BAIXO DESEMPENHO ESCOLAR: DIÁLOGOS E (RE)CONSTRUÇÕES DE PRÁTICAS DE ENSINO1 Daniel Pereira Lopes UEMG Barbacena - Minas Gerais
RESUMO O objetivo deste trabalho de pesquisa e extensão é realizar uma análise no ensino observando o baixo desempenho de estudantes no processo de aprendizagem, criando um campo de diálogos que visam oferecer, antes de tudo, reflexões sobre a educação contemporânea, traçando subsídios e mecanismos que possam se adequar à metodologia dos educadores para que ocorra um salto qualitativo no desempenho dos estudantes. O método aplicado para a elaboração do presente trabalho foi baseado na realidade vivenciada pelos dilemas da educação do século XXI e por uma pesquisa realizada em uma instituição de ensino da cidade de Barbacena – Minas Gerais. A intenção da pesquisa é compreender os aspectos vivenciados pela instituição, desvendando quais são as causas do seu baixo rendimento, levando-se em conta que os problemas de baixo rendimento são multifatoriais, ou seja, não é possível apontar unicamente um fator. Baseando-se no modelo de escola tradicional brasileira, na qual um professor detém o conhecimento e o estudante é o receptor do mesmo, pensa-se em todas as etapas da consolidação da aprendizagem. Um dos problemas que interceptam uma das etapas primordiais, e que impossibilitam o andamento das outras, como a aplicação de um determinado assunto, é a dificuldade em assimilar o conteúdo. A culpa não é direcionada ao corpo docente, unicamente, mas envolve também o corpo discente. Muitos estudantes possuem desvios de atenção quando o conteúdo não está sendo capaz de ser assimilado, fator que eventualmente ocasiona uma perda de concentração em conteúdos a serem ministrados futuramente. Isto contribui para o acúmulo de dúvidas na qual o estudante, por decisão imediata, não deseja sanar as mesmas. A opção do estudante em fazer o levantamento de suas dúvidas com o educador, na sala de aula é vista por seus colegas de classe como uma atitude de vergonha, visto que pode ser alvo de críticas no processo de não compreensão do conteúdo, ganhando apelidos. Outro fator perceptível está na figura do educador: Ele é visto pelos estudantes como um profissional que não pode estabelecer um vínculo com eles, ou seja, sua figura não é de uma pessoa amiga. Logo, o diálogo é a forma de observar diversos aspectos que muitas vezes passam des
1 Trabalho apresentado ao VIII Congresso de Pesquisa e Extensão e IIIª Semana de Ciências Sociais do “Instituto Superior de Educação Dona Itália Franco” – Universidade do Estado de Minas Gerais.
percebidos na educação. O processo de ensino-aprendizagem é eminentemente construído quando ambos, educadores e alunos estão aptos a criar uma parceria. Discutir a metodologia de ensino, explorar o que o aluno possui de conhecimento em determinado conteúdo, oferecer mais dinâmica em sala, o que pode segurar atenção do estudante, envolvendo-o ativamente na participação de atividades, podem oferecer efeitos positivos. Com essa perspectiva, espera-se levar a reflexão ao público para que o mesmo possa criar novos diálogos, fazer uma avaliação dos argumentos aqui constados e obter mudanças, porque elas se iniciam quando um diálogo é gerado.
PALAVRAS-CHAVE: Progresso e retrocesso. Causas multifatoriais. Etapas de aprendizagem. Modelo tradicional da educação e sua metodologia de ensino. Diálogo.
INTRODUÇÃO Em qualquer assunto generalizar é pecado. Às vezes durante a escrita prende-se muito ao sentido estrito do tema. Abordando sobre um dado assunto estamos automaticamente adentrando em outros, pois eles se encontram muito interligados. Estamos interrogando o porquê dos fatos, estamos fazendo um posicionamento a favor ou contra, estamos criando perspectivas, estamos usando a capacidade enquanto seres pensantes. E não foi pensando que o ser humano se descobriu? Sim, foi assim. Foi pensando que o ser humano percebeu o seu inacabamento. Somos os motores que movem a história. Temos o poder em nossas mãos: a racionalidade. Mas como seres moventes da história, a racionalidade humana nem sempre faz com que caminhamos para um progresso. Atravessou-se uma divisão temporal que se iniciou na Pré-História, passando pela idade Média, atravessando a idade Moderna e chegando no período denominado como idade Pós-Moderna. Houve um progresso, mas nem em todos os aspectos. Muitas descobertas favoreceram um progresso que resulta agora em retrocesso. Há hoje a tecnologia, mas nem todos têm a sua concentração. É existente a desigualdade social, o crime, a miséria, a fome e outros problemas que afligem atualmente. Ora, como chamar de progresso um mundo em que a dignidade humana é violada, em que o desejo dos mais fracos não são ouvidos? Considerar o século XXI o século de progressão é ignorar a realidade e os contrastes predominantes nessa era Pós-moderna. Ao salientar a palavra progressão, espera-se que a educação seja o aspecto mais valorizado. Não, o Brasil não dá tanta credibilidade à educação. Pergunta-se: A educação é um produto ou um processo? Ela é um produto e simultaneamente
