Através da observação meticulosa, podemos constatar que o termo bioflexibilidade ou bioplasticidade é perfeitamente adequado para descrever a capacidade  inerente a todo ser vivo mas, variável entre as espécies e os indivíduos de se reproduzir de modos diversos; regenerar; sofrer mutações e addaptações às condições ambientais de: temperatura, umidade, pressão, escassez ou abundância de alimentos, maior ou menor altitude e luminosidade; etc sem, no entanto, transformarem-se em outra espécie. A bioflexibilidade existe como resposta do organismo às forçosidades ambientais (macrocondições com respectivas macrovariações e microcondições com respectivas microvariações) e comporta-se dentro de um segmento ou faixa de biodistensão que só pode ser aditiva ou subtrativa, se comparada com a condição biológica inicial do indivíduo ou espécie observados em determinado momento, lugar e circunstâncias.

      Em resumo, bioflexibilidade é a denominação para o conjunto de todas as possibilidades biodistensoras comparativas, observadas nos seres vivos sendo que não há vida sem bioflexibilidade e não haveria bioflexibilidade sem a presença da água nos organismos por ser esta suscetível aos três estados (sólido, líquido e gasoso) e sem as forçosidades circunstanciais inerentes ao meio ambiente.

      Basicamente o que inviabiliza a a evolução darwiniana é que toda a bioflexibilidade observada nos seres vivos comporta-se, como já foi mensionado, dentro de uma faixa delimitada de biodistensão, minimamente variável de indivíduo para indivíduo e maximamente variável de espécie para espécie mas, que uma vez ultrapassada resulta inevitavelmente na morte ou na extinção dos mesmos, impossibilitando assim a transmutação requerida pela teoria de Darwin.

      A  seleção direcionada que fazemos dos animais domésticos, restringe-se a esta faixa de biodistensão. O gado de corte, por exemplo, tem obtido um aumento de de peso em relação aos seus ancestrais no estado selvagem. Isso não significa que houve uma melhoria genética da espécie como se costuma alardear, mas sim uma biodistensão aditiva para ganho de peso e, ao mesmo tempo uma biodistensão subtrativa em relação à rusticidade, se compararmos estes animais com seus ancestrais. Devido ao nossos interesses sócio-econômicos o ganho de peso pode ser considerado como uma biodistensão positiva e a rusticidade como uma biodistensão negativa, o que nos leva a classifi car as características em desejáveis e indesejáveis. Assim, podemos dizer que o homem promove, nas espécies, uma biodistensão intensional favorável aos interesses sócio-econômicos razão pela qual eu a denomino de positiva e não aditiva ou então negativa e não subtrativa.

      Já na natureza, por mais favoráveis que sejam as condições ambientais para uma biodistensão positiva só podemos considerá-la como sendo aditiva comparativa, pois resulta da comparação do indivíduo ou espécie vistos em um estágio anterior com um estágio posterior. O mesmo é válido para um biodistensão que sob o nosso julgamento humano poderia ser considerada negativa,ou seja, na natureza só podemos considerá-la como sendo subtrativa  comparativa. A ausência de intensionalidade na naturza resulta em predomínio alternado das características opostas e o que varia nesta alternância é a duração e a intensidade.

      Um exemplo de vida selvagem que tem sido mal interpretado e usado "como prova" da seleção natural é o dos peixes chamados gupes ou lebistes.

      1 "Estudos feitos por David Reznick (biólogo da Universidade da Califórnia em Riverside) demonstrarm que os gupes que vivem nos lagos e riachos em menores altitudes, enfrentam um maior ataque de peixes predadores, crescem mais rápido, são menores, acasalam-se mais cedo, tem uma maior prole e morrem mais cedo do que os que vivem nas montanhas. Ele resolveu então resgatar alguns gupes dos lagos de baixa altitude e colocá-los em piscinas naturais com poucos predadores. Onze anos nessas condições produziram gupes que em média eram menos apressados. Eles levavam 10% a mais de tempo para atingirem a maturidade do que seus ancestrais e eram 10% mais pesados quando atingiram a idade adulta. Também tinham ninhadas menores sendo que cada gupe que nascia dos ovos era maior."

