O estudo trata de um retrato das cadeias da cidade de João Pessoa – PB, com base em outros estudos no âmbito nacional, como meio de ultrapassar as barreiras da exclusão dos prisioneiros que nela estão inseridas, de forma que a educação esteja envolvida como fator base para sua formação enquanto cidadão. O objetivo foi analisar em qual meio o prisioneiro está sendo inserido em sua reinserção á sociedade e qual forma é utilizada para a ressocialização dos mesmos, analisando seu espaço físico como meio de mostrar como é degradante e de que forma o tratamento que os encarcerados recebem, influencia como uma barreira a sua inclusão á sociedade. A metodologia adota foi a historia oral de vida, através de entrevistas semi-estruturadas como forma de depoimentos dos encarcerados, agentes penitenciários, equipe de professores, e coordenação da mesmas, outro recurso usado, foi analise de revistas que demonstram um pouco da vivencia dos encarcerados no sistema prisional, alem da analise literária do tema. Os resultados sinalizam que há um grande avanço na educação voltado para presídios, porem, não suficientes para a demanda e para o controle social, pois, as instituições de “recuperações” e de “reeducação” , produzem conseqüências estigmatizadoras e mostram suas contradições na reeducação dos mesmos por meio de repreensões e domínio hierarquismo. Desta forma podemos concluir, reforçando a idéia que a cadeia é o espaço para formação da consciência critica dos envolvidos na ação de forma que os mesmo se tornem conscientes de serem dicadões e se tornarem sujeitos de sua própria historia de forma que rompam as barreiras da exclusão e que consigam se apropriar de seus direitos básicos e de serem autônomos. Palavras Chaves: Prisioneiros. Educação. Encarcerado. Barreiras. Inclusão. Exclusão.

Introdução:

A temática de pessoas privadas de liberdade é uma questão de descaso social em todo o país, de forma que as taxas de criminalidade sobem cada vez mais, não significando suas ações no que se diz respeito a ressocialização do individuo. Este é mais um estudo que analisa o retrato das cadeias da cidade de João Pessoa – PB, como meio de ultrapassar as barreiras da exclusão dos prisioneiros que nela estão inseridas, de forma que a educação esteja envolvida como fator base para suaformação enquanto cidadão.

O objetivo do estudo primeiramente foi analisar em qual âmbitoo prisioneiro está sendo inserido, e quais sua expectativas e suas contribuições para que haja a ressocialização do mesmo, analisando o papel que a educação tem nesse contexto de reinserção á sociedade desta forma, analisando seu espaço físico como meio de mostrar como é degradante e de que forma o tratamento que os encarcerados recebem influencia como uma barreira a sua inclusão á sociedade.

A metodologia adota foi a historia oral de vida prisioneira, nos quais os mesmos se apropriaram de suas historias vividas nesse âmbito para que haja uma troca de experiências e relatos no qual foi transcrito e refletida de forma de contribuição para os resultados propostos no estudo. As historias foram construídas a partir de entrevistas semi-estruturadas onde não só abordamos os encarcerados mas também todos os envolvidos na ação como: agentes penitenciários, equipe de professores, e coordenação da mesmas, outro recurso usado, foi analise de revistas que demonstram um pouco da vivencia dos encarcerados no sistema prisional, alem da analise literária do tema.

O tema abordado é de extrema relevância no âmbito social, uma vez que os mesmos estariam de volta as ruas uma vez que seu processo chegue ao fim, ou seja, ele teria segundo a sociedade estar ressocializado para conviver na mesma. Desta forma o estudo serve como um meio de refletir as barreiras do preconceito com esses indivíduos mostrando sua realidade e o contexto em que eles se inserem.

Os resultados sinalizam que há um grande avanço na educação voltado para presídios, porem, não suficientes para a demanda e para o controle social, pois, as instituições de "recuperações" e de "reeducação" , produzem conseqüências estigmatizadoras e mostram suas contradições na reeducação dos mesmos por meio de repreensões e domínio hierarquismo.