é um processo. A educação é um produto, pois depende de uma série de processos que contribuem para a sua consolidação, e um processo, pois depende do contexto do qual se encontra. A educação diante o que se apelida como “progressão” encontra-se empobrecida e o ambiente escolar vem sendo um palco de discussões em diversas circunstâncias, desde a infraestrutura da instituição até a permanência e formação do estudante. Muitas críticas negativas são apresentadas, mas poucas são as construtivas. Quando essas discussões referentes a estudantes e seus rendimentos entram em cena, os educadores são os alvos, os atingidos. A visão que se adquiriu, por aqueles que fazem as críticas não construtivas – os pais – é que somente os educadores são os responsáveis pela transparência do êxito ou pela transparência do fracasso. Pelo fato do educador ser um sujeito abalizado, aquele que detém o conhecimento e possui bases sólidas suficientes para repassar o conhecimento, sempre será notável uma culpa direcionado a ele. Os pais ou responsáveis pelos estudantes estão sempre indagando o fracasso na obtenção de notas. Em casos como o baixo desempenho na obtenção de notas, o primeiro profissional a ser procurado é educador. A razão dessa atitude é que os pais, muitas vezes, desconhecem a complexidade da instituição, dos profissionais que estão alicerçados à educação e ao sistema imposto pelas ordens superiores de educação. Um sistema no qual evidencia a não intervenção do educador, que recusa ideias. É perceptível, então, que o educador encontra-se limitado às suas vontades, não unicamente devido a instituição na qual ele está inserido, mas em um sistema amplamente ditador que abrange todas as outras instituições de ensino existentes. Atendo aos pais de estudantes, as instituições realizam bimestralmente reuniões cujo assunto principal é o processo de ensino-aprendizagem, baseando-se em demonstrações de rendimento das notas escolares. Estas reuniões realizadas em todas as séries do estudante têm como fundamento expor diálogos e criar metas a serem cumpridas. Logo, é muito comum ouvir nessas ocasiões argumentos provindos dos pais quando o rendimento está abaixo do nível projetado. Estes argumentos são expostos pelos pais em caráter individual, abstraindo a ideia de turma. É um desafio, por exemplo, quando um pai solicita a um educador para explicar o comportamento de seu filho mediante as aulas. É quase que impossível para um educador fazer uma avaliação instantânea do comportamento de um estudante considerando o número de turmas altamente numerosas, mas com o convívio no dia a dia ele acaba conseguindo traçar a personalidade de cada um de seus estudantes. Acontece que, o pai recebendo a avaliação oral do comportamento de seu filho, acaba ficando insatisfeito, ocorre uma discordância com o educador. Essas reações fazem com que os pais estejam substituindo a instituição de ensino de seus filhos. Essa transição pode ser vista
como uma atitude errônea se os pais não consultam seus filhos quanto à mudança. Quando isso não ocorre poderá o estudante perder o seu sentimento de pertencimento à instituição escola, há uma quebra de fatores que motivavam o mesmo a permanecer na escola, levando-se em consideração questões pessoais. Portanto, há dois lados: a mudança poderá ocasionar resultados positivos tanto quanto negativos. Se a mudança não oferecer saltos qualitativos no rendimento de notas na instituição atual, provavelmente os pais acabarão optando novamente pela substituição até que seu filho possa se adequar com rendimentos melhores. Na maioria dos casos os pais não criam diálogos com os seus filhos. Isso não significa dizer que eles não estão acompanhando a rotina escolar. Eles estão, mas atualmente os pais não estão questionando seus filhos quanto ao baixo desempenho. O questionamento é feito diretamente com o educador. É cabível aos pais questionarem seus filhos primeiramente, pois são eles o resultado de tudo o que a escola obtém, depois o educador. A escola é o aluno e o aluno é a escola. Aos educadores é viável a verificação da suficiência de sua metodologia pedagógica, pois muitos usufruem de uma prática de ensino que, em meio a uma época de transformações constantes, exige aperfeiçoamento diante às novas tendências tecnológicas. Só construímos a educação se olhamos para o presente e projetamos o futuro. Podemos chamar de progressão ou de retrocesso um país que investe precariamente na educação?
