1. RESUMO DA PRIMEIRA OBRA MACEDO, Edir. Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios. Rio de Janeiro: UNIPRO, 2006. O autor desta obra, Edir Macedo, é o fundador e Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Nela, ele apresenta a sua concepção sobre Orixás, Caboclos e Guias. Na introdução expõe a necessidade dos pais de santos entenderem o engano do Diabo sobre a vida deles. No primeiro capítulo, apresenta o sincretismo brasileiro do religioso com o sagrado. Ao apresentar a mistura das variadas religiões africanas com o cristianismo e o surgimento de novos segmentos como, umbanda, quimbanda e o candomblé. Nestas facetas os Demônios, que são seres reais e tem influenciado a humanidade para o mal desde os tempos remotos, se apresentam como seres do bem, ou como no Espiritismo, se mostram como uma das pessoas que faleceram e logo são adorados como Deuses. Conforme Edir, os Demônios são seres sem corpo, e estão a procura de corpos humanos para expressarem, assim dominam a pessoa e fazem com ela o que eles querem, as enganando e usando ao seu bel prazer. No próximo capítulo, o autor passar a relatar sobre quem são estes seres espirituais. Mostra, de acordo com as escrituras, que são anjos caídos da esfera celeste. A partir Ezequiel 28 define a pessoa de Satanás, e em Gênesis 1 demonstra que a terra está sem forma e fazia pela queda deste anjo, que trouxe consigo um grande numero de outros anjos. Estes andam pela terra para destruir tudo que Deus fez de bom, uma vez que perderam seu lugar de honra e sabem que não podem mais conquistá-lo, enganam as pessoas ao se apresentarem como anjos de luz, e levam muitos a perdição. No terceiro capítulo a proposta de Macedo é mostrar por que Deus permite a atuação dos espíritos malignos. Ele defende que Deus não criou Demônios, Ele criou anjos, mas ao não se sujeitam ao seu primado e ser tornaram seres maligno s. Por isso Deus nunca usa estes seres para cumprir o seu propósito. Com a passagem de Isaías 9.2, Edir mostra a existência de dois reinos, o de Deus e o de Satanás. Destarte, a atuação dos Demônios sobre os seres humanos serve apenas para testar sua fidelidade. No quarto capítulo ilustra como os Demônios se apoderam das pessoas. O autor defende que eles dominam as pessoas procurarem direta ou indiretamente centros espíritas, candomblé, e outras seitas. Outras pessoas são dominadas por hereditariedade, ou por “trabalhos” e “despachos”, por envolvimentos com pessoas do espiritismo, por alimentos sacrificados aos ídolos e por rejeitar a Cristo. O quinto capítulo é dado a apresentar os nomes dos Demônios. Nesta sessão o autor gesticula que os nomes que estes seres usam servem para enganar as pessoas. Pois estes anjos caídos querem receber adoração e para isso se apresentam com o nome de uma pessoa famosa que está morta, um rei, cantor ou imperador. Outro fator com relação aos nomes dos demônios é a ligação com as suas ações. O nome é atribuído de acordo com suas atitudes, como “Zé pelintra” domina as pessoas viciadas, ou “pomba Gíria” que atua nas prostitutas e os homossexuais, etc. O sexto capítulo e o sétimo, o Bispo comenta sobre a Mediunidade, possessões e encostos. Conforme ele, são pessoas que aceitam ser usadas pelos Demônios, muitas vezes sem saberem que são demônios, e realizam adivinhações, fazem previsões, outras servem e instrumento para o mal. O oitavo capítulo descreve alguns sinais de possessão demoníaca, como nervosismo, dor de cabeça, insônia. O nono capítulo discorre sobre o desenvolvimento no Espiritismo, a pessoa começa num estágio de limpeza e vai se desenvolvendo para dar mais liberdades aos espíritos em usá-la. E o décimo aborda os enganos demoníacos, como milagres, aparições em formas de entes queridos falecidos, o uso da caridade, entre outros. O capítulo onze o autor destaca que os demônios tem força, não poder. Este foi concedido apenas a Jesus Cristo, que tem “todo poder nos céus e na terra.” As adivinhações, curas, milagres e sinais dos demônios são demonstrações da sua força de persuasão para iludir as pessoas e conduzi-las ao erro. Destarte, eles não podem tocar nos cristãos, pois