Paulo, após sua conversão, passou a viver para os outros, sua preocupação e sua vida passaram a estar envolvida no amor e no ideal de Cristo e com o bem estar físico e espiritual dos crentes. Paulo vivia inteiramente para Cristo – ele costumava dizer: “Não vivo eu mas Cristo vive em mim...” Paulo indignou-se, chorou, sofreu e morreu pelos outros assim como Cristo também o fez. E como Cristo, Paulo foi também um exemplo de ternura, amor, abnegação e fé.

 A imagem que às vezes temos do apóstolo Paulo no final de sua vida é a de um homem cansado, moribundo, desanimado, fraco e vencido. Mas francamente, eu acredito que esta imagem não combina com as realizações missionárias deste homem em favor do evangelho.

 Paulo subjugou suas fraquezas, subjugou o velho homem fazendo nascer das cinzas de seu passado sombrio e sangrento, um novo homem moldado no mais puro arrependimento. Destas cinzas nasceu um Paulo sereno porém firme e decidido, um cristão verdadeiro e cônscio de seus direitos e deveres de cidadão e apóstolo.

 Paulo subjugou Saulo deixando nascer um homem forjado nos moldes de Cristo, no qual, as virtudes humanas e o conhecimento intelectual se alinharam ao poder, á virtude, á graça e ao amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Paulo deve ser um exemplo de crente para os dias de hoje, um exemplo para todos aqueles que realmente desejam um comprometimento maior com Deus e sua Igreja na terra.

Geraldo “Gerraro” Goulart.