Brasil no Front: Tomada de Monte Castelo

Já era fevereiro de 1945 o setor da FEB (Força Expedicionária Brasileira), incorporada ao V Exército Americano, sofria com temperaturas abaixo de 10 graus, no Teatro de Operações na Itália, no vale do Reno, onde ficava nas encostas um dominante arco de elevações - Belvedere, Gorgolesco, Monte Castelo, Della Torracia e Torre di Nerone, e do qual Monte Castelo, funcionava como uma privilegiada situação topográfica e tática, defendida pela aguerrida 232ª Divisão de Infantaria alemã.

Os soldados brasileiros com neve até o peito, eram ainda acompanhados pelo fogo inimigo de morteiros, cujas granadas "pipocavam" ao lado dos jeeps e caminhões.

Em alguns postos de observação brasileira, olhava-se para cima, e em algumas vezes até mesmo verticalmente. Alguns soldados diziam que os alemães "cospem" em nossos morteiros. Cuspir era um modo de dizer, mais atiravam pedras de suas alturas.

Enquanto isto, a 1ª esquadrilha brasileira executava uma de suas melhores missões. Uma formação de aviões do Brasil, chefiados pelo capitão Newton Lagare Silva, despejou bombas incendiárias sobre uma concentração de veículos alemães ao leste de Mantua. Toda área ficou transformada numa massa de fogo, destruindo 80 veículos alemães e vários carros de tração animal.

Antes, no Quartel General Aliado na Itália, seis pilotos de caças bombardeiros da Força Aérea Brasileira, recebiam as primeiras condecorações dos Estados Unidos da América, conferidas a pilotos sul americanos, por atos de heroismo praticados nas operações da frente italiana.

E os soldados da FEB, que estiveram entrincheirados nas encostas no vale do Reno, por três vezes atacaram Monte Castelo, e acabaram sobrendo consideráveis perdas.

A falta completa de cobertura nas proximidades do topo da montanha e o fogo cruzado alemão do Monte Belvedere, havia tornado dificil o avanço brasileiro.

Tão logo melhoraram as condições climáticas, o comando americano retornou à ofensiva, apossando-se do arco montanhoso, com a 10ª Divisão de Montanha.

Os americanos conquistaram a parte meridional do Monte Belvedere, e as tropas brasileiras que combatiam a direita, e que contava com o apoio aéreo, de nosso Grupo de Caça, conquistaram Monte Castelo e conquistaram a importante vila estratégica de Abetaia.

O contra ataque-alemão, com uns 60 a 80 homens limitou-se contra os americanos.

O dia 21 de fevereiro de 1945 assinala a vitória de Monte Castelo.

Bibliografia:

Costa, Octavio Pereira da. Trinta anos depoios da volta: o Brasil na II Guerra Mundial. 2. ed. Rio de Janeiro, Expressão e Cultura, 1976.

Diário de S. Paulo, ano XVII, 24 de Fevereiro 1945 n° 5160