toda força de Satanás não pode sobrepujar poder que está na vida do mais fraco crente. De modo que para conseguir chegar no cristão, o Diabo usa de estratégias que se manipulam pelo livre-arbítrio. Pois quanto a pessoas quer Deus também não impede. Ao capítulo doze, Edir vislumbra as doenças causadas pelas entidades demoníacas, e descreve que todo mal existente no mundo é consequência do Diabo e suas ações (desde vírus, bactérias, etc.). O capítulo quatorze apresenta a finalidade dos trabalhos e despachos. Estas atividades tem por finalidades satisfazer os desejos dos demônios em troca de favores. O capítulo seguinte comenta sobre macumba. Nele o autor coloca que este feito poder interferir apenas na vida de pessoas que não servem a Cristo. Já o capítulo quinze mostra que crentes podem ficar endemoniados, a partir do momento que decidem estar numa duplicidade de vida, estão na igreja, mas continuam a praticar o pecado. Do capítulo dezesseis a seguir, Edir Macedo realiza uma aplicação para libertação das força demoníacas. Primeiro ele mostra a poder da igreja contra a ação dos demônios, seguido por dez passos para uma libertação total e finaliza mostrando o poder e a atuação do Espírito Santo na vida da pessoa que se rende aos pés de Jesus. 1.2 Análise da primeira obra Na obra apresenta, O bispo Edir Macedo coloca uma realidade, uma verdade que pode ser contatada. Ele expõe o sincretismo religioso e o surgimento de novas ondas influenciadas para o mal. Mostra a influência e o engano dos demônios, como no caso do espiritismo. Que os espíritos malignos usam o sofrimento das pessoas pela perda de um ente querido, e para se manifestarem, como se esta pessoa falecida estivesse entrando em contato para contar sua situação. E infelizmente as pessoas por buscarem soluções em lugares errados, acabam por serem enganadas. Esta é uma das verdades que o Bispo apresenta e que prende a atenção do leitor. Depois ele descarrega as suas teorias, a fim de persuadir as pessoas. No começo a compreensão de batalha espiritual de Edir Macedo é boa, bíblica, porém na sequência, um leitor atento e conhecedor das sagradas escrituras, pode perceber os erros e negligência que são apresentados de forma perniciosa. A ideia aparentemente é boa porque levanta a autoestima das pessoas. Muitas pessoas entram na igreja dirigida pelo bispo Macedo perdidas, e saem deste local, certas que podem vencer qualquer barreira, entram tristes e vão embora alegres. A convicção dos pastores, como Edir, é tão grande, que ao ouvir suas palavras, as pessoas se comovem e acreditam que podem conseguir. A pregação deste movimento coloca as pessoas num lugar de autoridade. De fato, Jesus morreu para nos fazer vencedores e não derrotados. Percebe-se que a proclamação de Edir é bíblica, o que aumenta a credibilidade de suas palavras. E Ele comprova pelas escrituras suas teorias. Na verdade, a maioria das doutrinas que ele aderiu ao seu ministério tem base bíblica, contudo somente metade da verdade, e este é o seu grande erro. Porque ao proclamar meia verdade, somente leva as pessoas a meio caminho. E ao conhecer, que a outra metade do caminho é bem cumprida, de difícil acesso, onde têm pedras, buracos e vários outros problemas, as pessoas tendem a desistir, desanimar, e se frustram com a ideia que primeiro lhes foi apresentada. O que primeiro parecia bom ser torna em prejuízo, tanto para pessoas que se sente enganada, como para própria proclamação do evangelho. Esta concepção de “batalha espiritual,” que a pessoa determina a vitória em sua vida, amarra os demônios para não atrapalharem mais, exige de Deus a cumprimento de suas promessas, porque tiveram uma atitude de fé torna as pessoas em supercristãos. O que na verdade não existe, o único homem que foi perfeito, tinham poder sobre todos e qualquer demônio, podia fazer o que desejasse foi Jesus. E ele, mesmo tendo toda autoridade sofreu, passou fome, teve frio enfrentou todas as intempéries como um homem normal. Os adeptos da corrente que prega Edir tendem a querer usar as palavras de Jesus e muitos de seus exemplos. Entendem a Bíblia como um livro de