1 INTRODUÇÃO.

 

            Os trabalhadores de enfermagem estão constantemente expostos a diversos riscos em seu ambiente de trabalho, podendo trazer diversos problemas de saúde aos profissionais que nele trabalham. Neste contexto, a biossegurança é um tema relevante na vida dos profissionais de enfermagem, visto que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados, principalmente os profissionais que desenvolvem suas atividades em áreas críticas dos hospitais, por estarem mais suscetível a acidente envolvendo material biológico, químico, físico, ergonômico e psicossociais.

            A biossegurança é uma ciência surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em laboratório, nas diversas áreas do hospital ou quando aplicadas ao meio ambiente (POSSARI, 2007 apud LINS, 1998).    

            Biossegurança é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o meio ambiente” (FIOCRUZ).

            No ambiente de trabalho, o risco ocupacional pode ou estar oculto por ignorância, falta de conhecimento ou de informação, situação em que o trabalhador sequer suspeite de sua existência. Pode também se encontrar latente, situação em que o risco só se manifesta e causa danos em situação de emergência ou condições de estresse; o trabalhador sabe que está “correndo risco”, mas as condições de trabalho o forçam a isso; também o risco pode ser real conhecido de todos, mas sem possibilidade de controle, quer por inexistência de solução para tal, quer pelos altos custos exigidos, quer, ainda, por falta de vontade política (BULHÕES, 1994 apud REZENDE, 2003).

            Possari (2007), afirma que no ambiente Hospitalar o risco é uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoa, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo ou redução da capacidade de produção. Risco expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou números de ciclos operacionais.

            Para Fernandes (2000), o risco biológico é o mais comum entre os profissionais de saúde. Esse risco aumentou após o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS e do crescimento do número de pessoas infectadas pelos vírus da hepatite B e C.

            A CME, é definida pelo Ministério da Saúde como o "conjunto de elementos destinado à recepção e expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades de estabelecimento de saúde". Assim, é de sua responsabilidade o processamento de todos os artigos médico-hospitalares, desde a limpeza, a seleção quanto à integridade e funcionalidade e o acondicionamento em embalagens adequadas, até a distribuição desses artigos esterilizados a todas as unidades consumidoras, de forma a assegurar-lhes a quantidade e a qualidade necessárias à realização de todos os procedimentos assistenciais para o desenvolvimento do plano terapêutico dos clientes (SILVA, 1998).

            De acordo com Possari (2007) na Central de Material e Esterilização, devem ser utilizadas medidas de precauções-padrão recomendadas para o cuidado de todos os pacientes, em caso de contato antecipado com sangue e com secreções, fluído ou excreções corporais, pele não-íntegra ou membrana mucosas, com a finalidade de reduzir o risco de transmissão de patógenos do sangue e outros no CME.      

            O interesse por biossegurança, surgiu durante uma visista clínica realizada na CME do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, de grande porte, de nível terciário, cuja finalidade é prestar assistência adequada à população. Observamos as condições a que estão expostos os servidores que desenvolvem suas atividades laborais principalmente no setor expurgo, onde ocorre o manuseio com materiais biológico e o improviso de ferramenta de trabalho, materiais e EPI.

            Segundo Tipple et al., (2007) os trabalhadores de CMEs estão expostos a secreções orgânicas, ao lavar e manusear artigos contaminados; e podem ser fonte de transmissão de microrganismos para os pacientes, ao preparar um artigo que será esterilizado e manusear um artigo já esterilizado. Assim, a adoção do equipamento de proteção (EP), embora de uso individual, em algumas situações se presta à proteção coletiva.

            O uso dos EPI é uma medida imprescindível tanto à segurança dos trabalhadores quanto à dos pacientes. Conhecer esta realidade poderá contribuir para as ações institucionais na busca de melhores condições de trabalho e na qualidade do reprocessamento dos artigos, pois o conhecimento de como identificar e prevenir ou minimizar os fatores de risco presentes no CME tende a levar à redução da ocorrência de acidentes e a incidência de doenças ocupacionais (TIPPLE et al., 2007).

            O presente estudo tem como finalidade Analisar adesão da equipe de enfermagem da Central de Material Esterilizado (CME) acerca das Precauções Padrão de Biossegurança, Identificando os tipos de EPI utilizado pelos profissionais da Central de Material Esterilizado e se estes EPI utilizados são adequados as Normas de Precauções Padrão de Biossegurança recomendada pelo Ministério da Saúde, contribuindo de certa forma, na conscientização quanto à importância da utilização do  EPI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


2. OBJETIVOS

 

2.1 Objetivo Geral

 

            Analisar adesão da equipe de enfermagem da Central de Material Esterilizado (CME) acerca das Precauções Padrão de Biossegurança.