Baixo desempenho escolar: causas multifatoriais
Não é possível apontar um único fator como sendo o responsável pelo baixo desempenho dos estudantes. O IDEB deixa nitidamente perceptível em suas análises um rendimento insuficiente na maioria das instituições de ensino do país. A educação brasileira enfrenta problemas agravantes que podem propiciar esta insuficiência no rendimento. A situação estrutural de muitas instituições é precária e foi danificada pela ação do tempo. De certo modo, um ambiente escolar deve ser agradável, prazeroso, para que possa acomodar os estudantes. Quando não nos sentimos acomodáveis em um dado local, não possuímos o sentimento de pertencimento. Um fator principal do baixo rendimento pode estar na situação de que muitos alunos não conseguem se reconhecer no ambiente em que estão. A ideia de não pertencimento faz com eles não consigam criar processos interativos, relações sociais com a comunidade da instituição. É a estrutura que é capaz de garantir um ambiente harmônico entre os estudantes fazendo com que eles consigam se adaptar ao meio no qual eles encontram-se inseridos. Partindo agora para a sala de aula, os fatores do baixo rendimento possuem uma magnitude ainda maior. Pode-se pensar nas práticas de ensino do educador, na maneira como o estudante
é induzido a receber um conteúdo e qual a sua postura. É perceptível que estudantes possuam dificuldades de concentração e outros problemas que interceptam as etapas da aprendizagem. A etapa primordial que dá sequência às outras é a recepção do conhecimento. Nessa etapa, a metodologia de ensino do educador é importante. Ele deve se adequar a aquela prática que seja eficiente para ocorrer a segunda etapa da aprendizagem: a assimilação. O estudante deve ser capaz de compreender de forma precisa e sólida aquilo que se recebeu. Deve saber distinguir os conteúdos e fazer a retomada dos mesmos mediante as aulas para que ele consiga aplicar o conhecimento – terceira etapa de aprendizagem. A recepção, a assimilação e aplicação da aprendizagem são aspectos que estão interligados. Para uma boa aplicação deve ocorrer uma boa recepção e assimilação. No entanto, há fatores internos e externos ao aluno que contribuem para interceptar algumas dessas etapas ou até mesmo todas. Se o aluno possui problemas de déficit de atenção provavelmente não consiga atingir uma recepção plausível para dar andamento nas próximas etapas. Se o estudante não possui apoio familiar nos estudos pode ser que seu desinteresse pelas aulas possa afetar todas elas. O meio de verificação das etapas da aprendizagem ocorre por meio das avaliações. As provas são instrumentos que possibilitam a avaliação do estudante e também a avaliação do educador. O educador poderá se situar melhor em qual das etapas de aprendizagem encontra a ruptura que possibilitou um resultado baixo e assim conseguir aprimorar a sua metodologia habitual. É importante o educador sempre reforçar a ideia de que os alunos devem sanar as possíveis dúvidas existentes entre eles. A opção por não expor a dúvida ocasiona uma assimilação ambígua e desinteresse nas futuras aulas ministradas, visto que o estudante às vezes compreendeu aspectos do conteúdo de forma diferente. Muitas vezes o aluno não expõe suas dúvidas por ser motivo de crítica dos demais colegas de classe. Segue-se um padrão muito tradicionalista de educação. Ainda não há tantos recursos tecnológicos em meio a essa era de inovações para o uso do educador em sua atividade docente. Ele usufrui de práticas que foram passadas de geração em geração.
O modelo tradicional da educação nas instituições de ensino
Uma tarefa árdua é descrever e situar nossos atuais modelos de educação no Brasil. A escola tradicional sofreu incontáveis mudanças ao decorrer de sua existência, transformações estas que continuam prevalecendo e resistindo ao tempo. Procuram-se respostas quanto à sua adequação aos padrões de ensino exigidos pela atualidade.
Tudo o que se encontra acerca da educação institucionalizada é resultado de nossa própria história de sociedade em suas mais variadas ramificações, como a política e a economia. Sabe-se que as instituições de ensino são, então, reflexo da sociedade. É de grande relevância situar no tempo a escola tradicional que nos interessa a essa discussão. Ela se emergiu com base no advento dos sistemas nacionais de ensino, no século passado, mas só alcançou maior força e abrangência nas últimas décadas do século XX. A organização do século passado seguia os passos determinados por essa teoria pedagógica que permanece em seus pontos principais, segundo Saviani:
Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um professor razoavelmente bem preparado. Assim, as escolas eram organizadas em classes, cada um contando com um professor que expunha as lições que os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercícios que os alunos deveriam realizar disciplinadamente. (Saviani, 1991. P.18)
A organização ainda prevalece semelhante. Classes, carteiras, alunos sentados em fileira, um educador, lousa, profissional bem preparado. O que acarreta problemas é a relativização das notas. Com certeza essa é uma tradição imutável, ao menos é o que parece. O problema é que as instituições estão submetidas às ordens superiores. Os educadores devem avaliar seus estudantes do modo que o sistema descreve. Com esse método alunos se sentem avaliados com os demais colegas de classe e nunca consigo mesmo.