Como base de nosso estudo estruturamos o mesmo de forma que: No primeiro momento iremos fazer uma analise da situação carcerária do Brasil, levantando dados desse contexto para que possamos melhor compreender no segundo momento como o encarcerado constrói sua nova identidade dentro do sistema penal, desta forma podemos logo após fazer uma analise de como a educação pode ajudar os mesmos a caminhar para o futuro de maneira digna e consciente.

Desta forma podemos concluir reforçando a idéia que a cadeia é o espaço para formação da consciência critica dos envolvidos na ação de forma que os mesmo se tornem conscientes de serem cidadões e se tornarem sujeitos de sua própria historia de forma que rompam as barreiras da exclusão e que consigam se apropriar de seus direitos básicos e de serem autônomos.

Uma visão da Situação Carcerária no Brasil

No dia 16 de setembro de 2004, em Brasília, foi lançado o Sistema de Informações Penitenciárias - Infopen, um programa de coleta de dados, com acesso via Internet, que será alimentado pelas secretarias estaduais com informações estratégicas sobre os estabelecimentos penais e a população prisional. "Para reestruturar o sistema prisional como um todo, precisamos primeiro conhecer, operar e controlar esse sistema no dia-a-dia. Por isso é tão importante o lançamento do Infopen, pois pela primeira vez o país vai conhecer dados oficiais sobre a população carcerária", afirmou em seu discurso o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto. Desta forma o sistema prisional conta com uma nova articulação com o tema por se tratar de um tema de difícil acesso, pois o país não possuem um banco de dados para tais informações, dessa forma o InforPen seria uma estratégia de desenvolvimento das políticas publicas penitenciarias nacional. Sistema foi criado e será gerenciado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) no qual publicou a Portaria nº 42, de 24/08/2004, que determina que todos os estados que firmarem novos convênios com o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) têm a obrigação de atualizar o Infopen. O Fundo Penitenciário criado em 7 de janeiro de 1994 na lei Complementar n°79, que tem como gestor o Depen, nos qual atuam nos recursos em prol do desenvolvimento do Sistema Penitenciário Brasileiro. Esses recursos deverão ser usados em construções, reformas, formação do encarcerados, especialização dos agentes, formação educacional e cultural do preso entre outras atividades. Segundo dados da SUSEPE, em seu projeto básico da Sistema de Informação Penitenciarias – InforPen em seu módulo de gestão básica terá como referencia o preso em sua totalidade visando contribuir para seu desenvolvimento tais como assistência á saúde, qualificação, educação entre outros recursos humanos. O InforPen é uma Gestão que permite, além do controle estatístico do sistema penitenciário brasileiro, o registro detalhado e individualizado do prontuário do preso ou interno, com controle, em tempo real, dos processos e rotinas internas da administração do estabelecimento. Com base na informações coletadas pela SUSEPE podemos fazer uma analise no que se diz respeito ao investimentos mal usados na ressocialização dos presos, pois ainda há um grande abandono dos mesmos em situação de encarceramento. No Brasil existe cerca de419 mil presos sendo 95,6% homens . Desta forma podemos observar os grandes números de encarcerados em nosso país, e analisamos o contexto em que esses 235 milpessoas vivem no sistema penitenciário nos quais vivem de maneira desumana e sem condições, pois faltam vagas para cerca de 200 mil, causando uma grande déficit no sistema. Desta forma temos:

"As prisões caracterizam-se como teias de relações sociais que promovem violência e despersonalização dos indivíduos. Sua arquitetura e as rotinas a que os sentenciados são submetidos demonstram, por sua vez, um desrespeito aos direitos de qualquer ser humano e á vida. Nesse âmbito, acentua-se os contrastes entre teoria e pratica, entre os propósitos das politicas publicas penitenciarias e as correspondentes praticas institucionais, delineando-se uma grave obstaculo a qualquer proposta de reinserção social dos indivíduos condenados. ( ONOFRE, 2007, p.12)