 

2.2 Objetivos Específicos

 

2.2.1 Identificar os tipos de EPI utilizado pelos profissionais da Central de Material Esterilizado.

2.2.2 Verificar se os EPI utilizados são adequados as Normas de Precauções Padrão de Biossegurança recomendada pelo Ministério da Saúde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3. METODOLOGIA

 

            Este trabalho é um estudo de caráter exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, pois de acordo com OLIVEIRA (2002) é uma das maneiras que os pesquisadores utilizam para transformar dados quantitativos e é utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritiva na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causas e efeitos. Também é empregado no desenvolvimento das pesquisas de âmbito social, econômicos, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a opinião dos resultados, e evitando com isso distorções de análise e interpretações. Esta pesquisa foi realizada no  Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro no município de Porto Velho/RO, no período de dezembro de 2008. O Hospital de Base é uma Unidade Pública de Saúde de nível terciário, de grande porte, conta com 520 leitos e dispõem de 1.548 servidores de acordo com Gerência de Recursos Humanos (GRH). Nosso estudo foi realizado na Central de Material Esterilizado (CME).

            A população pesquisada é composta por 19 servidores da equipe de enfermagem da CME, entrevistados, observados e descritos de acordo com seus procedimentos em seus devidos setores.

            Esta pesquisa baseou-se na Resolução 196/96 de Comissão Nacional de Ética que trata de pesquisa em seres humanos. O respeito à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.

            O instrumento utilizado na coleta de dados foi um formulário estruturado contendo questões fechadas e abertas, elaborado com base nos objetivos propostos.

            Para análise dos dados, procedemos com leitura dos dados, separação por categorias, respeitando os objetivos propostos pelos pesquisadores. Através deste levantamento, os dados foram tabulados para demonstração na pesquisa, utilizando-se tabelas com percentuais e discussão das mesmas.

 

 

 

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

            A Central de Material e Esterilização – unidade destinada à recepção, expurgo, limpeza, descontaminação, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos materiais utilizados nas diversas unidades de um estabelecimento de saúde. Pode se localizar dentro ou fora da edificação usuária dos materiais (SOBECC, 2007, p. 32).

            A CME é um setor de organização de Saúde, ou ainda, dentro do processo de prestação de assistência ao paciente, que lida com artigos médico-hospitalares e que está diretamente ligada com a qualidade da assistência prestada. Na atual situação econômica, não se pode deixar de ressaltar a vital importância deste setor para economia da instituição que depende de seus serviços como também da qualidade da assistência prestada (FERNANDES, 2000).

            Em 1968, Spaulding propôs uma abordagem racional à desinfecção e à esterilização, ao dividir os artigos ou produtos usados na assistência prestada aos pacientes em três distintas categorias, conforme seu grau de risco de infecção (SOBECC, 2007, p. 40), e assim os define:

 

            Artigos Críticos

 

            Referem-se aos artigos ou produtos em procedimentos invasivos com penetração em pele em mucosas adjacentes, tecidos e sistema vascular, incluindo todos os materiais que estejam diretamente conectados com essas regiões. São exemplos de tais artigos as agulhas, os cateteres intravenosos, os implantes, o instrumental cirúrgico e as soluções injetáveis (SOBECC, 2007, p. 40). A esterilização é um processo básico para que o uso desses produtos satisfaça os objetos propostos.

 

            Artigos Semi-críticos

 

            Dizem respeitos aos artigos ou produtos que entram em contato com pele não-integra, embora ficando restritos às suas camadas, ou com mucosas íntegras, a exemplo de sonda nasogástrica e equipamentos respiratórios. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização para que a qualidade de seu múltiplo uso seja garantida (SOBECC, 2007, p. 41).

 

            Artigos não-críticos

 

            Incluem artigos ou produto destinado ao contato com pele íntegra e mesmo aqueles que nem sequer contatam diretamente o paciente, como é o caso de termômetro e comadres, só para citar alguns. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo de sua finalidade ou da ultima utilização realizada (SOBECC, 2007, p. 41).

            Biossegurança é um conjunto de ações consideradas seguras e adequadas à manutenção da saúde do profissional, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados ao executar atividades que ofereçam risco da aquisição de profissionais a agentes infecciosos, tóxicos ou radioativos dentro do ambiente hospitalar (LINS, 1998, TEIXEIRA, 1996, apud POSSARI, 2007, p. 119).

            Portanto, biossegurança é uma ação educativa, e como tal pode ser representada por um sistema ensino-aprendizagem. Pode ser compreendida como um processo de aquisição de conteúdo e habilidades, com o objetivo de preservação da saúde do homem e do meio ambiente (POSSARI, 2007, p. 119).

 

            NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

 

            Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008).

 

          NR 06 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

 

            A Norma Regulamentadora NR6 considera Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. A função do EPI é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador que o usa. Eles evitam lesões ou minimizam sua gravidade, em casos de acidente ou exposição a riscos, também, protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que causam as doenças ocupacionais (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008).