A metodologia de ensino tradicional das instituições
A abordagem tradicional de ensino parte, primordialmente, de que a inteligência é a alavanca que torna o homem um ser capaz de armazenar informações, das mais simples às mais complexas. O ensino tradicional tem como pretensão a transmissão de conhecimentos, ou seja, os conteúdos a serem ensinados: os educadores detêm o conhecimento e os estudantes são os receptores do mesmo. O ensino tradicional modelou-se através do método pedagógico expositivo. Sabe-se que esta modelação emergiu em um contexto no qual inovações tecnológicas não eram tão complexas. Hoje, o contexto é outro, porém as inovações tecnológicas não acompanharam a educação no Brasil. Muitos educadores que exercem a sua profissão habituaram em práticas pedagógicas que acompanharam inúmeras gerações. Evidentemente isto não é uma falha, porém uma insuficiência, uma prática que sozinha não se adequa aos dias de hoje. O motivo da não adequação dessa prática é que estamos vivenciando a idade Pós-moderna, um período de
transformações constantes e, simultaneamente, de problemas sociais. Um dos problemas da educação na atualidade é o desejo de não conciliar os problemas enfrentados pelo próprio estudante e por sua família. A exigência é que os estudantes tragam para o ambiente escolar apenas a cabeça pensante e esqueçam, ao usá-la, dos problemas sociais e familiares que estes enfrentam. Os fatores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, tais como os elementos da vida emocional ou afetiva do sujeito, são negligenciados, e porque não dizer ignorados, fazendo com que comprometam negativamente o processo. Houve um tempo que se pregava um único método de ensinar e de aprender. Os educadores seguiam obrigatoriamente o que era constado no livro didático. Não possuíam nenhum direito de desviar do conteúdo explícito nas obras. E, ainda, os educadores eram supervisionados quanto ao uso diário dos mesmos no ambiente escolar. Nesse mesmo tempo o processo de aprendizagem era dado por meio de decorar aquilo que se aprendia. A relação de aprendizagem dependia somente do educador. O estudante não podia expor seu pensamento diretamente em sala de aula à frente do profissional. Sua função era apenas aprender com quem possuía o conhecimento. Hoje, mesmo com aspectos bem tradicionais, a realidade tornou-se outra. Há livros didáticos, porém o educador pode escolher como vai usá-los. Foi banalizada a metodologia de ensino que fazia o aluno a não criar o seu pensamento próprio, construtivo. O aluno, mesmo sendo o receptor, pode expor aquilo que já detém de conhecimento. A verdadeira aprendizagem é aquela que transforma o sujeito, ou seja, os saberes ensinados são reconstruídos pelos educadores e educandos e, a partir dessa reconstrução, tornam-se autônomos, emancipados, questionadores, inacabados. “Nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do processo.” (FREIRE, 1996, p. 26). Sob esse ponto de vista, percebemos a posição do educando como sujeito desse processo de reformulação do conhecimento, ao lado do educador. Ele passa a ser visto como agente e não mais como objeto, isto é, ambos fazem parte do processo ensino-aprendizagem numa concepção progressivista. O papel do docente em sua metodologia de ensino é transmitir o conhecimento buscando propiciar ao discente a compreensão do que foi exposto e, a partir daí, permitir que o mesmo visualize um novo sentido, quer dizer, a ideia é não oferecer nada pronto a ele, mas criar possibilidades, abrir oportunidades de indagações e sugestões, de raciocínio, de opiniões diversas. Jamais impedir as interações, as opiniões, os erros, os acertos, isto é, todos esses elementos permitirão que o aluno alcance o real conhecimento e continue a buscá-lo incessantemente.
O diálogo no processo construtivo
A melhor maneira de olhar para a educação é criando diálogos. No entanto, a dialogicidade exige que o homem se mantenha em uma relação de respeito diante da liberdade do outro, ou seja, exige uma relação instituída não pela força da opressão e submissão, mas pela capacidade de comunicabilidade que vai além de um simples ajustamento e acomodação às ideias ou circunstâncias de um mundo prescrito. O diálogo aqui deve ocorrer de forma harmoniosa entre os educadores e demais profissionais da educação, os pais e os filhos. Com o diálogo pode-se obter respostas muito relevantes e é preciso uma parceria através dele nas salas de aula. Os educadores devem ser abertos a diálogos e deve-se sempre fazê-lo com seus estudantes. Mecanismos que vêm de diálogos ofertam democracia e efeitos positivos para o profissional.
E que é o diálogo? É uma relação horizontal de A com B. Nasce de uma matriz crítica e gera criticidade (Jaspers). Nutre-se do amor, da humildade, da esperança, da fé, da confiança. Por isso, só o diálogo comunica. E quando os dois polos do diálogo se ligam assim, com amor, com esperança, com fé um no outro, se fazem críticos na busca de algo. Instala-se então, uma relação de simpatia entre ambos. Só aí há comunicação. (FREIRE, 1994, p.115).
Pesquisa realizada na Escola Municipal Professora Yayá Moreira
A instituição A Escola Municipal Professora Yayá Moreira está situada à Praça George Bernanos, SN, no Bairro Caiçaras – CEP 36205-360, na cidade de Barbacena, Estado de Minas Gerais. A instituição de ensino possui uma boa infraestrutura e propicia um ambiente físico agradável aos alunos. Possui um espaço amplo totalizando dezesseis salas de aula, biblioteca, secretaria, sala de recurso, sala dos professores, quadra coberta e descoberta, cantina com refeitório e dispensa, almoxarifado e parquinho. Atua com os níveis de Ensino Infantil (turno da tarde), Ensino Fundamental I (turno da tarde) e com o Ensino Fundamental II (Turno da manhã), apresentando um número de 700 alunos matriculados, segundo o PPP – Plano Político Pedagógico – elaborado e atualizado em setembro de 2014.
