Boca do Acre, terra querida...

Engana-se quem de ti pensa ser dono

Terra linda e abençoada.

De ti usufrui vida como herdeiro...

E me apeguei.

Vivi anos felizes em tuas ruas,

Em teus rios,

Envolto nos mistérios das tuas matas.

Emaranhei-me em meio aos teus filhos por nascimento

E conquistei o direito de também ser chamado de filho.

Filho do coração.

Boca do Acre de belas paisagens

De um povo ordeiro, hospitaleiro.

No teu porto o meu rio decidiu descansar...

Confluindo suas águas barrentas com as águas claras e salobras

Do caudaloso Purus.

Terra de Deus, acolhedora, aconchegante,

Sou teu.

Fizestes meu coração acelerar,

No beijo roubado da primeira namorada,

Cujo nome guardamos em segredo,

Posto ter a gatinha reboculosa,

O destino levado a trilhar outros caminhos...

Tratei-te como a terra que me serviu de berço,

E o que por ti mais me dá apreço

É que me vistes crescer,

Emprestando, ainda em idade tenra

A base que tenho hoje

No Patronato Nossa Senhora de Nazaré.

És Terra de todos que de ti se achegam,

Abrigando-os como se fossem filhos.

És abençoada,

Terra de Deus!