 

            NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviço de Saúde

 

            Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de Proteção à segurança e a Saúde dos Trabalhadores dos Serviços de Saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à Saúde em geral (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.496).

 

            Riscos Biológicos

 

            Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não, as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.496).

      Conforme o anexo I da NR 32 os agentes biológicos são classificados em:

      Classe do risco 1: Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doenças ao ser humano (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.513).

Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.513).

                  Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.513).

            Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um individuo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento (ATLAS, Manuais de Legislação, 2008, p.513).

            Conforme o PPRA (Programa de Prevenção de Risco Ambientais) deve conter a Identificação dos riscos biológicos mais prováveis em função geográfica e a característica do serviço de saúde e seus setores, ressaltando:

a)      fonte de exposição e reservatórios;

b)      vias de transmissão e de entrada;

c)      transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;

d)     persistência do agente biológico no ambiente;

e)      estudos epidemiológicos e dados estatísticos;

f)       outras informações cientificas.

            Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto.

            Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.

            Os equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em números suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição.

            Em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho.

            Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, quando houver, ao serviço de segurança e saúde de trabalho e à Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA).

Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser responsáveis pelo seu descarte. São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.

                  A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO.

                  Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos que os trabalhadores estão expostos, o empregador deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde.

            Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas.

            Os serviços de saúde devem:

a) atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruído previstas na NB 95 da ABNT;

b) atender as condições de iluminação conforme NB57 da ABNT;

c) atender as condições de conforto térmico prevista na RDC 50/02 da ANVISA;

d) manter os ambientes de trabalho em condições de limpeza e conservação.

      No processo de elaboração e implementação do PPRA e do PCMSO.

      Devem ser consideradas as atividades desenvolvidas pela Comissão de Controle

de Infecção Hospitalar - CCIH do estabelecimento ou comissão equivalente.

      Antes   da   utilização   de   qualquer   equipamento   os  operadores   devem  ser

capacitados quanto ao modo de operação e seus riscos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


5.RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

            O grupo estudado foi composto por 19 servidores da CME, que atendiam aos critérios de inclusão para realização da pesquisa, estando eles cientes e dispostos a participar da mesma. Foram excluídos os servidores que se encontravam de Licença Prêmio, Licença Médica e Férias.

            Para melhor demonstração e interpretação dos resultados obtidos, procedemos com a utilização de tabelas, as quais terão análise dos dados coletados e discussão embasada e fundamentada de acordo com referencial teórico.   

 

 

      TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO – CARACTERÍSTICAS SOCIAIS DOS ENTREVISTADOS - PORTO VELHO/RO 2008.

 

Variáveis

n

%

Idade (anos)

 

 

   20 a 35

02

10,53

   36 a 50

10

52,63

   51 a 60

07

36,84

Total

19

100

Profissão

 

 

   Auxiliar de Enfermagem

09

47,37

   Técnico de Enfermagem

08

42,10

   Enfermeiro

02

10,53

Total

19

100

Sexo

 

 

   Feminino

18

94,74

   Masculino

01

5,26

Total

19

100

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                  Fonte: Próprios autores (2008)

 

                 Na tabela 01 a população caracterizou-se como predominantemente feminina 18(94,74%). Conforme afirma Spindola( 2000), a Enfermagem, enquanto opção profissional tem sido associada por diversos autores, à devoção e amor ao próximo e, atualmente, também à possibilidade de inserção num mercado de trabalho em expansão. Estar inserida no mercado de trabalho é fator de orgulho para as mulheres, que se sentem valorizadas e respeitadas. No que se refere à faixa etária, observa-se que a faixa etária 20 a 35 corresponde apenas 2 ( 10,53%) enquanto a faixa etária  entre 36 a 50 anos demonstra 10  (52,63 %) compreendendo mais da metade dos profissionais e 51 a 60  corresponde 07 (36,84%) mais de um terço dos profissionais da CME. Estudo realizado por Leite (2007), demonstra que a característica desta população está próxima à terceira idade, o que coincide com o perfil dos trabalhadores dos CMEs em geral, pela sua própria raiz histórica.

             No que se refere à formação profissional nos permitiu verificar que 2 (10.53%) Enfermeiros, 8 (42.10%) Técnico de Enfermagem e 9 ( 47.37 %) Auxiliar de Enfermagem. O CME deve estar sob a responsabilidade de enfermeiros capacitados, que realizem a orientação e supervisão de todas as etapas do reprocessamento de artigos. (Molina, 1997 apud Tipple, 2005). De acordo com SOBECC (2007), o quadro de pessoal que atua na CME deve ser composto de Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Auxiliares administrativos.

            Segundo (Tipple et al., 2004) afirma que para garantir a qualidade dos serviços prestados em CME é necessário que os recursos humanos tenham um perfil adequado para tal fim, bem como conter a devida capacitação teórica e prática.