Metodologia da pesquisa A pesquisa foi efetuada por meio de um questionário respondido por educadores da instituição que atuam como docentes no Ensino Fundamental II. O motivo da escolha deste nível
de ensino é que se procura compreender o rendimento dos estudantes nas etapas finais do Ensino Fundamental II. Logo, os docentes que concretizaram a pesquisa atuam a partir do 6º ano. O questionário de pesquisa foi entregue a dez educadores, vale lembrar que este número foi escolhido para representar a pesquisa e que existem mais educadores atuantes nesse nível de educação, sendo que os mesmos teriam uma semana para a devolução. Dos dez questionários de pesquisa entregue, apenas um questionário não foi devolvido no prazo estipulado. O questionário era composto de treze perguntas assim distribuídas: TABELA 01. DIVISÃO DAS PERGUNTAS CONSTADAS NO QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Área de abrangência das perguntas Número total de perguntas Sistema avaliativo individual do educador 04 perguntas Metodologia do educador e o sistema de políticas públicas da educação 05 perguntas Educador-aluno/Processo de ensino-aprendizagem 04 perguntas Total de áreas de abrangência das perguntas: 03 Total de perguntas: 13
As perguntas possuíam como respostas de três a quatro alternativas, exceto a última pergunta que fazia referência ao Educador-aluno/Processo de ensino-aprendizagem. Além disso, algumas perguntas ofereciam um espaço reservado para complementação de argumentos ou de novas respostas, caso necessário. Os educadores poderiam apontar mais de uma alternativa que atendesse à questão. O questionário de pesquisa era de caráter anônimo, podendo o educador se identificar com seus dados pessoais, estando em sigilo o seu nome. Entre os profissionais que se identificaram temos educadores de Língua Portuguesa, Ciências e Geografia. Foi feito uma análise minuciosa do espaço escolar em dois dias, na entrega do questionário e na devolução do mesmo. Com finalidade de reforçar a pesquisa, foi realizada uma leitura do Plano Político Pedagógico da instituição e uma conversa com a orientadora e a diretora. A tabela a seguir exibe uma relação do número de alunos matriculados no Ensino Fundamental II2.
2 Os dados apresentados na tabela estão de acordo com o Plano Político Pedagógico elaborado pela instituição em setembro de 2014.
TABELA 02. EXIBIÇÃO DO TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL II
O objetivo O baixo rendimento está presente na maioria das instituições de ensino, como aponta recentemente o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB. As causas do baixo desempenho são multifatoriais, podendo variar de escola para escola. A intuição em realizar a pesquisa na Escola Municipal Professora Yayá Moreira é fazer uma analogia no ensino compreendendo o funcionamento da instituição e perceber se é existente casos de baixo rendimento e averiguar o porquê da situação, tendo como plano de fundo o questionário de pesquisa, a metodologia dos educadores, o Plano Político Pedagógico e o perfil dos alunos matriculados, apontando fatores internos e externos que propiciam um baixo rendimento. Então, espera-se selecionar, organizar e relacionar cada fato presente na instituição, apontado no questionário de pesquisa, para desenvolver uma conclusão acerca dos fatores do baixo rendimento.
Apresentação do resultado da pesquisa
Para cada uma das treze perguntas, com as suas respectivas áreas de abrangência, foi gerada uma tabela com o resultado obtido no questionário da pesquisa.
Área de abrangência 01. SISTEMA AVALIATIVO INDIVIDUAL DO EDUCADOR
TABELA 03. FREQUÊNCIA DE NÃO OBTENÇÃO DA META
Turmas Total/série Ensino Fundamental II 1 2 3 4 6º ano 25 alunos 25 alunos 23 alunos 16 alunos 89 Alunos 7º ano 23 alunos 23 alunos 23 alunos 22 alunos 91 Alunos 8º ano 29 alunos 27 alunos 24 alunos - 80 Alunos 9º ano 30 alunos 29 alunos 22 alunos - 81 Alunos Total geral 341 alunos

Ainda que pareça ser redundante quase 30% dos educadores relataram no questionário de pesquisa, que sempre há estudantes que não almejam a nota mínima bimestral, sendo assim o critério de aproveitamento em cada bimestre:
TABELA 04. APROVEITAMENTO BIMESTRAL – ENSINO FUNDAMENTAL II


A cada avaliação de unidade letiva são distribuídos um total de 100 pontos. Para este total de notas, mediante a distribuição de pontos, a instituição adota a seguinte escala de conceito, no Ensino Fundamental II:
TABELA 05. ESCALA DE CONCEITOS DAS NOTAS OBTIDAS AO LONGO DOS QUATRO BIMESTRES LETIVOS DA E.M. PROFESSOR YAYÁ MOREIRA
FREQUÊNCIA DE NÃO OBTENÇÃO DA META Número de respostas % de respostas Sempre há casos 03 27 Às vezes sim, outras vezes não 06 54 Não há casos - - Total geral de educadores que responderam a essa pergunta 09
APROVEITAMENTO BIMESTRAL – ENSINO FUNDAMENTAL II Bimestre Meta mínima Meta máxima 1º 10 pontos 20 pontos 2º 12,5 pontos 25 pontos 3º 12,5 pontos 25 pontos 4º 15 pontos 15 pontos Total 50 pontos 100 pontos
Notas finais Conceito 89,5 a 100 A 65,5 a 89 B 49,5 a 65 C 0,0 a 49 D
TABELA 06. ESCALA DE CONCEITOS DAS NOTAS OBTIDAS BIMESTRALMENTE NA E.M. PROFESSORA YAYÁ MOREIRA
A escola procura promover o crescimento dos estudantes com políticas pedagógicas contínuas, diagnósticas e quantitativas. A avaliação da Educação Infantil não tem caráter promocional, seu objetivo é mostrar o trabalho do professor. O desenvolvimento de cada aluno é registrado no Caderno de Avaliação de Desempenho do Aluno. Ao término do ano letivo, o educador preenche a avaliação descritiva individualmente, ficando arquivada na instituição.