receitas, basta seguir como está escrito e pronto, o bolo, a comida ou o que quiserem sai perfeito. Primeiramente, as palavras de Jesus não são as dos seres humanos. Ele tomou forma de homem, no entanto não deixou de ser Deus. Jesus podia ordenar aos demônios, pois ele era o filho de Deus, e estava neste mundo para implantar um novo reino. Este novo império que começa a ser implantado tinha que ser mostrado com sinais e maravilhas aos homens e aos demônios. Jesus estava colocando o seu alicerce. Por isso não basta ler a Bíblia literalmente e aplicar. Ela deve ser interpretada corretamente. Compreender as escrituras erradamente, ou fora do seu contexto geral, e utilizar apenas o contexto imediato, como faz Edir Macedo, é colocar palavras que Deus nunca disse na sua boca. Isto é o que acontece com as heresias, são mentiras camufladas de verdade, que invés de levar o mundo para Cristo, o afasta cada vez mais. Destarte, o evangelho começa a passar por descrédito. As pessoas que não conhecem a Cristo, nem querem conhecer por verem a decepção de tantas pessoas, os maus testemunhos, o evangelho se torna uma vergonha. Doutro lado, estão as pessoas que trilham pelos passos do bispo e se dão bem. Pela prosperidade que alcançam, pensam estar no caminho certo. Mas, se esquecem que, vida com Cristo é mais que prosperidade material. Viver com Jesus é renunciar as próprias vontades, se desviar das coisas que desagradam a Deus, amar ao próximo. É ter Deus como centro de sua vida, onde ter riquezas ou passar fome não faz diferença, porque tudo é dele e para Ele. O maior problema da batalha espiritual, conforme é proclamada no livro de Edir, é deduzir que vida cristã é só alegria e que todo mal e tristeza provém do Diabo. Por isso basta ,podia amarrar o Diabo e não amarrou. Mas, muitos crentes estão querem fazer aquilo que nem Cristo fez. A batalha espiritual é uma realidade, no entanto, não se deve atribuir poder ao Diabo que ele não tem, nem subestimar a sua força. Não se vence esta batalha, se não pela integralidade das escrituras e na oração bíblica. 2. RESUMO DA SEGUNDA OBRA Lopes, Augustus Nicodemus. O que precisa saber sobre batalha espiritual. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. Augustus Nicodemus Lopes realiza uma extensa obra para tratar sobre batalha espiritual. Para atingir seu propósito dividiu a obra em doze capítulos. Ao introduzir o assunto é abordada a ênfase demasiada na batalha entre Cristo contra Satanás. Muitas igrejas na exposição deste conflito acabam por atribuir ao Diabo o sentido principal da igreja existir, e deixam de lado as doutrinas bíblicas e essenciais da igreja. Para apresentar uma resposta para este problema, o autor no primeiro mostra a realidade da batalha espiritual de acordo com as palavras de Paulo em Efésios 6.10-13. Que o crente deve se preparar com as armaduras que são de Deus, e não próprias, porque estas tem poder para vencer o maligno. E, os perigos existentes nesta batalha, como atribui tudo ao Diabo, ou subestimar a sua força, até negando a existência do mal. E conclui com a observação, só um cristianismo bíblico pode trazer solução para muitos problemas que o mundo tem enfrentado. No segundo capítulo o autor transcreve a origem do problema da “Batalha Espiritual.” Inicia com o missionário Fraser, que para enfrentar os espíritos que atormentavam as tribos na China, começou proferir palavras em alta voz contra estas entidades, e as pessoas eram libertas. Depois expõe algumas linhas de pensamento que aderiram esta ênfase, e conclui com os nomes de Frank Peretti, que escreveu dois romances com os principais conceitos sobre “batalha espiritual”, e que alcançaram repercussão mundial. Com Peter Wagner escritor de vários livros e artigos sobre o tema. E com a organização AD2000 que realizou várias palestras e materiais difundindo esse pensamento. O terceiro capítulo é a definição do movimento “batalha espiritual.” De acordo com Nicodemus, uma característica deste movimento é a demonização de todo mal, tratado também por modo “ekbalístico” de mistério, termo oriundo do grego “ekballw” (expelir, expulsar). Destarte, se todo mal