Prato de grande importância para a culinária paranaense e para questões futuras ligadas a nova gastronomia que apresenta nos dias de hoje o estado do Paraná.
Este prato típico do estado está muito ligado, alem de meios culinários com a cultura deste que é o maior estado do sul do Brasil.
Outros pratos também levam elevam a qualidade gastronômica do Paraná, a nível de hospitalidade e alimentação.
Por todo o Brasil, com certeza o Barreado é o prato mais lembrado por todos os turistas que visitam o Paraná, caracteriza as tipicidades do estado.
Temos algumas vertentes históricas para o surgimento do barreado. Segundo Ivo Ribeiro, na Ásia e América, as terras serviam como forno natural. Nela os chineses fabricavam o "ovo dos mil anos", os açorianos preparavam o "cozido das furnas", os brasileiros curtem a cachaça, pimentas e garrafadas. Os fornos mais primitivos forma encontrados na polinésia e forma registrados pelo viajante Saint Hilaire, no século XIX.
Entre os Caiapós e Jês de Minas Gerais, abria-se um buraco na terra que devia ser aquecido por brasas ou pedras quentes. O padre jesuíta Simão de Vasconcelos observou em 1663, entre os Nhambiquaras, a comida era colocada em covas quentes, coberta com folhas e terra, depois era acesa uma outra fogueira por cima.
Dentro dessas raízes, pode-se comparar o prato que origina de tais costumes: o Barreado. Este seria descendente do cozido de furnas. Alguns historiadores dizem ser com o surgimento do entrudo, hoje conhecido como carnaval, festa profana. No decorrer dos dias de festa, o caboclo do litoral se dedicava a dança, e só parava a meia noite de terça-feira, quando estavam exaustos. Para agüentar essa maratona alimentavam-se do Barreado, acrescido de farinha de mandioca e banana; se alimentavam deste prato porque mesmo requentado, continuava saboroso e conservado. O preparo era iniciado em tachos de cobre, e esse método resultou em um envenenamento em massa. As autoridades ligadas a área da saúde interviram , sendo desta forma proibido o uso desses tachos de cobre. Concluíram que o fator determinante para o envenenamento era o azinhavre, depositado na parede dos tachos, que com o cozinheiro se misturava ao alimento formando um tóxico mortal.
Outros pesquisadores e fontes históricas dizem que este prato teve origem no século XVIII, quando os tropeiros levavam erva-mate para ser beneficiada no litoral, em viagens que demoravam até um mês, vivendo em condições precárias nas estradas, embaixo de chuva e frio, sol forte. Desta forma, para agüentar essas paradas, os homens necessitavam de uma comida que sustentasse. Precisavam de carne de boi, toucinho, cominho, louro, pimenta. O nome barreado vem de "barrear" à panela uma massa com farinha de mandioca, água e cinza. Amarra-se folhas de bananeira sapecadas no fogo, para que com o cozimento a carne não seque, assim sendo, sem a entrada de ar, a carne fica mais macia.
Outra maneira de preparar o prato era cozinhar durante 12 horas, dentro de uma panela de barro, hermeticamente fechada, na qual era enterrado. Sobre ele se acende uma fogueira. O cozimento se faz com o próprio calor, sem que seja adicionada água alguma, a carne fica tão cozida que se desfia, lembra um pirão.
Há também quem diga que a origem do Barreado seja de origem da Ilha dos Açores, com a vinda de pescadores de lá, do litoral de Santa Catarina ao Paraná. No extenso litoral catarinense foi sendo substituído pela caldeira de peixe, mas no Paraná de orla mais reduzida e carne mais abundante fixou-se o Barreado.
O Barreado é também o símbolo da cidade de Morretes, município do litoral paranaense, localizado a 10 metros acima do nível do mar e 68 km de Curitiba, a capital do estado. Fundada em 1721, atraindo para a cidade turistas e curiosos, mas como em Morretes , e, as cidades do litoral paranaense Antonina e Paranaguá também servem a iguaria. Com alguns aspectos diferentes do Barreado servido em Morretes os de Antonina e Paranaguá, também são excelentes e tão saborosos como em Morretes
Existe anualmente o festival do Barreado, o único do pais já realizado e sendo que este festival é realizado a mais de duas décadas. O objetivo deste evento são a divulgação do prato tradicional do estado do Paraná.
Nos dias atuais não se usa mais enterrar a panela como faziam os antigos e este prato pode ser saboreado como maior facilidade, até por questões tecnológicas já que encontramos o Barreado em mercados na forma de congelados, pois a prática antiga é sem duvida muito ligada a época e remete aos indígenas seja qual for as questão e maneiras de preparo.
O Paraná ganhou e muito com a vinda e utilização deste prato, já que depois de 200 anos de seu surgimento entre os habitante locais o prato continua a gerar lucro, em forma de trabalho para muitos, além de enriquecer e muito no campo turístico e na parte histórica. Ele vem favorecer com muitas pesquisas e discussões elevando muitas teses sobre ele.
Já nos dias atuais com o avanço daquilo que está ligado a gastronomia, culinária e alimentação vem despertando a curiosidade em massa sobre questões ligadas a alimentação. A população quer sempre saber mais sobre as origens alimentares e outras culturas de sua região.

Receita do Barreado
Ingredientes (para 10 pessoas)
4 kg.de carne (peito, cochão mole, patinho )
500 gramas de toucinho
100 gramas de tomate
3 cabeças de cebola
10 dentes de alho
500 ml de vinho branco
Qb.de folhas de louro
Qb. de cominho
Qb. de pimenta do reino
Qb.de cebolinha picada
Qb.de salsinha picada
Qb. de sal


Preparo: BARREADO

A carne cortada em cubos pequenos deve ser temperada 24 h antes com cominho, pimenta, sal, vinho branco. Deixá-la em um recipiente de plástico na geladeira. Aqueça uma panela grande, em fogo médio, coloque o toucinho e frite, mexa bem, assim que estiver se desfazendo coloque as cebolas. Quando estas estiverem caramelisadas, coloque os alhos amassados e vá mexendo, coloque as folhas de louro coloque a carne e mexa. Depois que as carnes começarem a fritar por igual coloque o vinho da marinada, tampe, deixe na pressão em fogo médio por 2 horas.
Acompanha: farinha de mandioca, banana, laranja e arroz.