TABELA 07. ESTIMATIVA DO EDUCADOR QUANTO AO NÚMERO DE SEUS ESTUDANTES QUE NÃO ATINGEM A META BIMESTRAL
Entre os fatores de baixo rendimento, os educadores apontaram que alguns estudantes possuem falta de interesse às aulas e que não há, em casos, apoio familiar. Um educador destacou, ainda, que em um total de 100 estudantes, aos quais ele atua como docente, o número de alunos que não atingem a meta pode ser ainda maior, ultrapassando o número de 20 alunos. O IDEB da instituição ainda encontra-se inferior às metas estipuladas. A diretora, juntamente com toda a equipe de profissionais, trabalha amplamente para que a instituição possa dar um salto no IBEB, atingindo a meta definida para o ano de 2015. No ano de 2011 para o ano de 2013, a escola teve o rendimento de 3.6 para 4.4. Houve um avanço, porém não
Conceito 1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre A 15,5 a 20 20,5 a 25 20,5 a 25 25,5 a 30 B 10,5 a 15 13 a 20 13 a 20 15,5 a 25 C 5,5 a 10 7,5 12,5 7,5 a 12,5 10,5 a 15 D 0 a 5 0 a 7 0 a 7 0 a 10
ESTIMATIVA DO EDUCADOR QUANTO AO NÚMERO DE SEUS ESTUDANTES QUE NÃO ATINGEM A META BIMESTRAL Número de respostas % de respostas 0-10 estudantes não atingem 07 63
15-20 estudantes não atingem 02 18 25 ou mais estudantes não atingem - - Total geral de educadores que responderam a essa pergunta 09
se alcançou a meta. Para esse ano, 2015, a meta a ser alcançada é 5.1 e para o ano de 2017 a nota é 5.33. Vale ressaltar que o IDEB é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo INEP. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente. TABELA 08. OBSERVAÇÃO DOS ALUNOS QUE NÃO ATINGEM AS METAS BIMESTRAIS
TABELA 09. RECUPERAÇÃO DAS NOTAS NO TÉRMINO DO BIMESTRE LETIVO

Nota-se que um número bem elevado de estudantes não atingem a meta bimestral mínima mesmo com uma segunda oportunidade. A recuperação da nota perdida ocorre de forma
3 Os dados do IDEB fornecidos aqui englobam somente os anos finais do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano).
OBSERVAÇÃO DOS ALUNOS QUE NÃO ATINGEM AS METAS BIMESTRAIS Número de respostas % de respostas Os alunos são invariáveis, permanecem os mesmos 03 24 Os alunos são variáveis 01 8 Os alunos são infrequentes 03 24 Não são nem variáveis ou invariáveis e nem infrequentes. Não há registros de baixo desempenho bimestral 01 8 Total geral de educadores que responderam a essa pergunta 08
RECUPERAÇÃO DAS NOTAS NO TÉRMINO DO BIMESTRE LETIVO Número de respostas % de respostas São oferecidos trabalhos e atividades 02 18
São oferecidos meios de recuperação da nota no bimestre, mas mesmo com a oportunidade o problema persiste
07 63
A recuperação ocorre somente no término do ano letivo
- -
Total geral de educadores que responderam a essa pergunta
09
contínua com novas estratégias e metodologias diversificadas durante todo o ano letivo. É oferecido ao aluno a recuperação paralela, prevalecendo a nota maior, desde que não ultrapasse 50% em cada período. Ao final do ano, o aluno que não alcançar 50% da média mínima será submetido a avaliação final com atividade extraclasse no valor de 20 pontos e a uma prova no valor de 80 pontos. Para fins de registro, será considerado 50 pontos. Está explícito que a maioria dos estudantes da instituição que não alcançam a média bimestral permanecem com frequência os mesmos. Um fator dessa não obtenção da meta pode estar relacionado com a infrequência de estudantes nas aulas, o que ocasiona perda de conteúdos ministrados. Área de abrangência 02. Metodologia do educador e o sistema de políticas públicas da educação
TABELA 10. METODOLOGIA DE ENSINO USADA HABITUALMENTE

Não existe um único método de ensinar e de aprender. Diante à diversidade enfrentada em muitas instituições, é cabível ao professor modular a sua prática de ensino usada habitualmente. A reconstrução pode oferecer novos caminhos. Deve-se procurar ater aos resultados para se ajustar à metodologia de ensino mais eficaz. Na Escola Municipal Professora Yayá Moreira muitos educadores estão usando práticas comumente presentes na maioria das escolas com aspectos tradicionais. Apenas um educador apontou usar material audiovisual. Há também aqueles que responderam a pergunta apontado usar metodologias variadas de ensino, mas não com o uso de tecnologia.