Podemos nesse trecho perceber a contradição existente no sistema carcerário, uma vez que em sua teoria são garantidos direitos que por muitas vezes não se seguem tais padrões e sim regras de leis internas á instituição.Segundo uma pesquisa feita pela a revista super interessante em sua edição 250 em março de 2008 mostra a cadeia segundo a mesma "como você nunca viu" , no qual trás o dia a dia das prisões Brasileiras por Fatima Souza e Alexandre Versignassi, onde tratam a temática com bastante clareza. Segundo os dados do artigo temos me nosso Brasil 1.116 Prisões. O preso ao entrar no sistema penal passa pela celas da delegacia onde é o primeiro estagio ao se chegar em uma cadeia, onde são conhecidos como "corrós" onde provavelmente irá dividir-se espaço com mais outros nos quais ficará com cerca de 60 cm de espaço para cada, onde não condições higiênicas para o lugar, não há colchões nem torneira e o banheiro é muito precário por se tratar de encanações velhas e sem manutenção e por isso exalam fortes cheiros. A maioria dos preses no processo de corrós não dormem, ou em muitos casos dormem de joelhos por se tratar de um espaço muito pequeno. Dentro do sistema entre os membros, existem pessoas mais influentes no meio criminoso no qual abordaremos mais detalhado na construção das novas identidades logo a seguir. Desta forma existemum sujeito denominado entre eles de "piloto" do lugar, onde ele é o que manda no espaço e que tem regalias como cama perto da grade por ser arejado, celulares entre outros. Em alguns casos os novatos são exigidos quantias em dinheiro para que não passem a primeira noite no banheiro,no qual foi lhe cobrado 120,00 reais para dormir numa parte menos fedorenta, caso o preso seja reincidente o caso muda.Desta forma podemos observar que no regime provisório o Funpen, não tem garantido condições para o encarcerado como sua proposta ressalta. No caso das penitenciarias os preços são mais baratos, desta forma podemos ver que uma pessoa carente no sistema prisional passará por grandes dificuldades. Dentro dos presídios existem verdadeiro mercado imobiliários, por se tratar da super lotação, onde os mesmos são obrigados a pagar, as autoridades sabem disso e vêem como único jeito de acabar com isso seria acabar com a super lotação, outro meio de se comprar na cadeia no lugar de dinheiro são os cigarros que servem como meio de pagamento. Outra questão muito serio e que fere as regras básicas DePen seria a assitencia a saúde quelhe são feridos enquanto ao sexo dentro das prisões. Os mesmos são avisados á questão do estupro coletivo que há dentro das prisões, e em troca querem dinheiro para que não segundo eles não "bulem" com os mesmos. A tensão de sentir-se ameaçado faz com que varias famílias depositemquantias em dinheiro em troca do sossego. Desde a liberação das visitas intimas em 1986 no Carandiru, e se expandiu em todo o Brasil. Muitos presos acabam sendo pais atrás das grades e muitos chegam a se casar. As regras dentro das cadeias em relação as mulheres visitantes são bastantes rigorosas, os internos não podem nem se quer olhar para a mulher alheia seja ela quem for, isso pode levar até a morte.Outras formas de sexo nas prisões brasileiras são os travestis. Essas formas de relação não são orientadas e muitos se contaminam e chegam a contaminar suas companheiras. Os travestis são chamados por eles mulheres de cadeia e devem ficar no canto delas, pois se cantar algum acarretará a violência física, isso é um retrato das regras não escritas que regem a vida nas prisões. As cadeias Brasileiras seguem uma legislação interna, os internos são responsáveis pela limpeza do local, as comidas chegam frias e sem gostos, onde alguns improvisos são feitos para melhor a qualidade da comida. Os presídios não são controlados peloDePen, mas sim pelo Primeiro Comando da Capital o PCC, que controla o crime organizado em 80% dos presídios do Estado de São Paulo. As prisões estão virando verdadeiros submundos comdireito a comercio interno e quem tem paga por isso, ou então não poderá desfrutar de uma condição melhor. Isso exibe as contradições existentes na lei e na gestão penitenciaria em nossa país, os agente penitenciários tem noção do que se acontece dentro das instituições, e nada fazem para ratificar esse tipo de sub sociedade. O regime interno dos presos, não favorecem sua ocupação mental no intuito de desenvolve-lo, as rotinas são bastantes liberais e deixam os detentos desocupados, nos quais se envolvem ainda mais com a cultura carceraria. Com a forma que os presos vem vivendo cotidianamente sem um acompanhamento eficaz como previsto pelo DePen, fica muito contraditório a ressocialização dos mesmos, sem subsídios que os levem a repensar estrategias de vidas futuras e promissoras, já que:

"servidores penitenciários, o trabalho rotineiro, as situações de violência que enfrenta no seu dia a dia e os baixos estímulos materiais e intelectuais geram a falta de compromisso com a sua função social e a aparição de práticas violentas, favorecidas e auspiciadas pelos discursos que reclamam o endurecimento das políticas penais e do tratamento às pessoas presas". (BRAVO, AZEVEDO, 2006, p.6)

A falta de capacitação e qualificação dos agentes penitenciários no Brasil, fica cada vez mais desmerecedor o trabalho, o tornando ineficaz.Desta forma podemos pensar como o trabalho gasto em penitenciarias vem sendo gasto em vão, já que as politicas publicas que garantem meios e recursos para se fazer um trabalho eficaz dentro das prisões e que os projetos existentes tem um valor teórico fabuloso, na pratica nada se adianta, já que o trabalho é feito de maneira soberba e sem fiscalização necessária para que seja efetivada com sucesso.

Construção de uma nova identidade

Ao entrar no sistema penitenciário os indivíduos nos quais lhe serão privado a liberdade, entram num sistema onde envolverá um serie de vivencias e experiências o qual lhe afetará, mentalmente de forma que desenvolva uma nova cultura á "carcerária". O modo cotidiano de que os presos vivem interferem em seu social e defetua suas aprendizagens anteriores, o tornando um sujeito do meio em que se encontra e descaracterizando do mundo anterior vivente. Sua nova identidade lhe servirá de referencia no âmbito social já que:

"Pela condição de presos, seus lugares na pirâmide social são reduzidos á categoria de "marginais" , "bandidas", duplamente excluídos, massacrados, odiados". ( ONOFRE, 2007, p.12)

O tratamento encontrado no interior das prisões, os torna consciente de sua nova condição, ou seja, de sua condição social de marginal, bandido ou vagabundo. Desta forma, a cadeia mostra seu lado contraditório uma vez que é uma instituição voltada para o desenvolvimento sadio do individuo no qual é passado por um processo de ressocialização, porem, a pratica é a despersonalização do indivíduos.O primeiro ponto que analisamos é a estrutura dos cárceres no qual influencia diretamente em sua formação, desta forma temos:

"A arquitetura dos cárceres acentua a repressão, as ameaças, a desumanidade, a falta de privacidade, a depressão, em síntese, o lado sombrio e subterrâneo da mente humana dominada pelo superego onipotente e severo. Nas celas lúgubres, úmidas e escuras, repete-se ininterruptamente a voz da condenação, da culpabilidade, da desumanidade. Essa arquitetura mostra que o indivíduo, uma vez condenado, não tendo alternativa de saídas segundo a lei, ali cumpre sua pena sem poder sair por sua própria vontade". ( ONOFRE, 2007, p. 36)

desta forma podemos analisar que sua privação de liberdade é uma forma de tocar sua alma, um vez que o lugar em que se encontra não o mostra atrativos suficientes para sua reflexão futura, e sim atual, ou seja, a da sobrevivência. Ainda nessa perspectiva temos:

"Ao serem analisados os aspectos arquitetônicos das prisões, estas são caracterizadas como instituições disciplinares, à base da vigilância, violência e punição. Dessa forma, dificilmente conseguirão compensar as carências do encarcerado em facedo homem livre, oferecendo-lhe oportunidade para que tenha acesso à cultura e ao desenvolvimento de sua personalidade". ( ONOFRE, 2007, p. 2)

Como verificado anteriormente os espaços que os presos se encontram se caracterizam pela punição e castigo, os tronando indivíduos cada vez mais insensíveis diante de tanto ódio e destratamento do sistema em que vive, desta forma interfere diretamente no desenvolvimento de sua personalidade.O processo de sua despersonalização ocorre desde a sua entrada, no decorrer de sua vivencia carceraria até sua liberdade.

