Breves reflexões sobre a importância da categoria trabalho
em Karl Marx e suas implicações na contemporaneidade.
Maria Cláudia Meira Santos Barros

[...] os filosofos até agora interpretaram o mundo de vária maneiras. Cabe agora transformá-lo. Marx, 1845.
1. INTRODUÇÃO
A vertiginosa rapidez das transformações pelas quais passa o mundo contemporâneo situa-nos num horizonte inevitável e, sem dúvida necessitando de freqüentes readaptações e atualizações. Neste contexto de conturbadas e acirradas mudanças por quais passamos, destacam-se principalmente as alterações que se dão no mundo do trabalho.
Os objetos, instrumentos, as formas de produção, a organização do trabalho, a qualificação de mão-de-obra, o advento das novas tecnologias, novas profissões, etc. desempenham enorme papel nessas transformações, que vem ocupando lugar de destaque na lógica da estrutura socioeconômica mundial.
Advém daí a necessidade da importância de se retomar os estudos quanto à categoria trabalho em Marx, para melhor compreensão da realidade em que estamos inseridos.
Marx entende o trabalho humano como mediação entre este e a natureza, com vistas a propiciar as condições de sustento para própria vida humana. Este "trabalho" inicialmente projetado, criado mentalmente pelo homem é o que o distingue dos demais animais. Daí a afirmação de que o homem é um ser antológico.
Machado (1991) compreende que a concepção trabalha em Marx, se destaca por entender que:
Entendido o trabalho no sentido mais amplo, o trabalho como produção da própria existência humana; o trabalho como produção da própria existência humana; o trabalho como possibilidade de transformação da realidade natural e social; o trabalho como dimensão fundamental da vida humana; o trabalho como cultura, como atividade reflexiva, o trabalho como fundamento do processo de elaboração de conhecimento; o trabalho como contradição: entre homem e natureza e entre os homens, principalmente pelo fato de vivermos em uma sociedade em que se processam várias formas de subordinação humana na realidade do trabalho. Enfim, essa noção mais ampla do sentido do trabalho é que nos inquieta numa realidade cheia de contradições como a nossa. (MACHADO, 1991, p. 53 ? 54).


Nessa perspectiva Paro (2001) corrobora dizendo que:

[...] o homem é o único ser ético, porque, diversamente do animal e de tudo mais que há na natureza, assume uma posição de não-indiferença (ORTEGA y GASSET, 1963) diante do mundo [...]. Isso porque o homem não se contenta com sua "liberdade" natural, considerada mera licença, mas sobre ela, transcendendo, constrói a verdadeira liberdade. (PARO, 2001, p. 15).

Assim verificamos que o trabalho humano, conforme salientado é o meio pelo qual o homem produz valor de uso, apropriação natural para satisfazer suas necessidades de sobrevivência, construindo assim sua própria história.
Segundo Hosbsbawn (1985) a base objetiva do humanismo de Marx e, simultaneamente, de sua teoria da evolução social e econômica, é a análise do homem como animal social que ao realizar o trabalho, cria e reproduz sua existência na cotidianidade. Essa interação entre homem e natureza produz a evolução social.
Assim percebe-se que a categoria trabalho, uma vez compreendida na sua historicidade material e dialética, permite alcançar uma definição de homem como sendo aquele ente que, para ser, necessita produzir os seus próprios meios de subsistência material e simbólica.
O trabalho, assim, é uma das mais importantes categorias na filosofia de Karl Marx, filosofia batizada de materialista histórico-dialética por seus continuadores, mas, acima de tudo, uma filosofia da vida.
O objetivo deste artigo é buscar elementos na teoria de Marx (principalmente em O Capital) e outros autores marxistas tais como Engels, Hobsbawm, Kuhn, Frigotto, Konder, Rubin, Gorz, Braverman, e Gramsci, dentre outros, que explicitam a categoria trabalho, contextualizando-as com as emergências do mundo contemporâneo, demonstrando que o processo de trabalho na sociedade capitalista vem se modificando a medida que se modifica a relação homem/homem e homem/natureza.


1. A Categoria Trabalho em Marx

A relevância da categoria trabalho em Marx, se dá em primeira instância por ser essa uma das categorias abordadas no livro Gestão Democrática de uma proposta curricular no ensino público: Uma experiência em Aracaju, da Professora Doutora em Educação pela USP ( Universidade de São Paulo), atualmente professora do Mestrado em Educação da UNIT ( Universidade Tiradente- SE).
A categoria trabalho tem sido tema bastante recorrente entre os pesquisadores que a discutem sob os parâmetros da concepção marxista, entendido como elemento integrador e transformador da relação homem-natureza, ligado à explicação da alienação, do valor, ou como conceito-chave para o entendimento da crise contemporânea do trabalho.