provém dos demônios, o que basta fazer é expulsá-los. A começar pelos que se alojam nos territórios e nas estruturas sociais, políticas e culturais, que confundem as pessoas para não chegarem ao conhecimento do evangelho, e impedem o desenvolvimento da obra de Cristo. Para o cristão vencer esta batalha, ele deve estar preparado, depois descobrir os demônios que habitam no local e por que estão ali. Em seguida realizar uma “oração de guerra,” determinando a queda destes espíritos. O próximo objetivo é desvendar que espírito está atuando na vida da pessoa, e por que ele feio, se foi maldição, ou pecado dos antepassados, para então expulsá-lo. Nas palavras de Augustus, parte deste movimento é bíblico. O mal existe e a igreja não pode deixar de observar esta realidade. O problema da “batalha espiritual” é que coloca a ênfase no expulsar os demônios, se esquecer de levar as pessoas a crerem em Jesus e no seu sacrifício. Estimulam a oração, mas, não para as pessoas se entregarem a Deus e esperarem sua resposta, eles ensinam a determinar, impor, com se Deus devesse favor as pessoas por confiarem nele. No capitulo quatro o autor mostra a falta de fundamentação bíblica para os ensinamentos desta corrente, como o caso da quebra de maldições. E contesta que, a maior base de apoio para os ensinamentos da “batalha espiritual” está nas experiências ocorridas nos campos missionários e gabinetes pastorais. Outro grave problema desta “seita,’’ por assim dizer, é a negação da suficiência de Cristo, e atribuir, como o autor apresenta, uma “obsessão doentia pelo mundo dos espíritos.” Além de colocar força excessiva no mal, findo este a competir com Cristo em igual poder. Se observar a história da reforma e os grandes avivamentos, nenhum deles precisou se utilizar dos argumentos articulados pela “batalha espiritual.” A vitória sobre os demônios, libertações, batismos no Espírito Santo, todos ocorreram de acordo com as escrituras. No quinto capítulos, Lopes apresenta as implicações da vitória de Cristo para os cristãos. Primeiramente mostra que não há disputa entre o bem e o mal. Jesus já venceu toda batalha, prova disto é Gênesis, que mostra a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente. Aos Colossenses, Paulo mostra o trinfo de Cristo e o despojamento dos inimigos. João apresenta Satanás como julgado, e expulso dos seus domínios. Hebreus afirma a aniquilação das forças demoníacas pelo efeito da cruz. O evangelho de Marcos constata que o Diabo está amarrado, e o mais valente que ele o despojou. Jesus instrui seus discípulos a expulsar os demônios, a ideia de amarrar as forças do mal foi restrita apenas ao messias. A igreja não deve incorrer no erro de pensar que Satanás está aniquilado. Ele luta por uma batalha que para ele está perdida. Mas seu objetivo é influenciar as pessoas a acharem que ele está na disputa, e com isso ele minimiza o impacto da vitória de Cristo. Ao sexto capítulo Nicodemus destaca os argumentos paulinos em resistência aos combates espirituais. Ele mostra, que de acordo com os ensinos de Paulo é preciso buscar as armaduras de Deus, não existe palavras mágicas, ou qualquer outro argumento neste sentido. O conselho de Paulo à Timóteo e que ele viva uma vida digna e se aprofunde no conhecimento da palavra de Deus, assim ele vai vencer toda batalha. O capítulo sete o autor discorre sobre o crescimento da igreja, sem a necessidade de nenhuma das artimanhas conforme apresenta os defensores da “batalha espiritual.” A seu ver, para expansão da igreja, a única arma biblicamente disponível é a proclamação do evangelho de Jesus Cristo. O próximo capítulo Lopes reserva para comentar sobre a principal estratégia satânica para destruir a igreja. Em suas palavras vislumbra a atuação do Diabo introduzindo a mentira no meio evangélico. A manipulação é apresentar ensinamentos contrários à verdade, mas que aparentemente são corretos. Muitos princípios não são bíblicos, mas por serem seguidos de milagres iludem as pessoas. O nono capítulo destaca a oposição de Satanás à Paulo, maneira como a apostolo reagiu e a resposta de Jesus para sua oração. Para o capitulo dez