                  Segundo (POSSARI, 2007) Os recursos humanos no CME são de grande importância para o desenvolvimento das atividades com alto padrão. A presença de profissionais qualificados, com freqüentes aperfeiçoamentos, é necessária para que se possa aprimorar a execução do trabalho, contribuir no controle da infecção hospitalar e assegurar a melhoria da assistência ao paciente.

                  A complexidade dos processos de esterilização, o alto custo na aquisição de instrumentais cirúrgicos cada vez mais sofisticados e a demanda cada vez maior no uso desses materiais, exigem investimentos na qualificação do profissional, na montagem e na manutenção da Central de Esterilização (BRASIL, 2001)

            Ter pessoas qualificadas, equipamentos e insumos que acompanham a evolução tecnológica é garantir a qualidade do serviço prestado e manter em níveis reduzidos os riscos de agravo à saúde do cliente (BRASIL, 2001)

            O quantitativo de pessoas necessárias para impulsionar a Central de Esterilização está diretamente relacionado ao porte da Instituição, a produção e a jornada de trabalho da equipe (BRASIL, 2001).

 

 

 

 

      TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO CONFORME CARACTERÍSTICA RELACIONADA A ACIDENTE COM MATERIAL PERFUROCORTANTE, AGENTES BIOLÓGICOS – PORTO VELHO 2008.

Variáveis

n

%

Acidente de trabalho com material perfurucortante

 

 

     Sim

09

47,37

     Não

10

52,63

Total

19

100

Tipo de Material:

 

 

     Agulha       

04

44,45

    Instrumental Cirúrgico

03

33,33

     Agulha e outros instrumentos cirúrgicos

02

22,22

Total

09

100

Os tipos de agentes biológicos

 

 

    Sangue

07

77,78

    Secreções

00

00

    Sangue e secreções

01

11,11

    Liquido amniótico

01

11,11

    Urina

00

00

Total

09

100

Abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT

 

 

    Sim

06

66,67

    Não

03

33,33

Total

09

100

No momento do acidente como estava o setor

 

 

   Calmo

03

33,33

   Agitado

06

66,67

Total

09

100

Fonte: Próprios Autores (2008)

 

                  A Tabela 2 apresenta a distribuição dos acidentes com perfurocortantes, afirmam que sofreram acidente 9 (47,37%) e  não 10 (52,63%),  ressaltado que  as agulhas correspondem  a  4 (44,45%) e os instrumentais cirúrgicos 3 (33,33%)  e agulhas e outros instrumentos 2 (22,22%).Os agentes biológicos presentes nos materiais como o sangue 7 (77,78%), sangue e secreções 1 (11,11%) e líquido amniótico 1 (11,11%). Pesquisa realizada por Silva (1999) entre trabalhadores do CME também constatou que os artigos perfurocortantes foram os mais freqüentemente envolvidos nos acidente. Dos 09 acidentes relatados neste estudo, 6 (66,67%) foram notificados e 3 (33,33%) não.

                   Todos os casos de acidente com material biológico devem ser comunicados ao INSS por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) (BRASIL, 2006). Apesar de serem regimes jurídicos diferenciados que regem a categoria dos funcionários públicos e privados, em ambas as codificações, há necessidade ser feita a Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT), e para a legislação privada essa comunicação deve ser feita em 24 horas (POSSARI, 2007).              A população pesquisada 6 (66,67%) afirmam que o setor estava agitado e somente 3 (33,33%) relataram estar calmo. A análise do acidente de trabalho, embora partindo da experiência individual, revela uma condição da coletividade, possuindo influências sociais. O acidente de trabalho no ambiente hospitalar deriva de complexas interrelações, não podendo ser analisada de forma isolada do contexto do processo de trabalho e produção, da organização do trabalho, das condições de vidas dos trabalhadores e das cargas de trabalho presente no dia -a -dia (SÊCCO et al., 2002 apud STEFFENS, 2008).

            A legislação define como acidente de trabalho tudo que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário (BRASIL, 1992, apud STEFFENS, 2008).

            De acordo com FOCACCIA (2005) teoricamente, vários são os mecanismos através dos qual um profissional de saúde pode vir a sofrer infecções de um paciente, dentre eles estão: ferimentos perfurantes por agulhas, ferimento por objetos cortantes, exposição de lesões prévias de pele ao sangue do paciente, transmissão através de mucosas ou queimaduras por cautério. Objetivando minimizar os riscos ocupacionais, todas as instituições de saúde devem estruturar um programa de Biossegurança e garantir a sua implantação em todas as áreas de atuação dos profissionais de saúde.

                  Conforme afirmam Sêcco et al., (2002), as precauções padrão são a melhor alternativa para a preservação da saúde dos trabalhadores expostos ao risco biológico, porém muitas vezes a ocorrência de acidentes é atribuída somente ao não seguimento destas normas, deixando de lado muitos outros fatores que também contribuem para os acidentes, como a sobrecarga de trabalho, a falta de treinamento, inexperiência, indisponibilidade de tarefas, dupla jornada de trabalho, entre outros. Ainda cabe assinalar que a execução real do trabalho quase nunca segue ao pé da letra as normas e instruções, sob o risco de prejudicar o próprio ritmo imposto ao trabalho (Laurell: Noriega, 1989 Apud  Steffens 2008).


