Vivemos atualmente num regime democrático, em que o poder é exercido pelo povo por meio do sufrágio universal. A Constituição de 1988, proclamada logo após o término da ditadura, fez o possível para assegurar os direitos do cidadão, incluindo a livre expressão de pensamento. É por causa dessa liberdade de pensamento que as manifestações contra o governo são válidas e aceitas. A última manifestação ocorreu no dia 16 de agosto de 2015, e, é a respeito dessa manifestação que o presente artigo vai tratar.

            A corrupção no Brasil é um assunto conhecido universalmente, comentado em muitos países por muitas pessoas. A insatisfação da população é mais do que compreendida, uma vez que é do dinheiro do povo que os políticos roubam e enriquecem suas gordas contas bancárias. As manifestações são os meios que os cidadãos possuem de gritar suas inconformidades para com o governo brasileiro. Porém, nem sempre são levadas a sério por conta de algumas bizarrices que acontecem.

            Na manifestação do ultimo dia 16 de agosto foi possível observar uma guerra de ideologias que envolvia xingamentos, comportamentos machistas e intolerância extrema entre as pessoas. Protestar contra o governo é válido e muito bem recebido por todos, visto que é a população que sofre os maiores prejuízos, faltar com respeito e educação não! Usaram o fato de a Presidente atual ser uma mulher, para xinga-la de todos os modos depreciativos existentes. Comportamento extremamente machista que já deveria ter sido deixado de lado, uma vez que a sociedade se encontra inserida no século XXI, uma era de tecnologias e desenvolvimento, tanto industrial como pessoal.

            Cartazes escritos em inglês, pedidos de intervenção militar e de socorro aos EUA, xingamentos machistas, desejos de morte, declarações de amor a Eduardo Cunha, foram apenas alguns acontecimentos da manifestação. A política corrupta brasileira desagrada toda a população e isso não é segredo para ninguém. Movimentos como esse tem muito valor dentro de um regime democrático, que é o vivido pelo Brasil. As pessoas esquecem apenas de pensar que com a intervenção militar, isso não seria possível. Mulheres que reproduziram cartazes machistas contra a Dilma, se esquecem que muitas outras sofreram abusos intermináveis para que elas pudessem estar hoje nas ruas protestando por um mundo melhor e com direitos igualitários. Pessoas que pedem pela intervenção militar se esquecem das centenas que foram torturadas, assassinadas e sequestradas por lutarem por um país democrático, garantindo direitos, como esse da liberdade de expressão. É preciso pensar mais antes de fazer, raciocinar mais antes de pedir por uma coisa que pode mudar completamente o rumo do país para um estado ainda pior do que ele já se encontra.