      Para os biólogos que constroem a denominada síntese  moderna, este é o testemunho de mudanças evolutivas. Ao contrário, vejo aqui um exemplo corriqueiro de bioflexibilidade. Os gupes, como os demais seres vivos, possuem um potencial de biodistensão aditiva e subtrativa comparados com o estágio original avaliado. Na situação A com uma macrovariação ambiental de baixas altitudes e maior número de predadores, houve uma biodistensão aditiva camparativa no que se refere ao desenvolvimento, ao acasalamento mais rápido e a maior prole. Também houve uma biodistensão subtrativa comparativa quando se trata do tamanho dos indivíduos. Na situação B com uma macrovariação ambiental de maiores altitudes e maior número de predadores, temos uma biodistensão aditiva comparativa para o tamanho dos indivíduos e para o peso dos mesmos. A biodistensão subtrativa comparativa refere-se a menor prole e ao maior tempo  para atingir a maturidade.

      Na verdade, este exemplo foge aos padrões darwinianos de evolução pois os gupes que foram transferidos para os lagos de maiores altitudes perderam algumas de suas características ditas "vantajosas" tais como crescimento rápido, maturidade precoce e maior prole. 2 "E se a seleção natural procura a cada instante e em todo o mundo conservar e acumular as variações que são úteis", era de se esperar que os descendentes dos gupes transferidos apresentassem tanto as características aditivas de A quanto as de B. Neste caso teríamos uma biodistensão positiva sendo que o acúmulo de várias biodistensões positivas ao longo de milhares de anos poderia resultar no aparecimento de outra espécie e com isso justificaria parcialmente o darwinismo. Infelizmente, para estes crentes não é o que ocorre na natureza.

      Suponhamos, por um momento, que através de algum tipo de modificação genética somada a seleção artificial conseguíssemos produzir tal espécie. Será que perante a natureza teríamos uma espécie superior as suas ancestrais? Conforme já foi dito, características subtrativas não são necessariamente negativas, pois tudo vai depender do meio ambiente no quaal a espécie está inserida. Logo, a supressão de tais características não é um quesito fundamental para que a espécie se torne mais apta para enfrentar as variações do meio ambiente. Muitas vezes é mais vantajoso ser menor e mais leve do que mqior e mais pesado. Num ambiente artificial talvez esta espécie pudesse ser bem sucedida, o mesmo não pode ser dito considerando-se um ambiente natural onde a diversidade  de condições impõe aos indivíduos mais bioflexibilidade e menos especialização.

      Um outro exemplo que pode ser descrito através da bioflexibilidade é o fornecido pelos biólogos Peter e Rosemary Grant. 3 "Em 1973 eles chegaram às ilhas Galápagos para estudar os efeitos da seleção natural nos pássaros. 

      Na maioria dos anos o clima nas Galápagos segue um padrão. Nos primeiros cinco meses do ano eleé quente e chuvoso, seguido por um período frio e seco. Em 1977, porém, a estação chuvosa não chegou. Um distúrbio periódico no Oceano Pacífico chamado de La Ninã alterou os padrões climáticos sobre as Galápagos causando uma seca desastrosa (denomino de macrovariação climática atípica).

      Na ilha Daphone onde os Grants trabalhavam a seca foi letal. Dos 1.200 tentilhões (Geopiza-fortis) que viviam na ilha mais de mil morreram. Mas o casal descobriu que eles não estavam sendo dizimados ao acaso.  O G. fortis vive principalmente de sementes que ele quebra com o bico forte. Os G. fortis pequenos só podem quebrar sementes pequenas, enquanto os pássaros maiores tem bicos suficientemente fortes para quebrar as maiores sementes. Depois que a seca já durava alguns meses os tentilhões pequenos ficaram sem sementes pequenas e começaram a morrer. Mas os grandes conseguiram sobreviver porque podiam comer sementes que os pequenos não eram capazes de quebrar. (Em especial, eles dependiam de uma planta chamada estrepe, cujas sementes tinham cascas com espinhos para protegê-las). 

