BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 Frank Eduardo Candido Sampaio Rafael Silva Ferreira Diego Lelis Ferreira Resumo A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo do Diabetes Mellitus, é uma ferramenta importante para a redução de custos para os serviços de saúde. O objetivo deste trabalho foi analisar e descrever os benefícios da prática da atividade física sobre a população portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2, assim como destacar a necessidade de políticas de saúde para o controle e prevenção deste grande problema de saúde pública. Intervenções que focalizam aspectos múltiplos dos distúrbios metabólicos, incluindo a intolerância à glicose, a hipertensão arterial, a obesidade e a hiperlipidemia, poderão contribuir para a prevenção primária do Diabetes Mellitus. Um dos maiores problemas é que a sociedade ainda não realiza atividade física como hábito de vida, o que contribui para a predisposição do Diabetes Mellitus. Ao considerar a proximidade da equipe de saúde frente aos portadores de Diabetes Mellitus, torna-se necessária a implementação de medidas preventivas focadas para o controle da taxa glicêmica dos portadores de Diabetes Mellitus. Deve-se lembrar que a prática cotidianamente de exercício físico deve ser feita sempre de maneira moderada e com o acompanhamento do profissional da área de saúde que possua qualificação. Os benefícios da atividade física estão sendo estudos há tempos de forma generalizada, porém, os indivíduos portadores de diabetes necessitam praticar atividade física cotidianamente, devido aos grandes benefícios fisiológicos que a atividade promove ao diabético. Palavras Chave: atividade física, diabetes mellitus, fatores de risco. 1. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e a obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência desta doença (BRASIL, 2006). De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2002) apud Silva et al. (2006), a diabetes é um importante e crescente problema de saúde pública. Sua incidência e prevalência estão aumentando a cada dia que se passa em todo mundo, alcançando proporções epidêmicas inimagináveis. A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo do Diabetes Mellitus, é uma ferramenta importante para a redução de custos para os serviços de saúde. As intervenções que focalizam aspectos múltiplos dos distúrbios metabólicos, incluindo a intolerância à glicose, a hipertensão arterial, a obesidade e a hiperlipidemia, poderão contribuir para a prevenção primária do Diabetes Mellitus (McLELLAN et al., 2007). O diabetes faz parte de um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, levando a disfunções e insuficiência de vários órgãos, como olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos, predispondo ou dificultando a ação das glândulas secretoras de insulina que envolve processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (BRASIL, 2006). Trata-se de uma patologia silenciosa que acomete a população de forma geral, tornando-se um dos maiores problemas no âmbito da saúde pública. Acomete principalmente as pessoas da classe econômica inferior. A sua instalação está associada a fatores biológicos, ou seja, provenientes do estado de saúde, mas pode ser agravada por fatores ambientais, dentre eles a alimentação e a falta de atividade física cotidianamente. A prevenção continua sendo menos onerosa do que o tratamento, considerando-se também que as complicações provenientes após a sua instalação poderão agravar o estado de saúde e conduzir até ao óbito principalmente por processos infecciosos. Uma estratégia importante para a prevenção seria a prática de atividade física (BRASIL, 2006). A realização de um plano alimentar para a redução de peso, associado a exercício físico são considerados terapias de primeira escolha para o tratamento de pacientes com síndrome metabólica. Está comprovado que esta associação provoca a redução expressiva da circunferência abdominal e a gordura visceral, melhora significativamente a sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, podendo prevenir e retardar o aparecimento de diabetes tipo 2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005), a predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o surgimento da síndrome metabólica, cuja prevenção primária é um desafio mundial contemporâneo, com importante repercussão para a saúde. Um dos maiores problemas é que a sociedade ainda não realiza atividade física como hábito de vida, o que contribui para a predisposição do Diabetes Mellitus. Ao considerar a proximidade da equipe de saúde frente aos portadores de Diabetes Mellitus, torna-se necessária a implementação de medidas preventivas focadas para o controle da taxa glicêmica dos portadores de Diabetes Mellitus. A prática de atividade física demanda conhecimento prévio e detalhado, afim que se possa observar e selecionar o que se aplica às necessidades do usuário. Faz-se necessário então o conhecimento, para que seja incorporada aos serviços de saúde. O objetivo deste trabalho foi analisar e descrever os benefícios da prática da atividade física sobre a população portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2, assim como destacar a necessidade de políticas de saúde para o controle e prevenção deste grande problema de saúde pública. 2. METODOLOGIA Foi realizado um estudo exploratório acerca da prática da atividade física como benefícios para a melhoria da taxa glicêmica e da qualidade de vida dos portadores de Diabetes Mellitus. Para tal foi feita uma revisão bibliográfica das produções científicas pertinentes ao conteúdo escolhido, que se encontram indexadas no Scielo, Bireme, Lilacs e Portal Capes ? Periódicos enquanto bases de dados e internet. Como palavras chaves foram utilizadas: atividade física, diabetes mellitus, fatores de risco. Ainda como critério de inclusão, limitou-se às produções ocorridas nos últimos 10 anos. Os artigos e demais publicações foram analisados e subsidiaram a construção do referencial teórico deste trabalho. 3. HISTÓRICO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 A diabetes é uma doença crônica que se distingui pela elevação dos níveis de glicose no sangue e pela inércia do organismo em modificar todo o açúcar derivado dos alimentos. Quando a glicose no sangue está elevada, diz-se que o paciente está com hiperglicemia (É DIABÉTICO..., 2011). O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (BRASIL, 2006, p. 9). Existem três formas de diabetes que são: Diabetes Mellitus Tipo 1, Diabetes Mellitus tipo 2 e o Diabetes Gestacional. Neste estudo será destacado o Diabetes Mellitus Tipo 2. O Diabete Mellitus tipo II é responsável por cerca de 80 a 90% dos casos registrados da doença. Diz-se que o início da doença ocorre a partir dos 40 anos de idade, sendo mais freqüente entre 50 e 60 anos, e desenvolve-se de forma gradual (GUYTON, 2002 apud OLIVEIRA; KABUKI, 2004). O termo Diabetes Mellitus Tipo 2 ou também chamado não-insulino-dependente é usado para indicar uma deficiência de insulina. A administração de insulina nesses episódios, quando executada, não propõe evitar a cetoacidose, mas conseguir controle do quadro hiperglicêmico. Os portadores de Diabetes Tipo 2 apresentam duas deficiências fisiológicas: secreção anormal de insulina e resistência à ação do hormônio nos tecidos alvo (BRASIL, 2006; KATZER, 2007). O Diabete Mellitus é uma patologia caracterizada pela produção insuficiente de insulina pelo organismo, podendo levar o paciente ao óbito. A insulina é um hormônio polipeptídico produzido no Pâncreas, ao qual é atribuído propriedades regulatórias do metabolismo energético, principalmente ao que se refere à glicose (OLIVEIRA; KABUKI, 2004). Segundo Irigoyen et al. (2003) estudos vêm demonstrando que a resistência à insulina é o principal fator na patogênese do Diabetes Mellitus do tipo 2 e é um cofator no desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica, dislipidemia e aterosclerose. De acordo com Guimarães e Takayanagui (2002), a partir de um estudo sobre prevalência do Diabetes Mellitus, realizado em nove capitais brasileiras, de 1986 a 1988, detectou-se que cerca de 7,6% da população adulta são portadores de diabetes e cerca de 50% desta mesma população desconhecem ser portadores. O Ministério da Saúde reforça estes cálculos afirmando que 50% da população com diabetes não sabe que são portadores da doença (BRASIL, 