"Ao chegar à prisão, o sentenciado traz uma concepção de si mesmo formada ao longo de sua vivência no mundo doméstico. Nesse momento, ele é totalmente despido de seu referencial, pois ao entrar na prisão o sentenciado é desvinculado de todos os objetos pessoais, desde a roupa até os documentos. Aqueles sinais "clássicos" de pertencimento à sociedade são subtraídos: ao despir sua roupa e vestir o uniforme da instituição, o indivíduo começa a perder suas identificações anteriores para sujeitar-se aos parâmetros ditados pelas regras institucionais".( ONOFRE, 2007, p. 2)

Como podemos ver não resta um referencial do homem preso. Pois sua chegada ao presídio é marcada de forma que o mesmo perceba as alterações de mudança de vida, que passa do externo para o interno.Onofre (2007, p.15)faz sua contribuições acerca da prisionalização nas dificuldades quanto aos esforços em favor da ressocialização; além disso, ao invés de devolver à liberdade indivíduos educados para a vida social, devolve para a sociedade delinqüentes mais perigosos, com elevado índice de possibilidade para a reincidência. A educação deve ser um fator contributivo para formação do preso, pois a prisão não favorece a ressocialização do mesmo pois exerce sobre ele uma autoridade física e psicológicano qual segundo Onofre (2007, p.7)é exercido de maneira ininterrupta, regulando todos os momentos de sua vida, o que os leva a assimilar, em maior ou menor grau, a cultura carcerária. Desta forma o prisioneira adquire de forma maior ou de menor grau a cultura carcerária que seria mais claro em dizer a cultura da malandragem, no qual se apoderará dele por toda sua estada na cadeia como lhe acompanhará em seu egresso. Desta forma temos:

"O aprisionado sofre, portanto, uma deterioração de sua identidade, forjando-se lhe uma nova. Isso implica a desadaptação da vida livre e a adaptação aos padrões e

procedimentos impostos pela instituição. No cotidiano, com os companheiros, guardas e funcionários, constrói uma experiência dentro dos padrões de vida do encarceramento. A própria inexpressividade facial, aliada à gíria, permite ao aprisionado manipular aspectos da situação e se comunicar com os outros, sem que os guardas se dêem conta do que está acontecendo. Ninguém lhe ensina o código não-escrito, sendo a cautela imprescindível ao convívio. Nas suas ações cotidianas, ele sabe a quem deve obedecer – vê, ouve e tem conhecimento – mas é sábio, em muitos momentos, não falar. Para "proteger-se", o indivíduo assume posturas e discursos que dele se esperam, driblando valores e normas, usando máscaras, resistindo silenciosamente, buscando o confronto para sobreviver".(ONOFRE, 2007, p. 7)

Por mais ingênuo que possa parecer a cadeia leva o individuo a construção de uma nova identidade anteriormente não a portando de tal forma para que possa se resguardar do ambiente em que está sendo inserido de forma que sua estada lá, não traga danos moral nem físicos, os tornando uma pessoa mais resistente e com grau de hierarquia maior que os demais como disputa de espaço e de poder nesse caso usa de artifícios para se manter vivo de uma grande guerra.

