BULLYING EM AMBIENTE ESCOLAR
RODRIGUES, Príscila Machado¹
SILVA, Maria de Nazaré Barroso²

RESUMO:
Qualquer tipo de agressão seja ela física ou psicológica, apelidos estranhos, empurrões, xingamentos, intencionais e repetitivos são consequencias de bullying. O ponto inicial para as manifestações é o preconceito, sendo o fator chave para as agressões. Para o combate temos que primeiro identificar o agressor e as vítimas é fazer o mais rápido possível o encaminhamento para um profissional em psicologia, para que seja realizado um diagnóstico é um possível tratamento.
Palavras chaves: bullying, agressão e depressão

ABSTRACT:
Any kind of aggression whether it be physical or psychological, strange nicknames, shoving, swearing, and unintended consequences of bullying are repetitive. The starting point for the demonstrations is the bias, being the key factor for aggression. To fight we must first identify the perpetrator and the victims is to make the fastest possible referral to a professional in psychology, which is delivered to a diagnosis is a possible treatment.
Keywords: bullying, aggression and depression





¹Aluna de Graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas Pela Universidade Nilton Lins
e-mail: [email protected]
²PROFª .MSc Em Educação Pela UFAM
INTRODUÇÃO

Como algumas escolas, bairros e igrejas não conhecem bem o assunto, o caso torna-se oculto, devemos observar em particular as pessoas caladas, tímidas e sem amigos pois, geralmente são as vítimas. A criança ou o adolescente que sofre com o bullying pode não superar a situação causando um certo trauma. Precisando até de acompanhamento psicológico, para que não se torne um adulto com sérios problemas de depressão ou violência doméstica.
O artigo da professora Simone Barroso que fala sobre: Interação e Capacidade dos Professores na Gestão Democrática, diz que:
"Ouvir os pais, os alunos e dividir, responsabilidades são fatores essências para se fazer um bom trabalho.
Trabalhar de forma construtiva em sala significa abrir novos horizontes de conhecimento com oportunidades de aprendizagem para o aluno, a fim de que se possa desenvolver potencialidade por meios de ações diversificadas criadas pelo professor.
A escola é espaço de convivência e lugar de socialização dos saberes de encontros e descobertas. Além de exercer a liderança no ambiente escolar, o gestor deve incentivar novas lideranças, dividindo responsabilidades de forma criativa visando á melhoria do processo dos resultados educacionais."
Ou seja, se houvessem cada vez mais reuniões de pais, alunos e professores talvez a nossa educação fosse diferenciada. Até que com as muitas divulgações da mídia, algumas escolas já se fazem cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do cotidiano.
Como o profº Moacir Gadotti em seu livro pedagógico da práxis (São Paulo, Cortez / IPF 1995) afirma: "Se é verdade que a educação não pode fazer sozinha a transformação Social, também é verdade que a transformação não se efetivará e não se consolidará sem educação".






































BULLYING NA ESCOLA

Na escola ou em qualquer lugar em que se conviva com crianças e adolescentes, sabemos que eles são capazes de praticar pequenas e grandes travessuras, porém, devemos estar atentos em todos os detalhes, quaisquer agressões verbais ou físicas, apelidos estranhos, empurrões, xingamentos, intencionais e repetitivos são consideradas bullying.
"todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (BRASIL, 1988, s.p.).
Luciene Tognetta, da Unicamp, em uma entrevista a revista NOVA ESCOLA (pag. 69) justifica que entre 10 e 12 anos a criança passa a buscar no convívio social, referências diferentes da que sempre recebeu em casa, para ser dado o processo de construção de sua própria personalidade.
"Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar."
"com a entrada na adolescência, vem á necessidade de pertencer a um grupo. Nesse momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado." Luciene Tognetta.
"O assunto coloca a questão da segurança na escola no centro das discussões. Toda a sociedade com seus inúmeros setores precisa se mobilizar para discutir o assunto e se posicionar diante da questão. Cada um de nós como agentes na sociedade tem a sua responsabilidade. Uns precisam trabalhar na prevenção, outros no acompanhamento e tratamento daqueles que sofrem e cometem bullying. É necessário a implementação de projetos e ações preventivas e ao menor sinal de bullying deve se tomar as providências cabíveis que vão desde o encaminhamento ao tratamento psicológico, até a denúncia e boletim de ocorrência se necessário. As escolas devem adotar procedimentos que evitem a impunidade e inibam o crescimento da criminalidade infanto- juvenil."
Citação retirada de uma matéria no site¹

MANIFESTAÇÕES

Podemos dizer que se manifesta a partir do preconceito, sendo o fator chave para começar as agressões, o problema não possui idade para aparecer, podendo ocorre até mesmo no inicio da vida escolar com apenas cinco anos e se prolongar ao resto da vida caso não haja um acompanhamento correto.
Podendo haver descriminação, exclusão, perseguição, evoluídos até em pequenos roubos e agressões em casos mais graves. As "brincadeiras" geralmente são em razão da estatura, peso, raça, comportamento, rendimento escolar, notas, condições sociais, etc. Ás vezes ouvimos as frases do tipo: "ei pezão vem aqui.", "vai cabelo de leão." São manifestações de bullying.