Um bom exemplo é o texto de Trein (1994), o qual defende que uma compreensão precisa da crise vivenciada pelo projeto burguês, assim como a construção de um projeto socialista passa pelo estudo dos conceitos oriundos do marxismo. Na opinião da pesquisadora, o conceito trabalho não teve sua importância subtraída pela atual complexificação capitalista.
[...] se o trabalho e sua divisão, ao longo do processo histórico de desenvolvimento do capitalismo, serviram para separar e ao mesmo tempo relacionar as atividades produtivas no campo e na cidade, da mesma forma que a indústria e o comércio, hoje, com a globalização do capitalismo, é ainda o trabalho que hierarquiza as relações internacionais entre os s diferentes capitais e assim entre os estados nacionais. (Trein, 1994, p. 43).
No século XVIII a concepção de trabalho esteve diretamente relacionada a valor, fator de produção de riqueza que proporcionava, assim, os elementos estruturantes da nova natureza do trabalho, entendido modernamente como emprego.
O século XIX, sobretudo, com Hegel e Marx, esta concepção de trabalho avança, ao elevá-lo a essência humana e ao findar do século XIX, a concepção de trabalho traz a evidência de que o homem não mais se autocompreende sem a referência ao trabalho. Ou seja, o homem moderno depende grandemente da sua vinculação ao trabalho, uma vez que este passa a ser ao mesmo tempo fator de sobrevivência, de humanização, de integração social, de auto-estima e de utilidade social.
Segundo Langer (2004) em Hegel, o conceito de trabalho está relacionado ao de Espírito. Hegel chama de trabalho a atividade espiritual pela qual o Espírito se opõe a um dado exterior para se conhecer a si mesmo, se inventa diversos obstáculos exteriores para se obrigar a descobrir suas potencialidades. O Espírito trabalha, pois, sem cessar até o fim da História. Dessa forma o trabalho é o mediador entre a natureza e o Espírito. Pelo trabalho o homem destrói o natural e se faz sempre mais humano.
Na medida em que o trabalho designa a atividade espiritual em si, Hegel enriquece e transforma o conceito de trabalho dos economistas, mas emprega o mesmo termo para o conjunto do processo, isto é, "para a vida do Espírito, que é perpétuo aprofundamento de si e que toma formas cada vez mais espirituais (instituições políticas, obras artísticas, religiões, sistemas filosóficos) e para o trabalho industrial, que é apenas uma das formas que a história da humanidade toma.
De acordo a Gorz, 2000,
[...] o conceito de trabalho em Hegel designa a essência comum da totalidade das atividades pelas quais o sujeito se inscreve e se objetiva na materialidade do mundo, configura o mundo e, ao fazer isso, também produz a si mesmo. Trabalho designa a essência comum do conceber, do fazer, do fabricar e do agir, que até então eram categorias incomensuravelmente distintas. (GORZ, 2000, p. 31).
Assim segundo Gorz (2000), Marx realiza uma revolução filosófica e cultural de extraordinário alcance político. Conforme citação do referido autor:
Marx realiza a inversão hegeliana transferindo o trabalho do Espírito para o dos homens. São os homens, pela sua labuta cotidiana, pela sua inventividade e utensílios, mediante o trabalho, que são os construtores da história: "A história dita universal não é outra coisa que a geração do homem pelo trabalho humano e o devir da natureza para o homem". Segundo Méda, esta afirmação deve ser compreendida como a de uma verdadeira identidade: "a essência do homem é o trabalho. O homem só pode existir trabalhando [...] o homem não é plenamente homem, segundo Marx, se não imprimir em todas as coisas a marca de sua humanidade. O trabalho é então em Marx, sobretudo expressão: "o trabalho é toda atividade humana que permite exprimir a individualidade daquele que a exerce. Mas exprimir-se para o outro, portanto, de mostrar ao outro ao mesmo tempo sua singularidade e seu pertencimento ao gênero humano Aparece, assim, com o surgimento do proletariado o "trabalho abstrato, trabalho-mercadoria, mensurável, quantificável, indiferente a seu conteúdo, destacável dos indivíduos intercambiáveis que o executam. (GORZ, 2000, p.31).
O trabalho ganha relevo como o fator de relação social por excelência. Em Marx, o trabalho possui uma tríplice qualidade: "de me revelar a mim mesmo, de revelar minha sociabilidade e de transformar o mundo".
Conforme Marx, o trabalho humano em geral é entendido como mediação entre este e a natureza, com vistas à produção da sobrevivência humana. A partir dessa característica o homem se diferencia dos demais animais , pois é capaz de elaborar em plano mental o trabalho que irá realizar, antes mesmo de concretiza-lo.