      Os sobreviventes da seca de 1977 acasalaram em 1978 e os Grants puderam ver a marca da evolução em sua prole. Nasceu uma nova geração de G. fortis e um aluno dos Grants,  Peter Boag, descobriu que, em média, seus bicos eram 4% maiores do que os da geração anterior. Os tentilhões de bico grande, que tinham se saído melhor durante a seca, tinham passado essa característica para sua prole e alterado o perfil de toda uma população. 

      Nos anos depois da seca os tentilhões continuavam a mudar. Em 1983, por exempol, uma estação com chuvas pesadas e sementes abundantes favoreceu os tentilhões com bicos pequenos e, em 1985, os Grants descobriram que seu tamanho médio caíra em 2,5%. Os tentilhões podem mudar rapidamente, mas parece que oscilam como um pêndulo. Depois de acompanhar 4.300 tentilhões da ilha Daphone, entre 1976 e 1993, o casal de cientistas não encontrou nenhuma tendência geral no tamanho de seus bicos."

      A conclusão que os evolucionistas chegaram é tendenciosa, pois está bem distante dos fatos mensionados. Segundo eles, se houver a predominância de um determinado tipo de clima ou uma possível mudança de dieta dos tentilhões, de forma que ambos casos ocorram durante séculos, isso seria suficiente para produzir um novo tipo de tentilhão.

      Com exceção desta argumentação hipotética, não vejo nada no exemplo apresentado que venha em prol da evolução darwiniana. Tal qual o exemplo anterior, este também contraria o darwinismo já que não ocorre um aperfeiçoamento lento e progressivo e sim movimento circcular. A versão oferecida pelos evolucionistas só reflete as dificuldades que estes encontram, atualmente, para ajustar a realidade e as recentes descobertas genéticas ao obsoleto neodarwinismo.

      Na própria descrição dos fatos já está explícita a condição que os governa. Os tentilhões G. fortis como todos os demais seres vivos do planeta, podem ser divididos em 3 grupos com 3 faixas em relação às suas características biodistensoras e dentro destas faixas encontramosuma enormidade de variações. No grupo dos pequenos, por exemplo, teremos a faixa dos muito pequenos ou pequenos de primeiro grau, depois os medianamente pequenos ou pequenos de segundo grau e por último os pequenos que pendem para a primeira divisão do grupo dos médios ou pequenos de terceiro grau. Tal fato também pode ser averiguado no grupo dos médios e no grupo dos grandes..

      Quando o clima tornou-se seco, o grupo dos pequenos, cujas características dos bicos estão dentro da faixa de biodistensão mensionada anteriormente (primeiro, segundo e terceiro graus), começou a morrer porque ficou sem as sementes que conseguia quebrar, sendo que as sementes maiores estavam além do potencial de biodistensão do bico deste grupo, o que não deveria acontecer caso pudessem evoluir. Já os de bico grande, sobreviveram porque tinham sementes disponíveis. Agora, se a geração de G. fortis de bico grande posterior, apresentou em média bicos 4% maiores do que a geração anterior, isso pode ser explicado pela maior abundância de sementes maiores ou então se deve a eliminação dos G. fortis grandes da faixa de primeiro grau em consequência da seca o que certamente, promoveria a maior reprodução dos G. fortis grandes de segundo e terceiro graus. Porém, como o autor se refere a um aumento na média, não podemos afirmar que os G. fortis deste grupo ultrapassaram a capacidade de biodistensão aditiva para bico referente à sua espécie. De qualquer forma, para fins classificatórios, podemos dizer que a geração posterior teve comparativamente com a geração anterior uma biodistensão aditiva para bico longo e uma biodistensão subtrativa para bico curto. Se o interesse humano estivesse envolvido na equação e esta fosse uma cração em cativeiro onde os compradores preferissem bicos longos a bicos curtos, então diríamos que houve uma biodistensão negativa para bico curto. Posteriormente, quando o clima tornou-se chuvoso, verificou-se uma queda no tamanho médio dos bicos o que , evidentemente implica em uma biodistensão subtrativa comparativa para bico longo e aditiva para bico curto. Caso ocorresse, tal qual os evolucionistas imaginaram, um ciclo secular que favorecesse o grupo dos tentilhões de bico grande (de segundo e terceiro graus acrescento), consequentemente teríamos na espécie uma biodistensão secular restrita para a característica de bico grande. Segundo os darwinistas esta característica iria se tornar cada vez mais acentuada até um total distanciamento da espécie com os seus ancestrais o que culminaria na origem de outra espécie.