      TABELA 3 – ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CME EM RELAÇÃO ÀS PRECAUÇÕES PADRÕES, PROCESSO DE LIMPEZA DOS ARTIGOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO NA UNIDADE PESQUISADA – PORTO VELHO 2008.

 

            Variáveis

n

%

Utilização de EPI

 

 

   Sim

16

84,21

   Não

00

00

   Às vezes

03

15,79

Total

19

100

Processo de limpeza dos artigos

 

 

   Manual

19

100

   Mecânica

00

00

Total

19

100

Material de trabalho no setor expurgo:

 

 

Considera bancada proporcional a estatura

 

 

   Sim

01

5,26

   Não

18

94,74

Total

19

100

Ocorre improviso com gradeado de madeira

 

 

   Sim

18

94,74

   Não

01

5,26

Total

19

100

A pia e a torneira estão adequadas para a realização das atividades de rotina

 

 

   Sim

00

00

   Não

19

100

Total

19

100

Tipos de resíduos biológicos que vem com mais freqüências nos materiais contaminados dos setores

 

 

   Sangue

11

57,90

   Secreções

00

00

   Urina

00

00

   Sangue e secreções

07

36,84

   Sangue, secreções e urina

01

5,26

Total

19

100

Fonte: Próprios autores (2008)

 

            O uso de EPI é indispensável nas atividades de rotinas, pois oferece barreira de proteção. Em relação ao uso EPI pelos profissionais que desempenham suas atividades de rotina na CME 16 (84,21 %) fazem uso de EPI enquanto 3 ( 15,79%) responderam que as vezes utilizam os EPI .  Dentre os fatores que contribuem para a não-adesão às medidas preventivas estão à resistência do profissional em mudar de rotina no que se refere ao procedimento, a falta do material para proteção e a falta de apoio administrativo (OLIVEIRA, 1998 apud TIPPLE, 2004).

 

            Neste hospital o processo de limpeza ocorre de forma manual conforme afirmam 19 (100%). Quanto aos equipamentos de trabalho no setor expurgo os profissionais citam 1 ( 5,26 %) considera a bancada proporcional enquanto 18 (94,74%) considera desproporcional a sua estatura.No entanto 18 (94,74%) afirmam ocorrer improviso com gradeado de madeira. Da população pesquisada 19 (100%) considera a pia e a torneira o tamanho inadequado. Já em relação ao resíduo biológico que vem com mais freqüência nos materiais contaminados dos setores os profissionais citam sangue 11 (57,90%), enquanto sangue e secreções 7 (36,84%) e sangue,secreções e urina 1 (5,26%).

            A limpeza manual ainda é o processo mais usado, no qual os artigos são limpos por peças, sob água corrente fria ou morna, utilizando escovas com cerdas de Nylon resistentes e com detergentes preferencialmente neutros ou produtos enzimáticos (POSSARI, 2007).  

             Este método de limpeza oferece maior risco de contaminação ao profissional, seja pelos acidentes com perfucortantes, seja por prover respingos de matéria orgânica em mucosa e aerossóis (Tipple, 2007).

            O expurgo destina-se à recepção, descontaminação, lavagem e separação de materiais utilizados pelas unidades consumidoras, caracterizando-se como um dos locais mais contaminados da CME. É nessa área que está centralizada grande quantidade de artigos sujos com sangue, secreção e excreção (SILVA, 1998). Portanto vale ressaltar que neste setor da CME incide os maiores índices de acidente, por ser considerado um setor crítico.  É importante que os trabalhadores de enfermagem façam uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), Conforme afirma Tipple (2004) o uso dos EPI minimiza o risco do profissional que se expõe a secreções orgânicas durante os processos de lavagem manual dos artigos.

            Em um estudo realizado por Tipple (2007), o processo de limpeza realizado nos hospitais é predominantemente manual (91,7%), o que aumenta o risco ocupacional; e mesmo quando são utilizadas, para a limpeza de artigos, máquinas que minimizam o risco de acidentes com material biológico, permanece a recomendação de uso de EPI.

            Para GRAZIANO (2000), a limpeza automatizada diminui sensivelmente a exposição dos profissionais aos riscos ocupacionais de origem biológica, especialmente aos vírus das hepatites e da AIDS, que podem ser decorrentes dos acidentes com materiais perfurocortantes. Adicionalmente, há a vantagem de garantir um padrão de qualidade aos artigos processados em série.

            Dentre todas as atividades desenvolvidas no CME, a limpeza constitui o núcleo de todas as ações referente aos cuidados de higiene com artigos hospitalares, sendo o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização (POSSARI, 2007 apud LACERDA, 1992).