o autor reserva espaço para explanar sobre o significado, de acordo com Paulo, para o dia mal descrito em sua carta aos Efésios. Mostra o dia mal como aqueles dias em que o cristão passa por maiores angústias, e descarta interpretações escatológicas. Sua reposta para enfrentar estes dias, é se revestir das armaduras de Deus. No capitulo onze mostra as crendices apresentadas pelos seguidores da nova onda “batalha espiritual”, no uso de objetos para trazerem benção e os que retêm maldição, e compara com a utilização dos mesmos nas escrituras. E para finalizar sua obra descreve a questão dos alimentos sacrificado aos ídolos, assim como sua influência para vida dos crentes. 2.1 Análise da segunda obra A obra de Augustus Nicodemos Lopes é sem duvida uma desconstrução dos paradigmas da nova onda que trabalha a “batalha espiritual.” Ele não aborda uma igreja em específico, mas, a ideia de “batalha espiritual” que circula por varias denominações no contexto brasileiro. Sua obra é bem embasada por grandes teóricos, sem deixar de ser totalmente amparada por uma exegese bíblica coerente. A contribuição deste trabalho para o ministério é significativamente grande. De acordo com o autor Nicodemos a bíblia é, em via de regra, a única forma para vencer qualquer batalha espiritual. Uma informação muito importante que Augustus apresenta e a realidade da batalha espiritual. Ela não pode ser negligenciada, pois de todos os lados, é certo que o inimigo tenta destruir e matar aqueles que servem a Deus. Para os demônios não há salvação, a batalha para eles esta perdida, eles não querem vencer, mas, almejam enganar o maior número de pessoas, que podem ser vitoriosas, a terem o mesmo fim que para eles está determinado. De modo que, vão tentar impedir o avanço obra missionária, atrapalhar a vida dos cristãos. Entretanto, isto não significa que eles tenham grande poder, o que eles têm é a força da persuasão, e é o que eles vão usar para deter as pessoas, o que não pode ser subestimado. A partir de uma exegese acurada e minuciosa é possível encontrar respostas para os problemas espirituais que as pessoas enfrentam todos os dias. Sem se esquecer, que nem todo mal provém do Diabo. As pessoas enfrentam problemas que muitas vezes são apenas consequência de más escolhas que fizeram. Assim, atribuir a culpa das pessoas aos demônios é uma forma para aliviar a consciência, pois tira a culpa do indivíduo e joga no Diabo. Infelizmente, é isto que muitas pessoas estão à procura, ter uma consciência limpa sem ter que realizar nada. A análise de Nicodemos sobre o contexto histórico da batalha espiritual ajuda a compreender a origem e a expansão desta nova forma de pensar. Do mesmo modo, como a facilidade das pessoas se aderirem a este movimento. Impulsionadas pela autoridade que recebem e pelos sinais que começam a ver as pessoas, por não examinarem as escrituras, confundem estas ações com a aprovação de Deus. Mas o problema é que elas preferem receber tudo pronto, para não terem o enfado de uma exegese bíblica. Assim se alimentam de comidas estragadas, fora da validade, por não lerem as informações no verso da embalagem. De acordo com Lopes, a bíblia ensina a vencer qualquer batalha. O que esta nova maneira de pensar apresenta é pautado mais em experiências pessoais, do que nas Escrituras. A Bíblia mostra Jesus expulsando demônios, mostra ele, curando, dando autoridade aos discípulos. Mas, não mostra Jesus ensinando seus discípulos a determinar a que das barreiras inimigas, amarrar os demônios, usar sal, nem tomar copo de água ungida. Do contrário a oração de que Jesus ensina é uma oração de humildade, “ o pão nosso de cada dia nos dá hoje, seja feita a tua vontade, aqui na terra como nos céus.” O livro de Judas mostra, que nem o anjo Gabriel ousou expulsar o Diabo, quando disputavam pelo corpo de Moisés, antes exclamou: Que o Senhor te repreenda.” A compreensão do pensamento de Augustos Nicodemos contribui para o preparo do cristão frente aos desafios e teorias que são levantadas pelas pessoas adeptas da “batalha espiritual” conforme Edir Macedo. Leva o leitor para as Escrituras, e faz ele, sentir a necessidade de sempre examiná-la, compreende-la e aplicá-la. Mostra que a vida do crente não é um mar de rosas, existem problemas e nem todos tem participação demoníaca. Mostra que Jesus ajuda as pessoas a vencer pela oração e pela sua palavra. 