Marx (1982) define o trabalho como:
[...] em primeiro lugar, um processo de que participam igualmente o homem e a natureza, e no qual o homem espontaneamente inicia, regula e controla as relações materiais entre si próprio e a natureza. Ele se opõe à natureza como uma de suas próprias forças, pondo em movimento braços e pernas, as forças naturais de seu corpo, a fim de apropriar-se das produções da natureza de forma ajustada a suas próprias necessidades. Pois, atuando assim sobre o mundo exterior e modificando-o, ao mesmo tempo ele modifica a sua própria natureza. Ele desenvolve seus poderes inativos e compele-os a agir em obediência à sua própria autoridade. Não estamos lidando agora com aquelas formas primitivas de trabalho que nos recordam apenas o mero animal. Um intervalo de tempo imensurável separa o estado de coisas em que o homem leva a força de seu trabalho humano ainda se encontrava em sua etapa instintiva inicial. Pressupomos o trabalho em uma forma que caracteriza como exclusivamente humano. Uma aranha leva a cabo operações que lembram as de um tecelão, e uma abelha deixa envergonhados muitos arquitetos na construção de suas colméias. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto ergue a construção em sua mente antes de a erguer na realidade. Na extremidade de todo processo de trabalho, chegamos a um resultado já existente antes na imaginação do trabalhador ao começá-lo. Ele não apenas efetua uma mudança de forma no material com que trabalha, mas também concretiza uma finalidade dele próprio que fixa a lei de seu modus operandi, e à qual tem de subordinar sua própria vontade. E essa subordinação não é um ato simplesmente momentâneo. Além do esforço de seus órgãos corporais, o processo exige que durante toda a operação, a vontade do trabalhador permaneça em consonância com sua finalidade. Isso significa cuidadosa atenção. Quanto menos ele se sentir atraído pela natureza de seu trabalho e pela maneira por que é executado, e por conseguinte, quanto menos gostar disso como algo em que emprega suas capacidades físicas e mentais, tanto maior atenção é obrigado a prestar. (MARX, 1982, p. 197-198)
Segundo Bezerra (2007), Marx fala do trabalho em geral como uma atividade tipicamente humana, direcionada a um fim, que dota o homem da condição objetiva de trasceder sua dimensão natural, marcado pela historicidade, ou seja capaz de evoluir para o domínio da liberdade, distinguindo-se dos demais elementos da natureza.
A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. O comprador da força de trabalho consome-a, fazendo o vendedor dela trabalhar. Este, ao trabalhar, torna-se realmente no que antes era apenas potencialmente: força de trabalho em acção, trabalhador. Para o trabalho reaparecer em mercadorias, tem de ser empregado em valores-de-uso, em coisas que sirvam para satisfazer necessidades de qualquer natureza. O que o capitalista determina ao trabalhador produzir é, portanto um valor-de-uso particular, um artigo especificado. A produção de valores-de-uso muda sua natureza geral por ser levada a cabo em benefício do capitalista ou estar sob seu controle. Por isso, temos inicialmente de considerar o processo de trabalho à parte de qualquer estrutura social determinada. (MARX, 1982).
Sendo a maior expressão da condição social humana, o trabalho é poiésis humana. Daí o homem só é quando ele usufrui do que faz, material e simbolicamente; ele é enquanto faz, enquanto troca, o trabalho é a expressão própria do homem, uma expressão de suas faculdades físicas e mentais.
Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza. Desenvolve as potencialidades nela adormecidas e submete ao seu domínio o jogo das forças naturais. Não se trata aqui das formas instintivas, animais, de trabalho. Quando o trabalhador chega ao mercado para vender sua força de trabalho, é imensa a distância histórica que medeia entre sua condição e a do homem primitivo com sua forma ainda instintiva de trabalho. Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana.
Ainda conforme Marx, 1982:
É falso afirmar que o trabalho, enquanto produtor de valores de uso seja a única fonte de riqueza produzida por ele, isto é, da riqueza material. Já que o trabalho é uma atividade que consiste em apropriar-se do que é material com esta ou aquela finalidade, necessita da matéria como pressuposição. A proporção entre trabalho e matéria natural varia muito nos diferentes valores de uso, mas o valor de uso contém sempre um substrato natural. Como atividade que visa de uma forma ou de outra, à apropriação do que é natural, o trabalho é condição natural da existência humana, uma condição do metabolismo entre homem e natureza independentemente de qualquer forma social. Ao contrário, trabalho que põe valor de troca é uma forma especificamente social do trabalho. Trabalho de alfaiate, por exemplo, em sua terminidade material como atividade produtiva particular, produz a roupa, mas não o seu valor de troca. Este é produzido pelo trabalho, não como trabalho de alfaiate, mas sim como trabalho abstratamente geral, que está inserido em um conjunto social, e cuja textura não saiu das mãos do alfaiate. (MARX, 1982, p. 148).
