NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES ATENDIDAS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE RIO VERDE-GOIÁS

Bueno, J.S ; Cândida,L.S.M , Machado,K.R³, Marcondes, M.C.⁴

INTRODUÇÃO

O câncer de colo de útero é a neoplasia maligna mais encontrada em toda a população feminina, perdendo somente para o câncer de pele, sendo que o câncer uterino se caracteriza pelo crescimento anormal de células do colo do útero geralmente parte inferior. Na maioria das vezes o câncer de colo uterino é desencadeado pelo papilomavírus humano (HPV), porém nem todas as mulheres que tiveram o HPV, irão desenvolver o câncer, pois existem vários tipos de vírus, aproximadamente 100, sendo que muitos deles são relativamente inofensivos como àqueles que causam verrugas, alguns tipos afeta a região genital e em pequena porcentagem poderá levar ao câncer.
O planejamento das ações de intervenção e controle da doença se dá, prioritariamente, no plano técnico, pelo diagnóstico precoce das lesões precursoras através do exame de Papanicolau ou comumente denominado exame preventivo, não só para detectar o câncer de colo de útero como também diversas doenças sexualmente transmissíveis que são muitas vezes as portas de entrada para as neoplasias, como o câncer de colo uterino é uma realidade vista por todas as mulheres, necessita então de uma prevenção adequada, para que as mesmas não venham desenvolver neoplasias e sejam saudáveis no requisito básico de saúde da mulher
O enfermeiro tem papel fundamental na prevenção do câncer , pois seu papel é assistencial; realizando o exame preventivo, coordenativo; elaborando programas e incentivamente a equipe a trabalhar em conjunto e a trazer cada vez mais mulheres para os programas de rastreamento; e por último o papel educativo; orientado e educando a população com conhecimentos e informações não somente referentes ao câncer como também outras possíveis doenças que acometem o sexo feminino, traçando metas para atender melhor seu público alvo.

Palavras-chave: Câncer de colo de útero, DST, conhecimento, prevenção.


OBJETIVO GERAL

Traçar o perfil demográfico e o nível de conhecimento sobre a prevenção do câncer de colo de útero das mulheres atendidas no programa de Saúde da Mulher no C.A.I.S. do município de Rio Verde - Goiás.

METODOLOGIA

Fundamentou-se em uma pesquisa descritiva quantitativa realizada com mulheres que freqüentam o programa de saúde da mulher dentro do CAIS e que estavam no aguardo de consultas médicas e de enfermagem para a realização do exame preventivo, a população foi de 125 mulheres, o questionário aplicado não conteve identicação das participantes, garantindo assim o sigilo e o anonimato das participantes, conteve também 30 questões de múltipla escolha.