3. COMPARAÇÃO DAS OBRAS A melhor semelhança nestes dois autores está no apresentar a batalha espiritual. Edir apresenta sua compreensão sobre o tema, e Nicodemos destaca as características do assunto de acordo com as pessoas que acreditam como Edir. No entanto, os contrastes estão latentes quando comparada as teorias lado a lado, um é totalmente bíblico enquanto o outro é mais empírico. Um pede, o outro determina. Um coloca todo o mal sobre a culpa do Diabo, outro nega o poder exagerado e o coloca como alguém que está lutando certo da sua derrota. Percebe-se uma clara diferença entre os dois autores. Para iniciar se analisara a perspectiva dos autores quanto ao poder atribuído ao Diabo. Para Edir Macedo o Diabo e seus anjos estão por todos os lugares, prontos para matar roubar e destruir. Os demônios tem poder para agir na vida das pessoas, crentes ou não, de varias formas. Uma delas é quando a pessoa visita a um centro espírita. A pessoa perde um ente querido e não consegue se consolar, mas pelo conselho de alguém, se dirige a um centro espírita em busca de respostas para o seu problema. Ali encontra pessoas que dizem entrar em contato com os mortos, e afirmavam conversar com a pessoa que você está procurando. O demônio, por conta da ocasião, entra na pessoa e começa contar detalhes que somente a outra pessoa sabia. A partir de então, a pessoa é enganada e passa a ser instrumento do Diabo, e ele tem livre acesso na vida dela. Augustus Nicodemos concorda que a função do diabo é matar roubar e destruir. Mas, contraria a afirmação que ele tem poder para isso. O Diabo foi derrotado na cruz e não tem nenhum poder, ele é uma criatura e está submissa a permissão de Deus. Tudo que ele faz é somente porque Deus permite. Segundo o Diabo não pode agir nas vidas das pessoas quando ele quer, muito menos daquelas que confessaram a Jesus como salvador de suas vidas. Ele apenas engana as pessoas, e a diferença entre as que são cristãs e as que não são é que, as que não são crentes ele tem mais facilidade de enganar e levá-las a fazer o que ele quer. Outra forma dos demônios atuarem na vida das pessoas, conforme Macedo, é quando elas entram em contato com pessoas que tem envolvimento com eles, às vezes mesmo sem saber. As vezes os crentes acabam se envolvendo com pessoas do satanismo, do espiritismo, pelo ambiente de trabalho, por circulo de amizades, e ao entrarem em contato com estas pessoas os espíritos malignos encontram uma oportunidade para trazer dificuldades no trabalho, na família, no ministério, por isso é preciso amarrar esses demônios que estão prendendo sua vida. Para Nicodemos, uma vez que a pessoa é salva, liberta e lavada pelo sangue de Jesus, ela é livre para entrar em contato com todas as pessoas. Na verdade como ela vai conseguir ganhar uma pessoa dessas para Cristo sem ter contato com ela. Outro ponto é o de amarrar os demônios, Jesus nunca usou esse termo, e nos evangelhos não existe nenhum ensinamento para este tipo de atitude. Então querer realizar tal façanha é agir de maneira totalmente antibíblica. Macedo vai afirma que o Diabo tem acesso na vida dos evangélicos por meio de maldições hereditárias. Segundo ele, a Bíblia mostra que os pecados dos pais serão lançados sobre os filhos até a quarta geração. Isto é uma maldição hereditária, pois os filhos não têm culpa dos erros dos pais, mas por causa desta maldição eles irão sofrer. Por isso o sofrimento e as dificuldades que uma pessoa enfrenta, e não consegue entender não tem nada a ver com ela, mas com os erros dos seus antepassados. E a solução é fazer uma corrente de quebra de maldição, onde Deus vai desfazer os laços que quem seguindo as pessoas durante anos. Em conformidade com as palavras de Nicodemos, atribuir ao contexto atual a maldição hereditária é uma fraude, um mau uso da palavra de Deus. Primeiramente a Bíblia está repleta de outras passagens