COMBATE

Identificação do agressor e da vítima, conversar em particular (para não expor ainda mais o caso) com ambos envolvidos. Fazer o mais rápido possível o encaminhamento destes para um psicólogo, (pois, têm conseqüências negativas imediatas e tardias quando não tratados) com fim de que seja feito um diagnóstico, para em seguida começar um tratamento específico em cada criança. Importante lembrar que não se deve agir em momento algum com nenhum tipo de violência, porque essa atitude mostraria a criança que ela também pode ser violenta, o diálogo é sempre a melhor opção. É fundamental estar atento a qualquer manifestação e, se necessário, tirar a criança daquele ciclo.
COMO DETECTAR?

NA ESCOLA:
? Grande número de faltas sem motivos
? Notas baixas
? Baixa auto-estima
? Porte de armas (visando proteção pessoal)
? Problemas de socialização
? Angústia e ansiedade
? Exclusão direta de certa criança para as atividades em que todos participam menos a criança excluída EM CASA:
? Baixa auto-estima
? Choro freqüente
? Desculpa para não ir à escola
? Ansiedade, medo.
? Depressão
? Angústia


OUTRAS MANIFESTAÇÕES DE BULLYING

Recentemente, a tecnologia desenvolveu um novo problema chamado Cyberbullying, são e-mail ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamentos, torpedos com fotos e textos constrangedores, se tornaram a mais atual arma de constrangimento para alguns alunos, sendo descritos por especialistas o cyberbullying mais cruel que o bullying tradicional por três motivos:
? Antes, o constrangimento ficava restritos aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.
? Troca de mensagens via celular, muitas vezes se expõem mais do que devem.
? Alguns casos, torna-se difícil identificar o(s) agressor(s), o que aumenta a sensação de impotência.
As mensagens podem ser enviadas por e-mail a varias pessoas ao mesmo tempo, no caso de fotos são vistas por tantas pessoas que muitas vezes algumas a vitima nem conhece.
Aramis Lopes², nós chamam atenção para alguns fatos importantes, há três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vitima e a platéia.

? VITIMA: sofre todos os dias com a exposição da sua imagem, havendo casos tão grave que chegam a levar ao suicídio, adolescentes que foram agredidos correm o risco de serem adultos ansiosos, depressivos e o pior de tudo violentos reproduzindo em seus relacionamentos, os momentos vividos no ambiente escolar.

? AGRESSOR: muitas vezes comente o bullying somente para serem popular na escola, para se sentir poderoso, obter boa imagem. Normalmente, mantém esse comportamento por longos anos, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando os outros para chamar a atenção. "o agressor assim como a vitima, tem dificuldades de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos." Explica á especialista.

? ESPECTADOR: quase nunca reconhecido como personagem participante da agressão, o espectador é testemunha dos fatos ocorridos, porém, não sai em defesa da vítima e nem se junta ao agressor, essa atitude passiva ocorre, pois, eles tem medo de serem os próximos alvos ou por falta de iniciativa para tomar partido. Algumas vezes acabam sim, passando de meros espectadores a agressores porque percebem que não há nenhuma punição para os que comentem, ou se tornam alvos por estarem perto ou próximo da vítima.
"a violência gera a violência; só o amor constrói para a eternidade" (CARDOSO, 1967, p.39)



²Especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
? EXEMPLOS LEVADOS DE CASA PARA A ESCOLA:
São muitos casos em que crianças se tornam agressivas com os outros colegas em decorrência da violência presenciada com os pais ou familiares agressivos.
As crianças copiam tudo o que se faz em casa, por isso o comportamento dos pais pode alterar a maneira de agir dos pequenos para pior. Devemos proibir jogos e filmes violentos, pois também preenchem o repertório de experiências da criança com a violência e agressões que em algum momento ela pode colocar em prática no ambiente escolar.
O bullying é a mais ameaçadoras patologias sociais, que passou a moldar pessoas violentas para a sociedade. Para a solução dessa grande problemática é preciso que seja controlado e até quem sabe curado, que o agressor passe por uma série de tratamentos psicológicos que vão desde o diagnóstico até sessões de terapia.
"o homem é, sobretudo um reflexo do ambiente em que passou sua infância;
este lhe imprimiu sua marca para toda a vida" (CARDOSO, 1967, p. 40).