O trabalho é compreendido como atividade genuína, capaz de promover o desenvolvimento humano; diz ainda que, o trabalho não é só um meio para um fim - o produto - mas um fim em si mesmo, a expressão significativa da energia humana. (FROMM, 1983, p. 48). São componentes do processo de trabalho segundo Marx:
 A atividade adequada a um fim, isto é o próprio trabalho;
 A matéria a que se aplica o trabalho, o objeto de trabalho;
 Os meios de trabalho, o instrumental de trabalho.
Marx define "terra", que do ponto de vista econômico compreende a água como a aquela que provê ao homem os meios de subsistência. Assim separa o homem da natureza, distinguindo-os:
A terra (do ponto de vista econômico, compreende a água) que, ao surgir o homem, o provê com meios de subsistência prontos para utilização imediata, existe independentemente da ação dele, sendo o objeto universal do trabalho humano. Todas as coisas que o trabalho apenas separa de sua conexão imediata com seu meio natural constituem objetos de trabalho, fornecidos pela natureza. Assim, os peixes que se pescam, que são tirados do seu elemento, a água, a madeira derrubada na floresta virgem, o minério arrancado dos filões. Se o objeto de trabalho é, por assim dizer, filtrado através de trabalho anterior, chamamo-lo de matéria-prima. Por exemplo, o minério extraído depois de ser lavado. Toda matéria-prima é objeto de trabalho, mas nem todo objeto de trabalho é matéria-prima. O objeto de trabalho só é matéria-prima depois de ter experimentado modificação efetuada pelo trabalho. O meio de trabalho é uma coisa ou um complexo de coisas, que o trabalhador insere entre si mesmo e o objeto de trabalho e lhe serve para dirigir sua atividade sobre esse objeto. Ele utiliza as propriedades mecânicas, físicas, químicas das coisas, para fazê-las atuarem como forças sobre outras coisas, de acordo com o fim que tem em mira. A coisa de que o trabalhador se apossa imediatamente, - excetuados meios de subsistência colhidos já prontos, como frutas, quando seus próprios membros servem de meio de trabalho, - não é o objeto de trabalho, mas o meio de trabalho. Desse modo, faz de uma coisa da natureza órgão de sua própria atividade, um órgão que acrescenta a seus próprios órgãos corporais, aumentando seu próprio corpo natural, apesar da Bíblia. A terra, seu celeiro primitivo, é também seu arsenal primitivo de meios de trabalho. Fornece-lhe, por exemplo, a pedra que lança e lhe serve para moer, prensar, cortar etc. A própria terra é um meio de trabalho, mas, para servir como tal na agricultura, pressupõe toda uma série de outros meios de trabalho e um desenvolvimento relativamente elevado da força de trabalho [...]. (MARX, 1982)
Na história do capitalismo, o trabalho sempre foi referendado como uma luta do proprietário e escravo, proletariado, operário, do senhor e do escravo. Se tomarmos o trabalho somente por esta via, entenderemos que é através da cotidianidade que o homem vai pouco a pouco construindo a história, tornando-se na concepção marxista ser histórico, antológico.
[...] em cada fase histórica, "o homem" foi introduzido sorrateiramente por sob os indivíduos anteriores e apresentado como a força motriz da história. Todo o processo foi então concebido como processo de auto-alienação "do homem", e isto se deu essencialmente porque o indivíduo médio da fase posterior sempre [foi] introduzido sorrateiramente na anterior e a consciência da fase posterior nos indivíduos da fase anterior. Graças a esta inversão, que desde o início faz abstração das condições reais, foi possível transformar toda a história num processo de desenvolvimento da consciência. (MARX & ENGELS, 1987, p. 107).
O conhecimento, portanto, surge dessa relação que o homem estabelece com a natureza por meio do trabalho mediado pela linguagem. Disso resulta, portanto, que as relações sociais que os homens estabelecem na produção de sua existência, juntamente com a sua capacidade de produzir, constituem o modo de produção, caracterizado na obra de Marx e Engels, "A Ideologia Alemã", de acordo a Frigotto (1993) como:
(...) uma determinada forma de atividade dos indivíduos, determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos. Tal como os indivíduos manifestam sua vida, assim eles são. O que eles são coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem, como com o modo como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção. (1996, p. 27-28). A categoria modo de produção da existência constitui-se, então, no elemento básico para entendermos como os homens concretamente se produzem pelo trabalho, e como historicamente as relações sociais de produção da existência variam (FRIGOTTO, 1993).