que afirmam que os filhos não pagarão pelos erros dos pais, e que cada um a de prestar contas das suas atitudes diante de Deus. Falar de quebra de maldição hoje é apenas usar uma passagem isolada em contradição com todas as que dizem o contrário. E está é uma maneira incorreta de ler as escrituras e aplicá-la. Segundo Edir as pessoas mesmo depois de ter se convertido, se no seu passado elas fizeram um pacto com o Diabo, ele pode ainda interferir na vida delas. O fato de aceita a Jesus como salvador não é suficiente para livrar a pessoa das garras de Satanás. Se mesmo depois que se converteu, as coisas ainda não continuam dando certo, é necessário realizar orações para Deus desfazer todo laço diabólico, para Deus quebrar todas as correntes que ainda prendem a pessoa ao seu passado. Conforme Nicodemos no momento que a pessoas aceita a Jesus Cristo, ela faz um pacto com ele. Feito um novo pacto com Cristo, todos os antigos pactos são quebrados, o apóstolo Paulo vai aludir que quando uma pessoa passa para nova aliança com Cristo, todas as antigas alianças são desfeitas. 4. APLICAÇÃO MINISTERIAL A batalha espiritual é um tema que não pode ser deixado de lado, como se não fosse importante. A compreensão que se obteve após as leituras realçou a importância do assunto, e mostrou o quando a igreja brasileira está influenciada por este movimento. A proposta é destacar a importância da compreensão bíblica, e a forma de aplicação, para confrontar com as interpretações e aplicações recentemente utilizadas. Espera-se que a igreja entenda que, negligenciar costumes e autoridade não autêntica é necessário e bíblico. As palavras de Nicodemos ajudam a compreender algumas das falhas da igreja, do povo que se diz de Deus, mas só vivem para si, que não esperam um céu em outra esfera, presenciam e vivem os prazeres do céu, aqui e agora. A igreja precisa ter uma identidade Cristã, que busca amar o próximo como a si próprio. Se for preciso entrega a sua vida em favor do seu companheiro, seja ele conhecido ou não. Que sabe que quando a situação na vida está tudo bem, é Deus que está no controle. E quando a situação vira, e o mundo parece que vai se acabar, reconhece que Deus toma conta de todas as coisas. Não desanima, porque não espera receber do Senhor apenas bênçãos terrenas, sabe que as celestiais são muito mais importantes. A igreja precisa ser fiel e verdadeira para trazer diferença para o mundo, não apenas para sua vida, e que o mundo possa ver esta diferença. Ficar apenas com a preocupação nos eventos deste mundo tira a função principal da igreja que é ir para o céu, estar ao lado de Cristo. Por isso é preciso ensinar a igreja que o estudo bíblico coerente revela, conforme as palavras do apostolo Paulo, que até os demônios podem se transformar em anjo de luz para enganas as pessoas, que nos últimos dias surgiriam falsos profetas que fariam sinais e maravilhas de mentira, que enganariam a muitos, se possível até os escolhidos. A igreja não pode deixar se enganar por sinais, nem por falsos evangelhos que não estão de acordo com a palavra de Deus escrita. O próprio apóstolo Paulo afirma, para as pessoas não se deixarem ser enganadas, se alguém ou ele mesmo apresentasse outro evangelho, que não estivesse em conformidade com o conhecido, devia ser considerada maldição. A palavra de Deus enfática e clara, o que os crentes precisam é ler de maneira correta e aplicar em coerência. Contudo, o movimento “batalha espiritual,” leva as pessoas à um cristianismo sem arrependimento, sem mudanças de atitudes. A preocupação é determinar a vitória, os problemas da vida são culpa do Diabo. Mas este não é o evangelho verdadeiro, Jesus ensinou por meios de sua vida e em suas palavras que no mundo os crentes teriam aflições, e que eles tivessem bom ânimo, porque ele venceu o mundo. Jesus mostra que se alguém quer ser seu discípulos deve negar a si próprio, tomar a sua cruz e segui-lo. REFERÊNCIAS LOPES, Augustus Nicodemus. O que precisa saber sobre batalha espiritual. São Paulo: Cultura Cristã, 2001 MACEDO, Edir. Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios. Rio de Janeiro: UNIPRO, 2006.