? TRATAMENTO PARA ALUNOS AGRESSORES DE BULLYING
Bullying são formas de agressões físicas, psicológicas e sociais que trás por vezes, traumas muito importantes na vida dos alunos que são sujeitos diariamente a este tipo de constrangimentos. Sem terapia a criança não consegue vencer o bullying. "Ela participa de exames psicológicos, sessões de análise e até psicologia em grupo para enfrentar o seu problema de perto." A problemática leva tempo para ser executado e requer a participação de toda a família para a recuperação do agressor.
"O comportamento agressivo dos estudantes não deve ser punido com mais violência, na verdade a patologia social precisa ser reconhecida para que aconteça o tratamento. A participação da escola para a recuperação da criança ou adolescente é fundamental, por isso os professores e funcionários precisam ficar atentos aos progressos do agressor no convívio escolar ao longo do tratamento."
O tratamento para o bullying já conseguiu recuperar muitas crianças e adolescentes, então vale a pena entrar em contato com um psicólogo.
? TRATAMENTO PARA ALUNOS VÍTIMAS DE BULLYING
"A escola é um dos contextos em que o Bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e que se torna difícil para os adultos vigiarem todos os comportamentos e intervirem as agressões.
Alguns pais acreditam que mudar o filho de escola é a melhor forma de conter o bullying, mas a iniciativa não acaba com o comportamento agressivo dessa criança, só dissemina-o em outros lugares. Caso tenha dúvidas sobre como tratar bullying, a melhor forma de aliviar os sintomas da patologia é pedindo as orientações de um psicólogo."
? O QUE NÃO SE DEVE FAZER JAMAIS?
"Incentivar a criança a ser assertiva, [...] incentivá-la a fazer de conta que não é incomodado com as agressões. Isoladas estas atitudes podem levar a criança a sentir-se um fracasso." Luciene Tognetta.
? O QUE SE DEVE FAZER?
"Estar a tento e intervir no sentido de fazer parar o comportamento da criança que atormenta o seu filho. Falar com o seu filho e com os colegas dele para tentar perceber se ele está a ser vítima de Bullying. Explicar-lhe que é natural sentir medo e vergonha, mas que deve ser capaz de falar sobre o que está a acontecer para que o possam ajudar. Chamar a atenção dos professores responsáveis, falar com os pais da criança que atormenta e solicitar que a criança agressora seja observada por um psicólogo. Falar com a criança que foi alvo de Bullying e explicar-lhe que ela não se deve culpar pelo que aconteceu e caso necessário oferecer-lhe um acompanhamento psicológico para que ela possa elaborar os "traumas" a que foi sujeita." Luciene Tognetta.

RESULTADOS / DISCUSSÃO:
Analisando as respostas do questionário aplicado, devemos focar a orientação em especial nas séries de ensino fundamental, aonde foram detectadas maiores casos de bullying e com um grande número de alunos que não sabiam que sofriam e/ou cometiam o bullying. Com as atividades realizadas após a palestra e a exploração do assunto, podemos observar que houve queda de alunos cometendo o bullying, em conseqüência, diminui-se também os números de vítimas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

"Mostrar a importância de respeitar as diferenças é uma lição que devemos ensinar desde os primeiros anos de escolaridade." Débora Menezes.
Em escolas publicas ou privadas, os professores e o responsável da escola no caso o Gestor, devem pelo menos uma vez a cada dois meses ou em entregas de boletim reunir os pais e colocar em discussão maneiras de evitar que seus filhos e alunos cometam ou sofram o bullying, para alguns pais é mais importante saber se o filho sofre de bullying do que como estão seus rendimentos escolares.
O projeto realizado na escola incluindo palestras, jogos, questionários e trabalhos bibliográficos, foi possível diminuir o índice de bullying, se esse tipo de projeto estivesse sendo constantemente realizado muitas crianças não passariam por isso. Se torna fácil trabalhar o bullying, já que qualquer matéria pode e deve falar sobre a problemática, pois, onde há informação não haverá violência.
"O sucesso está ligado a uma boa educação. E esse sucesso depende muito da relação que a criança tem com a escola." sociólogo Valter Roberto Silvério, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

REFERENCIAS

NOVA ESCOLA, Fundação Victor Civita. Editora, Abril, Edição: Dezembro de 2004, p. 59-61
NOVA ESCOLA, Fundação Victor Civita. Editora, Abril, Edição: Janeiro e Fevereiro de 2007, p. 66-69
GADOTTI, Moacir, Pedagogia de Práxis, Editora Cortez, Edição 4, Ano 2004.
Lopes Neto AA. Bullying ? comportamento agressivo entre estudantes.
J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):S164- S172
¹http://conselhotutelaritupeva.blogspot.com/2011/04/conselho-tutelar-de-itupeva-e-o.html
http://www.bullyonline.org/
http://www.stopbullyingnow.com/
http://www.apav.pt/
http:/www.psicologia.org.br/internacional/pscl184.htm
http://www.pucrs.br/mj./bullying.php
http://www.scielo.br/bullying
http://sites.gloogle.com/site/bullyingemportugal/Home/consequencias-do-bullying
http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl84.htm
http://www.kidscape.org.uk/questionário
http://conselhotutelaritupeva.blogspot.com/2011/04/conselho-tutelar-de-itupeva-e-o.html
http://www.bullying.com.br
http://www.bullying.org