      Apesar do esforço e dedicação que tem sido feitos para elaborar e explicar este processo, até hoje não existe nada que o comprove. As espécies não se transmutam mas desaparecem e em seguida surgem outras através de processos ainda não conhecidos. Não temos evidências de registros fósseis retratando as transmutações graduais.

      Ao tomar ciência desta lacuna em sua teoria, Darwin tentou atribuí-la à suposta imperfeição e insuficiência dos registros fósseis criando assim o que denomino de geologia, convenientemente, seletiva.

      Uma biodistensão aditiva comparativa por mais duradoura que fosse jamais continuaria indefinidamente a ponto de produzir uma nova espécie mesmo que as condições do ambiente fossem extremamente favoráveis. Há um limite porque a bioflexibilidade ocorre dentro de uma faixa ou segmento de biodistensão peculiar a cada espécie. Isto significa que após um certo número de gerações, provavelmente, observaríamos nos descendentes uma tendência acentuada à biodistensão aditiva para bicos maiores e subtrativa para bicos pequenos mantendo-se, entretanto, dentro do grupo daqueles que apresentassem bico grande, pequenas variações  no tamanho comparativo o que poderia nos levar a uma nova subdivisão deste grupo remanescente em pequenos, médios e grandes.

      Independentemente do transcurso do tempo, o processo de bioflexibilidade é invariavelmente o mesmo nas espécies constituídas e desde que o meio ambiente não sofra alterações que vão além da capacidade biodistensora da espécie como ocorreu com os tentilhões pequenos das Galápagos durante a seca de 1977, sua sobrevivência estará assegurada.

      O que os Grants observaram de 1977 a 1993 foi uma predominância alternada nas condições climáticas que repercutiu sobre a bioflexibilidade inata dos tentilhões levando-os, a princípio, a uma biodistensão aditiva comparativa para o tamanho do bico e posteriormente a uma biodistensão subtrativa comparativa sendo que o resultado final não apresentou qualquer tendência.

    4 "Na Califórnia, estudos levados a cabo sobre a aquílea (Achillea borealis), revelaram as influências individuais, mas sobrepostas, dos fatores ambientais e da constituição genética no fenótipo ou aspecto de uma planta.

      Para a experiência 1, clones geneticamente semelhantes de aquilea foram criados não só em Mather, seu lugar de origem, mas  também ao nível do mar  (Stanford) e a 3.000 m  de altitude nas montanhas de Serra Nevada em Timberline. Embora estas plantas fossem geneticamente similares, o seu crescimento conduziu a tamanhos e formas diferentes em cada um dos três locais, sendo que em Stanford ficaram maiores em relação a Mather e em Timberline menores. Estas variações são aparentemente causadas por influências ambientais diferentes - variações na temperatura, no solo, incidência luminosa, oxigênio do ar, etc - em cada um dos três sítios.

      Numa segunda experiência, retiraram-se aquileias de quatro altitudes diferentes e foram criadas em condições normais ao nível do mar (Stanford). Os seus genomas eram diferentes, porque as plantas haviam se adaptado às respectivas condições naturais, porém quando foram transferidas para Stanford adquiriram o aspecto das plantas criadas lá."

      Como vemos, este é mais um exemplo que vem a confirmar a Bioflexibilidade. A Achillea borealis, como todos os demais seres vivos, tem um potencial de biodistensão aditivo e subtrativo em relação ao seu estado preliminar. No primeiro experimento, exemplares geneticamente parecidos foram retirados de Mather, local de origem e transferidos para Stanford ao nível do mar e Timberline a 3.000 m de altitude. Em Stanford elas sofreram uma biodistensão aditiva em relação ao estágio de origem em Mather e em Timberline houve uma biodistensão subtrativa se comparadas ao mesmo estágio de origem. Num segundo experimento, retirou-se aquileias de quatro altitudes diferentes, com genomas diferentes e todas foram transferidas para Stanford. Posteriormente, verificou-se que todos adquiriram o aspecto das aquileias criadas em Stanford ou seja, em relação a seus respectivos estágios onde elas eram menores, ao serem transportadas para Stanford sofreram uma biodistensão aditiva e tornaram-se maiores.