METODOLOGIA DE ENSINO USADA HABITUALMENTE Número de respostas % de respostas Exposição de conteúdo de forma oral, uso de material didático e da lousa 06 54 Uso de ferramentas de mídia com vídeos educativos, não utilizando o material didático - - Exposição visual do conteúdo na lousa, exposição oral e leitura em voz alta pelos alunos no material didático 04 36 Exposição do conteúdo de forma oral, sem o uso de material didático na sala, mas recomendação de leitura individualizada pelos alunos 1 9 Exposição de conteúdo de forma oral, uso de material didático e de material audiovisual eventualmente 1 9 Total geral de educadores que responderam a essa pergunta 09
Avaliação de desempenho dos profissionais na Escola Municipal Professora Yayá Moreira A avaliação tem como objetivo o crescimento e a valorização do profissional, sendo realizada junto com o avaliado, dando-lhe a oportunidade para correção de eventuais problemas de ordem pedagógica, pessoas e demais profissionais. Por ocasião das reuniões pedagógicas, acontece sistematicamente a reflexão da prática pedagógica dos profissionais que se auto avaliam e trocam experiências que favorecem a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. Ocorre também de acordo com as orientações recebidas pela Secretaria Municipal de Educação. TABELA 11. APLICAÇÃO DE DINÂMICAS EM SALA DE AULA

Retomando ao questionário de pesquisa, foi verificado se os educadores da instituição aplicam algum tipo de dinâmica relacionada à metodologia de ensino. A dinâmica em sala de aula torna as aulas mais atraentes e construtivas, possibilitando o estudante compreender o conteúdo e aplicá-lo de forma mais ampla. Apenas um educador salientou que o uso de dinâmicas não foi muito plausível, visto que os estudantes não conseguem compreender o objetivo das mesmas.
APLICAÇÃO DE DINÂMICAS EM SALA DE AULA Número de respostas % de respostas
Às vezes usa, outras vezes não. A dinâmica não foi plausível
01 9
Sempre usa. Os estudantes conseguem selecionar, organizar e relacionar melhor as ideias
04 36
Nunca usa. A aula torna-se cansativa - - Usa raramente quando os estudantes apresentam dificuldades elevadas 04 36 Total geral de educadores 09
TABELA 12. METODOLOGIA DE ENSINO PARA INICIAR AS AULAS


Um número bem elevado de educadores da Escola Municipal Professora Yayá Moreira fazem uma revisão do conteúdo lecionado anteriormente para dar progressão, fazendo com que os alunos façam uma ligação entre o conteúdo anterior e o atual para que possam perceber que os mesmos são dependentes, ou seja, é necessário entender um para depois entender o próximo. Essa técnica de retomada de conteúdos de forma simplificada auxilia o estudante a assimilar melhor as ideias. TABELA 13. O QUE AS PRÁTICAS DE ENSINO DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA YAYÁ MOREIRA ESTIMULAM AOS ESTUDANTES
METODOLOGIA DE ENSINO PARA INICIAR AS AULAS Número de respostas % de respostas Exploração do conhecimento que os estudantes detêm acerca do conteúdo para certificar de qual ponto do mesmo você vai iniciar a aula 01 9 Faz um esboço do objetivo do conteúdo a ser lecionado para a compreensão dos estudantes a fim de mostrarem a importância do conteúdo 01 9 Simplesmente começa a lecionar, esclarecendo possíveis dúvidas - - Revisão do conteúdo lecionado anteriormente para dar progressão ao próximo 08 72 Total geral de educadores 09
O QUE AS PRÁTICAS DE ENSINO DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA YAYÁ MOREIRA ESTIMULAM AOS ESTUDANTES Número de respostas % de respostas Estimulam a capacidade de terem pensamentos críticos, construtivos, próprios 06 54 Estimulam a compreensão e a capacidade de aplicação do conhecimento nas circunstâncias do dia a dia 06 54 A aplicação do conhecimento somente no ambiente escolar - - Estimulam a pesquisa para a ampliação do conhecimento 02 18 Total geral de educadores 09
As práticas de ensino dos docentes da instituição demonstram incentivo ao pensamento crítico, fazendo com que eles não se limitem à aplicação do conteúdo somente no ambiente escolar, mas em situações do dia a dia, quando possível. As práticas adotadas são positivas, pois é fundamental da escola formar estudantes pensantes. TABELA 14. POSICIONAMENTO E OBSERVAÇÕES NO SISTEMA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO
A maioria dos educadores visualizam problemas, falhas que interceptam e impossibilitam os educadores e especialistas a oferecerem mudanças para a instituição de ensino. Apenas um educador concordou em parte, mas salienta que é limitado a uma ordem superior. TABELA 15. IMAGEM DOS EDUCADORES VISUALIZADAS PELOS ESTUDANTES
A tabela mostra que a maioria dos educadores conseguem visualizar a sua imagem, pelos alunos, como sendo alguém amigo deles. Apenas um educador apontou não ser conseguir a visualização de sua imagem pelos alunos, enquanto outros não conseguem visualizar por não ouvir salientar sobre suas imagens.