 

      TABELA 4 – MEDIDAS DE SEGURANÇA ADOTADAS PELOS PROFISSIONAIS DA CME PORTO VELHO / RO 2008

Variáveis

n

%

Tipos de EPI utilizados no setor expurgo no manuseio de material

 

 

  • Óculos

16

84,21

  • Máscara

17

89,47

  • Avental impermeável descartável

10

52,63

  • Avental impermeável em napa

14

73,68

  • Luvas em borracha

13

68,42

  • Luva de procedimento

15

78,95

  • Luva cirúrgica estéril

06

31,58

  • Bota em borracha

15

78,95

           

Fonte: Próprios autores (2008)        

 

            Na tabela 04, encontra-se configurados os EPI utilizado pelos profissionais que laboram neste setor, as medidas de segurança adotadas pelos profissionais são de acordo com disponibilidade de tais equipamentos de proteção que são fornecidos pela instituição. De acordo com os Centers for Diseases and Control, entre as precauções-padrão está o uso de EPI, regulamentado no Brasil pela NR–32, Quando selecionados e usados segundo as recomendações, os EPI minimizam os riscos ocupacionais e contribuem para uma assistência de qualidade. Entretanto, a proteção esperada de um equipamento de proteção individual (EPI) é atribuída não apenas à sua adoção pelos profissionais, mas ao seu uso e manuseio corretos (TIPPLE, 2007).

            As máscaras se propõem a proteção de mucosas de nariz e boca e à prevenção da disseminação de gotículas provenientes da cavidade oral, na instituição pesquisada as máscaras são utilizadas por 17 (89,47%) dos profissionais.

            As luvas de procedimento são inapropriadas para a realização do processo manual de limpeza, embora se ajustem melhor as mãos e confiram maior destreza, 15 (78,95%) dos servidores a utilizam, enquanto 6 (31,58%) utilizam luvas estéril cirúrgica, no entanto 13 (68,42%) utilizam luvas em borracha.

            O avental impermeável é de uso obrigatório para a lavagem dos artigos. Da população pesquisada, 14 (73,68%) utilizavam avental em napa e 10 (52,63%) utilizavam avental impermeável descartável, embora não estando em quantidade suficiente para uso.

            No setor de expurgo, a indicação de sapatos fechados impermeáveis destina-se à proteção dos pés contra respingos de substâncias químicas ou material biológico. A bota em borracha foi referida como necessária para este setor por 15 (78,95%) dos trabalhadores.

            Tipple (2007), os EPI recomendados para o expurgo são: luvas grossas de borracha antiderrapante e de cano longo, avental impermeável, gorro, máscara, óculos, botas impermeáveis e protetor auditivo quando utilizar lavadora ultrassônica.

 

 

      TABELA 5 – DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL DESCARTÁVEL (EPI), NO SETOR EXPURGO E CONHECIMENTO DO RISCO COM MATERIAL BIOLÓGICO E AS MEDIDAS ADOTADAS EM CASO DE ACIDENTES / PORTO VELHO/ RO 2008

Variáveis

n

%

No Setor expurgo os EPI descartáveis ou não estão em quantidade suficiente para uso

 

 

 

   Sim

07

36,84

   Não

12

63,16

Total

19

100

Conhecem o risco de contato com material biológico

 

 

   Sim

18

94,74

   Não

01

5,26

Total

19

100

Conhecem as medidas a serem tomadas em caso de acidente

 

 

   Sim

17

89,47

   Não

02

10,53

Total

19

100

 

            Na tabela 5 – Observou-se que no setor expurgo predominou a afirmação que os EPI descartáveis não estão em quantidade suficiente para uso 12 (63,16 %) e somente 7 (36,84 %) afirmam que sim. De acordo com Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC, 2007), os EPI, descartáveis ou não, devem estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido seu imediato fornecimento ou reposição, em conformidade com a Portaria nº. 485 do Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil, 2005).

            Algumas barreiras impedem a adesão dos profissionais ao uso de EPI são a ausências de EPI ou o seu tamanho inadequado, falta de recursos financeiros, estrutura organizacional e a pressa (SOUZA, 2001 apud TIPPLE, 2004).

             As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados são um sério risco aos profissionais em seus locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nesta área mostram que os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais freqüentemente relatadas. (BRASIL, 2006). A população pesquisada em relação ao conhecimento dos profissionais com risco biológico 18 (94,74%) responderam que Sim e 1  (5,26%) Não.

            No que se refere ao conhecimento das medidas a serem tomadas em caso de acidente 17 (89,47%) Sim e 2 ( 10,53%) Não.