      Imaginemos agora um exemplo hipotético, mas possível, de um grupo de leões durante uma caçada nas savanas africanas. Geralmente, eles caçam animais feridos ou debilitados por doença; animais muito jovens e animais velhos; animais que por um motivo qualquer encontram-se afastados do grupo e que por outra razão são mais vulneráveis. Mas será que os leões pensam de forma seletiva e por isso devemos concluir que as presas que eles abatem - por estarem numa fase frágil do seu biociclo ou então em uma situação de desvantagem emrelação aos demais indivíduos do grupo - devem necessariamente apresentar uma herança genética e uma constituição fisiológica inferiores que os tornam mais fracas, menos adaptadas e menos capazes? Ocasionalmente esta possibilidade deve ocorrer, entretanto na maioria das vezes é quase improvável.

      Há uma enormidade de situações presentes ou que se apresentam a todo instante na natureza e que contribuem para a não seletividde. Um grupo de gnus pode estar pastando calmamente e se ver surpreendido por leões famintos. Suponhamos que o líder dos gnus encontre-se ferido, em decorrência de uma disputa com outro macho. Certamente, irá tornar-se uma presa fácil para os leões o qque não quer dizer que seja geneticamente superior ou inferior aos demais indivíduos do seu grupo. Também não podemos comparar a capacidade dos animais pertencentes ao grupo dos adultos e nem com a capacidade daqueles do grupo dos mais velhos com o intuito de estabelecer critérios que justifiquem a seleção natural uma vez que todos eles se encontram em fases distintas do biociclo de sua espécie o que eleva ou diminui a sua vulnerabilidade. Dentro deste grupo também existem variações. No grupo dos jovens o segmento de biodistensão envolve os muito jovens (nascituros), medianamente jovens e os quase adultos. O mesmo sendo válido para classificar o grupo dos adultos, velhos, doentes, feridos, etc.

      Se um leão abater do grupo dos jovens um recém nascido, será correto afirmarmos que este animal é o menos capaz e menos apto do grupo? Dentro do biociclo como um todo, pode-se dizer que sim já que este animal encontra-se na fase de alta vulnerabilidade. Mas, como representante de sua espécie não, pois ele ainda está em fase de desenvolvimento.

      Já que não é precisa a comparação da capacidade entre os animais que se encontram em fases distintas do biociclo, será que podemos estabelecê-la entre animais de mesma idade e espécie? Se uma leoa, por exemplo, tem dois filhotes gêmeos, sendo que um deles apresenta-se maior e mais forte do que os outros será que podemos concluir que este filhote está mais capacitado para a sobrevivência do que o outro? Suponhamos que ele se torne um macho dominante, será correto concluir que ele é o melhor representante do seu grupo e que terá uma maior prole? Obviamente, a resposta é não pois, todos aqueles que sobrevivem não importa se tenham uma compleição robusta ou frágil é porque estão capacitados perantes as condições naturais as quais foram ou estão sendo submetidos. Além disso, ser dominante em determinado momento e lugar não significa ser o mais fértil ou possuidor da melhor bagagem genética. Não temos como definir, perante a anatureza, o que é ser geneticamente superior. Reiterando o que já foi mensionado, a seleção que fazemos nos animais domésticos baseia-se nos nossos interesses subjetivos. Escolhemos um animal pelo tipo de pelagem, outro pelo tamanho das mandíbulas, peso corporal, etc e estabelecemos quem é o melhor dentro daquilo que procuramos e  que nos agrada. A natureza não possui critério seletivo por isso não existe nenhuma tendência. Predadores não fazem qualquer distinção do material genético das suas presas.