2006). A população com diabetes que não sabe que são portadores, permanecem não diagnosticados até que apareçam sinais de complicações. Por isso, testes de rastreamento são sugeridos para indivíduos assintomáticos que apresentem maior risco à doença. Idade maior que 45 anos, sobrepeso, antecedente familiar, hipertensão arterial, colesterol e triglicerídeos são indicadores de maior risco para o aparecimento da diabetes (BRASIL, 2006). O Diabetes Mellitus é uma das principais doenças crônicas que afetam o homem contemporâneo, acomete indivíduos em todos os países em qualquer fase de desenvolvimento econômico social. Sua importância está crescendo devido a vários fatores como: maior taxa de urbanização, aumento da expectativa de vida, industrialização, dietas hipercalóricas e ricas em hidratos de carbono de absorção rápida, deslocamento de populações para zonas urbanas, mudanças de estilo de vida, inatividade física e obesidade (GUIMARÃES; TAKAYANAGUI, 2002; IRIGOYEN et al., 2003). A mortalidade dos diabéticos é maior do que a da população em geral e decorre especialmente das doenças cardiovasculares. É possível reduzir o risco de diabetes mellitus através de dieta alimentar e exercícios físicos (IRIGOYEN et al., 2003). 4. BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE FÍSICA Os resultados benéficos da prática da atividade física por indivíduos diabéticos são muitos. Esses benefícios são reconhecidos desde 1935, quando se afirmou que o exercício físico tende a promover a redução das taxas glicêmicas dos diabéticos, daqueles indivíduos em que em seus organismos há uma adequada quantidade de insulina, seja de origem endógena ou exógena. Esse efeito é tão importante que o exercício é colocado com lugar definido e proeminente no tratamento diário do diabetes (DIAS et al., 2007). Os benefícios da prática da atividade física regular para a saúde têm sido amplamente documentados. Há várias evidências de que os resultados inicialmente obtidos num programa de atividade física só serão mantidos se os indivíduos continuarem praticando exercício apropriado em longo prazo (FECHIO; MALERBI, 2004). De acordo com Mercuri e Arrechea (2001) e Fechio e Malerbi (2004), os benefícios da atividade física a curto, médio e longo prazo são: aumento do consumo da glicose, diminuição da concentração basal e pós-prandial da insulina, melhora os níveis da hemoglobina glicolisada, melhora o perfil lipídico (diminui os triglicerídeos, aumenta a concentração de HDL-colesterol, reduz a concentração de LDL-colesterol), contribui para diminuir a pressão arterial, aumenta o gasto energético (favorece a redução do peso corporal, diminui a massa total de gordura, preserva e aumenta a massa muscular), melhora o funcionamento do sistema cardiovascular, aumenta a força e elasticidade muscular, e promove uma sensação de bem estar e melhora a qualidade de vida. Dentre os benefícios em curto prazo, o aumento do consumo de glicose como combustível para o músculo em atividade, contribui para o controle da glicemia. O efeito hipoglicemiante ou elevação da sensibilidade celular à insulina causado pelo exercício físico pode prolongar por horas e até dias após o fim do exercício. Esta resposta metabólica normal pode ser alterada durante os estados de extrema deficiência de insulina ou excesso da mesma, o que é responsável por um risco maior de hipoglicemia ou hiperglicemia e ocorrência de cetoacidose (MERCURI; ARRECHEA, 2001; KATZER, 2007). Por essa razão, a prescrição de atividade física para melhorar o controle da glicemia em portadores de diabetes do tipo I foi motivo de discussão e controvérsias entre especialistas (MERCURI; ARRECHEA, 2001). 5. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 A vida sedentária, o estresse e a má alimentação vêm contribuindo de forma assustadora para o aumento de casos de diabetes (DIAS et al., 2007). De acordo com Sartorelli e Franco (2003), a redução do nível de atividade física tem sido atribuída à modernização dos processos produtivos, inclusive na agricultura, observado nas últimas décadas, ainda assim, através de estudos realizados, pode se observar que indivíduos de baixa escolaridade tendem à praticar atividade física com menor freqüência, as horas gastas com televisão computador e vídeo-game, considerados como atividades sedentárias, está associada de forma positiva com o índice de massa corporal em adolescentes do sexo masculino. Ainda Sartorelli e Franco (2003), o aumento abrupto da prevalência da obesidade observada em países do continente americano, tem sido atribuído a alterações no hábito alimentar: ? Maior densidade energética; ? Alto consumo de carboidratos refinados; ? Gorduras saturadas; ? Ácidos graxos "trans" e colesterol; ? Alimentos do tipo Fest Foods; ? Bebidas alcólicas; ? Uso de veículos automotores, etc; Estes fatores citados favorecem a obesidade que tem sido apontada como um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Estudos epidemiológicos e de intervenção demonstram claramente que a prática regular de atividade física é eficaz para a prevenção e controle do diabetes do tipo 2. A prática regular de atividade física tem demonstrado diminuir o risco de desenvolver diabetes do tipo 2, tanto em homens como em mulheres, independente da história familiar, do peso e de outros fatores de risco cardiovascular como o fumo e a hipertensão (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004, p. 320). A atividade física é um fator importante no tratamento do diabetes mellitus, pois, contribui para melhora da qualidade de vida do diabético. Mais ainda, atuando preventivamente e implantando um programa de promoção da atividade física, dieta sã e equilibrada, assistência médica, educação do paciente e da equipe sanitária, pode-se reduzir de forma significativa a incidência do diabetes do tipo 2 e das complicações associadas (MERCURI; ARRECHEA, 2001). Irigoyen et al. (2003) dizem que o exercício, juntamente com o tratamento farmacológico e dieta alimentar, têm se mostrado como umas das três principais formas de tratamento do diabetes mellitus. A prática regular de atividade física é recomendada para pacientes com diabetes devido aos seus benefícios sobre o risco cardiovascular, controle metabólico e prevenção das complicações crônicas da doença, além do baixo custo, a natureza não farmacológica e os benefícios psicossociais de uma vida menos sedentária. Aumentam ainda mais o apelo da terapêutica através da atividade física regular. A atividade física prescrita em pacientes portadores de diabetes deveria reunir as características descritas no gráfico 1. A prática regular de atividade física é indicada a todos os pacientes com diabetes, pois, melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de hiperglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos, diminui os riscos de doença cardiovascular e melhora a qualidade de vida (BRASIL, 2006, p.23). Pesquisas surgem para comprovar o valor da atividade física para o indivíduo diabético. Em um grupo composto de doze indivíduos diabéticos tipo 2, um indivíduo com o tipo 1 e um com diabetes secundário, após atividades físicas durante um período de três meses, os valores da hemoglobina glicosada daqueles que persistiram no treinamento diminuíram drasticamente (DIAS et al., 2007). Ainda Dias et al. (2007), em um estudo realizado nas Ilhas Caribenhas, chegaram à seguinte conclusão: os diabéticos apresentam um risco de morrer do que as pessoas que não possuem essa enfermidade, e os dados obtidos ressaltam a urgente necessidade de idealizar estratégias clínicas e de saúde pública dirigidas tanto para a prevenção do diabetes como para prevenir ou reduzir as cargas de complicações clínicas que sofrem as pessoas afetadas por essa enfermidade e ainda que as medidas adotadas para a prevenção desse quadro devem ser as intervenções com base nos estilos de vida que favorecem uma melhor alimentação e a prática de exercícios físicos. 