 

TABELA 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM CARACTERÍSTICA REFERENTE AO SONO, TURNO DE TRABALHO TURNO E SITUAÇÃO VACINAL – PORTO VELHO/RO 2008

     

Variáveis

n

%

Relação ao sono, dorme:

 

 

   8 horas/noite

08

42,10

   Menos de 8 horas/noite

11

57,90

Total

19

100

Turno de trabalho

 

 

   Diurno

04

21,05

   Noturno

01

5,26

   Diurno/noturno

14

73,69

Total

19

100

Atualização da carteira de vacina (imunização)

 

 

   Sim

15

78,95

   Não

04

21,05

Total

19

100

 

 

 

 

 

 

 

 

                  Fonte: Próprios autores (2008)

 

                   Na Tabela 6, da população de 19 (100%) afirmaram que dorme de 08h/noite 8  (42,10%) e 11 (57,90%) Menos de 08h/noite.

                  O trabalho em horário noturno traz inegáveis prejuízos a saúde do trabalhador, tanto no aspecto físico, como psíquico, emocional e social. Em virtude das organizações do trabalho, ocorrem marcas indeléveis no trabalhador podendo ser uma série de distúrbios fisiológicos e psicossociais devido às mudanças dos ritmos biológicos, dessicronização familiar e social da vida do trabalhador, levando a um quadro designado como Síndrome de Maladaptação ao Trabalho em turnos (MENDES, 2005 apud Moraes 2008).

            De com a tabela acima mencionada em relação aos turnos de trabalho, conforme a população pesquisada dos 19(100%), trabalham em turno diurno 4 (21,05 %)  enquanto 1 (5,26%) noturno e em horário diurno e noturno 14  (73,69%) . Em um estudo realizado por Ribeiro (2007), destaca: os horários de ocorrência de acidentes pela manhã (6h às 12h = 33%); tarde (12h às 18h = 25%); noite (18h às 24h = 14%); madrugada (0h às 6h = 2%). Os turnos diurnos concentram bastantes acidentes de trabalho, porque o volume de procedimentos e cuidado é muito superior. No período noturno o número de acidentes é menor, devido à redução do volume de trabalho.

            De acordo com a taxonomia de NANDA a disposição do sono é definida como um padrão de suspensão natural e periódica da consciência que propicia o descanso adequado, um estilo de vida desejável e que pode ser reforçado.

            Em relação à situação vacinal 15 (78,95%) a carteira esta atualizada e 04 (21,05%) não estão atualizadas. Os benefícios da imunização incluem proteção individual, interrupção da disseminação de doenças infecciosas de alguns surtos intra-hospitalares, além da proteção indireta de pessoas não-vacinadas. De acordo com os Centers for Diseases Control and Prevention (CDC), são preconizadas para os Profissionais da Área da Saúde as vacinas: anti-hepatite B, anti-sarampo, anticaxumba, anti-rubéola, antivaricela, antitetânica, antidiftérica, antiinfluenza e a BCG.

            FOCACCIA (2005) ressalta a importância de ser seguidas as Medidas Institucionais como Supervisionar o estado vacinal dos PAS (Profissionais da Área de Saúde) e promover campanhas de vacinação periódicas.

 

 

 

 

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            Este estudo foi realizado com servidores de Enfermagem de uma unidade hospitalar pública da Central de Material e Esterilização do Município de Porto Velho, no período de dezembro de 2008.

            Ao analisarmos a adesão da equipe de enfermagem da Central de Material Esterilizado (CME) acerca das Precauções Padrão de Biossegurança.

            De acordo com as informações colhidas dos profissionais de enfermagem, conclui-se que:

            - Dentre os 19 (100%) servidores entrevistados 16 utilizam EPI em todas as atividades de rotina e 03 utilizam às vezes EPI.

            - Do total de 19 (100%) dos profissionais de enfermagem responderam utilizar durante as atividades desenvolvidas no processo de limpeza no setor expurgo.

            A realização das entrevistas com os servidores, serviu para reforçar o cuidado, apontar as necessidades de reflexões no desenvolvimento das atividades de rotina, visto que a não utilização dos EPI podem ocasionar seqüelas muitas vezes até irreversíveis.

            Sugerimos que a instituição providencie em quantidade suficiente os EPI e que sempre reforce a importância da utilização dos EPI através de cursos relacionados à saúde do trabalhador, por ser um indicador de influência positiva como também que a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidente) seja mais atuante, que seja proporcionado espaços aos trabalhadores para negociar com os representantes da instituição mudanças que tornem mais saudáveis e seguras as condições de trabalho.

            Outro fator importante a ser considerado é a necessidade de investimentos por parte da instituição em Recursos Humanos para CME, em tecnologia, equipamentos que ofereçam maior segurança aos trabalhadores, a utilização de lavadoras, minimizando os riscos de acidentes, os trabalhadores em enfermagem precisarão estar tecnicamente capacitados para desempenhar funções e fundamentalmente participar dos processos de elaboração institucional das políticas de trabalho que lhes disserem respeito. E ainda aos profissionais de enfermagem da CME, sugerimos repensar suas práticas e compromisso profissional e valorização a sua saúde durante suas atividades de trabalho oferecendo serviço com qualidade.