A realização do ser social historico, se processa a partir da produção e reprodução de sua existência efetivada através do ato social do trabalho, da cooperação existente no processo material, o que irá prodizindo a cotidianidade, a história, a sociedade e o Estado.
Observa-se, no entanto que não é condição humana vender sua força de trabalho a outrem, mas sim produzir, através de seu trabalho, valores de uso necessários para a sua sobrevivência e de sua família. O processo de transformação da força de trabalho em mercadoria surgiu com o capitalista, utilizando de dinheiro, poder e força bruta, para expropriar do trabalhador todas as condições de sobrevivência fora do processo de produção capitalista no mercado.
De acordo a teoria de Marx, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado. Segundo Marx (1845) o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes, as forças econômicas tiverampapel central. "O moiho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial". Marx, ibidem).
Para Marx o trabalho produtivo é aquele que gera mais-valia, que remunera o capital, que obriga o trabalhador a vender sua força de trabalho (o único bem que possui para vender), porém recebendo como salário o equivalente a apenas uma parcela desse trabalho.
Há uma diferença substancial no tratamento que Marx dá à categoria de trabalho produtivo em O Capital, capítulo V do livro I, onde estuda o processo de produção capitalista do ponto de vista do processo de trabalho, o que significa que o estuda no que possui de comum com a produção em qualquer época histórica, independentemente das relações sociais existentes. Assim, analisa os elementos que compõem o processo de trabalho, que seriam os meios de trabalho, o objeto de trabalho e a ação humana transformadora, independentemente das relações sociais existentes. Nessa análise, o trabalho produtivo aparece como sendo aquele que diretamente produz valores de uso.

Marx afirma que:
[...] independentemente de suas formas históricas, como um processo entre o homem e a natureza. [...] Observando-se todo o processo do ponto de vista do resultado, do produto, evidencia-se que meio e objeto de trabalho são meios de produção, e o trabalho é trabalho produtivo. [...]. "Essa conceituação de trabalho produtivo, derivada apenas do processo de trabalho, não é de modo nenhum adequada ao processo de produção capitalista?" (Marx, L. I, cap. XIV, p 583).
Marx aborda as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos e rupturas. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido. A divisão do trabalho, característica da industrialização, em que cada um apenas se responsabiliza por uma pequena etapa da produção, o empregado se aliena do processo total.
Na sociedade capitalista, portanto, para ser produtivo o trabalho precisa produzir valores de uso e, ao mesmo tempo, ser trocado por capital. Necessita, então, ser assalariado, mas ser assalariado do capital. Nas palavras de Marx, a categoria de trabalho produtivo se confunde com a de trabalho subsumido diretamente ao capital, seja pela subsunção formal ou real.
O homem isolado não pode atuar sobre a natureza sem pôr em ação seus músculos sob controle do seu cérebro. [...] O processo de trabalho conjuga o trabalho do cérebro e o das mãos. Há de ser o resultado imediato da atividade do produtor individual para tornar-se produto social, comum, de um trabalhador coletivo, isto é, de uma combinação de trabalhadores, podendo ser direta ou indireta a participação de cada um deles na manipulação do objeto sobre o que incide o trabalho. A conceituação do trabalho produtivo e de seu executor, o trabalhador produtivo, amplia-se em virtude desse caráter cooperativo do processo de trabalho. Para trabalhar produtivamente não é mais necessário executar uma tarefa de manipulação do objeto de trabalho; basta ser órgão do trabalhador coletivo, exercendo qualquer uma das suas funções fracionarias. (Marx, L. I, cap. XIV, p. 584)
Isso significa concretamente que, uma série de serviços realizados por trabalhadores assalariados devem ser considerados parte do trabalho coletivo.
Além desse conceito, Marx desenvolveu ainda os conceitos de trabalho abstrato e trabalho concreto. No qual trabalho concreto seria uma forma materializada, planejada, destinada a um fim (valor-de-uso), no qual está embutido e considerado todo o processo do trabalho. Quanto ao trabalho abstrato, segundo Marx, desaparece o trabalho corporificado no produto, logo as diferentes formas de trabalho concreto. Redur-se ao tempo de trabalho necessário para a produção de determinado mercado.
No capitalismo, o trabalho deixa de ser móvel de realização humana para constituir-se em fonte de aniquilamento do ser humano como sujeito. As potencialidades do trabalho concreto ? criador de utilidades (bens e serviços) que possibilitam a emancipação humana, sua emancipação enquanto sujeito histórico ? são secundarizadas em favor da precedência absoluta do trabalho abstrato ? criador do valor econômico que serve à expansão do capital. Portanto podemos afirmar que no capitalismo são violentas as condições de exercício de um trabalho emancipador do homem histórico, mesmo tido como "homem livre". A sociedade capitalista segundo Saviani (1987) desenvolveu mecanismos através dos quais ela procura expropriar o conhecimento dos trabalhadores e sistematizar, elaborar esses conhecimentos, e os devolver na forma parcelada.