6. ENVOLVIMENTO DO PROFISSIONAL O Educador Físico é um profissional especialista em atividades físicas em todas as suas manifestações (ginásticas, exercícios físicos, jogos, desportos, lutas, danças, entre outros), tendo como propósito auxiliar no desenvolvimento da educação e saúde, contribuindo para a aquisição e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento físiocorporal (DIAS et al., 2007). Antes de iniciar um programa de exercícios físicos, os indivíduos diabéticos, devem passar por uma avaliação médica detalhada com métodos e diagnósticos adequados. Inicialmente traçada uma história clínica e realizado um exame físico, com particular atenção nas possíveis complicações micro e macrovasculares (neuropatia, retinopatia, doenças cardiovasculares, controle glicêmico), que podem ser agravadas pelo programa de exercício (CREPALDI; SAVALL; FIAMONCINI, 2005). O programa de exercícios físicos para diabéticos é extremamente complexo, exige a atenção de uma equipe multidisciplinar, necessitando ser complementado e interpretado por uma série de exames clínicos e laboratoriais, que ajudam a equipe (médico, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico) a concretizar e adaptar as exigências específicas de cada diabético as suas reais condições de saúde (CREPALDI; SAVALL; FIAMONCINI, 2005). De acordo com Bindaco, Machado e Santiago (2011), ainda se faz importante essas avaliações, pois o paciente, ao realizar determinados exercícios pode vir a sofrer alguma compensação articular ou lesão muscular. Assim, um profissional como o fisioterapeuta, por exemplo, pode detectar alguma alteração deste tipo e traçar um plano de tratamento específico para o mesmo, de acordo com as indicações e as contra-indicações, utilizando alguns recursos manuais, como manobra articular de Maitland, técnica de Jones ou algum tipo de alongamento, a depender do que o paciente apresenta. Um programa estruturado de atividade física em pacientes com diabetes deve partir de uma prescrição individualizada de exercícios, em sessões formais de condicionamento físico, nas quais sejam realizadas todas as etapas que compõem uma sessão padrão de exercício, incluindo aquecimento, parte principal e desaquecimento-relaxamento. Na ausência de contra-indicações, deve ser encorajada também a prática de exercício de resistência 3 vezes por semana, nos principais grupos musculares (BRASIL, 2006). Os diabéticos em geral podem participar dos mesmos tipos de exercícios que os não diabéticos para o seu treinamento físico, 5 a 7 vezes por semana. Entretanto devido à grande variabilidade individual no estado de controle e na resposta apresentada pelo paciente ao exercício, é fundamental que o programa de condicionamento físico para esses tenha uma prescrição individualizada, possibilitando a aquisição saudável e segura dos seus benefícios (CREPALDI; SAVALL; FIAMONCINI, 2005). Se um programa de exercícios for mal elaborado, pode causar ao praticante hipoglicemia, sangramento na retina, perda de proteínas na urina, complicações cardíacas e até morte súbita, principalmente se o indivíduo for também hipertenso além de diabético. Os participantes devem ter seus níveis glicêmicos adequados para obter as vantagens proporcionadas pelo exercício, pois do contrário a probabilidade de riscos do exercício físico pode ser maior do que a probabilidade de benefícios (DIAS et al., 2007). As alterações que o diabetes mellitus pode causar no organismo são numerosas, em estágio avançado estas alterações podem causar amputação de membros. A fisioterapia irá orientar os cuidados necessários que o diabético deverá ter para evitar tais complicações assim como estimular a prática de exercícios físicos de forma correta maximizando os benefícios da atividade física para controlar os níveis de glicose e gerando qualidade de vida ao portador de diabetes (MANCUSO, 2011). 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode se observar que a Diabetes Mellitus é uma patologia que esta ganhando forças nos dias de hoje para sua evolução, devido aos hábitos de vida e comodidade que ser humano vive atualmente. Sendo assim, faz-se necessário que competências governamentais realizem estudos a fim de colocar em prática métodos de intervenção para prevenção da diabetes assim como formas de tratamento eficazes com baixo custo para os cofres públicos. Finalmente deve ser lembrando que a prática cotidianamente de exercício físico deve ser feita sempre de maneira moderada e com o acompanhamento do profissional da área de saúde que possua qualificação. O grupo de profissional incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais de educação física, ou seja, a equipe multidisciplinar. É de suma importância