REVISÃO DE LITERATURA

O câncer é um grupo de doenças que se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas (INCA 2009). Consideram-se fatores de risco de câncer do colo de útero: multiplicidade de parceiros sexuais e a história de infecções sexualmente transmitidas entre os parceiros; multiparidade; e idade precoce na primeira relação sexual (BRITTO, et al., 2008). Outros fatores como alta paridade, uso prolongado de contraceptivos orais e tabagismo podem influenciar o desenvolvimento deste tipo de câncer (RAMA et al, 2008).
O rastreamento para o câncer cervical é baseado no exame citológico do esfregaço cervical (Papanicolau), utilizado há mais de 50 anos. Nos países onde há eficientes programas de rastreamento é possível comparar as taxas de cobertura às curvas de sobrevida, pois a identificação de lesões pré-malignas reduz a incidência e previne o câncer em estádios mais agressivos (RAMA et al., 2008).
Dentre os tratamentos mais comuns segundo Gomes et al. (2002) estão a cirurgia, a quimioterapia, e a radioterapia. Segundo Mandagará et al. (2007), pode ser prevenido se for detectado precocemente. Isso quer dizer que é uma prevenção primária, uma vez que estaria sendo interceptada através de métodos diagnósticos a evolução de possíveis lesões malignas. Conforme Vianna e Echenique (2008), as regiões Sul e Sudeste caracterizam-se por apresentar as maiores taxas de mor¬talidade por câncer do país.
De acordo com Gradênia et al. (2007), a busca por serviços de qualidade tem se tornado cada vez mais a meta dos serviços de saúde. O conceito de qualidade abrange satisfação do cliente (principal alvo dos cuidados de enfermagem) e dos profissionais, maior segurança e eficácia das ações prestadas, e garantia de acesso a esses serviços.
As ações preventivas de educação em saúde segundo Moraes et al. (2008) faz parte da detecção por meio da colpocitologia e encaminhamento para tratamento em níveis de maior complexidade são de responsabilidade da Atenção Básica. Mesmo após a cura, esta ainda permanece responsável pelo acompanhamento das usuárias, mantendo as ações de sua competência, e assim prevenindo recidivas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Verificou-se que a maioria das mulheres atendidas nesse período eram casadas (48%), Barbosa et al. (2005), em estudos realizados em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Natal - RN, observou um resultado similar ao do CAIS de Rio Verde-GO, onde 53,3 % das mulheres eram casadas e 46.7 % eram solteiras. E que das mulheres entrevistadas no CAIS a idade predominante foi entre 20 a 40 anos (44%). Possuíam escolaridade inferior ao 2° completo (72%) e a maioria era auxiliar domestica (41%), a renda varia entre 450,00 a 900,00 reais (77%), a maioria possuem filhos (75%) predominando de 2 a 3 filhos. A maioria (67%) teve o inicio da atividade sexual entre 15 e 20 anos de idade e (62%) afirmaram ter parceiros fixos. Das entrevistadas (67%) tem conhecimento sobre câncer de colo de útero, (62%) das 125 mulheres entrevistadas no CAIS tem conhecimentos sobre DSTs. Das entrevistas (55%) sabem como se contrai o câncer de colo de útero, Rodrigues, Santos e Graças (2008), também observaram em seu estudo que 93,3% das mulheres sabiam como se contraía o câncer de colo uterino, porém a maioria delas (58%) não sabem se prevenir, De acordo com Quintella e Zanon (2002), resultados parecidos foram encontrados em sua pesquisa em que 53% das participantes disseram não saber se prevenir adequadamente e 47% afirmou saber se prevenir.
Nenhuma das mulheres entrevistadas teve câncer de colo de útero, no momento da pesquisa (56%) delas relataram sentir dor na relação sexual, e o recurso mais utilizado para se obter informações sobre câncer de colo de útero e DSTs é o CAIS (54%) e logo depois por folhetos explicativos (18%) e televisão (18%).

CONCLUSÃO

Este estudo procurou demonstrar que mesmo com a implantação das Estratégias de Saúde da Família, com os Centros de Atendimento a Saúde fornecendo gratuitamente à população exames preventivos, muitas das pessoas ainda não procuram esses serviços para se prevenirem, não tendo conhecimento sobre a finalidade de tais exames, não se prevenindo e não dando a atenção adequada à sua saúde.
Como já foi verificada, a maioria das mulheres possuem escolaridade inferior ao 2° grau completo, e muitas vezes se expõem às situações de riscos por falta de conhecimento para se esclarecer a respeito de assuntos como prevenção. A maioria também trabalha em empregos que requer pouca escolaridade e recebem salários entre 450,00 a 900,00 reais, e muitas vezes precisam cuidar de 2 a 4 filhos. Mesmo com pouco nível de escolaridade e baixa renda, muitas dessas mulheres conhecem ou pelo menos já ouviram falar sobre o câncer de colo de útero, o que facilita a sua procura pelos serviços de saúde para realizar a prevenção. Procuram o CAIS de Rio Verde-GO para se prevenirem, mesmo com hábitos de vida que as sujeitam à grande exposição aos fatores de risco para o câncer. A principal dúvida das entrevistadas é em relação à prevenção do câncer de colo de útero, muitas sabem como se contrai, mas não sabem se prevenir de maneira correta. Mesmo que o serviço do CAIS de Rio Verde-GO seja bom na prevenção, os dados apontam para uma necessidade de ações educativas direcionadas às mulheres que frequentam o seu serviço, dando a elas uma maior educação em relação à sua saúde, enfocando não só o exame ginecológico, mas mostrando a sua finalidade.