O abstrato, nascido da mente, aparece frente a essa mente na forma de dinheiro, como fenômeno real, externo. O dinheiro, a encarnação do trabalho abstrato, não deixa transparecer nenhum conteúdo concreto; apresenta sempre a mesma qualidade, sendo um fenômeno insensível com forma sensível, um paradoxo. (KURZ, 1993, p.240).
Para Kurz (1993), o trabalho abstrato não é apenas trabalho socialmente igualado abstraído das suas propriedades concretas, o trabalho abstrato chega a ser uma espécie de neurose obsessiva da economia, elucidada através de uma abstração real que, apesar de não ter conteúdo específico, adquire direto o poder material.
Marx (1982), considera o trabalho abstrato como pressuposto da igualação social do trabalho, sua homogeneidade fisiológica, que é a mesma base da divisão social do trabalho. Rubin (1988) embora enfatize o caráter social do trabalho abstrato, insiste no esclarecimento de que tal pressuposto é biológico (referindo-se à própria anatomia humana), não se devendo confundi-lo com as causas do desenvolvimento da divisão social do trabalho que, na verdade, são sociais; salienta que somente sobre a base da produção mercantil foi possível desenvolver-se o caráter homogêneo de todas as atividades de trabalho enquanto formas de trabalho humano em geral, base essa marcada pelo amplo desenvolvimento da troca (de tempos de trabalho incorporados), transferência em massa de indivíduos de uma para outra atividade e indiferença dos mesmos em relação à forma concreta de trabalho.
Rubin (1988) conclui que o trabalho fisiológico em geral e trabalho fisiologicamente igual não são em si mesmo trabalho abstrato, mas sim seu suposto. Para MARX (1982) essa igualação pode dar-se na produção direta, antes do ato de troca propriamente dito, no plano mental (como previsão); mesmo assim, ainda que preceda a troca, só se realiza efetivamente no ato de troca, pela igualação do produto de um determinado trabalho a uma certa soma de dinheiro.
Já o trabalho concreto, para MARX (1982), é qualquer trabalho gerador de valores de uso, dando-se em sua especificidade, a partir das inúmeras forças de trabalho individuais, Essa discussão de trabalho concreto, abstrato e igualação do trabalho conduz também à reflexão sobre a divisão do trabalho, que viabiliza o sistema de produção mercantil.
MARX (1982) reporta-se a duas formas de divisão do trabalho:
[...] a divisão social do trabalho (forma característica de todas as sociedades, marca do trabalho humano, fenômeno de distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades de produção) que se distingue da divisão manufatureira ou pormenorizada do trabalho (ou ainda divisão técnica do trabalho), assinalada pelo parcelamento dos processos implicados na confecção do produto, em numerosas operações executadas por diferentes trabalhadores. A divisão manufatureira do trabalho apresenta-se como o mais antigo e inovador princípio do modo capitalista de produção, permanecendo a divisão do trabalho como o basilar princípio da organização industrial.(MARX, 1982, p.408)
No Dicionário do Pensamento Marxista de Bottomore (2001) traz uma leitura sobre a divisão social do trabalho nos textos de Marx, colocada da seguinte maneira segundo Mohun (1988):
Primeiro, há a divisão social do trabalho, entendida como o sistema complexo de todas as formas úteis diferentes de trabalho que são levadas a cabo independentemente uma das outras por produtores privados, ou seja, no caso do capitalismo, uma divisão do trabalho que se dá na troca entre capitalistas individuais e independentes que competem uns com os outros. Em segundo lugar, existe a divisão do trabalho entre os trabalhadores, cada um dos quais executa uma operação parcial de um conjunto de operações que são, todas, executadas simultaneamente e cujo resultado é o produto social do trabalhador coletivo. Esta é uma divisão do trabalho que se dá na produção, entre o capital e o trabalho em seu confronto dentro do processo de produção. Embora esta divisão do trabalho na produção e a divisão de trabalho na troca estejam mutuamente relacionadas, suas origens e seu desenvolvimento são de todo diferentes (MOHUN, 1988, p.112).
A distinção e simultânea articulação entre o trabalho e o trabalho abstrato estão na essência da distinção ontológica entre a função social dos operários e a dos assalariados não-operários.