POSICIONAMENTO E OBSERVAÇÕES NO SISTEMA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO
Número de respostas % de respostas Visualiza problemas, falhas 07 63 Concorda em parte 01 9 Está insatisfeito 01 9 Total geral de educadores 09
IMAGEM DOS EDUCADORES VISUALIZADAS PELOS ESTUDANTES Número de respostas % de respostas Os estudantes enxergam-me como uma pessoa que não pode ser amiga deles devido ao exercício da profissão 01 9 Os estudantes não salientam nada a respeito quando estou frente a frente com eles 04 36 Os estudantes enxergam-me como um amigo deles 04 36 Os estudantes enxergam-me como sendo alguém não amigável devido ao exercício da profissão, mas eles me respeitam e atribuem importância - - Total geral de educadores 09
Área de abrangência 03. EDUCADOR-ALUNO/PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM TABELA 16. DIFICULDADE DOS ALUNOS NA SALA DE AULA
Uma porcentagem altamente presente na sala de aula desses educandos demonstra que os estudantes apresentam um problema ao interpretar um conteúdo e conciliar com outros anteriores. Se um estudante não consegue interpretar e conciliar aquilo que se recebe de conteúdo, provavelmente as etapas de aprendizagem estão afetadas, principalmente a etapa da assimilação. TABELA 17. FATORES QUE BLOQUEIAM AS ETAPAS DA APRENDIZAGEM
Os educadores apontaram como sendo o fator principal do bloqueio das etapas de aprendizagem o desinteresse dos estudantes. É viável que os educadores estejam atento a esses desinteresses, buscando diálogos contínuos que visam compreender o que se passa com esses estudantes para aproximá-los sempre do interesse. O questionário de pesquisa encerra-se com a solicitação de uma avaliação dos educandos quanto à recepção de conteúdos pelos alunos mediante as aulas. Foi dado uma escala
DIFICULDADE DOS ALUNOS NA SALA DE AULA Número de respostas % de respostas Assimilação dos conteúdos e distinção de conceitos 02 18 Recepção do conteúdo 02 18 Interpretação do que se recebe e conciliação com outros conteúdos já ministrados 08 72 Total geral de educadores 09
FATORES QUE BLOQUEIAM AS ETAPAS DA APRENDIZAGEM Número de respostas % de respostas Déficit de atenção ao receber um conteúdo 03 27 Desinteresse dos estudantes 07 63 O não questionamento de dúvidas. É percebido a dúvida, mas os estudantes não desejam saná-las por serem alvos de críticas dos colegas de classe - - Total geral de educadores 09
representativa de 0 a 10, em que a nota 0 significaria muito insatisfeito e a nota 10 muito satisfeito. Obteve-se o seguinte resultado: TABELA 18. AVALIAÇÃO QUANTO À RECEPÇÃO DE CONTEÚDOS

CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados é imprescindível que toda a comunidade que integra a Escola Municipal Professora Yayá Moreira se conscientize diante os fatores múltiplos que conduzem para o baixo desempenho na instituição. Faz-se necessário entender que a instituição reconhece uma causa de seu baixo rendimento, apontado no Plano Político Pedagógico. A instituição está inserida em uma comunidade carente, onde grande parte dos pais enfrentam problema de desemprego, dos baixos salários, influenciando diretamente no desempenho escolar dos alunos. É notável que poucas famílias são bem estruturadas, o que dificulta o trabalho, pois os estudantes apresentam problemas de toda ordem tais como emocionais, psicológicos, econômicos, diversos transtornos, síndromes, abandono, enfim, todos os casos comprometem amplamente o processo de aquisição da aprendizagem. Logo, é preciso um olhar complexo na situação do baixo rendimento na instituição, visto que o baixo rendimento ocorre quase sempre entre os mesmos estudantes. Espera-se dos educadores um diálogo com estes, entendo o que os leva a dificuldade de interpretação e de conciliação dos conteúdos, o que está afetando as etapas de aprendizagem. Espera-se, também, a reflexão de todos os docentes quanto às suas metodologias de ensino, procurando sempre se ajustar às novas tendências tecnológicas que podem tornar aulas mais atraentes e construtivas, mesmo sabendo que a educação não acompanhou o avanço da tecnologia e encontra-se ultrapassada à modernidade. Com essa sugestão apresentada aos educadores da instituição, uma segunda pesquisa ainda faz-se muita relevância e será importante para a verificação se o problema ainda persiste, oferecendo novos rumos e saltos. Ressalto que o diálogo será sempre a alavanca para efeitos positivos.
AVALIAÇÃO QUANTO À RECEPÇÃO DE CONTEÚDOS Número de respostas % de respostas Nota 5 6 54 Nota 7 02 18 Nota 7,5 01 9 Total geral de educadores 09

REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43a ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
Plano Político Pedagógico da E.M. Professora Yayá Moreira. Barbacena – MG: Setembro, 2014.
Portal. inep.gov.br/web/portal-ideb. Acesso em 16 de setembro de 2015.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 24a ed., São Paulo: Cortez, 1991.