Brasil, o país do futuro, o celeiro do mundo, esses são alguns adjetivos que são empregados ao Brasil, mas por que não ser hoje o futuro? Por que ao invés de celeiro não ser o país desenvolvido do mundo?

Desde a sua colonização, feita em 1500 pelos portugueses, o Brasil, que antes tinha outras denominações, foi sempre explorado, sem medir os impactos que aquilo traria futuramente. Portugal um país europeu, que não era uma potência mundial na época, e de proporções territoriais infimas, viu na terra nova a chance de se promoverem.

Começou aí as desigualdades sociais, com os portugueses apenas retirando o que tinha de bom no Brasil, o que lhes era interessante, até que devido a questões políticas portuguesas a realeza foi obrigada a se mudar para o Brasil, poderia ser um divisor de águas na vida deste novo país, mas não foi, continuaram presentes e de forma muita forte as diferenças sociais que a população sofria, o contraste povo e realeza.

Avançando muito rapidamente na história, o Brasil foi povoado pelos mais diversos tipos de etnias e raças, houve a época de imigração dos escravos, dos italianos, dos próprios portugueses, japoneses e por aí vai. O grande problema destas imigrações era que na maioria das vezes estas pessoas eram refugiados.

Refugiados estes que fugiam de uma situação degradante no seu país de origem, excluindo obviamente os escravos que eram obrigados a vir trabalhar, que eram tratados como mercadorias, estas pessoas acabavam por aceitar diversas situações que lhes eram impostas, em troca do mínimo de condição de sobrevivência.

Mesmo com a Lei Áurea, que libertou os escravos, e outras leis que visavam garantir direitos a estes menos favorecidos, saía de cena a dependência de sobrevivência equiparada a vassalagem e entra em cena a dependência economica.

Os produtores, latifundiários, que obtinham a geração de empregos pagavam pouco, faziam os seus funcionários comprarem em estabelecimentos seus por preços exorbitantes, com isso o salário inteiro muitas vezes ficava na vendinha.

Em pleno século XXI, era de se esperar que o Brasil já tivesse se recuperado de este passado obscuro, sem oportunidades, porém não foi o que aconteceu, ainda há uma discrepância enorme entre os ricos e os pobres, discrepância muitas vezes não só econômica, mais também jurídica, de educação, aonde os ricos tem as melhores condições, condições dos pobres que não chegam nem perto da que os ricos podem usufruir.

Porém internamente no Brasil há esse contraste, aonde o pobre para crescer tem que virar jogador de futebol, e os milhares que não conseguem? Por que pelo estudos pouquissímos terão a chance, a realidade que conhecem é a realidade da favela, da escola de lata, da merenda de água com farinha. Enquanto o rico estuda fora do país, numa falsa ilusão de superioridade, pois lá no exterior são tratados como tratam os pobres aqui.

Por isso que o Brasil é o país do futuro, o celeiro do mundo, o mundo apenas nos vê como terra em que tudo dá, um país de proporções continentais, mas que não passa disso. Ou passa, só que aí é o país do samba, do futebol e do turismo sexual.

Internamente o Brasil ainda carrega resquícios da herança maldita de sua colonização, poucos detém grandes fortunas enquanto a maioria se mata por pouco. As origens das desigualdades sociais no Brasil vêm desde a época da colonização, passou por várias roupagens, vários nomes, mais continua a mesma coisa. O detentor de riquezas tem todas as oportunidades do mundo, e o pobre seuqer tem oportunidade.

Indubitavelmente, cotas presentes nas universidades são necessárias, para tentar diminuir as desigualdades encontradas, as cotas não vão acabar com os problemas, mas ajudarão a diminuir, porém, como tudo no Brasil, conseguiram corromper as cotas, pessoas corruptas passam por cima dos requisitos para conseguir uma coisa que por direito não era sua.

Acreditamos na justiça, que ela vai processar e julgar, impor sanção aos que desrespeitam a lei, mas não é isso que acontece, a própria justiça também está corrompida, absolvendo o rico e penalizando o pobre.

Para o Brasil ser um país digno, o povo tem que mostrar seu rosto, que está atento ao que impõe a ele, é uma batalha, difícil, árdua, porém, não é diferente da batalha que todo dia os Josés, as Marias enfrentam para sobreviver.