Como uma MERCADORIA encerra ao mesmo tempo um VALOR DE USO e um VALOR, o trabalho que a produz tem duplo caráter. Em primeiro lugar, qualquer ato de trabalho é uma atividade produtiva de um determinado tipo, que visa a um objetivo determinado (O Capital, I, cap. I); assim considerado, é "trabalho útil" ou " concreto", cujo produto é um valor de uso.[...] Em segundo lugar. Qualquer ato de trabalho pode ser considerado separadamente de suas características específicas, simplesmente como dispêndio de FORÇA DE TRABALHO humana, "o trabalho humano em geral". [...] O trabalho concreto e o trabalho abstrato [...] são a mesma atividade em seus aspectos diferentes. (BOTTOMORE, 2001. p. 383).
Transformados em mercadorias, o homem e sua força de trabalho constituem o núcleo do sistema capitalista, pois a força de trabalho, enquanto mercadoria garante a produção de outras mercadorias que possuem ao mesmo tempo valor de uso e valor de troca. Portanto, ao capital só interessa produzir mercadorias cujo valor de uso tenha a virtualidade da troca, esclarece Marx (2000):
Quem com seu produto satisfaz a própria necessidade gera valor-de-uso, mas não mercadoria. Para criar mercadoria, é mister não só produzir valor-de-uso, mas produzi-lo para outros, dar origem a valor-de-uso social. (MARX, 2000, p. 63).

Assim, o trabalho em sua forma humana é a mediação que o homem necessita para construir-se historicamente. A centralidade do trabalho na sociedade está precisamente em seu poder de explicação dessa sociedade e da história, não podendo, entretanto, ser confundido com a razão de ser e o objetivo último do homem enquanto ser histórico.
Marx (2000), toma a experiência humana como totalidade e o ser humano como ser social, historicamente situado, produto e produtor da própria história. Nessa perspectiva, o ser social não é a soma do individual e do social, mas a síntese das relações existentes, articulando-se à configuração social no e por meio do desenvolvimento histórico concreto. É, portanto o que trabalho possibilita essa historicidade, não é a razão de ser dela. O trabalho é central porque possibilita a realização do bem viver, que é precisamente o usufruir de tudo que o trabalho pode propiciar.
Nas palavras de Marx (1972):
[...] mesmo quando eu atuo cientificamente, etc., uma atividade que raramente posso levar a cabo em comunidade imediata com outros, também sou social, porque atuo enquanto homem. Não só o material de minha atividade ? como a própria língua, na qual o pensador é ativo ? me é dado como produto social, como também meu próprio modo de existência é atividade social, porque o que eu faço de mim, o que faço para a sociedade é com a consciência de mim enquanto um ser social. [...] Deve-se evitar antes de tudo fixar a "sociedade" como outra abstração frente ao indivíduo. O indivíduo é o ser social. A exteriorização da sua vida ? ainda que não pareça na forma imediata de uma exteriorização de vida coletiva, cumprida em união e ao mesmo tempo com outros ? é, pois, uma exteriorização e confirmação da vida social. A vida individual e a vida genérica do homem não são distintas, por mais que, necessariamente, o modo de existência da vida individual seja um modo mais particular ou mais geral da vida genérica, ou quanto mais à vida genérica seja uma vida individual mais particular ou geral. [...] o homem ? por mais que seja um indivíduo particular, e justamente é sua particularidade que faz dele um indivíduo e um ser social individual efetivo ? é da mesma medida, a totalidade, a totalidade ideal. (MARX, 1974, p. 16).
Assim, segundo Heller (1982):
[...] o sistema de Marx contém uma contradição particular: por um lado, Marx construiu filosoficamente o sujeito da revolução, ou seja, formulou a hipótese de uma classe que, necessariamente, enquanto classe, por meio de um processo revolucionário, liberta toda a humanidade. Por outro lado, descreveu a sociedade capitalista de modo a demonstrar que as leis econômicas conduzem necessariamente a uma revolução histórico-social. (Heller, 1982, p. 14).
De acordo ao citado, para ter acesso aos meios de produção e poder produzir sua própria existência material, o trabalhador tem de submeter-se às regras do capital, realizando um trabalho forçado, que não serve a ele, trabalhador, mas ao proprietário do capital. Essa separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho provoca uma cisão no próprio homem, pois, como vimos, o que ele produz constitui parte de sua humanidade que, neste caso, separa-se dele, sendo expropriada por aquele que detém a propriedade das condições de vida (representada pelos meios de produção).
