Que nosso estilo de vida atual traz muitas facilidades isso é inegável. Porém algumas dessas facilidades podem ter um alto custo para nossa saúde. Um desses casos é o do perigoso BPA ou Bisfenol A, produto amplamente usado na produção de utensílios plásticos.

Quais utensílios? Uma infinidade deles: As embalagens plásticas com tampas (sim, aquelas que temos aos montes em casa), garrafas pet, mamadeiras, pratos, colheres, copos, latas para alimentos em conserva, brinquedos, produtos para cosmética, DVDs, computadores, eletrodomésticos, e até mesmo como preparado de cor em papéis térmicos, como extratos de banco e comprovantes de cartão.

Mas vamos nos ater aos que usamos para armazenar alimentos e água:

Segundo a ANVISA a substância BPA , denominada popularmente como bisfenol A é utilizada principalmente na produção de policarbonato e em vernizes epóxi. O policarbonato é um polímero que apresenta alta transparência e resistência térmica. Devido e essas características, e também por apresentar alta resistência contra deformações e quebra, o policarbonato é um item comum na indústria de plásticos.

O problema é que estudos recentes realizados por dois órgãos americanos - pela FDA ( Food and Drug Administration ) juntamente com o NCTR (National Center for Toxicological Research), levantaram dúvidas sobre a segurança do Bisfenol A com relação à contaminação dos alimentos e da água que ele armazena.

Essa discussão envolveu vários países, tanto que houve posicionamento de órgão reguladores, tais como a Organização Mundial de Saúde e em 2010 a OMS realizou uma reunião com especialistas de diversos países para discutir o assunto. Após os estudos, por precaução, alguns países, inclusive o Brasil, optaram por proibir a importação e à fabricação de mamadeiras que contém o Bisfenol A.

Essa proibição está vigente desde janeiro de 2012, assim sendo, mamadeiras com policarbonato não podem ser comercializadas no Brasil.

O grande problema é que devido à falta de fiscalização adequada, é bastante comum encontrar essas mamadeiras a venda em várias lojas. Essa medida foi muito importante, pois visa proteger crianças do 0 aos 12 meses, mas uma série de outros produtos, tais como, copos, pratos, talheres, chupetas, inclusive latas de leite em pó podem conter o BPA.

Ou seja, é extremamente importante ter paciência e identificar o selo BPA Free (livre de BPA) quando for comprar algum componente plástico com finalidades de armazenar bebidas ou alimentos !

Normalmente, a contaminação por BPA ocorre por ingestão, e isso é potencializado se o plástico for aquecido ( usado no micro-ondas ) neste caso elevando a taxa de contaminação para 55 vezes a mais, que se usado frio.

Os perigos:

O maior perigo do Bisfenol A, é que ele atinge o sistema endócrino, por se parecer com o hormônio feminino, o estrógeno. Isso pode causar disfunção no sistema, por agir como um disruptor endócrino (um disruptor endócrino é uma molécula exterior ao organismo (normalmente um composto químico sintético), que é capaz de alterar o funcionamento dos nossos hormônios), chegando a provocar mudanças no corpo.

Informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo ( SBEM-SP ) dizem que "Vale a pena ressaltar que alguns dos efeitos deletérios do Bisfenol-A como por exemplo de alterar a ação dos hormônios da tireoide, a liberação de insulina pelo pâncreas, bem como os de propiciar a proliferação de células de gordura foram observadores com doses nanomolares, ou seja, doses extremamente pequenas as quais seriam inferiores a suposta dose segura de ingestão diária.”

Os efeitos em longo prazo do BPA podem causar abortos, anomalias e tumores do trato reprodutivo, câncer de mama e de próstata, déficit de atenção, de memória visual e motora, diabetes, diminuição da qualidade e quantidade de esperma em adultos, endometriose, fibromas uterinos, gestação fora da cavidade uterina, hiperatividade, infertilidade, modificação no desenvolvimento de órgãos sexuais internos, obesidade, precocidade sexual, doenças cardíacas e síndrome de ovários policísticos.

Em mulheres no período de gestação, o cuidado dever ser maior ainda, pois a exposição precoce ao BPA pode levar a erros nos cromossomos do feto em desenvolvimento, causando abortos espontâneos e danos genéticos.

Uma exposição de apenas 0,23 partes por bilhão de BPA é suficiente para interromper o efeito do estrogênio no cérebro do bebê em desenvolvimento.

Ou seja! Quanto mais você puder evitar melhor, principalmente se você está gestante ou tem crianças pequenas.

Você já reparou o aumento de casos de diabetes? Dos casos de hiperatividade e endometriose? Serão coincidências ou aumento de ingestão indiscriminada de BPA?

Como evitar, ou tentar minimizar este problema:

- Troque todo recipiente plástico que for possível por vidro, cerâmica ou aço inox;

- Jogue fora recipientes velhos e riscados;

- Quanto mais o recipiente for colocado em lava louça, mais BPA ele desprenderá;

- Alguns detergentes são mais agressivos que outros, ajudando a liberação do BPA;

- Não use esponjas de aço em recipientes plásticos;

- Evite levar alimentos dentro de recipientes plásticos no micro ondas ou no freezer;

- Hoje são bem comuns recipientes de vidro, com a tampa plástica. Já ajuda muito!

- Minimize o uso de alimentos e bebidas enlatadas. O Bisfenol A é usado como resina epóxi no revestimento interno das latas;

E principalmente:

Se não tiver jeito e o recipiente precisar ser de plástico, procure por itens que contenham o SELO, BPA Free, ou seja. Livres de Bisfenol/BPA (veja abaixo). Tenha esse cuidado redobrado quando for comprar mamadeiras ou chupetas.

Os selos mais comuns de produtos livres de BPA:

livre de BPA livre de BPA livre de BPA

Cuide-se. Não permita que o comodismo ou a falta de tempo prejudiquem a sua saúde. As ações e o tempo investido para recupera-la serão muito maiores !

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