Considerado o primeiro filósofo da Idade Clássica, Tales de Mileto chegou a uma conclusão elementar: onde o húmus[1] é constante, a vida se faz presente; logo, é do húmus que advém o humano. Esta concepção antropológica clássica traça os primeiros meandros para o alcance das primeiras respostas racionais acerca do homem e do seu complexo universo. De fato, o homem é um composto de níveis, conforme os quais se desenvolve e interage na natureza. Dentre tantas formas de interação, o humano se desenvolve especialmente pela cultura que lhe permeia os setores da vida e que será o fio condutor desta análise.

Não é tão simples considerar o humano em sua trajetória na existência. É necessário lançar um olhar histórico (sim!), mas, sobretudo, um olhar antropológico, que lhe considere e abranja a tal ponto que se possa alcançar – se não uma definição, pelo menos – uma compreensão sobre tal personagem rodeado de tantos emblemas e realidades que, na maioria delas, lhe ultrapassam.



[1] Termo grego que significa a junção de terra e água, isto é, o úmido.