A revolução industrial e tecnológica que tanto contribuiu para o desenvolvimento humano em diversos aspectos teve também seus pontos negativos já que este desenvolvimento todo se deu de um modo geral ás custas do trabalhador. Construíram-se indústrias, aumentou a capacidade de produção, trazendo confortos que se somam á uma melhoria na qualidade de vida de uma parte da população, entretanto aqueles que mais trabalharam para que fosse possível chegarmos a esse ponto de avanços tecnológicos em que estamos não usufrui desses produtos na sua grande maioria. O trabalhador que é a principal força produtiva do sistema capitalista, contudo não recebe desse sistema condições de usufruir dos lucros que ele mesmo produz, e muito menos recebe um pagamento que seja equivalente ao preço da mercadoria que a sua força de trabalho produziu. Podemos dizer que o mesmo processo que serviu para nos trazer todos esses avanços tecnológicos dos quais dispomos hoje, foi também culminante para produção de uma sociedade cada vez mais dividida em classes onde as posições ocupadas por cada classe se consolidam dentro do capitalismo, ou seja, as estruturas se mantêm onde o pobre fica cada vez mais pobre e os mais ricos estão cada vez mais ricos. Algo muito importante a ser analisado dentro do processo produtivo do capitalismo é a chamada ''mais valia'', que é na prática um grande instrumento de exploração do trabalhador, onde o trabalhador produz, e o patrão lhe paga um valor extremamente inferior em relação ao valor bruto do capital que este trabalhador produz. A mais valia foi pensada cientificamente a priori por um pensador denominado Karl Marx.
No entanto a mais valia não acontece de uma maneira única, existem várias formas de se produzir a mais valia sobre a força produtiva do trabalhador e o sistema capitalista na sua forma perversa de explorar o trabalhador possui condições de criar a cada dia novas formas de obtenção da mais valia sobre a força produtiva. O fato de o Estado não assegurar medidas que colaborem com a distribuição equitativa dos lucros do trabalho com seus trabalhadores, traz para o próprio sistema, problemas muito sérios, no nível de importância econômica, política, ideológica e, sobretudo social, já que as disparidades na distribuição da renda geram revoltas entre os trabalhadores que por consequência traduzem-se em fortes conflitos sociais. Daí a ideia de Karl Marx sobre o materialismo histórico dialético, de que o capitalismo cria seu próprio fim, pois tal sistema materialista, ou seja, que pensa o mundo do ponto de vista da matéria, da produção, do lucro em sua própria história produz contradições á si, ou seja, Marx afirma que o capitalismo é um sistema contraditório, porque esse sistema instiga os trabalhadores a lutarem pelos seus direitos pelo fato de colocá-los na situação da mais extrema miséria, portanto o trabalhador que ''não tem nada a perder'', irá se revoltar contra o capitalismo e derrotá-lo já que este constitui sua principal base de exploração que segundo Marx estado estes organizados possuem total capacidade para derrubar o sistema capitalista.
Os grandes problemas enfrentados pelo poder público hoje são praticamente todos eles criados pela perversidade do capitalismo que por gerar desigualdades sociais, gera pobreza, ocupações desordenadas de trabalhadores em favelas, o que acentua a criminalidade, o tráfico de drogas e todo esse caos social instalado na sociedade contemporânea. E o abandono dos trabalhadores no que se refere a leis e direitos trabalhistas que não garante a eles uma condição de trabalho adequada fazendo com que adoeçam e não tenham mais condições de trabalhar, onde terão de ser amparados pela Previdência Social e, portanto gera gastos públicos. Fica claro então que o sistema capitalista não permite uma sociedade que seja sustentável em nenhum de seus sentidos, pois suas contradições geram seus problemas que o sistema não tem como resolvê-los.