     Em meio ao calor intenso das savanas e a procura por alimentos os leões servem-se dos seus sentidos para abater animais vulneráveis ou em situação de vulnerabilidade, porque aprenderam através destes mesmos sentidos (visão e olfato principalmente) a calcular distâncias, velocidades e, provavelmente, o cheiro proveniente dos animais mais jovens, doentes, velhos, etc, sendo que estas informações ao serem ccorrelacionadas em seus cérebros e comparadas com experiências anteriores advindas principalmente do convívio com os seus pais e com o grupo, lhes indicam quais animais têm mais possibilidade de serem caçados. Todavia, esta escolha promovida pelos leões baseada quase sempre na vulnerabilidade da idade ou do isolamento dos indivíduos de determinada espécie, não é capaz de promover o que Darwin denominou de seleção natural, pois não temos como avaliar os que foram abatidos com critérios científicos para considerá-los como os mais frágeis e incapazes dos exemplares de sua espécie.

      Um outro tipo de escolha baseada na vulnerabilidade só que aleatória é aquela promovida pelas gaivotas em relação às tartarugas marinhas. Enquanto os leões caçam pedominantemente dentro de quatro faixas de biodistensão referentes à vulnerabilidade, ou seja, a faixa dos indivíduos muito jovens, doentes, dos velhos  e a faixa daqueles que se separarm do bando; as gaivotas, cujo sentido da vis~~ao é muito aguçado, caçam neste caso específico, dentro de uma única faixa de biodistensão referente à vulnerabilidade, que é a faixa do grupo das tartarugas recém nascidas. Todavia, nesta faixa como nas demais, também vamos encontrar subdivisões já que existem tartarugas que nasceram antes do amanhecer e que chegaram ao mar enquanto não haviam gaivotas e outros predadores; também se encontram aquelas que nasceram no momento em que haviam muitas gaivotas e outros predadores e, por fim, aquelas que nasceram quando as gaivotas e outros predadores já haviam se retirado. Dentro destas faixas também é factível admitir que as tartarugas, abatidas ou não, não eram idênticas entre si. Talvez mas fossem mais fortes outras mais fracas; outras saudáveis; outras ainda com pequenos defeitos; etc. Como as gaivotas caçam indistintamente dentro da biodistensão dentro destas faixas; é de se esperar que chegue ao mar a mesma diversidade de indivíduos e não os melhores e que tudo o mais na natureza comporta-se dentro de uma faixa ou segmento de biodistensão que abrange múltiplas características tanto dos indivíduos quanto da espécie.

      Poderá haver em certos anos, por exemplo, maior abundância de gaivotas e menor abundância de tartarugas; em outros poderá haver muita abundância de ambas; outros ainda maior abundância de tartarugas e menor abundância de gaivotas, etc. Como vemos, a bioflexibilidade pode não ser a mesma para predadores e presas mas o que é inegável é que todos os seres vivos situam-se dentro de uma faixa de biodistensão, sendo que no meio desta faixa encontra-se o referencial (indivíduo, espécie) a ser analisado em dado momento, lugar e sob determinadas condições e nos extremos os deslocamentos posteriores das características deste referencial tanto de forma aditiva em relação ao estágio inicial escolhido, quanto de forma subtrativa, mas sem nunca ultrapassar os limites da faixa ou da capacidade de biodistensão do referido referencial. Portanto, fica excluída a possibilidade de transmutação darwiniana pelo menos até o presente momento.

 

                                     REFERENCIAL EM DADO TEMPO                                                            LUGAR E  CIRCUNSTÂNCIA                  

                        

BIODISTENSÃO---------------------    --------------------BIODISTENSÃO SUBTRATIVA                                                          ADITIVA           COMPARATIVA                                                       COMPARATIVA

--------------------------------------------------------------------------------------

                                   BIOLFLEXIBILIDADE   DA                                                                               ESPÉCIE

             

1. O Livro de Ouro da Evolução. Carl Zimmer - p. 150 - Ediouro

2. A Origem das Espécies. Charles Darwin - p.87 - Editora Hemus

3. O Livro de Ouro da Evolução. Carl Zimmer - p. 151 - Ediouro

4. História Natural da Evolução. Philip Whitfield - p. 66 - Editora Verbo

             Poços de Caldas,  25 de janeiro de 2016.