Bullying é uma palavra inglesa e que tem como significado usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, menosprezar, ridicularizar e perseguir os outros. Geralmente os meios de comunicação falam no bullying que se evidencia nas escolas, no entanto, não se trata de uma violência psicológica que ocorra só na infância, verifica-se também nas relações entre adultos. Por meio de atos agressivos (físicos ou verbais), intencionais e que estão muito relacionados a uma questão de poder.

O agressor geralmente busca pessoas que tem uma estrutura de ego mais fragilizada, e que por não conseguirem se defender acabam se intimidando frente às violências que sofrem. Normalmente, são pessoas que desde a infância, já convivem com a violência. Não encontrando um ambiente familiar que o acolhesse, que interferisse, fazendo com que se perceba como um merecedor das agressões, por não ser um objeto bom, e, que por isso, precisa ser destruído.

Em geral, a vítima tem medo de confrontar o agressor, por temer que faça algo contra a sua vida. Com isso, acaba por desenvolver sintomas como hipervigilância, ansiedade, sentimento de menos valia, desamparo, tristeza, choro fácil, irritabilidade, que o levam a um quadro de depressão. Ao contrário da vítima, o agressor tem o prazer de fazer e ver o outro sofrer, o que nos mostra o quanto ele também é um ser adoecido. Ao mesmo tempo em que ele é agressor, também é vítima, pois é portador de uma alteração psicológica grave.

Tanto o agressor como a vítima poderão vir de uma família disfuncional. Onde a falta de afeto, do olhar para os filhos, de respeito, não se fazem presentes. Onde a violência é tratada de forma banalizada e com isso abre espaço para que a raiva, a mágoa, o sentimento de rejeição, de desvalorização na criança aflore e seja projetado para os outros como uma forma de se defender. Esta agressividade que a criança acaba por desenvolver é percebida pelos pais como algo normal, às vezes até incentivada por eles. Isso faz com este comportamento se cristalize, passando a fazer parte da personalidade da pessoa.

Este fenômeno que surge na década de 90, hoje é algo que se faz muito presente nas relações, nos ambientes profissionais, podendo ser verificado por meio das críticas, acusações, fofocas, assédios, intimidações, agressões, ironias, assédios sexuais, exposições. Percebe-se que muitos são os chefes que se utilizam do "poder" para implantar o bullying no ambiente de trabalho, estabelecendo um ambiente competitivo e opressivo. Os funcionários de empresas com este perfil acabam por se perceberem como rivais, levando-os a estabelecerem relações insolentes, reforçando o desejo de destruir o outro. O resultado disso é um desempenho profissional prejudicado, por não terem tranqüilidade para trabalharem. Os funcionários estão sempre tensos, confusos, assustados, ansiosos, envergonhados, apreensivos e com medo.

Para que esse fenômeno que parece ter tomado conta de nossa sociedade seja extinto, é importante que não fiquemos de braços cruzados, mas que sejamos ativos frente às situações de bullying. Não permitindo que elas aconteçam, denunciando, não sendo omisso ao perceber uma situação de agressão com o outro, pois amanhã poderá ser com você.

O sentimento de compaixão, respeito e apoio à vítima é fundamental, mas não podemos esquecer-nos de termos um olhar para o agressor. Este precisa ser responsabilizado pelos seus atos, mas também precisa de uma ajuda profissional, para poder entender os motivos que o levam a agir dessa forma, levando-o a pensar o que isso poderá acarretar em sua vida e na de seus familiares.

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