que o individuo tenha uma alimentação balanceada suprindo suas necessidades metabólicas, e que realize a atividade física de maneira planejada e bem estruturada. Os benefícios da atividade física estão sendo estudos há tempos de forma generalizada, porém, os indivíduos portadores de diabetes necessitam praticar atividade física cotidianamente, devido aos grandes benefícios fisiológicos que a atividade promove ao diabético. A prática de exercícios regulares aumenta a longevidade, a disposição, melhoram a saúde de um modo geral, desde que estas atividades sejam orientadas por um profissional qualificado. Concluí-se então que nas condições atuais de tecnologia e comodismo em que o ser humano vive predisposto ao aparecimento da diabetes, raramente encontraríamos um indivíduo que não fosse portador desta patologia, por isso está sendo considerado um grande problema de saúde pública, porém, ainda existem formas de combater tal patologia, através de promoção de saúde, com realização de grandes campanhas de prevenção levando como propósito principal a prática de atividade física regular e dieta balanceada, é notório que somente através de políticas públicas de saúde na atenção primária, poderia se reduzir os números de portadores de diabetes em longo prazo. 8. REFERÊNCIAS BINDACO. N. V.; MACHADO. S. F.; SANTIAGO. T. S. Benefícios da Atividade Física no Tratamento da Diabetes Mellitus. 2010. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2011, 18:45:45. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n.16). CIOLAC, E. G.; GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev. Bras. Med. Esporte, Santo André, v. 10, n. 4, p. 319-324, jul./ago. 2004. CREPALDI, S.; SAVALL, P. J.; FIAMONCINI, R. L. Diabetes Mellitus e exercício físico. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, n. 88, set. 2005. DIAS, J. A. et al. A importância da execução de atividade física orientada: uma alternativa para o controle de doença crônica na atenção primária. Revista Digital, Buenos Aires, ano 12, n. 114, nov. 2007. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2011, 18:40:25. É DIABÉTICO: ou está integrado num grupo de risco? Conheça os sintomas, os tipos e as complicações desta doença. 2011. Disponível em: . Acesso em: 04 jan. 2011. FECHIO, J. J.; MALERBI, F. E. K. Adesão a Um Programa de Atividade Física em Adultos Portadores de Diabetes. Arq. Bras. Endocrinol Metab., São Paulo, v. 48, n. 2, p. 267-275, abr. 2004. GUIMARÃES, F. P. M.; TAKAYANAGUI, A. M. M. Orientações recebidas do serviço de saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. Revista de Nutrição, Campinas, v. 15, n. 1, p. 37-44, jan./abr. 2002. IRIGOYEN, M. C. et al.Exercício Físico no Diabetes Melito Associado à Hipertensão Arterial Sistêmica. Rev. Bras. Hipertens., Ribeirão Preto, v. 10, n. 2, p. 109-116, abr/jun. 2003. KATZER, J. I. Diabetes Mellitus Tipo II e Atividade Física. Revista Digital, Buenos Aires, ano 12, n. 113, out. 2007. LUCENA, J. B. da S. Diabetes Mellitus Tipo 1 e Tipo 2. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. São Paulo, SP, 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2011. MANCUSO, J. P. Importância do exercício no tratamento de diabetes. Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2011, 20:59:30. McLELLAN, K. C. P. et al. Diabetes Mellitus do Tipo 2, Síndrome Metabólica e Modificação no Estilo de Vida. Rev. de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 5, p. 515-524, set./out. 2007. MERCURI, N.; ARRECHEA, V. Atividade física e diabetes mellitus. Diabetes Clínica, Buenos Aires, v. 4, p. 347-349, 2001. OLIVEIRA, D. P. N. L.; KABUKI, M. T. Diabete Mellitus Tipo II: Características Fisiológicas. Lato & Sensu, Belém, v. 5, n. 1, p. 136-141, jun. 2004. SARTORELLI, D. S.; FRANCO, L. J. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, sup. 1, p. 29-36, 2003. SILVA, T. R. et al. Controle de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial com Grupos de Intervenção Educacional e Terapêutica em Seguimento Ambulatorial de uma Unidade Básica de Saúde. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 180-189, set./dez. 2006. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 84, supl. I, p. 1-28, abr. 2005.