Caminhando para o futuro

Como obtenção de uma proposta mais educadora no âmbito da ressocialização dos mesmos, as ações devem ser definidas como intervenções técnicas, políticas e gerenciais nos quais atuam durante a após o cumprimento das penas como forma de ampliação dos espaços públicos e a reduçãoda vulnerabilidade diante ao sistema penal.Desta forma o tratamento penal não pode ficar apenas na abstenção da violência e boas condições de higiene para se viver, mas sim de recursos de superação de conflitos nos quais ela gera, criando meios e laços com a sociedadevisando seu desenvolvimento autônomo e responsável na sociedade.Segundo o Depen os projetos nessa área devem ter como eixos básicos a formação educacional e Profissional dos apenados, InternadosEgressos do Sistema Penitenciário Nacional nos quais visam a relação educação e profissionalização como um processo de geração de renda para que o mesmo se beneficiem ao egresso, entre os eixos temos a Assistência ao Preso, ao Internado, ao Egresso e aos seus Dependentes nos quais os mesmos tem oportunidade de exercer sua autonomia nos quais os mesmos se incluem na agenda das políticas publicas do governo que prestam assistência no limite da lei. Nesse âmbito educacional destacamosA escola de serviços penitenciários Criada pela Lei no 5.740, de 24 de dezembro de 1968, promovem o desenvolvimento de recursos humanos, em todos os níveis da ação penitenciária, compatível com as necessidades da Superintendência dos Serviços Penitenciários, bem como realizar outras atividades culturais, pesquisas e difusão de assuntos relativos a Criminologia e Ciência Penitenciária, em seus vários aspectos, com vistas ao estabelecimento de políticas públicas penitenciária, tendo como marco referencial o resgate e a promoção da dignidade humana.
A Escola do Serviço Penitenciário desenvolve suas atividades de ensino na perspectiva e na busca da adequada formação, qualificação e aperfeiçoamento de recursos humanos, enfatizada na capacidade de adquirir e desenvolver competências e habilidades, garantindo as condições para um processo contínuo e permanente de ensino-aprendizagem. Destacamos a relevância da relação entre educação e profissionalização como esperança para o desenvolvimento consciente da coordenação e para os encarcerados. Quando tratamos da relevância no âmbito da coordenação podemos citar como a coordenação vêem o processo de ressocialização através da educação prisional como empoderamento da consciência critica dos encarcerados e como método de egresso a sociedade.Desta forma, Gadotti (1993) traz a característica fundamental da pedagogia do educador em presídios é a contradição, é saber lidar com conflitos, com riscos. Cabe a ele questionar de que maneira a educação escolar pode contribuir para modificar a prisão e o preso, tornar a vida melhor e contribuir para o processo de desprisionalização e de formação do homem preso. Neste contexto iremos abordar o educador como forma de relação entre o preso e sua liberdade inclusiva. Desta forma iremos observar através de depoimentos dos mesmo a importância da educação em presídios como meio de inserção social dos mesmos. A analise construídas a partir dos depoimentos dos mesmos, caracterizam a escola como um espaço aberto, onde não há repreensões por parte da equipe pedagógica, propiciando uma relação saudável entre os participantes da ação educacional, onde é relatado diversas expectativas quanto a educação, porem todas positivas. Os educadores devem aproveitar essa fragilidade dos mesmos para que se seja inserido uma novo espaço de reflexões e desenvolvimento mental como forma de atuação cidadã dos mesmos. Segundo Onofre (2007, p. 9):

"Trata-se de uma forma de resistir às pressões que o sistema penitenciário exerce sobre os indivíduos e que acabam reforçando a prática do crime, ao invés de ajudá-los a reintegrarem-se socialmente".

A educação vem no sentido de reintegração a sociedade uma vez que a mesma proporciona uma atualização da vida externa,no qual lhes acrescentam frustrações e ansiedade por falta de informações. Outro ponto bastante relevante para os detentos a autonomia de poder acompanhar seus processos e poder entrar em contato com seus parentes, pois segundo os mesmos, há coisas que só nas solidão das noites caladas que o coração pode se expressar, ou seja, escrevem com a alma a dor que sentem, compartilhando assim com seus familiares. O tempo em que a educação está presente nos espaços dos cárceres, nela pode se dizer que surge elos de convivência e de dialogo onde seria o único espaço dos cárceres que não se fragmenta o ódio nem a malicia mas sim o companheirismo nos quais favorecem seu conhecimento do mundo e de se conhecer como sujeito no mesmo de forma de poder atuar nele e transformá-lo, de forma que os mesmos ocupem posições sociais anteriormente a privação de liberdade, desta forma temos:

"A escola, visto ser apontada como local de comunicação, de interações pessoais, onde o aprisionado pode se mostrar sem máscaras, afigura-se, portanto, como oportunidade de socialização, na medida em que oferece ao aluno outras possibilidades referenciais de construção da sua identidade e de resgate da cidadania perdida". ( ONOFRE, 2007, p.15)

A esperança que move o preso está ligada diretamente a sua liberdade. Desta forma podemos analisar o processo da educação como forma de incorporamento da ação pedagógica de transformação como método de reflexão atual e que reflita no futuro. Ainda há muito o que se trabalhar, muitos estudos a estudar, a realidade não é fácil porem é preciso buscar alternativas para a mudança, pois as cadeias do passado não ressocializaram seus presos, a do presente tão pouco e se continuarmos a não buscar novos caminhos as do futuro também não alcançaram êxito em suas ações.

Considerações Finais

Como podemos analisar em todo nosso trabalho o processo de aprisionamento não é um momento de reflexões e de até mesmo de reeducação para os envolvidos na ação, pois por trás de uma teoria há uma pratica totalmente controvérsia da realidade aqui demonstrada, onde não são lhes garantidos nenhum beneficio para ele como ser humano num toldo.Desde 16 de setembro de 2004 o Brasil conta com um banco de dados da situação do sistema carcerário no Brasil através da Infopen no qual é dirigida peloDepartamento Penitenciário Nacional (Depen) e com apoio a Fundo Penitenciário nacional Funpen, no qual só nos mostra cada vez mais a falta de recursos usados nessa área da administração do Estado, renegando todas as políticas publicas nos quais está voltadas para beneficio dos mesmos e uma possível ressocialização. Porem o que há é uma perca significativa de sua identidade anterior, no qual o prisioneira passará por um processo de adquirição de uma nova cultura chamada aqui de "cultura carcerária" no qual o individuo segundo Onofre perde a capacidade de ser ele mesmo e se tornará aquilo que os outros esperam dele, para que não haja intrigas e para que não firam o seu corpo, desta forma o mesmo usará de artimanhas para ser tratado de maneira superior com forma de sobrevivência de seu ser num sistema que não o olha e não o ama a ponto de lhe dar segurança. Desta forma podemos considerar a marcação de território, onde o prisioneiro não poderá mais usar de comportamentos anteriores na sociedade, mas sim de novas posturas diante ao sistema para que saia dele vivo. Esse processo vai desde a sua entrada ao presídio e se sucede ao longo de sua trajetória carcerária. As ações desenvolvidos no âmbito prisional é de certa forma um espaço onde os mesmo podem se aliviar um pouco das mascaras que os esconde de forma mais livre e com opiniões que possam ser atendidas pelos educadores, de forma que uma dessas ações aqui demonstrada a escola na prisão é uma forma de poder romper com o processo mental que está ocorrendo e demonstrar ao mesmos a possibilidade de intervenção, nos quais os trona mais autônomos, fazendo relação a sua educação e profissionalização do mesmo, de forma que o mesmo ingresse no mercado de trabalho e se desenvolva sadiamente numa sociedade que antes o negava. Desta forma podemos ver queo que move o preso é sua liberdade, ou seja, tudo que lhe é posto com esperança a sua liberdade , ele a absorverá, desta forma o sistema precisará de buscar alternativas que diminuem a vulnerabilidade dos presos de forma de mostrarem novas alternativas para que os mesmos alcance a liberdade bem sucedida.

Referências:

BRAVO, Omar Alejandro & AZEVEDO, Rodrigo GHIRINGHELLI de. MATRIZ CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO EM SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS. Ministério da Justiça. 2008.

EVANGELISTA, Dalmo de Oliveira. Barreiras da sobrevivência: angústias e dilemas de jovens infratores pós institucionalizados. Natal, RN, 2008.

GADOTTI, M. Palestra de encerramento. In: MAIDA, M. J. D. (Org.). Presídios e

Educação. São Paulo: FUNAP, 1993, p. 121-148.

GOFFMAN, Ervin (1961).Manicômios, prisões e conventos. São Paulo:Perspectiva