Nosso Senhor disse que aquele que cresse e fosse batizado seria salvo.

Disse também que este batismo nas águas deveria ser feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Por pressuposto básico então Ele definiu qual é o ato da verdadeira fé que antecede o batismo, como sendo o conhecimento pessoal de Deus Pai, de Deus Filho e de Deus Espírito Santo. 

A fé verdadeira é portanto não somente fé em Deus Pai, mas também fé em Jesus Cristo e no Espírito Santo, porque Deus é um só, mas em três pessoas.

Não admira portanto que muitos religiosos de várias seitas recusem o batismo cristão, que deve ser feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito, porque não crêem em Jesus como sendo Deus, e não crêem sequer na existência do Espírito Santo.

Dizemos que isto não é algo para ficarmos maravilhados diante de tal recusa, porque não podem de fato reconhecer a Jesus como Deus e nem também crerem no Espírito Santo, porque aquele que não tem o Espírito Santo não é de Cristo, e não se pode conhecer a nosso Senhor Jesus Cristo e se vir a Ele senão por uma atração realizada pela graça e pelo poder de Deus Pai. Deste modo, não conhecem também verdadeiramente a Deus Pai, porque não pode ser conhecido senão somente pela fé em Jesus Cristo, segundo revelação e operação do Espírito Santo.

Deve ser dito também que ninguém mais além de Jesus Cristo pode batizar alguém com o Espírito Santo. E Ele faz isto somente com aqueles que creram nEle como sendo Deus, Senhor e Salvador.

Ora, para tal conhecimento de Deus como sendo triúno é necessário que haja um trabalho de revelação, de iluminação e de transformação daquele que virá a crer.

Por isso se diz que a fé verdadeira é um dom de Deus.

Assim, tal fé e conhecimento pessoal de Deus é muito mais do que mero conhecimento intelectual de que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo existem. Porque alguém pode afirmar que  cre nesta verdade e no entanto, não ter ainda um verdadeiro conhecimento pessoal de Deus, por uma experiência com as três pessoas da Trindade.

Por isso se ordena que o batismo seja feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, porque dificilmente alguém consentirá ser batizado sem crer em Jesus Cristo como sendo Deus, Senhor e Salvador, e no Espírito Santo como sendo também Deus e o Consolador que foi enviado para habitar em nós e para nos transformar à imagem e semelhança de nosso Senhor Jesus Cristo.

Deste modo a própria Trindade é em si mesma uma prova, um teste, para verificação onde existe a verdadeira fé.

E o batismo nas águas passa a ser o testemunho público, a declaração ou confissão de fé, que se possui de fato um conhecimento verdadeiro de Deus, que é a exigência para que sejamos batizados.

Com o batismo declaramos que não apenas conhecemos pessoalmente como também que pertencemos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e nos sujeitaremos ao modo do plano de Salvação do Pai, à aceitação dos atos de Jesus Cristo para a nossa remissão do pecado, e do trabalho do Espírito Santo na nossa regeneração, santificação, consolação e edificação.   

É isto o que torna a forma de se realizar o batismo algo secundário, ou seja, não será se fomos batizados por aspersão ou por imersão, que poderemos dar tal testemunho de conhecimento de Deus e de fé nEle, do modo verdadeiro e conveniente, ou seja, confiando totalmente nas três pessoas da Trindade.  

Vemos assim, que é totalmente infrutífero tentarmos convencer alguém que Jesus é também Deus, tanto quanto o Espírito Santo, para que tal pessoa possa ser batizada, porque isto é operado pelo próprio Deus nos corações dos homens, especialmente pelo trabalho de convencimento do Espírito Santo.    

Bem-aventurados são portanto aqueles que tal como os discípulos de João que haviam crido em Cristo, mas que não haviam ainda recebido o Espírito Santo, porque nada sabiam acerca da própria existência do Espírito, que imediatamente consentiram em receber o Seu batismo, quando indagados pelo apóstolo Paulo, quando havia chegado a Éfeso, se eles haviam recebido o Espírito Santo quando creram em Jesus Cristo.

Estes são bem-aventurados porque podem fazê-lo por causa do trabalho de Deus em seus corações, ao qual eles se submetem sem Lhe oferecer qualquer resistência.

Então, quando disse que o que crer e for batizado será salvo, nosso Senhor não estava colocando o batismo nas águas como mais uma condição para a salvação da alma, além da fé. Mas, ensinando que os verdadeiros crentes seriam reconhecidos pelo conhecimento pessoal deles tanto de Deus Pai, quanto de Deus Filho e de Deus Espírito Santo, porque é no nome das três pessoas da Trindade divina que somos batizados.   

 

Pr Silvio Dutra