           

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

ATLAS, Manuais de Legislação. Segurança e Medicina do Trabalho: São Paulo, 62 ª ed. 2008.

 

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações gerais para central de esterilização. Brasília, 2001.

 

 

CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR-CEREST. Ações de vigilância em saúde do trabalhador. Acidente biológico com perfuro-cortantes.

 

 

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DA NANDA: Definições e classificação – 2003 – 2004 / Organizado por North American Nursing Association; trad. Cristina Correia – Porto Alegre: Artmed, 2005.

 

 

FERNANDES, A. T e Colaboradores. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Àrea da Saúde v. I.e v. 2. São Paulo: Atheneu, 2000.

 

 

FOCACCIA; R. Tratado de Infectologia 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

 

 

GRAZIANO, K. U; CASTRO M. E; MOURA M.L. P. A. A importância do procedimento de limpeza nos processos de desinfecção e esterilização de artigos . Disponível em :

< http:// www.lifemed.com.br/contatl.htm > Acesso em 20 dez. 2008 18:00

 

LEITE; P. C, SILVA, A. Morbidade referida em trabalhadores de enfermagem de um Centro de Material e Esterilização. Cienc Cuid Saude 2007

<http://www.periodicos.uem.br > . Acesso em 20 jan. 2009 23:30

 

 

LOPES, D. F. M; SILVA, A; GARANHANI, M. L; MERIGHI, M. A. B. Ser trabalhador de Enfermagem da Unidade de Centro de Material: uma abordagem fenomenológica. Revista Escola Enfermagem USP, 2007. Disponível em:

<www.ee.usp.br/reeusp> . Acesso em 15 jan. 2009  20:00.

 

 

MORAES, M V G. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Saúde do trabalhador, São Paulo: Iátria, 2008.

 

 

MOZACHI, N; SOUZA, V. H. S. O Hospital: Manual do Ambiente Hospitalar. Curitiba: Manual Real, 2007.

 

 

NASCIMENTO, A. M. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2003.

Ministério da Saúde. Saúde do Trabalhador. Caderno de Atenção Básica nº05, Brasília; 2002.

 

 

OLIVEIRA; S. L. Tratado de Metodologia Científica: Projeto de Pesquisa TGI, TCC, Monografia, Dissertações e Teses.São Paulo:Pioneira,2002.

 

 

POSSARI; J. F. Centro de Material e Esterilização Planejamento e Gestão. São Paulo: Iátria, 2007.

 

 

REZENDE; M. P. Agravos à saúde de Auxiliares de Enfermagem resultantes da exposição ocupacional aos Riscos Físicos. Ribeirão Preto, 2003.

 

 

SÊCCO, I. A. de O. et al. Acidentes de trabalho e riscos ocupacionais no dia-a-dia do trabalhador hospitalar: desafio para a saúde do trabalhador. Espaço para Saúde, Londrina, v. 4, n. 1, 2005. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v4n1/doc/hospitais.doc>. Acesso em: 6 dez. 2007. 20:17:50.

 

 

SILVA, A. Organização do trabalho na Unidade Centro de Material. Rev.Esc.Enf.USP, v.32, n.2, 1998.

 

 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTETERILIZAÇÃO - SOBECCC, Práticas Recomendadas, 4 ed.: São Paulo, Nacional 2007.

 

 

SPINDOLA, T. Mulher, mãe e... trabalhadora de enfermagem. Revista Escola Enfermagem USP, vol.34 n.4 São Paulo, 2000.

http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/542.pdf

Acesso em: 15 de jan. 2009 20:00

 

 

TIPPLE, A. C. F. V; AGULIARI H.T; SOUZA A. C. S;PEREIRA M. S: MENDONÇA A. C. C, SILVEIRA C; Equipamento de Proteção em Centros de Material e Esterilização: Disponibilidade, Uso e Fatores Interveniente à Adesão. Revista Ciência Cuidado e Saúde UFG, 2007.

 

 

TIPPLE, A. C. V; SOUZA A. C. S; ALMEIDA, A. N. G; SOUSA, S. B; SIQUEIRA, K. M; Acidente com material biológico entre trabalhadores da área de expurgo em centros de material e esterilização. Maringá, v. 26, n. 2, p. 271-278, 2004.

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/viewFile/1577/928. Acesso em:08 de jan. 2009 21:00

 

 

TIPPLE, A. C. F. V; SOUZA T. R; BEZERRA A. L. Q; MUNARI, D. B; O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material e esterilização: desafio para o Enfermeiro. Revista Escola Enfermagem USP, 2005.  Disponível em:

<http: /www.sielo.br/pdf/reeusp/v39n2/07.pd >. Acesso em: 30 nov. 2007. 23:04:10.

 

 

<http: //www.fiocruz.br/biossegurança> cesso em 14 de nov. 2008 22:00

<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm > Acesso em 16 jul. 2008 15:02:15.

 

 

 

 


8. ANEXOS