No capitalismo, o trabalho deixa de ser móvel de realização humana para constituir-se em fonte de aniquilamento do ser humano como sujeito. As potencialidades do trabalho concreto ? criador de utilidades (bens e serviços) que possibilitam a emancipação humana, sua emancipação enquanto sujeito histórico ? são secundarizadas em favor da precedência absoluta do trabalho abstrato ? criador do valor econômico que serve à expansão do capital. Portanto podemos afirmar que no capitalismo são violentas as condições de exercício de um trabalho emancipador do homem histórico, mesmo tido como "homem livre". A sociedade capitalista segundo Saviani (1987) desenvolveu mecanismos através dos quais ela procura expropriar o conhecimento dos trabalhadores e sistematizar, elaborar esses conhecimentos, e os devolver na forma parcelada.
Na sociedade em que rege o modo capitalista de produção, condicionam-se reciprocamente a anarquia da divisão social do trabalho e o despotismo da divisão manufatureira do trabalho. (MARX, 1982, p.408).
Braverman (2001) destaca que essa divisão pormenorizada ocorre com menosprezo das capacidades e necessidades do homem, representando um crime contra o ser humano. O que não significa dizer que não seja necessário o avanço da ciência, as inovações, o que deve ser observado e reconhecido é a forma como vem sendo efetivada essa tendência na especialização.
Neste sentido, o homem é o único ser ético, porque, diversamente do animal e de tudo mais que há na natureza, assume uma posição de não indiferença (ORTEGA y GASSET, 1963) diante do mundo. O homem depara-se com sua circunstância e diz "Isto é bom; isso não é bom", demonstrando, portanto, ser criador de valores. O homem cria valores e, a partir deles, estabelece objetivos (SAVIANI, 1980). Ao aplicar sua atividade para a busca de objetivos (que são humanos, criados por ele, não preexistentes a ele), o homem se constrói, construindo um mundo novo ao seu redor, pelo trabalho (MARX, s.d.). Isso porque o homem não se contenta com sua "liberdade" natural, considerada mera licença, mas, sobre ela, transcendendo-a, constrói a verdadeira liberdade.
A mediação do trabalho abstrato torna a relação do trabalho com a totalidade social muito mais complexa, porque o capitalismo maduro abre a possibilidade, historicamente inédita, de que a classe operária efetive a identidade entre a classe que realiza o trabalho e a classe politicamente central.
Considerações Finais
Continua proeminente a discussão sobre a categoria trabalho na contemporaneidade, principalmente sob a ótica da classe trabalhadora e dos intelectuais, vinculando tal categoria - trabalho - ao contexto educacional, fazendo frente ao discurso neoliberal do governo, inclusive ao compromisso da democratização da educação dos trabalhadores e seus filhos, advindos de um novo projeto de sociedade, vislumbrando a democratização da educacional no Brasil.
Como vimos uma das perspectivas para se pensar o trabalho está relacionada a seu sentido ontológico. Tanto para Marx (1974), Engels (1987), em sua obra "Sobre a transformação do macaco em homem", onde enfatiza que o trabalho é a condição básica de toda a vida humana, quanto em Braverman (2002), bem como demais teóricos citados, que também insistem na idéia do trabalho como atividade especificamente pertencente à espécie humana, que altera o estado natural da natureza para melhor servir-se dela, satisfazendo, com isso, suas necessidade, que se configura antes em sua mente, para depois exteriorizar-se, podendo, inclusive, ser executado por outras mãos, que não aquelas que o planejou.
Essa atividade humana que transforma a natureza e o próprio homem é decisiva. É ela que promove o salto para além dos instintos e constrói a existência social do homem. Embora a vida não se resuma ao trabalho, não há vida humana sem trabalho. Essa perspectiva de compreensão do trabalho não tem que ver com o trabalho abstrato, produtor de mais-valia, alienado. Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social que caberia a educação.
Em oposição à concepção burguesa de educação, Gramsci (1978), indicava que "nem um ?estudo objetivo?, nem uma ?cultura desinteressada? pode ter lugar nas nossas filas (...)". Dizia, ainda, referindo-se ao partido:
(...) somos uma organização de luta, e nas nossas filas se estuda para acrescentar, para afinar a capacidade de luta de cada um e de toda a organização, para compreender melhor quais são as posições do inimigo e as nossas, para poder adequar melhor as nossas ações de cada dia. Estudo e cultura não são para nós outra coisa que a consciência teórica dos nossos fins imediatos e supremos e do modo que podemos conseguir traduzi-los em ação. (Gramsci, 1978, p. 49-50).
Desta forma, sem pretensão de esgotar o debate, mas a título de reflexão, entendendo que o educador não é um trabalhador alienado ? a serviço do senhor, mas como aquele que desenvolve seus poderes inativos, compelindo-os a agir em obediência à sua autoridade, como nós, professores, podemos garantir um trabalho digno, não-alienado? Como proporcionar ao outro esta possibilidade de desenvolver sua altivez humana? Só através do nosso trabalho, claro, da nossa práxis efetiva. E o que precisamos para tal?

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